Mensagem de José Francisco Borrego, Ten Cor na Reserva, que pertenceu ao Grupo de Artilharia n.º 7 de Bissau e ao 9.º Pel Art, Bajocunda (Guiné, 1970/72), com data de 8 de Março de 2009:
Assunto: HISTÓRIA DO GA N.º 7 - BISSAU (SANTA LUZIA)
Caríssimo Carlos Vinhal,
espero que te encontres bem na companhia da excelentíssima família. Eu fico bem, graças a Deus.
Venho novamente incomodar-te com mais uma edição, respeitante à nossa sempre Guiné!
Penso que muitos artilheiros vão ficar satisfeitos por saberem como foi a evolução do GA N.º 7!
À falta de melhor, junto também uma foto do brasão de armas da Bateria de Artilharia Campanha n.º 1 (BAC 1), antecessora do GA N.º 7.
Recebe um abraço amigo e de consideração do
JOSÉ BORREGO
TCOR (RES)
Brasão de Armas da Bateria de Artilharia de Campanha N.º 1 (BAC 1), antecessora do Grupo de Artilharia N.º 7 (GA 7)
1. O GA 7 estava aquartelado em Bissau (Santa Luzia), sendo uma Unidade de Guarnição Normal a que tive a honra de pertencer durante 27 meses (13JUL70 a 30OUT72) e teve como antecedentes as seguintes Unidades:
Bateria de Artilharia de Campanha (BAC);
Bateria de Artilharia de Campanha n.º 1 (BAC 1);
Grupo de Artilharia de Campanha n.º 7.
Comandantes de Bateria:
Cap Artª António Soares Fernandes;
Cap Artª Carlos Rodrigues Correia;
Cap Artª José Júlio Galamba de Castro;
Cap Artª João Carlos Vale de Brito e Faro;
Cap Artª Ernesto Chaves Alves de Sousa;
Cap Artª José Augusto Moura Soares.
Divisa: Os Olhos na Pátria e a Pátria no Coração
Criação da Bateria de Artilharia de Campanha (BAC)
A sua criação é anterior a 01JAN61. Era uma subunidade de guarnição normal e foi constituída por quadros metropolitanos e praças indígenas do recrutamento local, estando enquadrada nas forças do CTIG então existentes.
Síntese da Actividade Operacional
Inicialmente, destacou efectivos para guarnecer algumas localidades até à chegada de forças de Caçadores, nomeadamente para Bissorã, de finais de ABR61 a meados de AGO61; para Mansabá, de finais de ABR61 a princípios de NOV61 e para Enxalé, de princípios de JUN61 a princípios de NOV61.
Após ter destacado Pelotões de Material 8,8cm para Mansabá, a partir de 01OUT63, para Bissorã, em 06NOV63, para Olossato, a partir de 24DEZ63 e para Catió, a partir de 04FEV64 – este destacamento, inicialmente, para apoio da Operação Tridente, nas ilhas de Como, Caiar e Catunco.
Formação de Pelotões
Continuou a formar Pelotões para atribuição em apoio de fogos a diversas guarnições. Assim, constituiu durante o ano de 1964 mais três Pelotões, em 1966 mais seis Pelotões, dos quais, três de material 11,4cm e em 1967 mais três Pelotões, estes de material 14cm.
Criação da Bateria de Campanha n.º 1 (BAC 1)
Em 01ABR67 a subunidade BAC passa a designar-se Bateria de Campanha n.º 1. A partir de 1968 os Pelotões de 8,8cm passaram a ser equipados com material de 10,5cm, tendo ainda sido formados mais sete Pelotões de 10,5cm e mais quatro pelotões de 14cm, um dos quais, por extinção de um pelotão de 11,4cm.
Localização dos Pelotões
A localização dos Pelotões foi caracterizada fundamentalmente pela capacidade de actuação sobre as linhas de infiltração do IN e de reacção aos ataques sobre os aquartelamentos fronteiriços, como S. Domingos, Guidage, Cuntima, Buruntuma, Cabuca, Aldeia Formosa, Guilege e Cameconde, entre outras e para prolongar as acções de fogo sobre as áreas de refúgio tradicionais do Morés, Tiligi, Caboiana, Quínara, Tombali e Cubucaré, entre outras. Em 01JUL70, a subunidade foi extinta e os seus meios e tradições históricas foram transferidos para o GAC 7, então criado.
Criação do Grupo de Artilharia n.º 7 (GAC 7)
Comandantes:
TCOR ARTª António Luís Alves Dias Ferreira da Silva;
TCOR ARTª António Cirne Correia Pacheco;
TCOR ARTª Martinho de Carvalho Leal;
MAJ ARTª José Faia Pires Correia.
2.ºs Comandantes:
MAJ ARTª João Manuel Melo Mexia Leitão;
MAJ ARTª José Joaquim Vilares Gaspar;
MAJ ARTª José Faia Pires Correia;
CAP ARTª Jaime Simões da Silva.
Síntese da Actividade Operacional
O GAC n.º 7 foi criado em 01JUL70, a partir dos meios de artilharia da BAC 1, os quais já englobavam, na altura, 114 bocas-de-fogo constituídas em 27 Pelotões, dos quais 16 pelotões eram de material 10,5, 2 Pelotões de 11,4cm e 9 pelotões de 14cm.
Posteriormente, foram ainda organizados mais um Pelotão de 10,5cm, em 1972, e em 1973, mais um Pelotão de 8,8cm, outro de 10,5cm e dois Pelotões de 14cm.
Na sequência da missão da BAC 1, continuou a exercer o comando e controlo técnico dos diferentes Pelotões colocados em apoio de fogos das diversas guarnições do interior, tendo comandado e coordenado diversas acções de fogo sobre bases inimigas situadas junto da fronteira. Comandou e coordenou ainda a actividade das subunidades de Artilharia Antiaérea.
Criação e Extinção do Grupo de Artilharia n.º 7
Em 14NOV70, passou a designar-se Grupo de Artilharia n.º 7, a fim de harmonizar a sua designação com o comando e controlo das baterias de Artilharia Antiaérea, entretanto colocadas no CTIG, de acordo com despacho ministerial de 11AGO70.
Após a recolha dos Pelotões existentes, de acordo com o plano de retracção do dispositivo, a Unidade foi desactivada a partir de 02SET74, tendo sido posteriormente extinta.
2. Dedico esta pesquisa a todos os Artilheiros de Campanha, que pertenceram às Unidades acima identificadas e que em Bissau ou no mato cumpriram as missões superiormente definidas.
Linda-a-Velha, 08 de Março 2009
Saudações Artilheiras e um abraço fraterno,
JOSÉ BORREGO
TCOR (RES)
(Fonte: 7.º Volume. Tomo II Guiné)
__________
Nota de CV
Vd. último poste de José Borrego de 14 de Fevereiro de 2009 > Guiné 63/74 - P3893: Tributo aos nossos Sargentos do QP que mantinham as contas em dia (José Francisco Borrego)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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6 comentários:
O Mundo é pequeno meu Caro Camarada de Artilharia (fui atirador e não artilheiro), mas o mundo é pequeno. O meu quarto Comandante de Companhia era o Capitão QP J. A. Moura Soares. Esteve dois ou três meses connosco. Por motivo de doença veio até Bissau. Foi substituído pelo Cap. Art. QP Raul A Laranjeira Henriques (um ano).
O Major Vilares Gaspar, não sei mas, seria o célebre Capitão ou Major Gaspar que eu conheci no RAL 3 Évora? Excelente Homem!
Abraços Torcato Mendonça
ps- em Mansambo tínhamos dois 10.5
Fiz parte da BAC. Cheguei à Guiné a 2 de Fevereiro de 1967 e regressei a Lisboa no final da "comissão" a 16 de Fevereiro de 1969.
Pertenci aos 5º, 6º - Cufar e Mejo -, 14º - Catió e Aldeia Formosa e ainda a outros dois que não me recordo do número - Tite e Xime.
Gostava de aceder à História do Grupo de Artilharia nº 7 que certamente contém a História da BAC.
Como posso contactar com o autor?.
Obrigado e um abraço.
António Ribeiro
(ex-Fur. Mil. Artª.)
amribeiro44@sapo.pt
Por mero acaso vim aqui parar, com alguma surpresa e não menos emoção, diga-se, porque fui o último Comandante do GA7, depois de ter sido 2º. Comandante.
Anteriormente, estive como oficial de operações num Batalhão de Artilharia em Bambadinca.
São raros os contactos que mantenho com camaradas do GA7 ou do BART, até porque morreram os dois oficiais que comigo partilharam os últimos meses no Grupo e com os quais mantinha grande ligação já morreram: Tenente-Coronel JAIME SIMÕES DA SILVA e Coronel ALBERTO JORGE RIBEIRO AMARAL (este foi Comandante da Bateria de Comando e Serviços e, depois de promovido a Major, foi o último 2º. Comandante)
JOSÉ FAIA PIRES CORREIA
Coronel de Artª. Reformado
António Cirne Correia Pacheco e Jaime Simões da Silva - PAZ AS SUAS ALMAS-Grandes Homens e amigos de todos militares principalmente praças. Saúdades eternas.
Martinho de Carvalho Leal como 2º comandante (Major) nada de positivo
MALDADE, VAIDADE, VINGATIVO.
António Cirne Correia Pacheco e Jaime Simões da Silva - PAZ AS SUAS ALMAS-Grandes Homens e amigos de todos militares principalmente praças. Saúdades eternas.
Martinho de Carvalho Leal como 2º comandante (Major) nada de positivo
MALDADE, VAIDADE, VINGATIVO.
Boa tarde caros amigos e camaradas , eu José Augusto Chagas fui 1º cabo de artelharia , fui mobilizado para a Guiné Fevereiro de 1973 ,aproveito esta oportunidade deste vosso blog , para pedir a todos os camaradas se alguem sabe do paradeiro de 1º cabo Carneiro e do 1ºcabo Neves 1ºcabo e Teodoro isto no ano , de 1973 no GA7 Bissau ,desde já um obrigado e bem hajam.
meu email chagaschelas@gmail.com
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