Capa da brochura Missão na Guiné . Lisboa: Estado-Maior do Exército. 1971. Era distribuída aos militares recém-chegados ao CTIG... Uma espécie de manual sobrevivência, procurando responder a algumas das angústias dos periquitos : como distinguir um fula de um balanta ? o que fazer em caso de apanhar à mão o Amílcar Cabral ? quanto patacão vou ganhar por mês ?
Foto: © Luís Graça & Camaradas da Guiné (2007). Direitos reservados.
1. Mensagem dos editores do blogue (LG/CV):
(i) Eis que ultrapassámos, há dias, os 300 mil. Simbolicamente ou não, 300 mil é muita gente ou, melhor, manga de visitas... Em média, nos últimos tempos, isso quer dizer 8 mil a 10 mil por semana. Não é caso para deitar foguetes: registamo-lo com agrado, mas com serenidade… Não estamos aqui para entrar no Guiness… Impusémo-nos, a nós próprios, uma missão, que era a ajudar a reconstruir a memória de uma guerra e a vivência de uma geração em terras da Guiné. Uma missão temerária, que felizmente já não é de guerra, mas de paz...
300 mil visitas (não necessariamente visitantes) quer dizer que, afinal, a guerra colonial não é um assunto definitivamente enterrado no baú da história, no limbo do esquecimento, no pó dos arquivos… A guerra, que acabou há 33 anos, ainda mexe connosco, pelo menos com os portugueses que a fizeram – cerca de um 800 mil a um milhão, dizem. Na Guiné, não sabemos ao certo quantos foram: 150 mil ? 200 mil ?
(ii) O Post nº 1900 (1) foi, intencionalmente, atribuído ao nosso querido camarada Jorge Cabral cujas estórias (cabralianas) têm os seus fãs, inúmeros fãs, pelo que nos é dado aperceber... Achamos que é justo: ele é o talvez o único de nós que ainda hoje consegue divertir-se (e divertir-nos) com as memórias do passado, enquanto a gente se estrutura ou se tortura... Melhor: ele é capaz de fazer humor das situações mais anódinas, mais insólitas ou mais corriqueiras no TO da GUiné… Ele é o homem de teatro que nos põe em cena. Como se fôssemos títeres, bonecos, marionetas, comandadas a bel-prazer dos deuses…
(iii) Amigos e camaradas: Vamos a ver se aguentamos a pedalada... Lá vão mais de dois anos... de blogoterapia... Às vezes é difícil aguentar o vosso ritmo, imposto pelo crescente interesse pelo blogue e pelo aparecimento de novos camaradas e amigos... Daí reiterarmos os nossos pedidos de desculpa pelos atrasos... Entretanto, fazemos de novo um apelo à vossa participação, incluindo a utilizaçáo, mais amiudamente, da funcionalidade do Comentário (no final de cada post) ... Um blogue tem que trazer todos os dias coisas novas, coisas frescas... Tal como jornal diário… Tem de ser, além disso, interactivo...
Toda a gente tem, por sua vez, que dar para o peditório (e receber, naturalmente, reconhecendo-se na forma e nos conteúdos)... Às vezes, é apenas um simples mas oportuníssimo comentário!... E que ninguém fique acanhado por sentir que não tem o mesmo talento... literário do vizinho!... Escrever aprende-se... escrevendo!... Além disso, nós damos sempre um toque, como editores dos posts, na fixação do texto, na correcção ortográfica, etc. E às vezes também damos calinadas de palmatória, desculpadas pelos automatismos e pelas pressas (por exemplo, há um erro sistemático no nosso blogue: referimo-nos ao vocábulo a pára-quedista, que é a grafia correcta; paraquedista, sem hífen, é incorrecto)…
(iv) Por outro lado, vemos, com agrado, o aparecimento na blogosfera de mais blogues sobre a guerra colonial na Guiné (1963/74), que, de certo modo, se inspiram no nosso (adopção de certos valores, o tratamento por tu, o apelo à participação, à publicação de fotos e documentos...). Os nossos parabéns aos camaradas - como o Júlio César, o Victor Barata e outros - que mais recentemente se aventuraram pelos caminhos da blogosfera. Comuniquem-nos o aparecimento de novos blogues ou páginas sobre a guerra colonial, a Guiné ou temas afins.
(v) A todos os amigos e camaradas que fazem blogoterapia connosco, o nosso muito obrigado.
Por agora é tudo, boa saúde e boa blogonavegação!
Luís Graça e Carlos Vinhal
PS – Comentário de L.G.: O Carlos Vinhal que, aqui para nós, não me está a ouvir, tem feito um belíssimo trabalho de sapa, de bastidores... Ou não fosse ele um homem de minas e armadilhas! Ele põe-me em ordem a correspondência e já aprendeu a editar o blogue... Agora listou o pessoal todo e já vamos em 180 endereços de e-mail, entre amigos e camaradas, contribuintes líquidos e ilíquidos... Ele merece a minha especial confiança e admiração. L.G.
___________
Nota de L. G.:
(1) Vd. post de 29 de Junho de 2007 > Guiné 63/74 - P1900: Estórias cabralianas (25): Dois amores de guerra e uma declaração: Não sou pai dos 'piquinos Alferos Cabral' (Jorge Cabral)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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1 comentário:
Aqui vai o meu pequeno contributo, ao repto lançado"Entretanto, fazemos de novo um apelo à vossa participação, incluindo a utilização, mais amiudamente, da funcionalidade do Comentário (no final de cada post) ..."
As 300 000 visitas não são obra do acaso, e explico isto, falando do meu caso particular(e de muitos outros), não vivi a guerra, mas o blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné permitiu que a guerra não mexesse somente com quem participou nela, mas também com os seus familiares. Como foi o caso do meu tio Manuel Rodrigues Sobreiro (Alf Mil), que tombou na Guiné.
O blogue, foi um instrumento importante para criar o blogue “ As Verdades do Sobreirito”de homenagem ao meu tio, porque sem as palavras amigas do Zé Neto(1929-2007) e Luis Graça e as informações recolhidas no blogue, não me sentiria motivado para a criação do blogue.
Contudo, discordo com o numero apresentado das 300 000 visitas, elas pecam por defeito, e digo isto porque o blogue “ as verdades do Sobreirito” foi visto por mais de 300 pessoas em 15 dias, graças à divulgação do bolgue Luís Graça & Camaradas da Guiné, esse e todos os outros devem ser associados aos 300 000, não concordam?
Os meus agradecimentos,
Nelson S S Domingues
Blogue http://sobreirito.blogspot.com/
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