quarta-feira, 15 de maio de 2024

Guiné 61/74 - P25528: Historiografia da presença portuguesa em África (423): João Vicente Sant’Ana Barreto, o primeiro historiador da Guiné portuguesa (2) (Mário Beja Santos)


1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá, Finete e Bambadinca, 1968/70), com data de 7 de Dezembro de 2023:

Queridos amigos,
A narrativa que agora se apresenta corresponde a um período dramático da nossa presença naqueles pontos da costa ocidental africana. O domínio filipino, questão hoje consensual, foi catastrófico para o império ultramarino português e reduziu a presença portuguesa a um enclave, aproximado ao que é hoje a Guiné-Bissau, isto em termos de faixa litoral, a Convenção Luso-Francesa de 12 de maio de 1886, se bem que nos tenha tirado a região do Casamansa, assegurou uma extensão até ao interior, a França acautelou que não tivéssemos acesso ao Futa-Djalon. Em estado de penúria quando se deu a Restauração, D. João IV pretendeu concentrar em Cacheu a área comercial da região, mais tarde cresce a importância de Bissau, mas sempre na presença de concorrentes que pretendiam erradicar a presença portuguesa. Criam-se companhias majestáticas, de pouca duração. É uma época de implantação de praças e praças-feitorias: Cacheu, Farim e Bissau, só mais tarde teremos acesso controlado no rio Geba e no Rio Grande de Buba.

Um abraço do
Mário



João Vicente Sant’Ana Barreto, o primeiro historiador da Guiné portuguesa (2)

Mário Beja Santos

Data de 1938 a História da Guiné, 1418-1918, com prefácio do Coronel Leite Magalhães, antigo governador da Guiné. Barreto foi médico do quadro e durante 12 anos fez serviço na Guiné, fizeram dele cidadão honorário bolamense. Médico, com interesses na Antropologia e obras publicadas sobre doenças tropicais, como adiante se falará.

Barreto expõe detalhadamente as consequências do domínio filipino, tanto no império ultramarino português em geral como no caso da costa ocidental africana em particular, a nossa presença na Senegâmbia apagou-se, ficámos reduzidos ao enclave que virá a ser conhecido como Pequena Senegâmbia. A concorrência, designadamente de holandeses, franceses e ingleses, de um lado, e da presença dos comerciantes espanhóis, por outro, deixou os interesses portugueses em estado crítico. No relatório que o Governador de Cabo Verde, D. Francisco de Moura, dirige a Filipe III, em 1622, refere não só a desorganização administrativa com a presença de todo e qualquer concorrente, como acentua como o comércio espanhol agravava a situação financeira das Praças. Calculava D. Francisco de Moura que nessa época deveriam sair da costa africana cerca de 3 mil escravos em três ou quatro naus castelhanas que iam anualmente à Guiné sem tocarem em Santiago, importando em perto de 100 mil cruzados os prejuízos da Fazenda Real em direitos sonegados. Estes comerciantes contrabandistas podiam, por isso, pagar pelos escravos um preço superior àquele que os negociantes moradores de Cabo Verde podiam oferecer, daí a pobreza e decadência dos interesses da região.

A fundação da capitania de Cacheu começa em 1630. Segundo a narrativa de André Álvares de Almada, a atual povoação de Cacheu principiou a formar-se por volta de 1588. É neste contexto que Barreto faz o reconhecimento da importância do Tratado Breve dos Rios da Guiné: a descrição dos Jalofos, o desmembramento do império do Grão-Jalofo, a chefia da família Budumel, a importância de Goreia, onde se encontravam instalados os mercadores ingleses e franceses, o papel dos lançados, o reino de Ale, povoado dos Barbacins, com a povoação de Joale, mais a sul o reino de Barçalo, habitado por Barbacins, Jalofos e Mandingas, e depois o reino de Cantor, que é um reino dos Mandingas entre Casamansa e Geba, os Bijagós, Biafadas e Nalus, e a viagem até à Serra Leoa, obra que culmina com um voto: “Permita Deus que em dias de Sua Majestade, El-Rei D. Filipe, vejamos esta terra povoada de cristãos.”

Passamos agora para o capítulo 4.º, o período que sucede à Restauração de 1640. Barreto volta a recordar que os 60 anos da dominação filipina levaram a Holanda e a Inglaterra a apossar-se do Império português do Oriente, de Ormuz a Malaca, deixando-nos apenas alguns pontos de apoio na costa ocidental da Índia. No Atlântico, os holandeses haviam tomado os fortes de Arguim, Goreia, Mina, S. Tomé, Luanda, Congo e alguns pontos do Brasil. O domínio português na Costa da Guiné, que no reinado de S. Sebastião se estendia desde o Cabo Branco até à Costa da Mina, estava reduzido, em 1640, à estreita faixa compreendida entre os rios de Casamansa e Bolola.

A situação comercial e financeira da Guiné, insista-se, era catastrófica, os mercadores castelhanos e estrangeiros tinham criado a indisciplina e a anarquia, recorde-se que o carregamento de escravos se fazia diretamente da Guiné para a América Espanhola. Para remediar o mal e acudir à quebra de rendimentos, procurou-se estabelecer relações entre a Guiné e o Brasil, desviando para Pernambuco os carregamentos que até ali seguiam de preferência para Antilhas.

O capítulo 5.º marca as iniciativas da Restauração. D. João IV mandou construir a fortaleza de Cacheu, encarregando Gonçalo Gamboa Ayala, que teve carta de Capitão-mor em 16 de julho de 1641. Iria começar a relativa autonomia da Guiné com a construção desta fortaleza, onde se vão sucedendo peripécias de toda a ordem, desde sublevações a ataques dos povos vizinhos. Os interesses espanhóis tudo fizeram para que a fortaleza lhes caísse nas mãos, mas a revolta foi sufocada. Criou-se um imposto especial para os navios que negociavam com as Antilhas, e em 1642 foi franqueado o comércio na Guiné aos cabo-verdianos.

Com o intuito de evangelização, saiu de Portugal a missão composta pelos padres Baltasar Barreira, Manuel Fernandes e dois auxiliares; Fernandes faleceu um mês depois e foi substituído em Santiago pelo padre Manuel de Barros. Segundo informa André Álvares de Almada, por volta de 1590 fazia-se em Cacheu cerca de 700 confissões na época da Quaresma. Vê-se perfeitamente que João Barreto leu a Relação anual das coisas que fizeram os padres da Companhia de Jesus, pelo padre Fernão Guerreiro. A propósito das feitorias no rio de Buba, Barreto refere o escrito Descripção da Guiné, por Francisco de Azevedo Coelho, datado de 1669, observando que se trata de uma das descrições mais antigas sobre os estabelecimentos portugueses no continente africano. Este Francisco de Azevedo Coelho é o mesmo Francisco Lemos Coelho de que noutro espaço já se fez referência, foi estudado por Damião Peres, e é sem dúvida alguma uma das figuras de referência da literatura de viagens do século XVII. Em 1676, foi estabelecida a Companhia de Cacheu, possuía um caráter majestático. Por contrato régio, a Companhia obrigava-se a completar as obras da fortaleza de Cacheu, a contrapartida era adquirir o exclusivo da navegação e comércio da Guiné. Barreto fala seguidamente das insubordinações de régulos contra Cacheu, a praça defendeu-se e os régulos acabaram por pedir a paz.

Entretanto, outros portos da colónia, como Bissau, tomaram certo incremento, ao mesmo tempo que as companhias privilegiadas francesas e inglesas ameaçavam invadir a estreita zona que ainda se conservava na posse de Portugal. E o autor faz um breve resumo da evolução da política de França e Inglaterra na África Ocidental. No caso inglês, Isabel I concedeu autorização para explorar a região situada ao sul do rio Nuno até à Serra Leoa, aqui se formou uma feitoria. Jaime I concedeu carta a uma nova sociedade denominada Os Aventureiros de Londres, estabeleceram-se na foz do rio Gâmbia, mas foi empresa de pouca duração. Achando desocupada a região da Gâmbia, os holandeses, que se encontravam na Goreia, fundaram ali as suas feitorias, de onde foram expulsos pelos ingleses em 1661. A circunstância foi aproveitada pela Companhia Francesa que trato de estabelecer várias sucursais ao longo do rio. Depois do Tratado de Utrecht, a Grã-Bretanha consolidou a posse da Serra Leoa. Em 1758, os ingleses expulsaram os franceses dos fortes de S. Luíz e Goreia. Barreto faz também uma relação sobre as colónias francesas e holandesas, bem como as vicissitudes que impenderam sob o Castelo de Arguim, que andou por várias mãos até ficar na posse da França, em 1724.

Aqui se inicia o capítulo 6.º, onde se destaca a capitania de Bissau. Por volta de 1685, o porto de Bissau era um centro comercial de relativa importância, por onde começavam a convergir os produtos agrícolas e escravos do interior das povoações situadas ao longo do rio Geba e ainda algumas das ilhas dos Bijagós. A Companhia do Senegal mandou empregados para Bissau, tal era a importância dos negócios. Na época formou-se a segunda Companhia de Cacheu com o nome de Companhia de Cacheu e Cabo-Verde. No final do século XVII, surge a primeira fortaleza de Bissau.

(continua)

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Nota do editor

Último post da série de 8 DE MAIO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25496: Historiografia da presença portuguesa em África (422): João Vicente Sant’Ana Barreto, o primeiro historiador da Guiné portuguesa (1) (Mário Beja Santos)

Guiné 61/74 - P25527: Efemérides (437): Convite para a participação na cerimónia do Dia do Combatente Limiano, a realizar no dia 10 de Junho de 2024, em Ponte de Lima


1. Mensagem do Núcleo de Ponte de Lima da Liga dos Combatentes, enviada ao Blog para conhecimento:

Exmo. Senhor,
O Dia do Combatente Limiano foi aprovado pela Assembleia Municipal de Ponte de Lima cuja efeméride deverá acontecer a cada dia 10 de junho.

Assim, encarrega-me o Exmo. Presidente da Direção Central da Liga dos Combatentes, Tenente-General Joaquim Chito Rodrigues, de:

1. Enviar a V. Exa. o Convite anexo.
2. Enviar o Cartaz anexo para o qual solicita a melhor divulgação.

Considerarmos tratar-se de uma justa e muito meritosa homenagem aos Antigos Combatentes por o seu reconhecimento estar ainda muito aquém daquilo que seriam as suas aspirações, quando estamos a atravessar o marco histórico dos 50 anos do 25 de Abril.

Atentamente,
O Presidente do Núcleo de Ponte de Lima da Liga dos Combatentes.
Manuel Oliveira Pereira (dr)

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Nota do editor

Último post da série de 12 DE MAIO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25514: Efemérides (436): Homenagem aos Combatentes da Guerra do Ultramar da Freguesia de São Romão de Aregos - Concelho de Resende (Fátima's)

Guiné 61/74 - P25426: Timor-Leste, passado e presente (2): Exorcizando fantasmas da história: reparações... ou reconciliações ?... Apostemos, isso, sim, no ensino e promoção do tétum e do português



Mendes, Manuel Patrício, e Laranjeira, Manuel Mendes (1935). Dicionário Tétum-Português. Macau: N.T. Fernandes & Filhos. (Disponível em formato digital na BNP - Biblioteca Nacional de Portugal.)


1. Não foi por acaso que os indonésios do ditador Suharto proibiram, após a invasão e a ocupação de Timor-Leste, em 7 de dezembro de 1975, seguida de genocídio até 1998, tentaram banir as línguas portuguesa e tétum, fortemente ligadas à identidade do povo de Timor Lorosa'e. Vinte e dois anos após a independência da República Democrática de Timor-Leste, tanto o português como o tétum estão longe de ser faladas por toda a gente...


O tétum é a língua nacional e cooficial de Timor-Leste, a par do português. Não é uma língua crioula (como o cabo-verdiano, por exemplo), é uma língua austronésia com muitas palavras derivadas do português e do malaio. Em 1981, a Igreja católica adotou, corajosamente, o tétum-praça, língua franca,  como língua da liturgia, em detrimento da língua indonésia. E esse facto foi relevante para o reforço da identidade cultural e nacional dos timorenses e da sua determinação para se tornarem livres e independentes.

Nós, portugueses, temos a obrigação histórica de dar o máximo apoio ao ensino e à promoção das duas línguas oficiais de Timor-Leste. E, por outro lado, temos de estar gratos aos missionários católicos que se interessaram, desde cedo, pelo ensino e divulgação das duas línguas, na época colonial.

Recordamos hoje o trabalho de dois missionários católicos, Mendes, Manuel Patrício, e Laranjeira, Manuel Mendes, "Dicionário Tétum-Português". Macau: N.T. Fernandes & Filhos, 1935.


2. Excerto do prólogo:

(...) "Em 1915, sendo eu missionário de Suro, numa das visitas do Superior, o Rev. Pe. João Lopes, àquela missão, mostrei-lhe uns apontamentos que eu tinha feito sobre o tétum.

Neles tinha catalogado e disposto alfabeticamente todas as palavras que encontrara nos livros em tétum publicados até então, e várias outras que aprendera diretamente dos indígenas. Eram um pouco menos de mil.

Acompanhava o Superior o Rev. Pe. Manuel Mendes Laranjeira, que, na sua missão de Alas, começara também a organizar um dicionário tétum-portuguès, cuja necessidade todos nós, os que dirigíamos escolas em Timor, de há muito reconhecíamos.

Por alvitre do Rev. Superior, resolvemos—o Pe. Laranjeira e eu—concluir cada um os trabalhos que começara e revê-los depois juntos, perante uma comissão de naturais das regiões onde o tétum se fala, fundindo-os numa obra só, que assim ficaria mais completa.

Foi esta a origem do presente dicionário que só hoje, uns vinte anos depois, pôde ver a luz da publicidade.

Logo que demos os trabalhos por concluídos, reunimo-nos na Missão Central de Soibada perante uma comissão formada por naturais de Dili, Viqueque, Luca, Lacluta, Barique, Samoro, Bubusspço e Alas, e demos começo à revisão que foi bem mais longa e laboriosa do que supúnhamos.

Durante mais de dois meses ali estivemos, trabalhando umas dez horas por dia, todos entregues à fatigante tarefa de corrigir palavras e significações; antes que julgássemos capaz de apresentar ao público este trabalho, onde se encontram estudadas umas oito mil palavras.

Este dicionário destina-se sobretudo às escolas de Timor, onde o ensino é ministrado em português, aos missionários e aos portugueses que trabalham naquela colónia, onde o saber tétum é uma necessidade. Mas os estudiosos dos costumes e modo de vida indígena encontrarão nele grande cópia de conhecimentos; pois a explicação do sentido de muitas palavras seria impossível sem a explicação dos costumes com que se relacionam.

Ninguém se admire dos frequentes circunlóquios e significações que parecerão à primeira vista difusas demais.

A indole do tétum é tão diferente da do português que, na maioria dos casos, tais divagações são indispensáveis para dar uma ideia do termo.

Àqueles que julgam que só é 'bom tétum' o que eles conhecem ou o que se fala nas regiões onde habitam, lembro-lhes que esta língua varia muito de região para região e que não há bases nenhumas que nos autorizem a considerar mais pura e legítima uma palavra usada num sítio do que a sua correspondente usada noutro onde também se fale tétum". (...)


3. Não sabemos se este é o primeiro dicionário de Tétum-Português, obra de missionários católicos e não de linguistas, o que também dá uma ideia das dificuldades que a administração portuguesa deste pequeno e longínquo território sempre teve de enfrentar (bem como das suas debilidades, a começar pela falta de escolas e de professores).

Sobre a "situação linguística" de Timor -Leste leia-se esta artigo, embora já muito datado (2007):

'Português, tétum ou tetuguês
A política da língua em Timor-Leste
Por Paulo Moura  7 mai. 2007  8K'

in Ciberdúvidas da Língua Portuguesa, https://ciberduvidas.iscte-iul.pt/artigos/rubricas/idioma/portugues-tetum-ou-tetugues/1178 [consultado em 27-04-2024]

4. A título de mera curiosidade, selecionamos  algumas das palavras do tétum que, segundo Mendes e Laranjeira (1935), foram "importadas" do português... Hoje há muito mais vocábulos de origem portuguesa, ligados à(s) ciência(s),  à tecnologia, à política, à economia, à sociologia, etc.: basta ver o sítio do Governo de Timor-Leste (em tétum, português e inglês)... A começar pela saudação: Benvindu ba portal online Governu Timor-Leste ni-nian! 


Excertos do dicionário de tétum-português (Mendes e Laranjeira, 1935): de D a O


dindún, s. Corrupção da palavra portuguesa jejum.

dor, Partícula que se pospõe a alguns verbos indicando o hábito de praticar uma acção; ex. halimar dor, brincalhão; futu manu dor, jogador de galo, etc. Do sufixo português dor; (t. h.) arrastar; empurrar.
 
Dúan, s. pr. Corrupção do nome português João.

kintál, kintár, s. Quintal, pequena horta; do português.

lanpían, lànpo, lanbían, lànbo, s. Candeeiro, lanterna, lampião; do português.

lélan, lelàn, v. Confiscar, pôr em leilão; s. leilão; do português,

lénçu, s. Lenço; do português.

leterós, s. Cabas leterós, fio de seda, retrós; do português.

letráto, s. Retrato, fotografia; do português.

libur, libru, s. Livro; do português.

licénça, s. Licença, permissão, autorização; do portuguès.
 
limar, s. Lima, grosa; v. limar, desgastar com lima; do
português.

limaránça, s. Lembrança, presente ; do português.

lina, s. Linha; do português.

loirado, adj. Doirado, cor de oiro; do português.

lútu, s. Luto, o m. q. dóon; do português.

máca, v. Mancar, cansar, fraquejar (sobretudo falando de cavalos); do português.
 
macarau, s. Macarrão; nuu macaráu, côco de amêndoa solta e enxuta; do português.
 
Macau, s. pr. Macau; adj. de Macau, estrangeiro, que não é natural ou originário de Timor; sin. malae.

mácic, conj. Ainda que, apesar de, por mais que; o m. q. mdski; do português.
 
máis, conj. Mas, porém; do português.

maki, makin, vs. Máquina; máquina de coser; do português.

mala, s. Ró ahi-mala, mala, navio de correio; do português.

maláe, s. Estrangeiro, pessoa que não pertence à raça parda ou malaia; malae mutin, branco, europeu, português; malae sina, chinês; malae metan, africano, holandês; adj. estrangeiro, importado, que não é nativo; cf. timur.

malíçan, malícen, maliçan, s. Maldição, anátema; do português.

mangaçán, s. (Dili) Mangação, troça; v. troçar, escarnecer; do português.

marac, s. Marca, sinal (nos cavalos etc.); do português.
 
más, mais, conj. Mas, porém; do português.

meias, s. Meias, peúgas ; qualquer tecido de malha; jaru meias, camisola de malha; do português.

méla, v. (Dili) Adoçar (com mel ou açúcar): do português.
 
ménos, v. Ser menos, valer menos, escassear, diminuir, começar a faltar ou rarear; oçan menos ona, o dinheiro começa a faltar; do português.

mésa, s. Mesa, banca; do português.

mestre, s. Professor, mestre; antiga dignidade entre os indígenas; do português.
 
missa, s. Missa, o santo sacrifício instituído por Nosso Senhor Jesus Cristo; do português.

módu, adj. Bonito, belo, bom; s. o m. q. modun.

môdun, s. Maneiras, modos, acções, costumes; ema modun di'ac, pessoa de bons modos ou pessoa de bons costumes; do
português.

mór, v. (Banque Samoro) Morar, habitar; sin. tur; do português.

morador, s. Soldado indígena de 2ª linha em Timor.

mulátu, adj. Fuuc mulatu, cabelo crespo ou, ondeado, carapinha; do português.
 
multa, v. Multar; s. multa; do português.

muníçan ou muniçán  s. Chumbo de caça (em grãos); do português.

mútin, mútic, adj. Branco, alvo; ulu-mutin, variedade de pombo de cabeça branca; malae mutin, português, europeu.
 
nacbára, v. Parar, amainar (a chuva etc.); do português parar.
 
Natal, s. Natal, dia ou festa do Natal (a 25 de Dezembro);
do português.
 
nauái, s. Navalha de barba; do português.
 
néen, adv. neg. Nem; néen ida, nem um, nenhum; do português.

nóbas, s. Nova, novidade, noticia; do português.
 
nôna (ai), s. Anona (árvore e fruto); do português.
 
númur, númir, s. Número; do português.
 
obedece, v. Obedecer; do português; sin. halo tuir.
 
obras, s. Obras (trabalhos de ourivesaria fina); do português.

obriga, v. Obrigar, coagir, forçar; do português.

obrigaçán, s. Obrigação, dever; do português.

obrigádu, adj. Obrigado, reconhecido, grato: do português.

ócul, ócur, s. Óculo, binóculo, luneta; do português,

oficial, oficiar, s. Oficial, chefe indígena nomeado oficial de 2ª. linha; do português.

ôudi, v. Odiar; o m. q. ódi, do português.

Observ. t.h. = variante do tétum falado na parte holandesa (ou neerlandesa)...

(Seleção, revisão / fixação de texto, negritos: LG) (Atenção: não somos linguistas nem estamos a seguir a ortografia oficial do tétum)

(Continua)
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Guiné 61/74 - P25525: Convívios (996): 56º convívio da Magnífica Tabanca da Linha, Algés, 5ª feira, 23 de maio de 2024: inscrições precisam-se!... Já temos 36 e alguns vêm de longe, como o Paulo Santiago, de Águeda (Manuel Resende)


A Magnífica Tabanca da Linha  > Página do Facebook




Lista provisória de inscritos


1. Mensagem de Manuel Resende, régulo da Tabanca da Linha:

Data - terça, 14/05/2024, 23:52 

Assunto - 56º Convívio da Magnífica Tabanca da Linha

Caro amigo Luís, estou a organizar o 56º Convívio da Magnífica Tabanca da Linha, que será no próximo dia 23, já programado há muito tempo, como sabes.

Faltam cerca de 8 dias, e temos 35 inscritos, sei que mais alguns se irão inscrever.

Se quiseres pôr aí uma lembrança no teu blog, agradeço. Estou a contar convosco. Está tudo no Facebook. Abraço

2. 56º CONVÍVIO DA MAGNÍFICA TABANCA DA LINHA

Data - 23-05-2024
Local - Restaurante Caravela de Ouro  (Algés)
Morada: Alameda Hermano Patrone, 1495 Algés 
Telefone: 214 118 350
Estacionamento em frente tem sistema de "Via Verde Estacionar"

Inscrições até ao dia 20 de maio de 2024
(Atendemos os esquecidos até às 12 horas do dia 21)

Inscrições:

Manuel Resende: Tel - 919 458 210
manuel.resende8@gmail.com
magnificatabancadalinha2@gmail.com

dizendo "vou" ao convite no nosso grupo no Facebook
Estarei atento ao grupo do Whatsapp para quem se inscrever aqui.
Agradeço não digam “talvez”. Respondam "SIM" ou não digam nada.
(só me interessa os que podem vir - Somos cerca de 300)

***
Começamos com aperitivos e entradas às 12,30 horas
O almoço será servido às 13 horas.
Peço que tragam a quantia certa para evitar trocos (25 Euros). Ajudem os organizadores.
Quem pagar por Multibanco, pague no Rés-do-Chão e, ao entrar para a sala, apresente o duplicado.

+ + + E M E N T A + + +

APERITIVOS DIVERSOS

Bolinhos de bacalhau - Croquetes de vitela - Rissóis de camarão - Tapas de queijo e presunto
Martini tinto e branco - Porto seco - Moscatel.
SOPAS
Canja de galinha ou
Creme de Marisco

PRATO PRINCIPAL
Lombinhos de pescada com arroz de marisco

SOBREMESA
Salada de fruta ou Pudim
Café

BEBIDAS INCLUIDAS
Vinho branco e tinto “Ladeiras de Santa Comba" ou outro
Águas - Sumos - Cerveja

PREÇO POR PESSOA ... 25.00€
(Crianças dos 5 aos 10 anos se aparecerem, pagam metade)
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Nota do editor:

Último poste da série > 14 de maio de 2024 > Guiné 61/74 - P25523: Convívios (995): Rescaldo do 36.º Convívio da 35.ª CComandos, realizado no passado dia 11 de Maio de 2024, no Luso (Ramiro Jesus, ex-Fur Mil CMD)

Guiné 61/74 - P25524: Tabanca Grande (557): José Cuidado da Silva, ex-sold at inf, CCAÇ 2381(Buba, Quebo, Mampatá e Empada, 1968/70) : senta-se à sombra do nosso poilão, no lugar nº 887


Guiné > s/l > c. 1968/70 > CCAÇ 2381 ((Buba, Quebo, Mampatá e Empada, 1968/70) > Da esquerda para a direita: O "Calhordas", o Furriel José Manuel Silva,  Furriel José Manuel Samouco e o Zé da Silva (como era conhecido o José Cuidado da Silva)


Guiné > s/l > c. 1968/70 > CCAÇ 2381 ((Buba, Quebo, Mampatá e Empada, 1968/70) > 
O Alferes Magro e o Furriel Samouco, ao centro da foto, ladeados por praças do 3.º Pelotão. À direita o Zé da Silva

Foto recente do José Cuidado da Silva, tirada no último convívio convívio anual da CCÇ 2381, em 2024, em Fátima





Dois excertos do "Diário", manuscrito, do José Cuidado da Silva (*)

Fotos (e legendas): © José Teixeira (2024). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


 1. Pela mão do José Teixeira, ex-1.º cabo aux enf da CCAÇ 2381 (Buba, Quebo, Mampatá e Empada, 1968/70), chegou até ao nosso blogue (e, agora, à nossa Tabanca Grande)  o “Diário”, em verso e em prosa, do seu camarada "Maiorial" José Cuidado da Silva.

Escreveu o José Teixeira, ao apresentar o seu camarada:

(...) "Eu, que fui uma das últimas peças a 'encaixar' na Companhia, só me apercebi do José Silva em Ingoré. Aparentemente muito ingénuo, mas bem-educado e respeitador. Eu era 'o nosso cabo enfermeiro',  tratado por você, a quem foi pedir comprimidos para dores de cabeça. 

"Só muito mais tarde, já em Buba, voltamos ao convívio, quando me juntei ao grosso da Companhia e nos aproximamos nas saídas para a estrada e colunas. A sua forma de se expressar em voz alta escondia um jovem sensível, educado, que pensava, mas não expressava o seu pensamento. Muito disponível e cumpridor de ordens, segundo afirma o furriel J. M. Samouco. Um militar que nunca deu problemas, mas era marcadamente uma 'peça+ típica pela forma 'atabalhoada' de falar e sujeita a ser gozada pelos camaradas, pelo que precisava de especial atenção." (...) (*)

Seguindo a nossa sugestão, o Zé Teixeira, apressou-se a responder que apadrinhava "com todo o gosto a entrada do Zé Silva para Tabanca Grande:

(...) " Ele é a prova provada de toda a gente servia de carne para canhão. Felizmente foi integrado num grupo de combate em que o seu responsável direto, soube acolher e proteger, " (...)

Por outro lado ,informou-nos que "o nosso José Cuidado da Silva encontrou uma mulher, como ele, mas de armas. Totalmente dedicada ao Zé, continua a cuidar dele com todo o carinho, e como sabe da dedicação que ele tem aos camaradas, é ela que faz das tripas coração e todos os anos o traz ao convívio. Merece a minha mais profunda admiração." (...)

2. Comentário do nosso editor LG:

(...) "Zé Teixeira, é um escrita simples, escorreita, quase telegráfica, mas genuína, castiça, e diz muito sobre o historial dos Maioriais por aquelas terras do Forreá e de Tombali, com o inferno das mina, das emboscadas, dos ataques ao quartéis e tabancas... Há muito que não se falava aqui de Gandembel, por exemplo!...

Haverá mais pequenos diários destes para aí escondidos ou perdidos. Alguns dos nossos camaradas poderão até ter pudor em mostrá-los, pensando que não são "escritores"... Mas o o nosso José Cuidado da Silva, tem expressões originais, como esta: "Daí em diante viemos nas viaturas a cavalo, bem descansados da nossa vida"... Ou: "Estava um bombardeiro em Aldeia Formosa, de aonde levantou voo, e foi ter com a gente (sic), ainda nos encontrávamos debaixo de fogo"... "Tivemos um tarde de festa" (sic)... "Um condutor da minha companhia pôs o pé em cima que ficou com o pé todo escavacado (Sic)"...

Enfim, são documentos da nossa guerra, é importante que surjam à luz do dia e sejam partilhados num blogue como o nosso. (É para isso que ele serve.) (...)


O José Cuidado da Silva merece,pois,  ter honras de Tabanca Grande, figurando ao  lado do Zé Teixeiro e de outros Maiorais, como Samouco, o Zé Belo, etc... 

Está apresentado à Tabanca Grande, e mesmo sabendo que ele não tem endereço de email, o Zé Teixeira empresta o dele.   Passa a sentar-se à sombra do nosso poilão, no lugar nº 887 (**)

Um alfabravo fraterno para ele. 

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(**) Último poste da série > 10 de maio de  2024 > Guiné 61/74 - P25502: Tabanca Grande (556): o malae Rui Chamusco, cofundador e líder histórico da ASTIL - Associação dos Amigos Solidários com Timor-Leste, passa a sentar-se à sombra do nosso poilão, no lugar nº 886

terça-feira, 14 de maio de 2024

Guiné 61/74 - P25523: Convívios (995): Rescaldo do 36.º Convívio da 35.ª CComandos, realizado no passado dia 11 de Maio de 2024, no Luso (Ramiro Jesus, ex-Fur Mil CMD)


1. Mensagem do nosso camarada Ramiro Jesus (ex-Fur Mil Comando da 35.ª CComandos, Teixeira Pinto, Bula e Bissau, 1971/73), com data de 13 de Maio de 2024:

Boa tarde
Realizado, no Luso, no passado sábado - 11 de Maio de 2024 -, mais um convívio da minha Companhia, o 36.º

Junto envio imagem das "tropas em parada", ouvindo a leitura do Código Comando e a evocação, um por um e por ordem alfabética, dos nomes daqueles que já terminaram a comissão e que já são - de que tenhamos conhecimento - 37 (trinta e sete), dos 193 embarcados em Lisboa, a 24/11/1971, mas aos quais foi garantido que continuavam presentes.
Compareceram 43 elementos mais as viúvas de outros dois, o que, com os familiares, deu um total de 112 pessoas.

Cordiais saudações!
Ramiro Jesus

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Nota do editor

Último post da série de 14 DE MAIO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25522: Convívios (994): Rescaldo do XXXIII Encontro da CCAÇ 2382, levado a efeito no passado dia 11 de Maio de 2024, em Alferrarede (Alberto Sousa e Silva, ex-Soldado TRMS)

Guiné 61/74 - P25522: Convívios (994): Rescaldo do XXXIII Encontro da CCAÇ 2382, levado a efeito no passado dia 11 de Maio de 2024, em Alferrarede (Alberto Sousa e Silva, ex-Soldado TRMS)


1. Mensagem do nosso camarada Alberto Sousa e Silva, ex-Soldado TRMS da CCAÇ 2382 (Aldeia Formosa, Contabane, Mampatá e Buba, 1968/70), com data de 12 de Maio de 2024:


XXXI Encontro/Convívio da CCAÇ 2382 - Guiné, 1968/1970

No passado sábado, dia 11/05/2024, foi realizado o convívio anual dos sobreviventes desta Companhia, acompanhdos dos seus familiares.

A concentração foi às 10 horas junto do antigo RI 2, com visita guiada à Unidade, que no dia 01/05/1968 nos viu partir para a Guiné.

O toque para o rancho foi às 13 horas no Restaurante Quinta das Oliveiras – em Alferrarede.

Um dos organizadores tomou a palavra para agradecer a nossa presença e fez a leitura do expediente, nomedamente a salientar algumas faltas por a correspondência ser devolvida, devido a alteração das moradas.

Depois de saboreada a ementa, que a todos agradou e de se ter recordado algumas passagens do tempo na Guiné, que é a razão destes convivios, procedeu-se à escolha do novo organizador para o próximo encontro que coube ao colega Coelho (Transmissões) a realizar em Fernão Ferro.

Feitas as despedidas, que todos tenham tido uma boa viagem para as suas residências e para alguns, até ao próximo pela diversidade de localidades.


Renovo o meu abraço para todos os colegas.
Silva (Transmissões)
V. N. Famalicão

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Nota do editor

Último poste da série de 14 de Maio de 2024 > Guiné 61/74 - P25521: Convívios (993): Rescaldo do 39.º Encontro Nacional dos ex-Oficiais, Sargentos e Praças do BENG 447 /Brá, levado a efeito no passado dia 11 de Maio de 2024 nas Caldas da Rainha (João Rodrigues Lobo)

Guiné 61/74 - P25521: Convívios (993): Rescaldo do 39.º Encontro Nacional dos ex-Oficiais, Sargentos e Praças do BENG 447 /Brá, levado a efeito no passado dia 11 de Maio de 2024 nas Caldas da Rainha (João Rodrigues Lobo)

1. Mensagem do nosso camarada João Rodrigues Lobo, ex-Alf Mil, CMDT do Pelotão de Transportes Especiais / BENG 447 (Bissau, Brá, 1968/71)

Boa tarde,
Com excelente organização dos ex-furrieís Lima e Araújo, realizou-se o 39.º Encontro do BENG 447, com cerca de 210 convivas, camaradas e familiares, nas Caldas da Raínha.
Muitos já não nos víamos desde 1969 e 1970!!!
E, como nós eramos e como nós somos, já não nos reconhecíamos (embora nos lembrássemos dos nomes de alguns).

Este ano encontrei muitos camaradas dos anos 1969 e 1970 que gostei de rever, tais como os já acima mencionados como também o "grande" Simão e o Ex-Sargento Franklin.

Grande abraço
João Rodrigues Lobo


Vista geral
Ex-Ten Mil Serrador, ex-Alf Mil Barata e ex-Alf Mil Santos
Ex-Alf Mil Santos e ex-Alf Mil Fernandes
Quatro "ilustres" que receberam a Medalha das Campanhas da Guiné, no mesmo dia, imposta na parada pelo Ten-Cor Lopes da Conceição
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Nota do editor

Último poste da série de 8 DE MAIO DE 2024 > Guiné 61/74 - P25493: Convívios (992): XXVIII Almoço/Convívio dos combatentes que passaram por Bambadinca entre 1968/1971, dia 25 de Maio de 2024, em Vila Nogueira de Azeitão (João Gonçalves Ramos, ex-sold radiotelegrafista, CCAÇ 12, 1969/71)

Guiné 61/74 - P25520: Facebook...ando (56): o ex-alf graduado capelão do BART 2917 (Bambadinca, 1970/72) , Arsénio Puim, agradece a quem se lembrou dele no dia dos seus 88 anos (Tertúlia Açoriana e Tabanca Grande)

 




Fonte: Tertúlia Açoriana, página do Facebook. segunda feira, 13 de maio de 2024, 21:53 (com a devida vénia...)



Guiné > Zona Leste > Região de Bafatá > Setor L1 > Bambadinca > CCS / BART 2917 (1970/72) > s/d c. 1970/71 > O Alf Mil Capelão Arsénio Puim, expulso do Batalhão e do CTIG em Maio de 1971.O Arsénio Puim tem já sete dezenas de referências no nosso blogue. É autor da série "Memórias de um alferes capelão".

Foto: © Gualberto Magno Passos Marques (2009). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem : Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. É sempre com muito carinho, estima eu amizade, que falamos aqui do "nosso capelão": natural da freguesia de Espírito Santo, Santa Maria, vive atualmente na Ilha de São Miguel, em Vila Franca do Campo, estando reformado (desde 1995) da sua profissão de enfermeiro, do Serviço Regional de Saúde, a que se dedicou em exclusividade, tendo deixado, em 1979, o múnus espiritual enquanto sacerdote católico. 

 Foi ainda professor de História e Português no Externato do Aeroporto, Santa Maria, na década de 60. Opositor político ao regime então vigente, foi mobilizado para a Guiné como  capelão militar em 1970, com o posteo de alferes graduado, sendo expulso do CTIG, um ano depois, em maio de 1971. 

Regressado aos Açores, continuou a paroquiar, manteve o seu empenho cívico e concluiu, entretanto, o curso de enfermagem em 1976. É casado, tem dois filhos e é já um feliz avô 

Nunca abandonou o prazer e o dever da escrita, nomeadamente como jornalista e escritor: foi cofundador da II série do jornal “O Baluarte”, juntamente com João de Braga e José Dinis Resendes. Foi diretor deste mensário entre 1977 e 1982. Tem vários livros publicados, nomeadamente sobre a sua ilha e as suas gentes.

(Foto acima, à esquerda: o Arsénio Chaves Puim, por volta dos seus 14/15 anos, no seminário de Angra do Heroísmo.  Fonte: Tertúlia Açoriana, quarta-feira, 8 de maio de 2024, 12:39, com a devida vénia...)
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Nota do editor:

Guiné 61/74 - P25519: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (26): Um símbolo, não de guerra, mas de ecumenismo, reconciliação, paz, cooperação e tolerância ? (António J. Pereira da Costa / Luís Graça / Carlos Afeitos / José Teixeira)



Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > 5 de maio de 2013 > Núcleo Museológico Memória de Guiledje > Aspeto exterior


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > 5 de maio de 2013 > Núcleo Museológico Memória de Guileje > A capela, do tempo da CART 1613 (1967/68), restaurada.

Fotos: © José Teixeira (2013). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico Memória de Guileje > 2011 > Placa indicativa do antigo heliporto


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico Memória de Guileje > 2011 > Placa indicativa do local onde existiu um dos espaldões de artilharia


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico Memória de Guileje > 2011 > O trajeto do quartel para o heliporto, feito com garrafas de cerveja


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico Memória de Guileje > 2011 > Sinalização, com garrafas de cerveja, da entrada do posto de socorros

Fotos (e legendas); © Carlos Afeitos (2013). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]





Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico Memória de Guiledje > 5 de maio de 2013 > Recordações guardadas em vitrina: objetos do quotidiano recuperados, provenientes das escavações do antigo quartel das NT, foto aérea do quartel, pista e tabanca, pratos de alumínio, emblemas, resto de vestuário...

Foto: © Pepito / AD - Acção para o Desenvolvimento (2010). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem : Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné-Bissau > Região de Tombali > Iemberém > Simpósio Internacional de Guileje > Visita ao sul > 2 de Março de 2008 > Três camaradas nossos com um ar de felicidade... Ei-los aqui fotografados com um tesouro, a estatueta, em metal, da santa protectora dos Gringos de Guileje, encontrada nas escavações arqueológicas do antigo aquartelamento de Guileje... Da esquerda para a direita os valorosos representantes da penúltima subunidade quadrícula de Guileje, a CCAÇ 3477 (Nov 1971 / Dez 1972): José Carioca, Abílio Delgado e Sérgio Sousa... O Zé Carioca foi actor de teatro (amador ), vive em Cascais e é membro também da Tabanca da Linha.


Foto (e legenda): © Luís Graça (2008). Todos os direitos reservados [ Edição : Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje ou a caminho de Guileje > 2010 > "A Nossa Senhora de Fátima de Guileje"... A última doação à Capela de Guileje, uma imagem de N. Sra. de Fátima, trazida de Portugal por António Camilo e Luís Branquinho Crespo. 

Recordamos aqui uma mensagem do nosso saudoso amigo Pepito (1947-2014), com data de 16/3/2010:

"Luís: Mais uma importante contribuição dos nossos amigos da Capela de Guiledje, o António Camilo e o Dr. Luis Branquinho Crespo (na foto), que fizeram questão de se deslocarem a Guiledje para doarem a imagem da Nossa Senhora de Fátima à Capela. Este gesto tão bonito, foi acompanhado pelos votos de que esta oferta ajude a Guiné-Bissau a encontrar rapidamente os caminhos da Paz. Abraço. Pepito."

Foto: © Pepito / AD - Acção para o Desenvolvimento (2010). Todos os direitos reservados [ Edião e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



Guiné-Bissau > Região de Tombali > Guileje > Núcleo Museológico Memória de Guiledje > Cópia da factura, emitida pela Impar Lda, discriminando as despesas da reconstrução do oratório e a capela, num total de  387 mil CFA, o que corresponde a 589,98 €. (Para converter o CFA em euros, carrega aqui). 

Para se ter uma ideia dos preços de bens e serviços rtelacionados com a construção civil,  na Guiné Bissau, tomem como referência estes indicadores: 

(i) o transporte do material de Bissau a Guileje representou 26,5% do total;

 (ii) a mão de obra, 43,9%; 

(iii) os materiais custaram o resto (29,5%), com destaque para a tinta  branca (14,1%) e o cimento (4,8)...



Fotos: © Pepito / AD - Acção para o Desenvolvimento (2010). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem : Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


Numa "contabilidade criativa" a reconstrução da capela de Guileje (e do oratório  construído pelos Gringos de Guileje, a açoriana CCAÇ 3477, que esteve lá entre nov 1971 e dezembro de 1972, comandada  cap mil e nosso tabanqueiro Abílio Delgado) custou 589,98 euros, totalmente cobertos pelos fundos recolhidos, em espécie (dinheiro), pelo Manuel Reis (590,00 euros) e entregues à ONG AD - Acção para o Desenvolvimento, na pessoa do Pepito, na Tabanca de  São Martinho do Porto, em 21 de agosto de 2010. (O Manuel Reis  foi alf mil, da CCAV 8350, a última unidade de quadrícula de Guileje, 1972/73.)

Outros camaradas e amigos  contribuiram (e muito),  não em espécie mas em géneros (incluindo horas de trabalho), para estas obras:


Há ainda que fazer justiça a dois homens, nossos amigos, membros da nossa Tabanca Grande, e grandes guineenses, como o Pepito e o Domingos Fonseca, da AD- Acção para o Desenvolvimento, que estiveram de alma e coração neste projecto.



"N. Sra. de Fátima de Guileje".
Foto do António
Camilo (2010)
1. A criação do Núcleo Museológico Memória de Guiledje, no antigo 
 aquartelamento de Guileje, inaugurado em 20 de janeiro de 2010 (e que o nosso blogue acompanhou  pormenorizadamente), não terá sido totalmente consensual para todos os membros da Tabanca Grande, independentemente de conhecerem ou não aquele espaço (que não se resume às instalações do museu, p.d., ou melhor, do pequeno núcleo museológico; inclui também parte do antigo aquartelamento de Guileje,  objeto de escavações arqueológicas, inventariação, limpeza, desminagem, recuperação de armas e munições, objetos do quotidiano, documentos, etc.,  restauro  e reconstrução, como o foi o caso da capelinha erigida no tempo da CART  1613 (1967/68 e do oratório dos "Gringos de Guileje"). 

Eis aqui quatro pontos de vista:

(i) António J. Pereira da Costa (*):

(...) Um das coisas que mais me irrita é o facto de os portugueses andarem sempre a celebrar derrotas militares. Há mais de 400 anos que Portugal não ganha uma guerra, mas celebrações é mato.

Era evidente que a celebração de uma derrota em Guileje era mais uma espécie de paisagem em miniatura (diaporama) reconstituindo o sucedido. Também era de esperar que a Guiné não se preocupasse muito com uma vitória de há mais de 50 anos e à qual não dá hoje muita importância. Terá motivos para celebrar? Quais? Porquê?

Eu sou estrangeiro e nada tenho a ver com o "museu" de Guileje. Mas não gosto de ver o meu país aviltado desta maneira. Mandar uma equipa de militares e ex-militares
 construir um museu em que se celebra uma derrota (nossa) e uma vitória do inimigo e depois deixá-lo cair por falta de 
manutenção é gozar e apoucar o inimigo e ele prestar-se a isso. (...)

11 de maio de 2024 às 16:57 

(ii) Luís Graça (*):

Tó Zé, permito-me discordar de ti. Esse Núcleo Museológico, tal como foi pensado e montado, não celebra a derrota de ninguém nem é uma glorificação de uma das partes do conflito. Simboliza, isso, sim, a paz, a reconciliação, o ecumenismo.

O espaço museológico vale pelo seu conjunto, e preserva elementos importantes da nossa presença naqule local ao longo de toda a guerra, como por exemplo a capela de Guileje ou o oratório dos Gringos de Guileje...

Houve uma recolha de fundos no blogue, para esse efeito. Diversos camaradas participaram com entusiasmo, mesmo nunca  tendo posto os pés em Guileje. Outros sofreram duramente quando por lá passsaram. Em suma, é uma obra de paz, não é um monumento bélico.
 
11 de maio de 2024 às 23:28

(iii) Luís Graça (*):

No tempo do cap Eurico Corvacho e do 2º srgt Zé Neto (que exercia as funções de 1º srgt), da CART 1613 (1967/68), já se rezava, em Guileje, num espírito de ecumenismo e de tolerância religiosa entre cristãos e muçulmanos.

Daí ter-se erigido uma capela que, quarenta anos depois, será reconstuída de acordo com as fotos da época, capela essa que faz parte integrante do Núcleo Museológico Memória de Guiledje. A viúva do Zé Neto, a nossa tabanqueira Júlia Neto, esteve na inauguração e benção da capela, em 20 de janeiro de 2010.

Recorde-se que foi criado um grupo "adhoc", o Grupo dos Amigos da Capela de Guileje, que angariaram fundos, em dinheiro e em géneros, para este projeto, em parceria com a ONG AD - Acção para o Desenvolvimento.

O Pepito pôs todo o seu entusiasmo neste projeto, sabia que ele era um traço de união entre portugueses e guineenses, incluindo os "inimigos de ontem" que se haviam combatido de armas na mão"...

(iv) Carlos Afeitos (**):

 [professor de matemática, cooperante na Guiné-Bissau, durante 4 anos (2008-2012), e nosso grã-tabanqueiro, com nº.  606, que nos mandou mais de uma meia centenas de fotos recentes de Guileje. ]


 (...)  Durante o tempo que estive na Guiné passei por Guilege duas vezes. A primeira vez foi a caminho de Cantanhez, região lindíssima e que vale a pena visitar. A segunda vez foi quando convidei a minha irmã para ir conhecer a Guiné em 2 semanas. Fiz questão de levá-la um bocado ao sul e ficar a conhecer um bocado mais da história que une os dois países.

Pelas conversas que tive com um homem a viver e a recuperar o antigo aquartelamento, está previsto edificar um complexo que irá servir de escola profissional no sítio da pista de aterragem de helicópteros, relembro que isto segundo as informações.

O senhor serviu de guia e explicou-nos como estava ordenado o quartel e como viviam os militares que estavam destacados para lá. O museu relembra muito bem da vida e da luta de ambas as partes envolvidas no conflito. À entrada podemos ver uma antiaérea e um Unimog, lado a lado. Fizemos uma visita à pista de aterragem exactamente pelo caminho feito de garrafas e depois mais umas voltas pelos pontos assinalados. 

Na minha segunda visita também tive uma conversa muito amigável com uma pessoa que estava a viver na tabanca no interior do quartel aquando da retirada. Ele contou-me alguns dos momentos complicados que passou e recordou com alguma angústia e nostalgia. As memórias ainda fazem chorar...

Uma das coisas curiosas que eu reparei é do carinho que a população tinha por alguns militares portugueses, pois é uma das coisas que todos falam é nos nomes deles. Depois de tantos anos ainda os recordam e sabem exactamente quem são, a graduação que tinham e de onde eram. (**)

(v) José Teixeira (***):

[O José Teixeira é membro sénior da Tabanca Grande e ativista solidário da Tabanca Pequena, ONGD, de Matosinhos; partiu de Casablanca, de avião, e chegou a Bissau, já na madrugada do dia 30 de abril de 2013; companheiros de viagem: a esposa Armanda; o Francisco Silva, e esposa, Elisabete; no dia seguinte, 1 de maio, o grupo seguiu bem cedo para o sul, com pernoita no Saltinho e tendo Iemberém como destino final, aonde chegaram no dia 2, 5ª feira; na 1ª parte da viagem passaram por Jugudul, Xitole, Saltinho, Contabane Buba e Quebo; no dia 3 de maio, 6ª feira, visitam Iemberém, a mata di Cantanhez e Farim do Cantanhez; no dia 4, sábado, estão em Cabedú, Cauntchinqué e Catesse; 5, domingo, foram de Iemberém, onde estavama hospedados, visitar o Núcleo Museológico de Guileje, e partinso  depois para o Xitole, convidados para um casamento ] 


(...) O dia nasceu suavemente, com um mango a acordar-me ao cair encima do telhado de capim e rolar até ao chão. Talvez um dos macaquitos que estava a tomar o seu matabicho se tenha descuidado. Estes macacos, de pelo cinzento, não armam aquela gritaria a que nos habituamos em tempos idos com o macaco cão. Habituaram-se a viver com o homem e passeiam-se nas árvores por cima de nós, pacifica e calmamente. Certo é que neste dia 5 de Maio, o sol já ia alto quando me sentei para tomar o pequeno-almoço, que começou por um mango madurinho e saboroso.

(...) Partimos (de Iemberém) com destino a Bissau. Duas horas depois estávamos a admirar o Museu Memórias de Guiledje (****), inaugurado em 2010 e que pretende documentar todo um passado de luta pela independência da Guiné-Bissau. À nossa espera estava o diretor, Domingos Gomes, como tinha prometido, para uma visita guiada. Foi um regresso ao passado para mim e para o Francisco Silva no reencontro com as armas e canhões, com as viaturas, com as imagens da guerra que ambos vivemos em locais e tempos diferentes.

Em cada visita que faço, noto com alegria que o museu vai crescendo. Há outras partes do antigo quartel levantadas. No pavilhão principal estão os instrumentos de guerra portugueses, bem como as armas que o PAIGC usava, as fotografias da guerra e outros memoriais. Livros, poucos, sobre a guerra, são o princípio de uma biblioteca que se pretende seja enriquecida com todos os livros e documentos possíveis para enriquecer a história do conflito que existiu para separar e afastar os portugueses da Guiné e de facto separou-nos com muito sangue derramado, dor e pranto, mas creio que estranhamente nunca os guineenses estimaram tanto os portugueses como agora que estão livres da sua tutela política.

Um Unimog bem conservado transportou-nos ao tempo das colunas por aquelas picadas inóspitas atapetadas de perigosas minas. Transportou-nos até ao grupo de picadores que, à sua frente e com todo o cuidado, picavam a terra, centímetro a centímetro, na esperança de as detetar e assim salvar possivelmente algumas vidas. Transportou-nos a um tempo que já passou, mas as suas marcas continuam bem presas na nossa mente e só desaparecerão com o pó da terra que nos há-de tragar.

A capela com a imagem de Nª Senhora de Fátima no seu altar, tal como no tempo da guerra, e o oratório do Santo Cristo dos Milagres construída pelos devotos Gringos açorianos. Locais, onde os mais devotos se ajoelhavam a pedir por seu intermédio a bênção de Deus para os momentos difíceis que a guerra e agradecer os perigos passados dos quais se livraram com vida.

O Museu foi enriquecido com um novo auditório onde está patente, onde foi instalado o Museu de Cultura e Ambiente onde se pretende espelhar o ecossistema da mata do Cantanhez e as culturas dos diferentes grupos étnicos que habitam a região.

O tempo não tem paciência para esperar e os ponteiros do relógio vão marcando as horas. Tínhamos encontro marcado na tabanca do Xitole para participarmos na festa do casamento da filha do nosso amigo Mamadu Aliu que há três dias atrás atuou de cicerone na visita/peregrinação que o Francisco Silva ali fez em busca do seu passado.

Com pesar para o Domingos Gomes, que bem insistiu para ficarmos mais um pouco e havia muito para ver e refletir, mas não queríamos ficar mal com a família da noiva que tão amavelmente nos tinha convidado. (...)

Excertos de: Crónicas de uma viagem à Guiné-Bissau (30 de Abril - 12 de maio de 2013) - Parte VI (***)

(Excertos, revisão e fixação de texto: LG)



(***) Vd.  poste de 22 de junho de 2013 > Guiné 63/74 - P11745: Crónicas de uma viagem à Guiné-Bissau: de 30 de abril a 12 de maio de 2013: reencontros com o passado (José Teixeira) (6):De Iemberém a Guileje, a caminho de um casamento no Xitole

(****) Um "visita virtual" ao Núcleo Museológico Memória de Guiledje pode ser feita através dos  postes a seguir.  (Este descritor tem 40 referências no blogue.)


Vd. também poste de 4 de fevereiro de 2010 > Guiné  63/74 - P5761: Núcleo Museológico Memória de Guiledje (13): Iintervenção da Presidente da AD , Osabel ;Miranda, no dia 20 de janeiro de 2010  

(...) "O  'Museu 'Memória de Guiledje' é, antes de tudo, uma homenagem à geração de Cabral, a todos os que com o seu exemplo escreveram uma das mais belas páginas da nossa História. Mas é também um lugar de confluência de rios anteriormente desencontrados que hoje procuram um caminho comum.

"Encontro com os militares portugueses, aqueles que, embora em campo oposto, aprendemos a respeitar pela sua coragem e capacidade militar numa luta de longa duração e que, afinal, partilham os mesmos sentimentos de amor pela Guiné-Bissau e pelo seu povo, pela sua humildade, dignidade, valentia e determinação, os quais sempre souberam distinguir o povo português do regime colonial que a ambos oprimia .

"Hoje, em liberdade, reencontramo-nos com emoção, com vontade de juntar memórias, recordações, encontros e desencontros, voltar a caminhar juntos num caminho de respeito e progresso.

"Saudamos a presença da Srª Julia Neto, esposa do capitão José Neto que tanto amou este canto e que tanto contribuiu para que o Museu 'Memória de Guiledje' fosse um êxito. Poucos dias antes de falecer, deixou-nos o seu desejo mais profundo: 'hei-de voltar a Guiledje', disse. A sua esposa, Srª Julia Neto, está hoje entre nós para realizar esta sua última vontade. Através dela saudamos todos os militares portugueses das 12 companhias que passaram por Guiledje e que quiseram deixar um pouco das suas recordações (aerogramas, fotografias, filmes, contos e narrativas). (...).