Lourinhã > Porto das Barcas > Tabanca do Atira-te ao Mar > 8 de maio de 2020 > Uma "foto feliz", um bom sítio para, em pleno confinamento imposto pela pandemia de Covid-19, revermos, ao ralenti, os fotogramas dos filmes que de vez em quando passam (e repassam) na tela da nossa memória, ajudando porventura a exorcizar os nossos fantasmas da guerra...
Foto: © Alice Carneiro (2020). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
A galeria dos meus heróis: o meu amigo Doc - Parte I
por Luís Graça
1. Estive no
seu leito de morte. Um fatal cancro dos pulmões, porventura curável nos nossos dias,
roubara-lhe a vida, há uns trinta anos atrás. Teria hoje 78 anos, se fosse vivo. Morreu jovem, demasiado jovem.
Era um dos
meus heróis da adolescência, o Doc. Tinha lentamente recuperado a alegria de viver, depois de
uma grave crise que ele próprio qualificara de “existencial”.
A origem
dessa crise remontaria, pelo menos, a setembro de 1967, altura em que ele regressara da Guiné, onde havia conhecido a “guerra, pura e dura”.
Era um dos
meus amigos, na época da adolescência. Dele guardarei para sempre uma grande saudade,
não obstante as nossas vidas, cruzadas como tantas outras, se terem separado no final da
década de 1960.
Nessa altura
eu fui para a tropa e ele estava a retomar, a custo, os seus estudos de
medicina que a vida militar viera interromper abruptamente.
A imagem
mais dolorosa que guardo dele, é a da cama do hospital, num quarto,
minúsculo, ao fundo de um corredor
sombrio. Sem janelas. Sozinho como um cão, anichado em posição fetal, a escassas… 48 horas
de exalar o seu último suspiro, como virei a saber mais tarde, pela…
telefonista do hospital.
Reconheceu-me só pela voz, não se moveu nem um
centímetro, estava lúcido, mas já em grande sofrimento. Só lhe sussurrei, quase
em cima do ouvido, um tímido “Olá, Doc”. E acrescentei, estupidamemente: "Coragem!".
As suas
únicas (e últimas) palavras, roucas, cavernosas, inumanas, soaram-me a despedida, irremediável, sem retorno. Senti-as como um punhal cravado no meu peito. Guardei-as para o resto da minha vida:
− Luisinho (tratava-me sempre por Luisinho), vai-te embora,
vai-te embora! – implorou. (Nunca saberei se era uma
súplica, uma ordem ou uma expressão de raiva e impotência.)
Trinta anos
depois, não me envergonho de o dizer, essas palavras, as últimas, as únicas, que ele
proferiu, no seu leito de morte, na minha presença, ainda hoje me martelam a
cabeça.
Senti uma
enorme impotência por ver a morte triunfar, impante, sobre a vida, e ao mesmo
tempo vergonha por ter sido incapaz de lhe
tocar!... Como se ele já fosse cadáver!... Por pudor ou medo atávico da morte, não consegui sequer tocar-lhe. Muito menos dizer-lhe uma palavra de consolo. Só um tímido e cobarde... "Coragem!".
Mais tarde, talvez para tranquilizar a minha consciência e
não sentir o peso da minha fraqueza e sentimento de culpa, iria interrogar-me sobre o significado que
ainda poderia ter o meu gesto de compaixão, no momento mais pungente e
solitário da vida de um homem… Que é quando um gajo agoniza, lúcido mas a sofrer,
longe do mundo, já muito longe daqueles que nos amaram e que nós amámos!…
Em boa
verdade, ele não tinha ninguém à sua cabeceira, morreria dois dias depois, “sozinho
como um cão” (uma expressão que ele próprio usava, nos seus aerogramas, para
falar da sua condição de combatente na guerra da Guiné, em 1965/67). Morreria sozinho como um cão, aos 48 anos,
longe da família, de que, aliás, só restava a irmã, e os sobrinhos que mal o
conheciam. Não tinha filhos, pelo menos que se soubesse.
Tive um
ataque de choro, convulsivo, enquanto saí dali, confuso, quase aos trambolhões, daquele
corredor estreito e sombrio do hospital, sufocado, em busca do ar fresco do
pequeno bosque que circundava o pavilhão, conhecido como o “terminal da morte”.
2. Recuando
30 anos atrás, lembro-me do seu regresso da Guiné. Eu era o único amigo de que
ele se lembrava. Ou melhor, eu era talvez o único amigo de que ele se queria lembrar.
Tinha
regressado da guerra em 1967, no verão que iria marcar, ironicamente, o fim,
político, do homem que o mandara defender a Pátria, a milhares de quilómetros
de casa.
Tinha
regressado da Guiné e não avisara ninguém da família. Nem sequer a namorada.
Muito menos os amigos, poucos, que vinham do tempo do colégio e do grupo de
teatro amador, como era o meu caso. E eu, seguramente, o mais novo.
De facto,
nem sequer se dignara escrever-me, a mim, que era o seu correspondente e
confidente (trocávamos correio enquanto ele esteve na Guiné, entre 1965 e
1967) e, no grupo de teatro, secretário, moço de recados, ponto, datilógrafo, discípulo, figurante, aprendiz de ator… Além de sermos amigos e vizinhos de bairro, se bem que eu
fosse mais novo uns bons anos.
Sentia-me lisonjeado com a sua amizade, mas também sabia que ele era um pessoa “difícil”, frequentemente “imprevisível e desconcertante”, "irascível e âs vezes duro e até cruel, se não mesmo desumano”, como escreveu um dos seus "amigos críticos", no jornal da cidade, na notícia necrológica. Sim, o Doc era bipolar. Era uma pessoa de extremos, daí o facto de nunca ter tido muitos amigos. Mesmo assim, houve gente decente da nossa terra, que
compareceu ao seu funeral, que seria organizado pela sua irmã, professora
universitária.
Não tinha,
por isso, ninguém à sua espera, no Cais da Rocha Conde de Óbidos, nessa manhã de setembro de 1967. De resto,
vinha sozinho, como me explicará mais tarde. Eu ainda não percebia nada de
tropa, mas fiquei a saber, pelos aerogramas que trocávamos, que ele era de
“rendição individual”. E, como tal, não havia regressado no navio com os seus
camaradas da última companhia onde estivera, os quais, sendo mais novos, ainda
ficaram a cumprir calendário. Ou, como ele dizia, com sarcasmo, “a cumprir o
resto da pena de desterro”.
Tanto quanto
me apercebi, o Doc tinha receio que a família e alguns amigos lhe quisessem
fazer uma surpresa, indo esperá-lo no
cais de desembarque. Seria a última coisa que ele iria aceitar, “a última cena,
grotesca, da tragicomédia da guerra”.
Curioso,
sendo um “homem do teatro”, tinha um enorme pudor em manifestar em público as
suas emoções e sentimentos. Aliás, ele não era propriamente ator mas encenador. Em boa
verdade, eu nunca o vira representar, nem no palco nem na rua.
Ficaria
trancado em casa nos primeiros dias, sem querer ver ninguém. Eu e a namorada
teremos sido as primeiras pessoas, fora do círculo familiar, que ele
condescendeu em receber depois do regresso.
Para a namorada, seria aliás o
fim de um relacionamento que já antes tinha tudo para não dar certo. Julgo até que ela foi a primeira vítima da
sua rutura com o passado. Segundo me contou depois a irmã do Doc, terão tido uma
discussão violenta, acabando tudo entre eles nessa tarde. Para grande desgosto da mãe, que via na Bela, a alma gémea do seu filho. Os inimigos do Doc respiraram fundo, com a notícia do rompimento do impossível namoro entre "a Bela e o Monstro".
Comigo
desabafou, explicando-me que estava a fazer um “cura de sono”… Na altura, em 1967,
não havia psiquiatras e psicólogos como há hoje, e eu, na ingenuidade dos meus
dezoito anos, nem sequer pus a hipótese de ele estar a passar por uma “crise de depressão”.
Na época, não se falava de "saúde mental" e muito menos ainda de “stress pós-traumático de guerra”, nem eu
imaginava sequer o que fosse essa entidade clínica…
− Só as
mulheres é que têm depressão pós-parto – dizia o pai dele, que nestas coisas tinha sempre um certo ar de sobranceria e fazia questão de emitir a opinião
arrogante e definitiva do catedrático.
As relações
pai-filho também não eram as melhores. Aliás, nunca foram lá muito boas. Contrariamente à mãe, o pai só lhe terá
dito, à chegada, curto e seco:
− Olá, filho, sê bem vindo… Finalmente, em casa!
Eram os dois
parecidos, pai e filho, em muita coisa,
mas chocavam-se quando, por exemplo, discutiam a “guerra do ultramar” (como
dizia o pai) ou a “guerra colonial” (como preferia chamar-lhe o filho). Uma questão terminológica que lhe punha os cabelos em pé.
Mesmo se tivesse “cunhas” (o que não era o
caso), o pai nunca se humilharia perante
ninguém para interceder pelo filho, livrando-o do ultramar ou, pelo menos, da Guiné… E depois a tropa e a guerra iriam "fazer dele um homem", como fora o seu
caso, que combatera os alemães em
Moçambique na I Grande Guerra.
− Lusinho (tratar-me-ia sempre por Luisinho, até ao fim da vida), não me leves a mal, nem
ouças o tonto do meu “Velho”… Mas, quando eu desembarquei, a única coisa que eu
queria, era chegar a casa, não ver ninguém, não estar com ninguém, fechar as
cortinas, enfiar-me na cama…
E
acrescentou algo que me chocou e perturbou:
− Sabes que
mais ? … Tenho asco a tudo o que é humano!
Não alcancei
o que ele queria dizer com aquela estranha expressão. Mas ele insistia que precisava
de dormir um “sono reparador”:
− … Dormir
um dia inteiro, uma semana, um mês… Porventura, um ano ou até o resto da vida…
Queria poder hibernar o resto da vida. Esquecer. Esquecer a tropa, a guerra, a
Guiné…
Ainda
ensaiei uma tímida tentativa de diálogo mas ele correu comigo, pondo-me fora do
quarto… Aí assustei-me, ao ver e rever o seu ar acabrunhado, as olheiras
fundas, a cor da pele amarelada, a barba
de vários dias, por fazer…
Afinal, era
um “ataque de paludismo”, tranquilizou-me a pobre mãe que, à força de muitas
súplicas e lágrimas, lá o convencera a ser visto pelo médico, amigo da família,
e que, sendo de saúde pública, sempre devia perceber alguma coisa de doenças
tropicais…
Nas costas
da mãe e do médico, nesse fim de semana, despejou uma garrafa de uísque.
Na altura,
confesso, eu até pensei que ele poderia estar com ideias parassuicidárias, como
se diz hoje. Fiquei assustado com o estado de saúde, física e mental, do meu
amigo.
E ainda estava fresca, na memória de toda a gente da terra, a morte por
enforcamento do pai de um antigo colega meu de escola. Estava eu de piquete na redação do jornal, fazia os "faits divers", os nascimentos, batizados, casamentos e óbitos, e ainda vi, enquanto se aguardava a chegada da autoridade de saúde, o
corpo a baloiçar numa barrote da caldeira onde
trabalhava. Era o adegueiro.
3.
Reconstituindo o que se passara nessa manhã de neblina, em que desembarcara, no Tejo, de um velho navio, misto, de
mercadorias e passageiros, da carreira colonial, o Doc contou-me que durante a viagem
e à chegada tinha tido “pensamentos confusos e impulsos contraditórios”.
Chamara um
táxi e estendera ao condutor um cartão com a morada de casa. Pediu para o
acordar quando chegasse ao destino. Nem sequer fez questão de perguntar em quanto
ficaria o serviço de táxi, sendo para fora de Lisboa. Tinha os bolsos cheios de
notas, o “patacão sujo da guerra” (sic), em Bissau trocara um maço de “pesos”
por escudos metropolitanos.
Ao fim de
três horas e tal de viagem, estava na cama, na casa dos seus pais, na região
Centro, na sua cama de solteiro, no seu quarto, com as estantes dos seus
livros e discos de vinil, estava tudo como ele tinha deixado há dois anos atrás.
Justamente
ia fazer dois anos que não se viam, ele e os pais e a irmã. Ele não viera de
férias, por “razões disciplinares”: tinha apanhado uma “porrada” (sic) e, em
consequência do castigo, tinha sido transferido para outra companhia, como
mandava o RDM, o regulamento de disciplina militar.
Senti que
esse episódio o marcara muito, mas nunca me deu grandes pormenores. E eu
respeitei a sua revolta e sobretudo o seu silêncio. Era evidente que o assunto o
incomodava, não gostando de falar dele.
Em aerograma que mandara aos pais, terá arranjado uma desculpa esfarrapada para justificar a impossibilidade de comparecer à
festa, comemorativa dos 25 anos de casados, marcada para o verão de
1966. (E se a mãe tanto insistira com ele para marcar as férias para o mês de julho
de 1966!)
A releitura
dos seus aerogramas não me permitiu esclarecer cabalmente esta história que lhe
sujou a “caderneta militar” (documento, aliás, a que eu nunca pus a vista em cima, se é que ele não o destruiu em vida).
Há dois
episódios que poderão estar na origem da
tal “porrada” ou castigo… Vejamos cada um, sem entrar em grandes pormenores.
O
primeiro tem a ver com uma exaltada discussão com a Polícia Militar, em Bissau, quando ele tirou uns dias para ir ao estomatologista. Traduziu-se
numa participação contra ele, tudo por causa de um cena de pugilato com outro
militar (de que desconheço a patente, mas o mais provável era ser um 1º cabo).
O meu amigo
Doc, que estava numa conhecida esplanada, perto da Amura, quis fazer
justiça pelas suas próprias mãos,
contra um grupo de “velhinhos”, ruidosamente festejando o fim de comissão, que deram para se meter com os “djubis”, os miúdos que
vendiam “mancarra”, nas ruas de Bissau… Aliás, miúdos e miúdas.
Fizeram-lhes
uma série de tropelias, o que começava a incomodar quem estava na esplanada, seguramente todos militares, uns fardados, outros à civil. O Doc interpretou isso como um ato de violência gratuita, se não mesmo racista, para
mais sendo as vítimas crianças, indefesas, que tentavam ganhar a vida…Porém, de
nada lhe valeu, a ele, puxar dos galões. O grupo estava alcoolizado e ninguém mediu as
consequências. Às tantas generalizou-se a pancadaria, até que chegou a Polícia
Militar e restabeleceu a ordem.
Abreviando a
história, houve várias detenções. O Doc foi levado para o quartel da PM, que
era ali mesmo ao lado, na Amura. Ficou lá cerca de duas horas. Mas houve
testemunhas que abonaram a seu favor. Nomeadamente, outros alferes que estavam
sentados na esplanada, e que, por coberdia ou cautela, não se quiseram meter ao barulho. "Afinal, um militar fardado está ou não está 24 horas por dia de serviço ?", interrogava-se o Doc, a limpar o sangue do sobrolho e ainda a espumar de raiva contra o grupo de arruaceiros.
O segundo
episódio prende-se com uma situação algo semelhante, em que vem ao de cima o
lado “justiceiro” do Doc, mas desta vez envolvendo um oficial superior (julgo
que seria um major) que terá tratado a pontapé alguns militares de um pelotão
de caçadores nativos, adido à companhia
de comando e serviços do batalhão a que pertencia o Doc.
Resumo o essencial da versão do Doc, num dos aerogramas que me escreveu: os militares, todos
guineenses, estavam a abrir valas, à volta do perímetro do aquartelamento… Calaceiros, mandriões e outros epítetos ainda mais
injuriosos terão acompanhado os pontapés do major (2º comandante, ao que
percebi), impaciente com a fraca produtividade dos "nharros", dos "barrotes queimados"...
À hora do
bridge, e depois dos uísques do costume, a seguir ao jantar na messe de
oficiais, o Doc, que assistira à cena da tarde, “impotente mas indignado”, caiu na asneira de comentar, em tom subtil mas jocoso, em voz
alta, a versão do major sobre o "incidente", ao mesmo tempo que incriminava o alferes, comandante do pelotão em causa, por deixar os seus homens ao deus-dará... Este, cobardolas, estava enfiado na cadeira com o rabo entre as pernas...
O Doc terá citado um provérbio popular, muito usado na sua região: "Quando o mar bate na rocha, quem se lixa é o mexilhão"....Caiu o Carmo
e a Trindade, na messe de oficiais… O major ficou lívido, "à beira de um ataque de
nervos", era de resto um homem "histérico e irascível". O comandante veio de imediato em
defesa dele, dando ordens ao alferes, ao Doc, para se recolher de imediato ao seus
aposentos.
O médico do
batalhão, que era conhecido do Doc, do tempo de Coimbra, terá interferido a seu
favor, junto do tenente-coronel. Em vão, ao que parece. Não sei o desfecho da história. A verdade é
que, passado pouco tempo, em maio de 1966, o Doc é transferido de unidade…
O castigo
disciplinar, desproporcionado, teve consequências graves na sua vida militar na Guiné: perdeu, de
imediato, o direito ao gozo da licença de férias, e passou, de uma região relativamente calma, o Leste, para outra, o
Sul onde a atividade operacional era mais intensa…
Tal como chegou, sozinho, assim partiu: nenhum dos seus camaradas , alferes milicianos, se dignou ir ao bar de sargentos beber um copo de despedida com ele. Teve apenas, à mesa, dois ou três furriéis que o estimavam...E julgo que o médico.
E, pior
ainda, ele que tinha uma especialidade relativamente burocrática (era oficial
de operações e informações), passou a andar no mato, de camuflado e de G3 em punho, como
comandante de um grupo de combate numa companhia de caçadores…
Nunca soube
ao certo por onde ele andou o resto da comissão… Porque nos aerogramas só vinha o SPM, o código do
Serviço Postal Militar. E tinha sempre o cuidado de nunca se identificar. Assinava, na correspondência para mim, como “o amigo Doc”…
Num dos últimos aerogramas que me escreveu, já perto do final da comissão, confidenciara-me:
“Tenho a mania que vou endireitar o mundo. A liberdade de expressão na tropa paga-se caro, com língua de palmo. Nestes quase quinze meses cá em baixo, na região a que chamam de Tombali, já conheci os múltiplos tormentos do inferno desta guerra: a sede, a fome, os ataques de abelhas, a exaustão física e emocional, as intempéries tropicais, a merda que te cobre o corpo, a solidão, a alienação, a desumanidade … Para não te falar do medo das minas e armadilhas, e das emboscadas, mais do que dos ataques e flagelações aos nossos quartéis, onde, apesar de tudo, tens um buraco para enfiar os cornos”…
(Continua)
© Luís Graça (202o). Revisto, 21mai2023
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Nota do editor:
Último poste da série > 13 de outubro de 2020 > Guiné 61/74 - P21447: A galeria dos meus heróis (38): Don't worry, be happy! / Não te chateies, sê feliz (Luís Graça)