Pel Caç Nat 52, "Os Gaviões" (Matar ou Morrer)
Pel Caç Nat 53 ("Continuaremos")
Pel Caç Nat 54, "Águis Negras"
Pel Caç Nat 57, "Os Intocáveis"
Pel Caç Nat 63
Pel Caç Nat 64, Bafatá ("Os Leões Sempre Prontos para Tudo")
Pel Caç Nat 67
Pel Caç Nat 69
Aceitando o desafio do Augusto Silva Santos(*), vamos "revisitar" os brasões, guiões e crachás das unidades e subunidades que passaram pelo TO da Guiné, destacando aquelas que, por um razão ou outra (nome, emblema, divisa...), pode parecer mais original, bizarra, excêntrica, engraçada... E vamos começar pelos Pelotões de Caçadores Nativos (Pel Caç Nat).
Pel Caç Nat 51 (35)
O António Baldé passou pelo Pel Caç Nat 56 (São João, 1969/70). Tal como o José Câmara (Bachile e Teixeira Pinto, 1971/73).
Do Pel Caç Nat 57 temos o depoimento do ex-alf mil Fernando Paiva (Mansoa, Bindoro e Bolama, 1967/69() que nos disse, aqui, que criou esta subunidade, construiu o destacamento de Bindoro, a pá e pica, e viveu diaramente, ombro a ombro, com os balantas da região do Oio.
Para além do nosso apreço e reconhecimento pelo trabalho do Coutinho e dos demais camaradas que com ele trabalham neste campo, no Portal UTW - Dos Veteranos da Guerra do Ultramar, apoiamos também, mais uma vez, a ideia do nosso grão-tabanqueiro António J. Pereira da Costa (no poste P7513, de 27 de dezembro de 2010poste P7513, de 27 de dezembro de 2010):
(...) Creio que temos estado a perder uma coisa importantíssima para a memória 'futura' (será que também há memória passada? Pesada sei eu que há...) e que são os emblemas de peito (crachás) e de braço que usávamos e que hoje poderão constituir algo que se possa juntar aos números das Unidades como algo indelével e que orgulha os seus possuidores. Temos também os guiões que, nem sempre, são iguais aos emblemas. Julgo que por si só já são um bocado da História e muito faladores, como acontece aos brasões, que são 'falantes'.
"Poder-se-ia criar no blogue um 'Banco de Crachás e Guiões' onde seriam inseridos os que se encontrassem, acompanhados de uma resenha acerca da sua feitura: quem deu a ideia, quem desenhou, como foi aprovado, o quem significa, formato, etc. etc. etc.
"Sabendo-se quais e quantas as Unidades que passaram pela Guiné, rapidamente atingiríamos o pleno e poderíamos expô-los à consideração dos curiosos e outros frequentadores. Nenhum deles foi aprovado pela Comissão de Heráldica, mas isso também não interessa. São distintivos populares (aos gosto dos 'soldados'), como os dos clubes desportivos, de que se aprende a gostar.
"Se calhar era um bom início para uma História das Unidades" (...)
No nosso blogue temos referências a 16 Pelotões de Caçadores Nativos, com destaque para o Pel Caç Nat 51, 52, 53, 54 e 63 (com mais de 30 referências, cada um):
Pel Caç Nat 52 (196)
Pel Caç Nat 53 (61)
Pel Caç Nat 54 (57)
Pel Caç Nat 55 (16)
Pel Caç Nat 56 (24)
Pel Caç Nat 57 (5)
Pel Caç Nat 58 (12)
Pel Caç Nat 59 (3)
Pel Caç Nat 60 (26)
Pel Caç Nat 61 (6)
Pel Caç Nat 63 (100)
Pel Caç Nat 65 (14)
Pel Caç Nat 67 (8)
Pel Caç Nat 69 (2)
Pel Caç Nat 70 (1)
Na coleção do nosso camarada Carlos Coutinho (que teve a infinita paciência de recolher, identificar, selecionar, tratar, digitalizar e divulgar centenas de brasões, guiões e crachás de unidades e subunidades do exército, de todas as armas e dos três teatros de operações) faltam os emblemas de uma parte dos Pel Caç Nat (no ficheiro que ele nos cedeu gentilmente há largos anos): 56, 58, 59, 61, 62, 66, 68 e 70. (Se alguém os tiver, que nos mande ao menos uma cópia, em formato digital.)
Pel Caç Nat 53 (61)
Pel Caç Nat 54 (57)
Pel Caç Nat 55 (16)
Pel Caç Nat 56 (24)
Pel Caç Nat 57 (5)
Pel Caç Nat 58 (12)
Pel Caç Nat 59 (3)
Pel Caç Nat 60 (26)
Pel Caç Nat 61 (6)
Pel Caç Nat 63 (100)
Pel Caç Nat 65 (14)
Pel Caç Nat 67 (8)
Pel Caç Nat 69 (2)
Pel Caç Nat 70 (1)
Também não há, nos livros da CECA (Comissão para o Estudo das Campanhas de África) , fichas destas subunidades, pelo que é difícil reconstituir a sua história e saber quem por lá passou, por onde e quando. E também omissa a sua atividade operacional.
Mas sabemos, pelo nosso colaborador permanente, o José Martins, em que ano se formaram:
(...) "A partir de 1966, os africanos foram chamados a uma intervenção mais activa no esforço de guerra. Foi iniciada a constituição de Pelotões de Caçadores Nativos (Pel Caç Nat) tendo sido formados sete pelotões numerados de 51 a 57.
"Estas unidades eram comandadas por um oficial com a patente de alferes, coadjuvado por furriéis e praças especialistas europeias, uma estrutura adaptada à sua dimensão - entre 30 a 40 homens. Neste ano subiu, para 3.952, o número de tropas locais em serviço.
"O ano de 1967 foi um ano de viragem. As companhias de Caçadores existentes foram redenominadas e transformaram-se nas CCaç 3 (ex-1ª CCaçI), CCaç 5 (ex- 3ª CCaçI) e CCaç 6 (ex- 4ªCCaçI), além da formação de mais um Pel Caç Nat, o nº 58.
"Em 1968 foram criados 11 novos Pel Caç Nat, a quem foram atribuídos os números de 59 a 69, e em 1969 foram criadas as CCaç 11, 12, 13 e 14, a partir das CArt 2479 e CCaç 2590, 2591 e 2592, que já tinham uma constituição igual às anteriores companhias existentes do recrutamento local ou foram adaptadas.
"No período entre 1970 e 1973 foram constituídas mais sete companhias de recrutamento local, as CCaç 15, 16, 17 e 18 (em 1970), a CCaç 19, (em 1971) e as CCaç 20 e 21 (em 1973). Em 1973 foi, também, constituído o Pel Caç Nat 70." (...)
2. O Pel Nat Caç 52 é o que tem mais representantes no nosso blogue, a começar pelos seus sucessivos comandantes: Henrique Matos, primeiro comandante (Enxalé, 1966/68), Mário Beja Santos (Missirá e Bambadinca, 1968/70), Nelson Wahnon Reis (1971) , Joaquim Mexia Alves (Ponte Rio Udunduma, Mato Cão, 1972), António Sá Fernandes (1973), Luis Mourato Oliveira (Mato Cão e Missirá, jul 73/ ago 74).... (Todos são membros da Tabanca Grande, com exceção do Nelson Wahnon Reis, que era natural de Cabo Verde.)
O Pel Caç Nat 53 está associado ao nome do Paulo Santiago, seu comandente no Saltinho (1970/72). E o Pel Caç Nat 63 está profundamente ligado ao "alfero Cabral", o nosso saudoso Jorge Cabral (Fá e Missirá, 1969/71).
O José António Viegas representa, no blogue, o Pel Caç Nat 54 (1966/68), tal como o Mário Armas de Sousa (Missirá, 1969/70).
Do Pel Caç Nat 51 (Guileje e Cufar, 1969/70), temos o Armindo Batata, seu ex-comandante.
O Hugo Guerra também representa o Pel Caç Nat 55 (Gandembel e Balana) e depois o Pel Caç Nat 60 (São Domingos), entre 1968 e 1970. O Manuel Seleiro também estebe no Pel Caç Nat 60 (Sáo Domingos e Susana, 1968/70). O António Inverno também passou por este Pel Caç (Sáo Domingos, 1972/74).
Do Pel Caç Nat 58 já sabemos que foi praticamente destroçado no fatídico dia 12 de outubro de 1970, na emboscada de Infandre, Zona Oeste, Setor 04 (Mansoa).
O Luís Guerreiro, ex-fur mil CART 2410 ("Os Dráculas", "Ou vai ou racha", Guileje, 1968/70) também esteve no Pel Caç Nat 65 (Gadamael e Ganturé, 1968/70).
Quase todos os emblemas (desta amostra) baseiam-se num "animal de estimação":
(i) aves de rapina ( o gavião, a águia) (Pel Caç Nat 52 e 54);
(ii) felinos e outros predadores: a pantera (negra) (Pel Caç Nat 55); o leão (Pel Caç Nat 64); o leão negro (Pel Caç Nat 65) e o crocodilo (Pel Caç Nat 67)...
Ou então em imagens simbólicas: (iii) duas catanas cruzadas (Pel Caç Nat 51); (iv) uma mão branca e uma mão preta, entrelaçadas (Pel Caç Nat 53); ou ainda (v) duas armas (G3) cruzadas, sobrepostas pela Cruz de Cristo (Pel Caça Nat 57).
O Pel Caç Nat 63 também ostenta a cabeça de um felino (parece ser um lobo).
Das divisas a mais "guerreira" é a do Pel Caç Nat 52, "Os Gaviões": "Matar ou morrer"...E por baixo do gavião, o brasão ostenta uma caveira... De quem terá sido a ideia original ?
Já no do Pel Caç Nat 64 pode ler-se: "Os Leões Sempre Prontos para Tudo"...
Panteras negras não existiam na Guiné e leões também ninguém deve ter visto nenhum no nosso tempo... Muito menos "leões negros"... Mas, como já o dissemos, a nossa "bicharada de estimação" dava uma boa dissertação de mestrado ou até uma tese de doutoramento (***)... em antropologia, comunicação, marketing, semiologia, artes visuais, heráldica militar, etc.
(...) Creio que temos estado a perder uma coisa importantíssima para a memória 'futura' (será que também há memória passada? Pesada sei eu que há...) e que são os emblemas de peito (crachás) e de braço que usávamos e que hoje poderão constituir algo que se possa juntar aos números das Unidades como algo indelével e que orgulha os seus possuidores. Temos também os guiões que, nem sempre, são iguais aos emblemas. Julgo que por si só já são um bocado da História e muito faladores, como acontece aos brasões, que são 'falantes'.
"Poder-se-ia criar no blogue um 'Banco de Crachás e Guiões' onde seriam inseridos os que se encontrassem, acompanhados de uma resenha acerca da sua feitura: quem deu a ideia, quem desenhou, como foi aprovado, o quem significa, formato, etc. etc. etc.
"Sabendo-se quais e quantas as Unidades que passaram pela Guiné, rapidamente atingiríamos o pleno e poderíamos expô-los à consideração dos curiosos e outros frequentadores. Nenhum deles foi aprovado pela Comissão de Heráldica, mas isso também não interessa. São distintivos populares (aos gosto dos 'soldados'), como os dos clubes desportivos, de que se aprende a gostar.
"Se calhar era um bom início para uma História das Unidades" (...)
Já agora, o Carlos Coutinho há muito merece honras de Tabanca Grande, memso não tendo passado pelo TO da Guiné! Fica aqui, desde já, o convite.
(***) Vd. poste de 17 de outubro de 2019 > Guiné 61/74 - P20249: Brasões, guiões ou crachás (8): A nossa bicharada de estimação ou o bestiário da nossa guerra... dava uma tese de doutoramento em antropologia!______________
Nota do editor:
(*) Vd. poste de 31 de maio de 2024 > Guiné 61/74 - P25590: (In)citações (266): Vamos identificar as Unidades com as Divisas, lemas e designações mais curiosas e divertidas ( Augusto Silva Santos, ex-Fur Mil Inf)
(*) Vd. poste de 31 de maio de 2024 > Guiné 61/74 - P25590: (In)citações (266): Vamos identificar as Unidades com as Divisas, lemas e designações mais curiosas e divertidas ( Augusto Silva Santos, ex-Fur Mil Inf)
(**) Vd. poste de 21 de outubro de 2008 > Guiné 63/74 - P3340: Os nossos camaradas guineenses (1): O meu tributo (José Martins, ex-Fur Trms, Nova Lamego e Canjadude, CCAÇ 5, 1968/70)
9 comentários:
Por onde pára esta malta dos pelotões de caçadores nativos ? Faltam-nos fotos e histórias...
Fiz pela primeira vez uma pergunta ao "Perplexity.ai"... Em inglês: Existem leões negros na natureza ? Resposta da "inteligência artifificial": Não, existem, o que há é imagens manipuladas...
(...) "No, completely black lions do not exist in nature (...). The photographs and claims of black lions circulating online are hoaxes and digitally manipulated images.
"While black-maned lions are real, with the Abyssinian lion subspecies in Ethiopia having particularly dark manes, their fur is not completely black. The opposite of black lions, white lions, do exist due to a rare color mutation, but they are not albinos" (...).
Explorem este motor de pesquisa conversacional, que apareceu em 2022 e está a favor furor...
(...) "A conversational search engine that answers queries using natural language predictive text, utilizing sources from the web." (...)
https://www.perplexity.ai/
O "Perplexity.ai" cita fontes da Web, aparentemente credíveis.. Por exemplo, sobre o "leão negro":
https://factcheck.afp.com/beware-black-lion-these-creatures-are-myth
As panteras negras também não existem como espécie... Eis a resposta (em inglês, traduzida a meu pedido para português, quase perfeito):
(...) Black panthers do not exist as a distinct species. They are actually melanistic variants of other large cat species, primarily leopards and jaguars. These melanistic individuals have an increased production of the pigment melanin, resulting in a black coat. The term "black panther" can refer to any melanistic individual within the genus Panthera, which includes leopards, jaguars, and lions
(...) As panteras negras não existem como espécie distinta. Elas são variantes melanísticas de outras espécies de gatos grandes, principalmente leões e jaguares. Esses indivíduos melanísticos têm uma produção aumentada do pigmento melanina, resultando em um pelame preto. O termo "pantera negra" pode se referir a qualquer indivíduo melanístico dentro do género Panthera, que inclui leões, jaguares e leopardos. (...)
E águias negras, também existem na natureza ?
O robô responde em português à pergunta, também em português (contrariamente ao inglês, o português é tramado por causa dos acentos e outros carateres como c de cedilha):
(...) "Sim, existe uma espécie de águia conhecida como Águia-negra-africana (Aquila verreauxii) que vive em regiões acidentadas ou montanhosas da África Austral e Oriental. Apesar do nome, essa águia não é totalmente negra, possuindo tons de cinza, branco e amarelo pelo corpo.
A Águia-negra-africana se alimenta principalmente de pequenos animais como roedores e pássaros, usando suas garras para matar as presas. É uma ave de rapina de grande porte, rápida e veloz.
Portanto, embora não sejam completamente pretas, as Águias-negras-africanas existem naturalmente em algumas regiões da África. (...)
Omitimos as fontes...
Vd. https://www.perplexity.ai/search/Existem-guias-negras-VwY1IZXvSHO6YexLmqtaIg
Julgo que faltam 2 Comandantes no Pel Caç Nat 52.
O Alf Wanon Reis, julgo que antes do Beja Santos. (não sei se é assim que se escreve o nome dele e foi apenas por pouco tempo.
E o Alf António Sá Fernandes, que foi a seguir a mim.
Abraços
Joaquim Mexia Alves
Sim, Joaquim, a seguir ao Beja, veio o Nelson Wahnon Reis, natural de Cabo-Verde... Mas, infelizmente, nunca deu a cara aqui no blogue. Não temos notícias dele ...
Os Wahnon era gente conhecida em Cabo Verde... Convivi há uns largos anos com um Wahnon, economista, do Banco de Portugal, que não fez a guerra, viveu semore em Lisboa, mas terá sido militante ou simpatizante do PAIGC na juventude... Possivelmente era parente do Nelson.
O Nelson Wahnon Reis, o "periquito" do Mário Beja Santos, não terá sido bem recebido pelos guineenses do Pel Caç Nat 52... Pr ser justamente cabo-verdiano...
Vê aqui o texto do Mário:
3 DE OUTUBRO DE 2008
Guiné 63/74 - P3266: Operação Macaréu à Vista - II Parte (Beja Santos) (46): Chegou o meu periquito
https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2008/10/guin-6374-p3264-operao-macaru-vista-ii.html
Sim, o António Sá Fernandes é membro da nossa Tabanca Grande e sucedeu-te a ti, Joaquim, no comando do glorioso Pel Caç Nat 52. Vivia em Valença em 2008:
22 de Abril de 2008 > Guiné 63/74 - P2788: Tabanca Grande (64): Apresenta-se Sá Fernandes, ex-Alf Mil da CART 3521 e Pel Caç Nat 52 (Guiné 1971/73)
https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2008/04/guin-6374-p2788-tabanca-grande-64.html
Tem 7 referências no nosso blogue:
https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/search/label/Ant%C3%B3nio%20S%C3%A1%20Fernandes
Ver também o teu poste:
20 DE ABRIL DE 2008
Guiné 63/74 - P2780: Tabanca Grande (62): António Sá Fernandes, ex-Alf Mil que me substituiu no comando do Pel Caç Nat 52 (Joaquim Mexia Alves)
https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2008/04/guin-6374-p2780-tabanca-grande-63-que.html
Olá Luís, Bom Dia!
O meu nome é AUGUSTO SILVA SANTOS e não Augusto Santos Silva (assim se chama o outro). É fácil trocar. Se puderes, por favor faz a respectiva rectificação. Obrigado.
Quanto aos Pelotões de Caçadores Nativos, posso informar que o Nº59 estava colocado em JOLMETE, mas não tinha identificação em especial (qualquer lema) e também não existia crachá.
Forte Abraço
Augusto Silva Santos
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