segunda-feira, 9 de março de 2009

Guiné 63/74 - P4005: Para amenizar, quem conhece a NEP das abelhas? (J. Mexia Alves)

1. Caros camaradas, atentemos à mensagem do nosso camarada Joaquim Mexia Alves(*), com data de 6 de Março de 2009, que nos traz uma questão, que tempos idos teria uma importância primordial. Felizmente hoje as nossas abelhas são bem mais pacíficas, eu que o diga pois experimentei ataques daqueles insectos lá e cá.

Quem estiver em condições de esclerecer o nosso camarada Mexia Alves, faça o favor de se apresentar.


Caros Luis, Virgínio, Carlos e todos os camarigos.

Vamos lá então amenizar a coisa que isto por aqui está muito denso!

E então lanço um desafio aos camarigos que souberem da coisa, para darem ao conhecimento da Tabanca, uma célebre NEP, de que no meu tempo muito se falava na Guiné.

Era conhecida pela NEP das abelhas e eu nunca a vi e nunca a li, mas ao que me diziam, continha coisas de "bradar aos céus".

Segundo diziam, a NEP preconizava entre outras coisas, em caso de ataque de abelhas, a entrada imediata no curso de água mais perto...

Dizia-se também que a mesma aconselhava o rebentamento de granadas de fumo, talvez com o intuito de dar a conhecer ao inimigo a nossa posição!!!

Não sei se a NEP existia ou não e se continha tais "conselhos", mas embora nunca tenha tido nenhum ataque de abelhas, sei que era uma coisa terrivel, que fazia o pessoal atacado entrar num descontrole total e lembro-me de ouvir referir, que um Alferes de uma Companhia Independente teria morrido na mata de vido às multiplas picadas de um ataque de abelhas.

Alguém sabe alguma coisa sobre isto, da NEP, ou mortes causadas pelas abelhas?

Abraço camarigo a todos do
Joaquim Mexia Alves

(*) Joaquim Mexia Alves, ex-Alf Mil Op Esp, CART 3942 (Xitole), Pel Caç Nat 52 (Mato Cão / Rio Udunduma) e CCAÇ 15 (Mansoa)
__________

Nota de CV:

Vd. poste da última intervenção de Joaquim Mexia Alves de 2 de Março de 2009 > Guiné 63/74 - P3965: Nuvens negras sobre Bissau (7): Ao combatente Nino Veira, um poema de Joaquim Mexia Alves

8 comentários:

Anónimo disse...

pois...
se tivessem tomado atenção, teriam lido que fui vitima de um desses ataques, ficou g 3 e...tudo. terrivel foi no resgate do Pessoa. está escrito aí no blog. nem quero pensar , foi uma debandada.
j carvalho
pirata de guileje

Anónimo disse...

Ó meu camarigo Carvalho, eu estava atento e foi por causa disso que me lembrei de que no meu tempo se falava muito desta famosa NEP, e se dizia, que elaborada pelo pessoal do "ar condicionado", (desculpem lá mas é sem ofensa), tinha coisas que não lembravam ao "mais pintado".

Se era assim ou não, se a NEP existia ou não, não sei, poqrue nunca a vi nem li.

Abraço camarigo do
Joaquim Mexia Alves

Anónimo disse...

Caro Mexia Alves,
Não me é possível em termos de tempo, falar sobre as abelhas, porque da NEP não sei nada.
Vou para Évora e possivelmente amanhã à tarde já tratarei do assunto. Talvez até mande um escrito sobre o assunto passado com a minha C.CAÇ. 763 e presenciada por gente da FAP.

Um abraço do tamanho do Cumbijã,

Mário Fitas

Anónimo disse...

Se a memória não me falha o capitão Lomba Martins comandante da c.c.556 foi vitima de um ataque de abelhas numa das emboscadas do inimigo.
Resultado evacuado para a metrópole e substituído no comando da companhia.
Como tenho contactos com camaradas da 556 hei-de abordar esse assunto.
Um alfa bravo.
Colaço

António Matos disse...

Caro Joaquim,
As abelhas ...
Confesso que, para além dumas colheres de mel que emborco cada vez que apanho uma daquelas gripalhadas de caixão à cova, passo infinidades de tempo sem me lembrar das ditas.
Excepção quando sou obrigado a "conviver" com elas, por isto ou por aquilo.
Que me recorde, o meu 1º encontro de homem-para-abelha que tive na vida foi precisamente na Guiné.
Relatei-o num dos primeiros posts que mandei para o blogue e cujo cenário estava montado no meio dum campo de minas, algures entre Ponta Matar e Choquemone, à beira da estrada Bula - S.Vicente.
Aí, e com um barulho de aproximação a fazer lembrar o ronco dum automóvel de corridas, ficámos colados ao chão quando, olhando para cima, vimos uma núvem delas !
Pararam a deslocação e planaram ...
Do enxame libertou-se uma delas que picou na nossa direcção com o "consentimento" e passividade do grupo ...
Desceu, desceu e aterrou no corpo do camarada Luís Faria ...
Com nervos de aço, o Luís "permitiu" que ela o "farejasse" ...
Todos estávamos transpiradíssimos, de tronco nu, a "assentar" minas ...
A abelhinha, que não tinha aspecto de abelhinha Maia, caminhou para-ante-pata, pelo peito do Luís, depois pela perna ( ah! estava de calção curto !!) e enfiou-se no cano da bota !
O momento foi de uma tensão incalculável pois o "pelotão de fuzilamento" mantinha-se em posição de ataque lá em cima !!
A paginas tantas, incomodada talvez pelo cheiro que aquela bota poderia estar a exalar, saiu, cumprimentou e levantou voo, dirigindo-se, com todas as outras, em direcção a S.Vicente.
Não houve ataque, não houve feridos, mas a estória ficou!
Já o mesmo não direi dum verdadeiro "arrastão" que um outro enxame fez ao passar pelo quartel de Bula.
Alguns feridos, alguns olhos inchados, anti-estamínicos esgotados, mas, parece-me, o maior azar foi dos macacos que existiam por lá.
Passada a loucura, contabilizaram-se variadíssimos bichos mortos a atestar da sua perigosidade.
Finalmente, e porque a curiosidade da coincidência do tema é, no mínimo, engraçada, posso-te contar que no último fim de semana, em Leiria, e numa prova dum campeonato de karting em que participo, fui visitado por um desses "adoráveis" estupores que invadiu o interior do capacete o que, calcularás, provocou um quase acidente e a perca, óbvio, de qualquer veleidade de campeão !!!
Em todas estas experiências, porém, nunca me lembrei que poderia haver uma NEP que ensinava como bem domar uma abelha, se mergulhando no rio mais próximo, se ir a correr para os bombeiros e pedir-lhes que lhes apontassem a mangueira ao focinho. E ainda bem porque em todos os casos estava demasiado longe desses apoios logísticos o que complicaria a situação pelo stress que provocaria !
Um abraço e ... cuidado que elas ferram mesmo !
António

Luís Graça disse...

Camaradas:

O Mexia Aolves deu-nos aqui uma boa sugestão. Como é sabido, a vocação do nosso blogue é contar histórias (não as dos outros, como fazem os jornalistas, os ficcionistas, os cineastas, etc.), mas as nossas próprias...

Nós fomos actores numa guerra, e é dessa guerra que devemos falar, não do antes e do depois, das causas e consequências, das causas remotas e próximas, e das consequências locais, regionais e globais(políticas, económicas, sociais, culturais, diplomáticas...) mas das estruturas, dos processos e dos resultados...

Ora as abelhas ("assassinas, africanas, selvagens") também nos combatiam... Não sei porquê, mas acho que tinham alergiam, não à cor da pele, mas à nossa farda: tanto atacavam os tugas como os seus aliados fulas, que eram pretos retintos, a maior deles (tirando os futa-fulas)...

Falo por experiência própria. Mas pergunto-me: será que elas, as abelhas da Guiné, também foram treinadsa na China, tal como o Nino Veira, o últimos dos comandantes do PAIGC, agora morto, "de morte matada" ?

Cá está um ponto que eu gostaria de ver descrito, documentado, ilustrado, discutido, analisado, dissecado, postado no nosso blogue...

Sugiro, pois, a criação de uma nova série: "As abelhas, nossas amiguinhas"... O título é irónico, claro: eu soube, por diversas vezes, quão dolorosa era uma picada destes terríveis insectos...

Caí em várias emboscadads onde elas eram foram muito mais eficazes do que as costureirinhas, as kalash e os RPG do Inimigo.

O Mexia Alves deu o pontapé de saída, lançou a granada de fumos... Quem vier a atrás, que feche a porta ou se atire ao primeiro charco que encontrar...

Obrigado, amiguinhas. Ainda temos contas para ajustar, ao fim destes anos todos... O Mexia Alves é um bom cristão, mas como eu costumo recordar Cristo, Filho, mandava ser bom, mas Deus, Pai, não mandava ser parvo...

As outras (contas, com os homens), essas, já as perdoei... Acho eu de que... LG

Anónimo disse...

CMS diria:
ABELHAS é comigo e com outros companheiros da CART 2339.
Uma célebre "acção de combate" efectuada pela nossa Companhia teve abelhas e à mistura emboscada, com tiros, feridos e evacuados.
Se havia NEP ou não, pelo menos no meu tempo não tenho conhecimento dela, sabia que havia água não no rio mais próximo, mas no meu cantil. Gastei-a por cima da cabeça - e que falta ela me fazia.
30 minutos de desespero.
Um enxame "ferrado" na minha cabeça e tiros e choros e, o Furriel Camacho com uma cara do dobro da habitual.
Era assim, sem NEPS que a guerrilha se fazia.

Enxames colocados e accionados como minas.

Depois era começar a emboscada.

Dependia de nós ter capacidade para, naquelas circunstâncias, reagir.

Não era fácil!!! Vocês sabem.

CMS
Mansambo 68/ 69

Anónimo disse...

Disse que iria certificar com camaradas da C.C. 556 sobre o ataque das abelhas ao capitão Lomba Martins após contactos confirmo o comentário.
Mas está a mais a evacuação para a Metrópole foi tratado em Bissau.As minhas desculpas.
Um abraço. Colaço.