Foto do álbum fotográfico de casamento de João Crisóstomo e Vilma Kracuna, Nova Iorque, 20 de abril de 2013.
Foto: © João Crisóstomo (2013). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Vilma Kracun e João Crisóstomo, no 10 de Junho de 2018, Dia de Portygal, em Mineola, Nova Iorque. Cortesia de Henrique Mano Luso-Americano
1. Mensagem de João Crisóstomo, ex-alf mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67), nosso camarada da diáspora, a viver desde 1975 em Nova Iorque, conhecido ativista social (de causas como as Gravuras de Foz Coa, Timor Leste ou Aristides Sousa Mendes); casado com a nossa amiga eslovena, Vilma Kracun; régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona]
Data: sexta, 17/01/2020 à(s) 22:58
Assunto: Abraço!
Meu caro Luís Graça,
Embora (,salvo raras excepções,) eu não seja de estar longo tempo ao telefone, gosto de me manter em contacto com os meus amigos. Por isso estou sempre a incomodar alguns que eu sei conseguem tempo e paciência para apanharem o telefone sem isso lhes transtornar a sua vida de cada dia. A outros, como é o teu caso, não posso fazer isso. E já muita paciência tens em me aguentar de vez em quando… não sei como consegues… eu não tenho um décimo da tua actividade e por vezes fico perdido quando o telefone toca…
Resta-me o E mail… que é coisa que se pode ler quando se tem tempo e apagar logo, quando se vê que é coisa que não merece mais do que isso...
Outras vezes, como é o caso agora… é só para te dizer que estou a pensar em vocês aí em Portugal , lembrando o saudoso Eduardo, o Rui com quem falo frequentemente, a Atalaia ( vi há pouco no blogue uma foto com o nome…)…
E-sei que este não vais publicar pois está em Inglês, mas talvez te ajude a começar a dormir , se como me sucede a mim um livro ou uma leitura ajuda…
O que segue é o que vou ler depois de amanha à comunidade eslovena de Nova Iorque que me pediram para " lhes falar um pouco de Portugal" . Sei que o teu Inglês é mais que suficiente para isto.
Dorme bem!
João
2. Resposta do nosso editor Luís Graça, com data de 9 de fevereiro último:
João:
Bom dia!... Muito interessante esta ideia de tentar explicar a um comunidade estrangeira como a eslovena em Nova Iorque, em largos traços, uma história tão complexa, rica e apaixonante como a de Portugal, com mil anos... Fizeste um belo trabalho, e que te consumiu muito tempo...
Tens alguma foto deste encontro, de 19/1/2020 ?
Já fiz uma tradução / adaptação livre do teu texto, que vou publicar, se mo autorizares, em dois ou três postes...Diz-me só qual a fonte bibliográfica, que usaste, e que citas várias vezes (,indicando inclusive as págínas). Se quiseres, posso aligeirar essas referências... Podemos pôr uma sumária bibliografia e sitografia no fim (os livros ou "sites" que consultaste em inglês e em português)... Posso também manter o teu texto original., no fim, em letra mais pequena...
Estava a pensar editar este material na série "Tabanca da Diáspora Lusófona", de que já se publicaram dois postes... Passa a ser sobretudo a "tua" série", gerida por ti, que és o "régulo"...
Diz-me qualquer coisa na volta do correio... Um xi-coração do Luís para o meu mano João e outro para a mana Vilma.
3. Resposta do João, 10/2/2020, 2h59
Caro Luís Graça,
Fiquei surpreso (e, modéstia aparte senti-me lisonjeado), por achares a minha apresentação "um belo trabalho" e "interessante esta ideia de tentar explicar a um comunidade estrangeira como a eslovena em Nova Iorque, em largos traços, uma história tão complexa, rica e apaixonante como a de Portugal, com mil anos". Obrigado, meu caro.
A verdade é que quando ocasião oportuna se proporciona, seja em conversa entre amigos ou seja porque as pessoas já me conhecendo assim me pedem, -- tenho-o feito em outras ocasiões-- nunca deixo de tentar pôr Portugal no lugar que a meu ver merece. E eu acho que se no passado fomos grandes, no presente somos melhores do que aparentemente se vê. Mas sofremos por sermos modestos demais. E isso dá azo a que outros mais ambiciosos se saibam acreditar com valores que a nós pertencem. E a verdade é que nós não precisamos de manusear factos ou aumentar nada: do passado e do presente basta dizer e falar com honestidade e simplicidade, cingindo-nos aos factos, pondo à luz o que por insuficiente divulgação parece teimar querer ficar "debaixo do alqueire”.
Fizeste-me "sentir bem” por dois motivos. Primeiro, porque este comentário ao meu trabalho vindo de ti tem muito valor para mim. E, segundo, porque ele veio-me de alguma “explicar" a boa aceitação que esta minha apresentação teve por parte dos que estiveram presentes, sabendo eu que são sempre um grupo de pessoas com muito mais bagagem intelectual do que eu.
A verdade é que quando ocasião oportuna se proporciona, seja em conversa entre amigos ou seja porque as pessoas já me conhecendo assim me pedem, -- tenho-o feito em outras ocasiões-- nunca deixo de tentar pôr Portugal no lugar que a meu ver merece. E eu acho que se no passado fomos grandes, no presente somos melhores do que aparentemente se vê. Mas sofremos por sermos modestos demais. E isso dá azo a que outros mais ambiciosos se saibam acreditar com valores que a nós pertencem. E a verdade é que nós não precisamos de manusear factos ou aumentar nada: do passado e do presente basta dizer e falar com honestidade e simplicidade, cingindo-nos aos factos, pondo à luz o que por insuficiente divulgação parece teimar querer ficar "debaixo do alqueire”.
Fizeste-me "sentir bem” por dois motivos. Primeiro, porque este comentário ao meu trabalho vindo de ti tem muito valor para mim. E, segundo, porque ele veio-me de alguma “explicar" a boa aceitação que esta minha apresentação teve por parte dos que estiveram presentes, sabendo eu que são sempre um grupo de pessoas com muito mais bagagem intelectual do que eu.
Desta vez por exemplo entre eles estava Janez Kranjc, um conceituado professor esloveno, que está agora aqui em Nova Iorque por seis meses lecionando numa universidade e que fez o favor de me enviar esta foto (e que por isso mesmo ele não aparece na foto nº 1)
Esta comunidade eslovena embora pequena, tem uma actividade cultural impressionante e dedica o terceiro domingo de cada mês a alguma "actividade cultural”. Já não foi surpresa para mim pois o mesmo sucede e verifiquei desde a primeira vez que lá fui, na pequena mas muito bonita e muito cultural Eslovénia.
Foi neste contexto que me pediram para apresentar/ falar sobre Portugal. Aliás não foi a primeira vez: Em ocasiões anteriores tive oportunidade de falar sobre Aristides de Sousa Mendes foto nº 2) e Timor Leste (fotos nºs 3 e 4), conforme podes ver nas fotos que junto.
Foto nº 1 > 19 de Janeiro 2020, “Palestra sobre Portugal";
foto enviada por Janez Kranjc .
foto enviada por Janez Kranjc .
Foto nº 2 > 21 Julho 2019: palestra sobre Aristides de Sousa Mendes : Father Krysolov
e Dra Fátima Mendes, Consul Geral de Portugal em Nova Iorque, ( que é ainda familiar
de Aristides de Sousa Mendes) com alguns membros da comunidade eslovena de Nova Iorque.
Foto nº 3 > 20 de Maio de 2019: palestra e exibição sobre Timor Leste.
Nesta foto a nossa Consul Geral Dra Fatima Mendes, com membros
da comunidade eslovena.
Foto nº 4 > no mesmo dia: Nesta palestra [, sobre Timor Leste], além da comunidade eslovena estiveram um elevado número das comunidades portuguesas e timorenses em Nova Iorque. Nesta foto, onde se podem ver alguns painéis da exibição”Timor Leste” como fundo, estamos: eu e a Dra Fátima Mendes, Consul Geral de Portugal em Nova Iorque; o nosso Embaixador em Washington Domingos Fezas Vital e sua esposa; João e Fátima Domingos e Manuel e Angelina Costa (les como eu mordomos de profissão,) e elas também ligadas ao ramo e que desde sempre me têm dado todo o apoio e suporte; a embaixadora Milena Pires, de Timor Leste; Padre Frei Krysolov, pároco da comunidade, coordenador e promotor deste programa ; José Carlos Adão, adjunto coordenador de ensino português nos USA e a minha esposa Vilma [, que é eslovena, como sabes].
Fotos (e legendas): © João Crisóstomo (2020). Todos os direitos reservados. [Edição: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Sobre o que escrevi e te mandei : este era o meu “guião”, mas de vez em quando eu "saía do trilho" para juntar alguma coisa que de momento achasse relevante, tanto mais que o Guião tinha sido muito cortado por me parecer ser grande demais para o tempo que eu pensava me ia ser disponível. No fim o tempo disponível era mais do que eu antecipava e pude então falar sobre assuntos que tinha eliminado.
Nesse " Guião”que te reenvio agora, podes ver alguns dos adicionados de que acabei por falar. Escrevi-os agora em português para te facilitar.
A Vilma ficou encantada com o "xi-coração do Luís para o meu mano João e outro para a mana Vilma"-. E envia-te um igual. Outro meu.
João e Vilma
PS - Sobre as fontes bibliográficas, mando-te um texto em anexo, para publicares quando entenderes.
___________
Nota do editor:
Postes anteriores da série:
21 de outubro de 2019 > Guiné 61/74 - P20262: Tabanca da Diáspora Lusófona (3): Em busca de camaradas da unidade / subunidade a que pertecenceu o ex-alf mil António Vieira Abreu, recentemente falecido (João Crisóstomo,Nova
19 de outubro de 2019 > Guiné 61/74 - P20258: Tabanca da Diáspora Lusófona (2): In Memoriam: o meu condiscípulo, amigo e camarada de armas Vieira Abreu: os nossos insólitos encontros e desencontros ao longo da vida, do seminário à guerra, de Saint Germain des Prés (Paris) a Fátima, de Queens à Portela (Lisboa)... até que a sua morte, inesperada, nos vem agora separar de vez (João Crisóstomo, Nova Iorque
27 de junho de 2019 > Guiné 61/74 - P19923: Tabanca da Diáspora Lusófona (1): camaradas das sete partidas do mundo, procuram-se! (João Crisóstomo, Nova Iorque, EUA)