quarta-feira, 3 de maio de 2023

Guiné 61/74 - P24280: Memórias de Luís Cabral (Bissau, 1931 - Torres Vedras, 2009): Factos & mitos - Parte VI: Sexo, álcool e amuletos... A maldição ou a premonição do Amílcar Cabral ?..."Só nós somos capazes de destruir o Partido" (Boké, Guiné-Conacri, finais de 1970)


Guiné-Bissau (sic) > PAIGC > s/l > Março-abril de 1974 > Mulher com criança /Foto: ASC Leiden - Coutinho Collection - B 29 - Life in the Liberated Areas, Guinea-Bissau - Woman with child - 1974.tif

Fonte: Wikimedia Commons > Guinea-Bissau and Senegal_1973-1974 (Coutinho Collection) (Com a devida vénia...) . Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (2023)






1. A seguir à invasão de Conacri por tropas portuguesas e forças da oposição ao governo de Sékou Touré, em 22 de novembro de 1970 (Op Mar Verde), Amílcar Cabral (AC) reuniu as cúpulas do PAIGC em Boké, na Guiné-Conacri, próximo da fronteira sul com o território da então Guiné Portuguesa, em data que não podemos precisar mas sabemos, pelo testemunho de Luís Cabral (LC) ("Crónica da Libertação", Lisboa, O Jornal, 1984, 464 pp.), que foi ainda em 1970, por volta do final desse  ano. (*)

AC aproveitou para fazer o balanço da "bárbara agressão do inimigo contra a capital da República da Guiné", segundo o relato do seu mano, LC (pág. 373).

Difícil para ambos  era compreender "a traição de muitos dos principais colaboradores do presidente Sékou Touré" (sic) (pág. 374). 

Naturalmente o AC não revelou,  aos seus  colaboradores mais próximos,  as tremendas dificuldades  (económicas, politicas,  sociais, etc.) por que estava a passar a Guiné-Conacri nem ele alguma vez denunciou a natureza ditatorial do regime de Sékou Touré. Obviamente, não iria cuspir na sopa nem dizer mal dos seus hóspedes.... e aliados. 

Amílcar Cabral (e o seu estado-maior) estava nas mãos do "camarada" Sékou Touré (em relação ao qual, de resto, havia um temor reverencial, visível na maneira como o LC se  referiu a ele da primeira vez que o conheceu, à distância, chegando na sua viatura presidencial ao aeroporto da capital).

Mas não deixou, o AC,  de avançar com a sua própria teoria espontânea  sobre os riscos que estava a correr o próprio PAIGC, cujas sementes de destruição não eram exógenas (ou seja, vindas do exterior) mas endógenas (geradas a partir de dentro), insistindo repetidas vezes que "só nós" (sic) (...) "estávamos em condições de destruir o Partido" (pág, 375). Uma premonição, quiçá, do seu próporio assassinato dois anos mais tarde, em Conacri, a 20 de janeiro de 1973, e onde a participação do Sékou Touré, como autor moral,  está  ainda por esclarecer, bem como a de dirigentes do PAIGC como o Osvaldo Vieira, primo do 'Nino'.

E contou, o AC, para gáudio geral da audiência,   a história ou a fábula do bode que, numa pequena terra se havia celebrizado pela sua extraordinária capacidade de procriação, até ao dia em que o presidente do município local se apressou a comprá-lo e instalá-lo num estábulo-modelo, promovendo-o a "bode municipal"...

A partir daí, bem comido e melhor dormido, o bode desinteressou-se totalmente das cabras. Quando o seu antigo proprietário, indignado, lhe pediu explicações, face às reclamações do seu novo dono (o presidente do município). o bode limitou-se a responder, cinicamente: "Agora sou funcionário público." (pág. 376).

A mensagem que o AC quis transmitir  aos seus "generais", depois da prova de fogos  que fora, para todos aqueles que  lá estavam, a invasão de Conacri e a tentativa de derrube do regime de Sékou Touré, era clara: ninguém nos destrói,  a partir de fora, a começar pelos "tugas", se continuarmos de mãos dadas a certar fileiras... Mas nós podemos destruir-nos uns aos outros...

Foi nesta reunião de Boké que apareceu, pela primeira vez, a figura do Partido-Estado. Foi criado o Conselho Superior de Luta no seio do qual era eleito o Conselho Executivo da Luta (pág. 377). Foi também nesta reunião que passaram a fazer parte das Forças Armadas, "as forças regulares - o Exército Popular, a Marinha Nacional e, mais tarde, a Aviação Militar" (pág. 378). Por seu lado, "a Guerrilha e a Milícia foram juntas numa única organização, as Forças Armadas Locais (FAL)", cabendo a sua direção ao Comité Nacional das Regiões Libertadas (sic).

E chegamos ao ponto que nos interessa. No final da reunião, o AC punha mais uma vez o dedo na ferida, manifestando as suas reiteradas preocupações com a "vida pessoal dos quadros e dirigentes do Partido" (pág. 378).

Escreve o irmão, LC:

"Sei bem quanto era doloroso para o Amílcar ter de abordar sempre esta questão delicada cuja origem nascia do comportamento de alguns dos dirigentes da luta" (Negritos nossos)...

E o LC exemplifica, com algum prurido, duas condutas altamente perniciosas para um partido que se pretendia "libertador": 

(i) "o consumo exagerado da bebida alcoólica" (pp. 378/379); 

e (ii) a prostituição, o assédio sexual, a poligamia (pp. 380/383), 

e (iii) implicitamente a cultura do "cabra-macho"... (Claro que ele nunca usa as palavras prostituição, assédio sexual e cabra-macho..).

As questões do álcool e do sexo eram extremamente incómodas e até fracturantes num  "partido revolucionário", de inspiração marxista, como o PAIGC, que se queria exemplar, frugal, puritano, impoluto. 

Os dirigentes e os quadros sabiam quem eram os visados pelas palavras de AC. Um deles seria o Osvaldo Veira, grande apreciador da "água de Lisboa", acrescentamos nós. 

No caso do álcool, LC conta que havia dirigentes que se davam ao luxo de ter os seus "furadores" privativos (!) para extraírem o vinho de palma, bebida que rareava no mato tal como as bebidas alcoólicas que eram importadas (e disputadas em Conacri).

A questão da "violência sexual" (outra expressão que nunca é usada, por falso moralismo) era outro grave problema que já vinha de trás. Diversos "senhores da guerra" haviam sido denunciados, julgados e condenados à morte, em Cassacá, no I Congresso do PAIGC, em fevereiro de 1964, acusados de brutais abusos sexuais e atrocidades para com a população, e nomeadamente para com as  raparigas e outras mulheres jovens (mas também contra os que os que se opunham a estas práticas horrendas). 

LC só volta a referir a persistência deste problema por ocasião da reunião de Boké, em finais de 1970.  Isto significa que ele nunca fora resolvido ao longo daqueles anos todos...

"Todos os homens normais gostam de mulheres, dizia ele [ o Amílcar Cabral] (...). No auge do seu desespero em ter de abordar esta questão uma vez mais, o Amílcar acrescentou, elevando ligeiramente a voz: 'Se pensam que são mais machos do que nós, estão enganados, se quiserem podemos ir ao quarto ao lado e fazer a experiência! Temos as nossas mulheres, a nossa família, e sabemos a responsabilidade que nos cabe nesta fase da vida do nosso povo`".(...) (pág. 382). 

O que estava em causa era a cultura, então dominante no seio do PAIGC, do "cabra-macho", de peito feito às balas, de "peito vermelho", aguerrido, corajoso, mas também violento, machão, predador sexual...

Umas terceira preocupação do AC (e do LC) era o uso e abuso de amuletos, já abordado nas pp. 166/167. LC revela que os dirigentes do PAIGC, no mato, "tinham sempre um combatente muito jovem, que transportava,  num saco, os variados amuletos a que cada um tinha direito, dada a sua condição de chefia" (pág, 166). 

No caso do 'Nino' Vieira, por exemplo, não se deslocava no mato em situações de combate,  sem o seu arsenal de amuletos, e de pelo menos dois ajudantes (!),  que os carregavam, além de um bigrupo reforçado,  segundo o testemunho (suspeito) do Bobo Queita (que não gostava dele, e ainda mais depois do golpe de Estado de 14 de novembro de 1940).    [ In: Norberto Tavares de Carvalho, "De campo a campo: conversas com o comandante Bobo Keita". Edição de autor, Porto, 2011. (Impresso na Uniarte Gráfica, SA; depósito legal nº 332552/11). Posfácio de António Marques Lopes. p. 197.)

O AC, de formação católica, filho de ex-padre e professor primário (todavia, sexualmente muito promíscuo, com muitos filhos de várias mulheres), não apreciava também estes "aspectos menos racionais" do comportamento dos seus homens... Mas teve que engolir este e muitos  outros sapos (como, por exemplo,  a "mutilação genital feminina" praticada pelos povos "islamizados" da Guiné: não me lembro de ele alguma vez se ter pronunciado, ou pelo menos escrito, sobre este problema, ele que, de resto,  era pai de duas meninas, filhas de uma portuguesa... que foi alegadamente o "amor da sua vida").

"O amuleto - mezinho, como lhe chamávamos - era uma fraqueza que foi transformada em força pelo Partido" (pág. 166). Quando ainda não havia armas para se defenderem, "o Amílcar entregava-lhe(s) o dinheiro necessário para mandar fazer o mezinho - algumas citações do Corão, escritas em caracteres árabes" (...), amuleto que depois era "cuidadosamente forrado de cabedal, e que tinha a virtude de reforçar no combatente a confiança em si próprio, trazendo-lhe a confiança psíquica indispensável ao bom cumprimento da sua missão (pág. 167).

Umas páginas à frente, LC conta a história caricata de um grupo de estrangeiros, o sociólogo sueco Rolf Gustavson e uma equipa de cineastas e fotógrafos franceses, constituída por Michel Honorim, Giles Caron e Michel Carbeau" (pág. 385). Os franceses vinham do Biafra e queriam ver cenas de guerra e sangue...

Isto passa-se entre Farim e Jumbembem, quase nas barbas das NT. Face ao risco de serem apanhados por uma emboscada das tropas portuguesas, LC deu ordem à escolta, comandada por Bobo Queita, para fazer uma "retirada forçada" até à fronteira... Não tendo nada de interessante para filmar (nem sequer umas tabancas em ruínas, carbonizadas pelo napalm dos colonialistas... ), "o chefe da equipa francesa disse em voz alta que éramos um bando de mentirosos" (sic).

Apesar da desculpa do cansaço físico e da tensão acumulada, o LC é obrigado a ameaçar confiscar-lhe as películas há utilizadas. Resultado: 

"Do documentário que devia ser feito das filmagens de Michel Carbeau, pelo realizador Michel Honorim, chefe da equipa, nunca tivemos notícias" (pág. 387). 

Restou o fotógrafo Gilles Caron que terá feito, mesmo assim, algumas belas imagens dos sítios por onde passou...

Destes (e doutros nomes que andaram pelas "áreas libertadas" a documentar a luta do PAIGC) há escassíssimas referências na Net: vd. Journal of Film Preservation, 77/78, october 2008.

11 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Os demónios de todas as guerras: sexo, álcool, drogas, amuletos (de todas as formas e feitios, as "crenças" também ajudam a matar e a morrer)... LG

Anónimo disse...

DSTs

Em Boké mais de metade dos guerrilheiros sofriam de DSTs (doenças sexualmente transmissíveis),sendo na sua maioria a gonorreia (esquentamento).
Imaginem a quantidade de INOPS que isso provocava, porque também tinham dificuldade de tratamento,devido à falta de antibióticos.

AB
C.Martins

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Caro doutor, INOPs...trocado por miúdos ? Infeções nosocomiais...?

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Meu dr. Martins, esse indicador - "Em Boké mais de metade dos guerrilheiros sofriam de DSTs (doenças sexualmente transmissíveis),sendo na sua maioria a gonorreia (esquentamento) - dá uma ideia da tremenda promiscuidade sexual que haveria no "mato" (leia-se: "áreas libertadas"), entre guerrilheiros e população...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

E os "famosos médicos cubanos internacionalistas" não davam vontade desse grave problema de saúde pública ? Eram "cirurgiões"...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Queria escrever: "Não davam conta desse grave problema de saúde pública? "...

Tabanca Grande Luís Graça disse...


As condições de higiene no mato também eram deploráveis: não havia água potãvel, nem saneamento básico, muito menos serviços de saúde dignos desse nome... Havia quando muito uma "enfermaria" ou outra, uma barraca...

Em contrapartida, a população sob cpontrolo do PAIGC tinha que viver dispersa, por razões de segurança,e mudando de sítio com frequência... Nas famosas "áreas libertadas" seriam apenas umas escassas dezenas de milhares... No meu tempo, no sector L1 (Bambadinca) eram estimados em cerca de 5 mil (o que era muito, vivendo ao longo da margem direita do Rio Corubal; julgo que este número era inflacionado pelo comandos de batalhão para enganar os "gajos de Bissau"; eram números estimados em função das "confissões" obtidas pelos prisioneiros sob tortura ou dos "informadores" da PIDE...)

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Há uma visão "romântica" das "áreas libertadas", criada pelos amigos do PAIGC, suecos,franceses, italianos, etc., fotógrafos e cineastas, que só viram o que lhes mostraram... É assim que funciona a propaganda em qualuer guerra...Ontem como hoje...

Tabanca Grande Luís Graça disse...

A situação descrita pelo nosso António Graça de Abreu, ex-Alf Mil do CAOP 1 (Canchungo, Manosa e Cufar, 1972/74), no seu "Diário da Guiné", não difere muito da que eu conheci no sector L1, em 1969/71, onde a minha CCAÇ 12 esteve como unidade de intervenção, adida aos BCAÇ 2852 (até maio de 1970) e BART 2917 (de junho de 1970 até março de 1971):

António Graça de Abreu > Mansoa, 3 de Maio de 1973

Na região de Mansoa, as NT capturam mais elementos IN, ou aparentados com os guerrilheiros, do que em Canchungo. Normalmente chegam ao nosso CAOP com um aspecto lastimável, a subnutrição, as doenças, a miséria têm tomado conta deste pobre povo que vive nas regiões libertadas.


Os prisioneiros são quase sempre mulheres que se deslocam às povoações controladas pelas NT, a fim de venderem por exemplo mancarra (amendoim), óleo ou vinho de palma, e são capturadas nas estradas ou nos caminhos em volta dos nossos aquartelamentos.


Chegam descalças, andrajosas, às vezes com filhos pequenos às costas a chupar os peitos secos e mirrados. Dói, só de olhar. São interrogadas, é-lhes pedido todo o tipo de informações sobre os acampamentos, o armamento, as aldeias controladas pelo IN onde vivem os seus maridos, os seus familiares. Como é natural, estas mulheres falam muito pouco e também magoa o coração ver como são tratadas. É minha tarefa comprar-lhes uns trapinhos novos para tapar o corpo, umas sandálias de plástico para protegerem os pés.

Também se capturam elementos IN dos sexo masculino. Há dias um deles, que gozava de um regime de semi-liberdade, foi apanhado a fugir do quartel, já do outro lado do arame farpado, Deu a desculpa de que ia cagar.

Alguns prisioneiros são utilizados como guias nas operações das NT contra os santuários IN. Quando começa o tiroteiro, têm o hábito de escapar e de se refugiar na mata, por isso, às vezes seguem à frente das NT levando uma corda grande amarrada em volta da cintura. Se tentam a fuga procurando desligar-se da corda, são por norma abatidos.

Fonte: António Graça de Abreu – Diário da Guiné: Lama, Sangue e Água Pura. Lisboa: Guerra e Paz, Editores, SA, 2007, p. 94.

Antº Rosinha disse...

...Só nós somos capazes de destruir o Partido" premonição de Amilcar Cabral.

Cabral deixou tantos discursos escritos, discursos, palestras, puxões de orelhas..., ao seu pessoal, penso que dirigidos mais ao pessoal guineense do que ao pessoal caboverdeano, que talvez nenhum outro dirigente anti-colonialista português das ex-colonias portuguesas terá deixado tanta coisa escrita para a posteridade.

Talvez os outros também não tivessem tanta escola como ele, mas ele mais que qualquer outro precisava imenso da "palavra", ou seja de dar explicações, muitas explicações, pois era custoso para ele justificar a própria presença dele no meio de tanta tribo, mais a União Guiné/Cabo Verde, mais o marxismo-leninismo,etc...,etc...!

Até hoje o Partido que ele criou continua a existir em nome dele, talvez a única coisa que sobrou, que ele criou, ou seja o nome do partido PAIGC, na Guiné.

E sobrou a independência evidentemente de Guiné e Caboverde, (PAICV)...e de Portugal, na opinião de muitos portugueses (desta já nos livrámos, até algumas fardas foram borda fora do convés do Uige).

Mas temos de concordar que a grande coragem dos dois irmãos Amílcar na luta e Luís na Presidência, foi uma coragem descomunal, quase mesmo "irresponsável".

Luis Cabral, era tão previsível o seu derrube que nem fazia nada para se precaver em Novº de 1980.

Talvez Amílcar em Janeiro 1973, (eu não estava lá, não vi), ele já estivesse por tudo.

Esta frase, do fim do Partido, ele já pensasse mesmo que seria o fim dele.

Cumprimentos

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Arguta a tua observação, Rosinha. Amílcar Cabral era um intelectual (e um sedutor), estava muitos furos acima de todos os que o rodeavam, incluindo o irmão, Luís, o Aristides Pereira, etc...., sem falar dos "cabras-macho", do 'Nino Veira ao primo Osvaldo... que tiveram muito poder dentro do PAIGC, o poder das "kalash"...

E depois ele vivia "longe" da luta do dia a dia, da guerrilha, das misérias e grandezas da luta no mato...Gostava de visitar o Boé Oriental, podia lá de jipe (ae à fronetira), na época seca... O máximo que ele deve ter visto de uma operação, terá sido o taque ou flagelação ao quartel de Madina do Boé... De binõculos, instalado na famosa colina "Amílcar Cabral", agora local turístico...

Ele nunca foi um verdadeiro guerrilheiro, e talvez por isso devem-lhe também cobrado a factura, os tais "peitos vermelhos", os "cabras-macho", claro, os guineenses... Duvido que ele tivesse sido verdadeiramente amado pelo seus compatriotas guineemses que aderiaram (ou foram obrigados a aderir) à guerrilha...

Claro que ele tinha tudo para ainda hoje estar vivo e gozar a sua bela reforma em Portugal ou Cabo-Verde... Seria retornado como tu, depois de trabalhar uma vida inteira para ghradnes empresas multinacionais... Mas não estaríamos hoje a falar dele... O lugar dele na História de África (e de Portugal) ninguém o tira, resta saber como os vindouros (africanos, guineenses, cabo-verdianos, mas também portugueses, etc.) o váo lembrar. Fará paar o ano 100 anos que nasceu...