Vivendo na Suécia há já quase meio século, com família sueca, há muito que compreendi não existirem paraísos.
Mas sendo este blogue constituído na sua maioria por ex-militares (com alguns profissionais reformados), aproveito para aqui referir alguns dados referentes às Forças Armadas e indústria de armamento local, base de avultadas e muito lucrativas exportações.
Empresas como a Saab abricam os modernos caças “Gripen-39”, com os mais modernos componentes de guerra electrónica e inteligência artificial. (A Força Aérea dispõe de cerca de 120 aviões deste tipo, exportando os restantes.)
Os estaleiros Saab Kockums AB produzem além de Fragatas e Corvetas, os submarinos tipo “Gotland” de propulsão de ar independente, que lhes permite uma imersão profunda durante semanas, algo anteriormente só possível com submarinos nucleares.
Como curiosidade interessante, a Suécia tem capacidade para produzir modernas e sofisticadas baterias de foguetões de defesa anti-aéres. Mas… acabou por comprar aos Estados Unidos baterias do tipo “Patriot” a um preço quase duplo do produzido localmente.
Um tipo de compra justificada pelo Governo como tendo levado em conta certas realidades políticas (!) muito prementes.
A Suécia gasta anualmente com a defesa mais de 8, 3 mil milhões de euros, com um aumento de um quinto desde o início da guerra na Ucrânia.
11 de agosto de 2023 às 23:10
(ii) Não se deve subestimar o saloiismo iluminado da ditadura de Salazar.
Foi durante a sua “governação” que a indústria de guerra nacional acabou por produzir a pistola metralhadora “FBP”, perfeita para ser usada por graduados aquando dos desfiles militares.
Os poucos que tiveram oportunidade de a experimentar na carreira de tiro, ou mesmo na Guiné,de imediato compreenderam o seu mau funcionamento.
Fábrica de Braço de Prata (FBP)….mais um exemplo do avançado industrialismo salazarista!
12 de agosto de 2023 às 11:33
O luso-sueco José Belo (com 250 referências no nosso blogue, membro da Tabanca Grande desde 8 de março de 2009): foi alf mil inf da CCAÇ 2381, "Os Maiorais", Ingoré, Buba, Aldeia Formosa, Mampatá e Empada, 1968/70, é capitão do exército português reformado (poderia ser hoje coronel, se tivesse lutado pelo seu direito à reconstituição da carreira militar). (iii) “Chamando os bois pelos nomes”, as ajudas suecas a países do terceiro mundo mais não foram (e são!) que investimentos a médio e longo prazo. |
O ter governantes destes países “no bolso” acaba por abrir portas a todo o tipo de negócios e, não menos, acesso a matérias-primas importantes.
Mas quantos são os países ricos e industrializados que tal não fazem?
A única diferença estará no facto de os suecos terem sabido criar uma imagem idealizada, muito conveniente, e com bons resultados práticos para tais negócios.
Os dividendos quanto à Guiné não terão sido representativos, mas em outros países da África Austral os “investimentos” foram (e estão) a ser pagos com bons “juros”.
Mais um abraço do JBelo
2 de agosto de 2023 às 16:57
PS - Melancolicamente (!) …….há cinquenta anos nunca teria escrito o comentário anterior.
2. Comentário do editor LG:
Em suma, Zé Belo, que não se metam com os suecos (nem com as suecas, pelo menos no futebol).
Vê-se pelo teu comedido mas irónico comentário , que há uma santa ignorância nossa sobre os nossos parceiros e aliados suecos, a começar pela sua história, economia, diplomacia e interesses geoestratégicos....
Quando no início dos anos 90 estive em Karlstad, apercebi-me (não tinha essa noção) de que um país não pode ser neutral, "desalinhado", sem forças armadas e indústria de guerra. E os suecos já tinham uma indústria militar com tecnologia de ponta...
A grande diferença em relação a Portugal (para além da sua população que é equivalente e o seu território, que é quase cinco veses maior), é a sua história recente, a sua democracia, a importância da concertação social, a aposta na educação e na saúde... Nada disso conhecemos nós no Estado Novo... Salazar tinha um medo que se pelava da palavra "modernização": para ele era uma caixinha de Pandora...
Fica também aqui uma palavra minha de admiração e apreço pela Suécia e o seu povo, independentemente das nossas "idiossincrasias"... (**)
12 de agosto de 2023 às 10:26
Notas do editor:
(*) Vd. poste de 11 de agosto de 2023 > Guné 61/74 - P24548: Antologia (97): "A Suécia e as lutas de libertação nacional em Angola, Moçambique e Guiné-Bissau", por Tor Sellström (2008). Excertos: O caso da ajuda ao PAIGC – Parte VIII
(**) Último poste da série > 28 de julho de 2023 > Guiné 61/74 – P24509: (Ex)citações (429): AVC - No reino dos silêncios (José Saúde)
3 comentários:
ALIANZA ATLÁNTICA
Suecia aportará a la OTAN un moderno ejército con cazas y submarinos Saab aptos para el Báltico
Mario Saavedra
Madrid
12 de julio del 2023. 06:50
El Periódico de España
https://www.epe.es/es/internacional/20230712/suecia-otan-ejercito-cazas-submarinos-saab-89757278?utm_source=mail&utm_medium=social&utm_campaign=btn-share
Si Turquía y Hungría cumplen con su palabra y sus parlamentos aprueban la entrada de Suecia en la OTAN, como se espera, la Alianza incorporará un ejército potente, moderno y con una industria militar propia liderada por empresas como Saab, que fabrica cazas como los 39 Gripen o submarinos de aguas profundas Gotland. Alta tecnología que servirá para vigilar el frente norte de la Alianza y mantener alejada la amenaza de Rusia del Mar Báltico.
Suecia está en el puesto 37 del ránking de Fuerzas Armadas de 145 países elaborado por Global Firepower (España está en el 21). Cuenta con un Ejército profesional de cerca de 25.000 personas (casi una de cada cuatro, mujeres), de una población de algo más de diez millones de personas.
A Suécia na OTAN será uma mais valia para a Aliança, não tenhamos dúvidas do seu poderio militar; vivi na Suécia (Estocolmo) durante quatro anos e fiquei com saudades, embora a Suécia de hoje seja diferente daquela de há 30 anos!
Albertino Ferreira
Alguns estudantes portugueses beneficiaram da boa aceitação sueca nas suas
universidades, na idade de se apresentarem à tropa.
Foi um desses faltosos que se formou na Suécia e veio a ser ele um dos engenheiros projetistas e acompanhou de perto a construção em Bissau da ex-Avenida Unidade Guiné Bissau/Caboverde.
Foi como engenheiro português e projecto português.
Tudo corria mal, mas era problema de irãs.
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