Um momento de boa disposição... No exterior do restaurante, o "magnífico secretário" da
Magnífica Tabanca da Linha recebe uma prenda do Veríssmo Ferreira... Percebe-se que é um pente para pentear a careca...
Da esquerda para a direita, o Mário Fitas (2º comandante da Tabanca da Linha), o Virgínio Briote (editor jubilado da Tabanca Grande), Luís Graça (editor deste blogue), e o António Graça de Abreu
Armando Pires, que vive em Miraflores, Oeiras, e que trouxe mais uns camaradas seus vizinhos, entre eles o Manuel Macias, do meu tempo de Contuboel...
O Manuel Macias à direita, um "rapaz do meu tempo de Contuboel"... À esquerda, um camarada, que foi 1º cabo aux enf, que me contou a sua história e que quer entrar para o blogue... Sei que tem um bar em Cascais... (Lamento não ter fixado o nome no meio de tantas caras novas).
A mesa do Armando Pires... (Peço desculpa por não saber identificar os demais camaradas)
O senhor Arroz de Marisco, ou melhor o senhor Marisco com Arroz
O
Carlos Rios e a esposa [Este camarada conheci-o pessoalmente no funeral do Pepito, foi fur mil na CCAÇ 1420 / BCAÇ 1857,
Mansoa e Bissorã, 1965/66]
Da esquerda para a direita, Domingos Francisco (que veio de Brejos de Azeitão), o Carlos Cruz e esposa
Aspeto geral da sala que comporta 80 lugares... De pé, o "magnífico secretário"
Em, frente, da esquerda para a direita, o António Fernando Marques (de que só se vê parte da cabeça), o Luis R. Moreira, o responsável do restaurante (de pé), o Luís Graça, a Alice, o Nunes Sequeira e a Gina (esposa do Marques, vista parcialmente de perfil)
Da direita para a esquerda, o Manuel Lema Santos, a esposa, e a esposa do José Rodrigues (que não aparece na foto)
O Francisco Palma e o José Rodrigues (de pé)
A mesa do Manuel Lema Santos (à esquerda, de camisola amarela de canarinho)
Da esquerda para a direita, o Manuel Resende e o João Martins
Da esquerda para a direita, a Helena (esposa do Mário Fitas), o Mário, o Rosales e um camarada que não identifico
Uma mesa de "magníficos tabanqueiros da Linha", cujos nomes não sei...(peço desculpa!)
Da esquerda para a direita, o Veríssimo Ferreira e o Manuel Joaquim
Cascais > Estrada do Guincho > Oitavos > XVI Convívio da Magnífica Tabanca da Linha > 20 de novembro de 2014 > Pede os magníficos tabanqueiros presentes neste convívio para nos ajudarem a completar as legendas... (LG)
Fotos: © Manuel Resende (2014). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: LG]
1. Mensagem do José Manuel Matos Dinis, "magnífico secretário" da Magnífica Tabanca da Linha:
Data: 20 de Novembro de 2014 às 21:39
Assunto: Encontro de fim de estação da tropa enquadrada na Magnífica Tabanca da Linha
O tempo manteve-se chuvoso durante todo o dia. O João António, um jovem recruta da Magnífica, que prestou relevantes serviços no Tribunal Militar em Bissau durante os idos de 1970/71, veio desaguar à minha morada, de onde partimos para a delicada operação que, por entre perigos e guerras esforçadas, voltou a reunir a tropa em Oitavos, de onde se lobrigava o mar a rebentar nas rochas, e a levantar cortinas de espuma que a natureza cria com arte e espactacularidade.
Tinha entrado na estrada do Guincho, quando tocou o telefone. Atrapalhado pela pressão do cinto de segurança, o té-lé-lé escorregou para o chão, quase junto aos pedais. Com a esmerada preparação de combate, consegui baixar a cabeça no percurso de um pequeno segmento de recta, e apanhei-o. Quem é? perguntei com a mecânica do costume. e uma voz serena mas determinada de macho, respondeu-me com outra pergunta: diz-me cá ó militar, a tropa já está formada na parada e pronta para o briefing? Era S.Exa. o ComChefe [, o Jorge Rosales], ainda mais exigente e perturbador que S.Exa. o Comandante, e enrascado respondi que sim.
Pisei o acelerador para antecipar a chegada e avisar a cambada para a necessária apresentação de armas e outras mariquices concomitantes à condição militares, e ainda fazia a vènia que esboçara para um cumprimento submisso e engraixador, quando dei uma cabeçada no volante, e dei-me conta que já conduzia ao género dos ingleses, pelo outro lado da estrada, o que me valeu uma businadela de reprimenda da parte de outro condutor. Virei-me para trás a reclamar com um gesto ofensivo, mas também com uma guinada despropositada no guiador, do que resultou uma estúpida atrapalhação para manter a viatura dentro dos limites da estrada, enquanto fazia uma tangente perigosa com outro automóvel que circulava em sentido contrário. O João António, à falta de rosário, empregava a sua inútil energia a travar onde não havia travões.
Ao chegar a Oitavos deparei com a rebaldaria indisciplinada dos valentes militares, e algumas companheiras desde antanho, que não ligaram pevide às minhas súplicas para receberem com decoro e nos termos em vigor, S. Exa. o Com Chefe. Mais à rasca fiquei, quando ele chegou e o carro desapareceu da vista, face ao magote preocupante de guerreiros que o envolveram. Temi o pior, e sabedor do curto critério de comando de S. Exa., refugiei-me enquanto o maralhal, ao estilo do PREC, aumentava a sonoridade das saudações e do meu desconforto.
Emocionado, S.Exa. nem se interessou por formaturas, nem por quem lhe prestara a informação. Parecia que o incidente estava sanado. Houve novos mancebos a prestar rápidas homenagens que a fome apertava e urgia atacar o rancho. De entre eles destacava-se o meu enfermeiro favorito, o Domingos Francisco, que rumou desde Azeitão acompanhado por outros estóicos combatentes, e um velhote de cabelos brancos e bengala simbólica da provecta idade, o Carlos Cruz (cuidado com as confusões) pelo que desconfiei de haver ali cunha. Baldar-se-ia o gajo ao perigo do ataque? Não senhor, nem ele, nem os restantes sulistas que se bateram galhardamente.
Andava eu nas atrapalhações revivalistas, quando um herói das primeiras gestas, me puxou pelo ombro e ofereceu-me uma prenda de Natal. Foi o Veríssimo [Ferreira], Abri o cuidadoso embrulho, e de lá retirei com surpresa, um pente adornado de uma fita enlaçada e cor-de-rosa. É muito meu amigo o Veríssimo, pelo que um dia destes terei que lhe cortar a barba do alto da cabecita aberrante. Também veio para manducar, e deu ao dente vingativamente.
O Armando faia Pires atirou-se a mim, e ainda duvido, se foi por amizade, se por qualquer inveja do laçarote que envolvia o pente já mencionado. Pode ter sido por ambas as razões, o que não deixa de ser preocupante. O pessoal de Algés (onde se destaca o José Dinis - esse mesmo, o meu homónimo) é ainda fresco nestas operacionalidades, e nem sequer entrou em bicha de pirilau, mostrando com isso total desprezo pela vida. Mais avisado foi o António Maria, que mandou avançar os rebenta-minas. O Luís Moreira e o Jorge Pinto safaram-se, numa demonstração convicta de que ao pessoal de Sintra a sorte anda a protegê-los.
Por entre a multidão descobri o Jota-Jota Martins, que recentemente aqui celebrou o aniversário, mas correu tudo bem e sente-se cada dia mais jovem; o Lema Santos muito bem acolitado pela esposa, que não lhe dá liberdade para excessos alimentares; o Jota Rodrigues, também ele acompanhado da mulher, uma senhora de piada fácil e sorriso encantador; o Fogos Carlos Rios e a mulher, o Marques e a Gina sempre dedicados companheiros, o José Manuel Bastos, o Tirano, o Carlos Silva, o Colaço, o Palma, o Manuel Joaquim, o AGA [, António Graça de Abreu], o Tozé Castanheira, o Amândio Santos, o jovial Malafaia Felicio, o Fitas segundo-comandante e a mulher, e o Pardal, que já têm experiência indisciplinada da matéria, foram convocados à refrega.
De entre os mancebos, lembro-me do Carlos Nóvoa, homem de grande porte e coragem perante o inimigo, o Jesus que veio por iniciativa do fotógrafo oficial, e o Nunes Sequeira [ e esposa].
Outro casal iniciático, mas já conhecedor destes corredores da vida escaldante e perigosa, foi o Virginio Briote com a mulher ], Irene], simpática e interessada pelas questões harmónicas e desarmónicas da sociedade. O Manuel Resende a todos procurava fixar para memória futura de mais uma acção heróica.
Foram cinquenta e cinco mastigantes que se bateram com valentia perante a bicheza que a cada um calhou em sorte. O Senhor Comandante Rosales colocou-se em lugar estratégico e de visual aberto, de onde cuidava as iniciativas e o avanço da "desformação". Também em lugar relevante, S.Exa. o ComChefe, acompanhado de sua mulher, a nossa tabanqueira
Alice, também perscrutava os horizontes, e controlava o impacto da influência do nosso Comandante sobre a manobra táctica adoptada. O Resende com alguns salamaleque para S. Exa. o ComChefe cumpria o papel de crónista fotográfico, qual Fernão Lopes dos retratos. Aqui e ali, S.Exa. o ComChefe concorria com outra máquina e disparava a torto e a direito, apenas com objectivos artísticos.
Tudo parecia correr no melhor dos mundos, quando à despedida S.Exa. o ComChefe indagou por mim. Com ar severo repreendeu-me pela desorganização e pela falta de escrúpulos no cumprimento das regras na recepção ao mais patenteado e super-responsável pelas iniciativas da devastação dos variados inimigos ao longo dos hemisférios terrestres. Por isso punia-me com prisão, até à apresentação descritiva do evento, apesar do óbvio insucesso registado. " Noblesse, oblige".
Assim, dou-vos conta deste relatório, produzido em condições espaciais muito reduzidas, desconfortáveis e de fraca luminosidade, com uma atmosfera marcada por cheiro fétido a urina e lixívia, pois fui colocado no canil até à apresentação da crónica, em virtude de decorrerem as obras para ampliação do edifício prisional. ESTOU FARTO DELES, TIREM-ME DAQUI!!!
a) O "magnífico secretário" José Manuel Matos Dinis
___________
Notas do editor:
(*) Vd. poste de 20 de novembro de 2014 >
Guiné 63/74 - P13919: Manuscrito(s) (Luís Graça) (49): Homenagem à Magnífica Tabanca da Linha