sexta-feira, 27 de abril de 2007

Guiné 63/74 - P1704: Operação Macaréu à Vista (Beja Santos) (43): Em louvor de Bambadinca, a nossa tabanca grande

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Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > 1970 > Espectacular vista aérea do aquartelamento, tirada no sentido leste-oeste, ou seja, do lado da grande bolanha de Bambadinca (vd. mapa da região)

Reconstituição feita, de memória, por Humberto Reis, Luís Graça e Gabriel Gonçalves (CCAÇ 12, Bambadinca, 1969/71): Do lado esquerdo da imagem, para sul, era a pista de aviação (1) e o cruzamento das estradas para Nhabijões (a oeste), o Xime (a sudoeste) e Mansambo e Xitole (a sudeste). Vê-se ainda uma nesga do heliporto (2) e o campo de futebol (3). A CCAÇ 12 começou também a construir um campo de futebol de salão (4), com cimento roubado à engenharia nas colunas logísticas para o Xitole.

De acordo com a fotografia, em frente, pode ver-se o conjunto de edifícios em U: constituía o complexo do comando do batalhão (5) e as instalações de oficiais (6) e sargentos (8), para além da messe e bar dos oficiais (8) e dos sargentos (9). Apesar do apartheid (leia-se: segregação sócio-espacial) que vigorava, não só na sede dos batalhões, como em muitas unidades de quadrícula, uns e outros, oficiais e sargentos, tinham uma cozinha comum (19). Do lado direito, ao fundo, para norte, a menos de um quilómetro corria o Rio Geba, o chamado Geba Estreito, entre o Xime e Bafatá.

O aquartelamento de Bambadinca(e posto administrativo do concelho de Bafatá) situava-se numa pequena elevação de terreno, sobranceira a uma extensa bolanha (a leste). São visíveis as valas de protecção (22), abertas ao longo do perímetro do aquartelamento que era todo, ele, cercado de arame farpado e de holofotes (24). A luz eléctrica era produzida por gerador...

Junto ao arame farpado, ficavam vários abrigos (26), o espaldão de morteiro (23), o abrigo da metralhadora pesada Browning (25).

Em 1969/71, na altura em que lá estivemos, ainda não havia artilharia (obuses 14). A caserna das praças da CCS (11) ficava do lado oeste, junto ao campo de futebol (3). Julgava-se que o pessoal do pelotão de morteiros e/ou do pelotão Daimler ficava instalado no edifício (12), que ficava do outro lado da parada, em frente ao edifício em U.

Mais à direita, situava-se a capela (13) - que funcionava também como casa mortuária - e, ao lado, a secretaria da CCAÇ 12 (14). Creio que por detrás ficava o refeitório das praças. Em frente havia um complexo de edifícios de que é possível identificar o depósito de engenharia (15) e as oficinas auto (16); à esquerda da secretaria, eram as oficinas de rádio (17).

Do lado leste do aquartelamento, tínhamos o armazém de víveres (20), a parada e os memoriais (18), a escola primária antiga (19) e o depósito da água (de que se vê apenas uma nesga). Ainda mais para esquerda, o edifício dos correios, a casa do administrador de posto (que era um caboverdiano, na altura), e outras instalações que chegaram a ser utilizadas por camaradas nossos que trouxeram as esposas para Bambadinca (foi o caso, por exemplo, do Alf Mil Carlão, nosso camarada da CCAÇ 12).

Esta reconstituição foi feita pelo Humberto Reis (HR), completada por mim (LG) e, mais recentemente, pelo Gabriel Gonçalves (GG), que identificou novos sítios: cantina (27), posto de rádio (28), refeitório das praças (29) e centro cripto (no topo do edifício 5). Ficamos à espera de novos contributos, nomeademente por parte do pessoal das CCS do BCAÇ 2852 (1968/0) e do BART 2719 (1970/72) que privaram connosco, bem como as unidades adidas (Morteiros, Daimler, Intendência, Caçadores Nativos...).

Foto: © Humberto Reis (2007). Direitos reservados.


43ª Parte da série Operação Macaréu à Vista, da autoria de Beja Santos (ex-alf mil, comandante do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70) (1). Texto enviado em 29 de Março de 2007. Subtítulos do editor do blogue.

Hosana e magnificat para Bambadinca

por Beja Santos



A acção de patrulhamento e emboscada chamava-se Discóbolo. Não sei onde é que o Major Pires da Silva foi buscar a sugestão à cultura grega, mas, para todos os efeitos, era de um lançador de disco que eu pensava na sala de operações quando ele anunciou que as forças de Missirá e Finete emboscariam de 5 para 6 de Maio [de 1969], na margem esquerda do Geba, enquanto o Pelotão [de Caçadores Nativos]63 entraria por Santa Helena, progredindo através de Fá Balanta até Mero ao cair da noite de 5.



Patrulhamento e emboscada à gente de Madina/Belel

O objectivo seria formar uma tenaz e obrigar possíveis rebeldes em trânsito na outra margem do Geba a cair na emboscada, em territórios do Cuor. Ao amanhecer de 6, ambas as forças nas duas orlas do Geba patrulhariam cuidadosamente até Finete e Ponta Nova com o intuito de detectar indícios de passagem recente das gentes de Madina/Belel, conhecendo-lhes o trilho. Tudo me pareceu bem, até porque ao início da tarde de 6 iria ser ouvido por um oficial superior responsável pela análise dos processos de condecoração de Adulai Djaló, Cherno Suane, Mamadu Camara e Mamadu Djau, em Bambadinca.

Pelas 6h da tarde de 5, um dispositivo estava instalado na fímbria do palmeiral de Boa Esperança e outro grupo estava posicionado mais acima, junto da antiga povoação de Gã Gémeos. Os dois grupos tinham ordens precisas para só desencadear fogo de espingarda e dilagrama, tais eram os riscos de naquela margem estreita do Geba infligirmos baixas ao Pelotão 63, numa eventual perseguição da força rebelde através da extensa bolanha de Ponta Nova a Mero.

Era uma noite estrelada, estávamos atentos aos ruídos entre Santa Helena e Mero. A partir da meia noite, a temperatura arrefeceu, a altura em que ouvimos vozes do pelotão do Almeida a deslocar-se entre Fá Balanta e Mero, após rusga na região de Santa Helena, tal como estava acordado. A pouca luz permitiu ver vultos em progressão, houve expectativa que aparecesse um grupo rebelde, mas a guerra é mesmo isto: mesmo com total sigilo da operação, o inimigo naquela noite não estava lá.

Patrulhámos ao amanhecer a região, não havia indícios recentes da passagem na região de Gã Gémeos até Gambicilai, tomámos então a estrada de Canturé, onde a força capitaneada por Bacari Soncó [, comandante da milícia de Finete, ] nos aguardava. Bacari exibia em triunfo um carregador de costureirinha, uma granada e um barrete descobertos num trilho recente que se dirigia para Malandim. O patrulhamento não fora em vão: a gente de Madina/Belel passeava-se agora pouco acima de Finete e seguia directamente para a estrada de Gambaná/Saliquinhé. Estavam confirmadas as nossas suspeitas: o inimigo usava como trilhos os caminhos abandonados, supostamente impraticáveis.



O dia de visita à sede do batalhão, Bambadinca


Era um dia limpo, o sol a caminhar para a fornalha do meio dia, sentia-se o capim a alourar e o duro barro da bolanha tornava agradável a caminhada para Bambadinca. Na orla do Geba, já nos esperava o atlético canoeiro, Mufali Iafai. A zona do cais de Bambadinca está em bulício com gente que viera de Dulombi, Gabu e Contuboel buscar os seus abastecimentos. Era um trânsito de GMC, Unimogs e até viaturas civis que rompiam no meio da gritaria das últimas saudações de despedida e do pó da laterite. Avançamos pela estrada, em direcção à rampa. No lado direito, cumprimento os alfaiates e abraço Malã Mané sempre com o seu sorriso aberto onde luz o ouro de todos os dentes da frente. Um cortejo de mulheres com trouxas à cabeça dirige-se para a fonte, um verdadeiro lavadouro público onde estoiram risos e se gesticulam cumprimentos e há falatório entre os soldados e as mulheres.

Caminhamos, cumprimento o Zé Maria, ao balcão do seu estanco, vejo o chefe de posto à porta do correio, despeço-me de um grupo de soldados que vai até à feirinha comprar tabaco e cola e depois visitar familiares, não sem antes os ter avisado que queria o pelotão formado junto ao gabinete do 2º Comandante pelas 14h.

A nossa lista de obrigações está distribuída: o Teixeira, auxiliado por Ussumane Baldé e Bubacar Sambu, vai às transmissões buscar material para o rádio; Casanova, com Sila Baldé, o Raposo, o Alcino e Quebá Sissé, vão tratar dos mantimentos, enquanto o Príncipe Samba procura comprar três sacos de arroz para os seus milícias, quase esfomeados. O mês de Maio é crucial para garantir leite em pó, marmelada, farinha, a mistura popular de café, as barricas de pé de porco, o fardo de bacalhau que vem enlatado.

Reservo para mim o papel de negociador para os materiais de construção civil e a pedincha das munições, faço-me acompanhar do Raposo e de Sadibi Camará. O Setúbal irá procurar desenrascar peças para o Unimog, há que também tratar das camisas para os petromaxes e antes do almoço ainda quero ir com o Pires tratar dos vencimentos em atraso dos milícias de Finete.

Bambadinca, o aquartelamento e os seus homens, são para nós a tabanca grande onde se operam milagres, é o nosso porto de abrigo, é ali que vou roubar os jornais com mais de 2 meses de atraso, ali vamos à enfermaria (que alguns chamam posto médico), aqui se corta o cabelo, se ouve o gralhar das crianças no recreio da escola e há a capela com missa ao domingo e onde repousam os nossos mortos, a depositar em cemitérios neste ou no outro continente...

Passando pela porta de armas, sempre aberta, saúdo o contigente militar e às vezes já distingo as gentes do pelotão Daimler dos amanuenses e escriturários, procuro ir à fala com o Ismael Augusto, o nosso santo milagreiro para os afazeres das viaturas e que dirige a falange dos mecânicos e condutores. É com o Ismael Augusto que se fazem operações com viaturas que não avariam, é graças ao Fernando Calado, o nosso oficial de transmissões, que os rádios funcionam e os seus mecânicos radiomontadores permitem a cantilena permanente, com mais ou menos ruído fanhoso, do nosso rádio em Missirá, o nosso cordão umbilical para gente amiga.

À porta da enfermaria vejo o anafado Furriel Coelho, um excelente mecânico que tem feito milagres com as nossas viaturas ronceiras. Na enfermaria cumprimento o David Payne, depois vejo ao longe o gesticulante alferes Reis e aproveito para lhe pedir que volte a Missirá para tirar as armadilhas junto à fonte de Cancumba. Ele resmunga como vários monossílabos e desaparece. Das cozinhas dos sargentos e oficiais evolam-se cheiros de peixe frito misturados com carne assada. É o auge do frenesim de Bambadinca, perto do almoço. Quem veio do Xime ou dos Nhabijões, quem veio do Xitole ou de Mansambo, está a ultimar os preparativos para regressar, o fim do dia não é de confiança.

Paro, inebriado, com este movimento, saúdo o Tenente Pinheiro, o chefe de secretaria que naquele dia não tem papelada para me distribuir. Há gente na sala de operações, vejo o Major Pires da Silva em azáfama, proponho-lhe conversarmos durante o almoço. Bala, um quase mestre de cerimónias do Comandante, vem cumprimentar-me e avisa-me que já chegou o Major que registará as minhas declarações sobre os processos das condecorações.

Esta a Bambadinca que retenho no olhar, que me toma os cinco sentidos, que vai para lá do horizonte, onde bifurcam as estradas que à direita nos levam até ao Xime e aos quintos do inferno que podem ser a Ponta do Inglês ou o Fiofioli, e à esquerda até à Ponte dos Fulas e ao Xitole, numa longa e belíssima estrada pejada de perigos. Esta a Bambadinca que por detrás da capela e da escola primária tem as casernas dos soldados e as transmissões. A Bambadinca da manutenção militar, dos paióis, das folhas de pagamentos, a Bambadinca onde é possível encontrar um bom bate chapas ou encontrar alimentos frescos ou tratamento médico ou tentar quase sem êxito fazer um telefonema para Lisboa.

Apertado pela fome, vou à messe de oficiais acabar o aerograma para a Cristina. Digo-lhe que estou feliz, que vim a Bambadinca, que naquele dia tudo me encanta e parece que me sinto em férias, reconciliado com todas as asperezas do mundo. Segue-se depois um toque de lirismo e escrevo, não sei se a propósito ou despropósito: "O que é autêntico agora é a amar-te silenciosamente. Sei que Deus confia em nós, em nós espera.".

Como habitualmente faço o relatório como se aquele deve e haver pudesse ter impacto em Lisboa: que chuvisca agora todas as manhãs e que no fim do mês, doa a quem doer, Missirá receberá o estatuto de povoação renascida; que os meus agricultores militares é gente fora de série, mas que estamos a viver as atribulações da falta de arroz; que entreguei o recurso e confio na Justiça; que já chegaram as inundações, se bem que ligeiras, temos os abrigos alagados, as formigas e a bicharada irritam-nos, há muitas tosses secas e paludismos; que estamos a ser sangrados nos efectivos, já estava uma secção das milícias de Missirá em Galomaro, agora vai outra para Cansamange. Despeço-me, amanhã escreverei mais, atravessarei o oceano cheio de ternura e à procura da mulher amada.

Ao almoço, explico quase junto ao ouvido ao Major Pires da Silva os resultados do Discóbolo, da nossa parte. O Almeida já me informou que não encontrou nada. Sinto-me esclarecido sobre a actuação actual das gentes de Madina/Belel, irei emboscar ao longo deste mês. Procuro, sem sucesso, ser aliviado das tarefas diárias a Mato de Cão, dizem-me sempre que não há efectivos em Bambadinca, tenho que fazer das tripas coração, uma ladaínha que oiço há 10 meses.

Findo o almoço, entrego-me ao interrogatório do Major na sala do 2º Comandante. É um homem de voz branda, cabelo escorrido e olhar penetrante. Começa por observar que sem pôr em causa os actos de bravura assinalados no meu relatório, lhe parece excessivo um tal número de comportamentos heróicos. Respondo que foram duas horas de inferno, aquelas que se viveram na noite de 19 de Março [de 1969]; que ouvi demoradamente as diferentes versões de todos os militares, não houvera nenhuma discordância quanto ao destemor de Cherno Suane e o seu morteiro 60, Adulai Djaló e a bazuca, Mamadu Djau também como apontador de bazuca e Mamadu Camará a incitar permanentemente os camaradas que ao fim de hora e meia de fogo começavam a sentir o desespero do fim das munições. O mesmo Mamadu Camará que, inspirado, fora retirar uma viatura de um local ameaçado pelas chamas, ele que nunca conduzira coisa nenhuma.



Guiné > Zona Leste > Sector L1 > Bambadinca > Missirá > 1968 > Mamadu Camará, um dos soldados do Pel Caç Nat 52, sob o comando do Alf Mil Beja Santos que lhe propôs um louvor devido à sua acção heróica na noite do ataque ao destacamento, em 19 de Março de 1969 (2).


O Major replicou que havia muita afinidade de comportamentos em situações análogas. Terei respondido algo como isto: "Meu Major, não sou favorável à banalização das medalhas. Tenho uma força de combate altamente moralizada, estamos todos os dias fora do arame farpado e no mínimo a fazer 25 Km para garantir que o Geba seja navegável até Bambadinca. Naquela noite o fogo era intenso e sem tréguas, o alferes que me substituiu fala em canhões sem recuo e os meus soldados confirmam que eram mesmo canhões sem recuo que devastaram e destruíram abrigos, casas e a segurança do arame farpado. Os quatro militares propostos, de acordo com os depoimentos dos caçadores nativos e dos milícias, foram o verdadeiro rastilho moral que nos levou a resistir à brutalidade do ataque. E há outra coisa, o patriotismo. Estava Missirá em chamas, e Mamadu Camará foi hastear a bandeira portuguesa e avisou toda a gente que a bandeira os olhava. Distribuíram os últimos cartuchos e fizeram um pacto de sangue: se os rebeldes entrassem em Missirá aqueles soldados portugueses da Guiné não seriam apanhados vivos. Felizmente , que os rebeldes retiraram mas não quero deixar passar em vão uma façanha onde eu não participei mas que é um exemplo que eu não vou esquecer, e não quero que seja esquecido".

Lentamente, com olhar fixo nos seus apontamentos, o Major levantou-se, disse-me que não sabia que havia gente capaz de dizer e fazer o que ouvira, cumprimentou-me e agradeceu o meu depoimento.

As minhas leituras: Jean Cocteau, Albert Camus e Ellery Queen

Tenho que partir, já passa das 16h, o tempo está contado ao milímetro para entrarmos em Missirá com a primeira escuridão. Foi um dia muito belo na minha vida. No bolso da coxa direita levo A Voz Humana de Jean Cocteau, um monólogo doloroso passado ao telefone entre dois apaixonados que se separam. Viu-o representado por Maria Barroso, no Teatro S. Luiz, penso que em 1965 ou 66. Acabei ontem o romance L'étranger, por Albert Camus. Foi-me oferecido pelo Carlos Sampaio.

De Camus já lera A Queda mas este romance é marcante e não é por acaso que Jean-Paul Sartre o considera monumental, um clássico do absurdo. O personagem, Meursault, é um homem lúcido mas indiferente: a morte da mãe pouco lhe diz, gosta de Maria mas não sabe se a ama, mata um árabe sem nenhuma convicção, como pretexto de defesa; é condenado à morte e espera que haja muito público no dia da sua execução, aspira a ficar menos só nesse momento ouvindo gritos de ódio à sua volta. É uma obra árida, parágrafos desapegados uns dos outros, as frases são ilhas, um nada atrás do nada. Romance irrespirável mas nítido, em que a desordem aparente ganha a coerência da vida caótica e sem sentido que é a questão central da obra filosófica e literária de Camus.

Albert Camus (1913-1960), escritor francês, de origem argelina, ligado ao existencialismo, movimento filosófico e literário liderado por Jean-Paul Sarte (1905-1980). Foi Prémio Nobel da Literatura (1957) e autor dessa obra-prima que é o romance O Estrangeiro. (LG).



Foto: Wikipedia (com a devida vénia...)



Com mais descontracção, li de Ellery Queen Vivenda Calamidade, um romance policial poderoso que faz parte do chamado ciclo de Wrightsville. É um horrível ajuste de contas em que uma mulher vingativa engendra ao nível máximo da perversidade a destruição do marido infiel numa representação inesquecível de vítima que acaba por não poder gozar o sabor de toda a vingança.

Esta noite há emboscada nocturna, contas para fazer, audiências, novos planos. O quotidiano continua, ritmado e do sabor do imprevisível. O que interessa agora é acabar as obras de Missirá. Só que o destino nos troca as voltas e as emboscadas montadas à volta de Madina reinstalam o sobressalto que é o timbre da nossa guerra. E um dia destes vai aparecer de helicóptero um oficial superior que pretende esclarecer a matéria do meu recurso. Como passo a relatar.


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Notas de L.G.:

(1) Vd. post anterior > 20 de Abril de 2007 > Guiné 63/74 - P1680: Operação Macaréu á Vista (Beja Santos) (42): O Tigre de Missirá volta a rugir

(2) Vd. post de 10 de Março de 2007> Guiné 63/74 - P1578: Operação Macaréu à Vista (Beja Santos) (37): O horror do Hospital Militar 241 e o grande incêndio de Missirá

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