Trata-se da segunda estória da série Estórias cabralianas (1). Reformula-se o título e passa a estar mais acessível, no presente blogue. O mesmo acontecerá com a estória nº. 3, que também não estava identificada como tal.
Este texto foi originalmente publicada sob o post de 5 de Janeiro de 2006 > Guiné 63/74 - CDXXII: Rally turra ? (estórias cabralianas) (Estória a que corresponderia o nº 2).
Numa tarde de tédio convenci o motorista da viatura existente em Missirá, um humilde Unimog, a dar um passeio. Pretendia visitar o Enxalé, seguindo pela estrada de Mato Cão, pela qual não passava qualquer veículo há muito tempo.
Progredimos alguns quilómetros e, perto de S. Belchior, ouvimos tiros, pelo que retrocedemos, perdendo no regresso um jericã. E o caso teria ficado por aqui, se oito dias depois não fosse chamado ao Batalhão, onde o Major das Operações, me deu conta de uma inquietante informação: os turras possuíam viaturas, com as quais efectuavam abastecimentos, talvez de Mero. Até um jericã tinha sido encontrado.
Fiz um ar preocupado como me competia, e afirmei que iria averiguar e fazer explodir o tal jericã, que devia estar minado. Logo no dia seguinte, fui buscar o jericã, e não pensei mais no assunto. Porém, o Major não se esqueceu, e através de mensagem ordenou-me que informasse qual a origem dos indícios encontrados. Lá lhe respondi:
“Viatura ligeira, presumivelmente soviética, detectados restos de aguardente de cana no jericã destruído”.
Tudo isto se passou a curtos dias do meu regresso [à Metrópole], pelo que desconheço as consequências da minha tão sábia informação…Será que ordenaram aos turras que soprassem o balão?
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Nota de L.G.:
(1) Vd. post de 20 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1682: Estórias cabralianas (1): A mulher do Major e o castigo do Alferes (Jorge Cabral)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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