sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Guiné 63/74 - P7187: Memória dos lugares (106): Gadamael e as peripécias do pós-25 de Abril de 1974 (José Gonçalves)

Guiné > Região de Tombali > Gamael > Maio de 1974 > A primeira visita do PAIGC à tabanca e aquartelamento: e O Comandante do COP5 (Cap Ten Fuzo Patrício ), do seu lado direito está o comissário político do PAIGC. O nosso camarada José Gonçalves está atrás, na segunda fila,  entre os dois. O capitão Pimentel, comandante da CCAÇ 4152/73,  está ao lado do José Gonçalves, por detrás do Comandante Patrício. (*)






Guiné > Região de Tombali > Gamael > 1974 > O capitão Peixoto da CCAV 8452, de T-shirt branca com o seu nome estampado. De lado estão dois capitães do COP5 e de costas o Alf Mil Lobo, da CCAÇ 4152/73 da minha companhia. Esta foto foi tirada na messe de oficiais da CCAV 8452, construída com troncos e chapas de lata.


Fotos (e legendas): © José Gonçalves (2010) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados

1. Mensagem do nosso camarada José Gonçalves, que vive no Canadá há mais de 3 dezenas de anos:

Data: 29 de Outubro de 2010 02:04
Assunto: Fotos de Gadamael e pessoas faladas neste blog mas até agora sem fotos



Caro Luís:

Aqui te mando duas fotos tiradas em Gadamael.

A primeira foi quando da primeira visita do PAIGC e onde se encontra o Comandante do COP5 (Cap Ten Fuzo Patrício );   do seu lado direito está o comissário político e eu encontro-me atrás entre os dois.  O capitão Pimentel,  comandante da minha companhia, está ao meu lado por detrás do Comandante Patrício.

Como podem observar não era todos os dia que recebíamos visitas destas. Estavamos todos a acompanhar o "camarada" numa visita à tabanca. Será que alguém ainda se lembra do nome deste comissário político ? Eu já não tenho a minima ideia. Do que me lembro fpo ele ter sido ultrapassado,  nos encontros posteriores,  por individualidades militares com maior patente. Acho que só o vi mais uma vez,  mas não como participante activo.

A outra é uma foto do capitão Peixoto da CCAV 8452,  de T-shirt branca com o seu nome estampado,  que era o uniforme preferido do mesmo. De  lado estão dois capitães do COP5 e de costas o Alf Mil Lobo da minha companhia. Esta foto foi tirada na messe de oficiais da CCAV 8452 que,  como se vê,  era de troncos e chapas de lata.

Cumprimentos

José Gonçalves

Alf Mil Op Esp
CCAÇ 4152/73
_____________

Nota de L.G.:

(*) Vd. poste de 1 de Outubro de 2008 > Guiné 63/74 - P3262: No 25 de Abril eu estava em... (3): Gadamael e depois Cufar (José Gonçalves, ex-Alf Mil Op Esp, CCAÇ 4152)

(...) Maio de 1974: Apresenta-se o senhor comissário político



Era em principio de Maio de 1974 pouco depois do 25 de Abril . Estava na messe de oficiais a beber o meu whisky quando o barman me diz que estava um preto a querer falar com o comandante. Eu fui ver o que era e deparo com um indivíduo, desconhecido, bem vestido e com muita cortesia me pediu para falar com o comandante. Perguntei-lhe quem era e o que queria do comandante. Para minha surpresa disse-me que era o comissário político do PAIGC para a zona de Gadamael e que queria falar com o comandante sobre o 25 de Abril. Fiquei de boca aberta, como é de calcular, e mandei-o entrar e pedi para chamarem o comandante.


O comandante chegou (o nome dele apagou-se da minha memória mas era um capitão tenente fuzileiro especial) e perguntou-lhe se tinha vindo sozinho. O comissário politico disse-lhe que não e que tinha vindo com 2 pelotões e que estavam escondidos perto do campo de aviação. O comandante disse-lhe que o pessoal do PAIGC não podia ficar nesse local e ou se retirava ou se apresentava.


O comissário então dirigiu-se para o mato e começou a falar em voz alta e começaram a aparecer soldados do PAIGC vindos da mata, armados até aos dentes. O comandante então disse-lhes que não permitia que ficassem ali armados, e que para entrarem tinham que nos entregar as armas. Qual não foi o meu espanto quando eles disseram que sim. Nós pedimos a um escriturário para fazer a escrita e começamos a recolher as armas.


Eles entraram e foram conviver com o pessoal que estava do "nosso lado”. Beberam e comeram e nós conversámos com o comissario, depois fomos apresentá-lo ao régulo e mostrámos-lhe o aquartelamento e a tabanca. Depois foi a vez de lhes entregar as armas para estes se irem embora para o outro lado da fronteira . Ouve pequenos desacordos porque alguns deles pensavam que tinham entregue mais munições do que recebiam mas como já estavam bêbedos a maior parte deles (pois os nossos soldados se tinham encarregado disso) e com a comando deles tudo se resolveu amigalvelmente. (...)



Visita de cortesia dos nossos oficiais a Kandiafara, na Guiné-Conacri


Tive outra surpresa quando estes nos convidaram para irmos visitar o aquatelamento deles, em Kandiafara. Eu decidi não ir pois o meu treino de ranger fez-me um pouco incrédulo de tudo o que se estava a passar mas os meus camaradas foram. O que me contaram foi que quando passaram a fronteira as autoridades da Guiné Conacri tinham mandado que o PAIGC entregasse os portugueses que tinham passado a fronteira. A resposta do PAIGC foi que não o fariam porque eram convidados do PAIGC e que os devolveriam ao seu aquartelamento e caso a Guiné Conacri os quisesse prender teria que os ir buscar a Gadamael Porto. Claro que nunca vieram.


Depois deste incidente tivemos vários encontros todos eles em Gadamael Porto onde o PAIGC já vinha de Unimog, de marca russa. Nesta altura as negociações em Londres não estavam a correr muito bem e houve alturas onde nós pensámos que teríamos que voltar a lutar outra vez.

Tínhamos decidido entre nós que avisaríamos e daríamos a uns e outros 3 dias antes de reiniciar as hostilidades. Tudo isto foi decidido na messe de oficiais em Gadamael Porto entre uns bons copos de whisky. No pós-25 de Abril fomos militares e também diplomatas pois estávamos em contacto direto com o PAIGC. Disto não tenho a certeza pois os nomes da maior parte das pessoas me escapam, mas lembro-me de um dos dirigentes do PAIGC que veio sempre à paisana e que me parece muito com o Nino Vieira mas não posso afirmar pois nessa altura eu não tinha absolutamente ideia nenhuma de quem era o Nino Vieira.


Retirada de Gadamael sob protecção do... PAIGC


Também tivemos problemas com as milicias porque estes se voltaram contra nós (o que não é de admirar pois nós basicamente os abandonámos à sua sorte) e tivemos que ter protecçao do PAIGC quando nos retirámos de Gadamael. O mesmo não aconteceu em Cufar onde não houve problemas na retirada.. (...)

20 comentários:

António Matos disse...

Esta fotografia merecia uma intervenção do photoshop para arrancar aquele charuto !
António Matos

Luís Graça disse...

Meu caro António:

Em primeiro lugar, deixa-me saudar-te e dizer que tenho tido saudades tuas, das tuas intervenções, dos teus comentários, da tua companhia debaixo do poilão da nossa Tabanca Grande.

Em segundo lugar, deixa-me formular o desejo de que apareças, mais vezes, mais assiduamente.

E, por fim, mas não menos importante, permite-me que discorde de ti em relação ao recurso ao "photoshop"... Para já não uso esse programa. No caso de seguir a tua sugestão de "tirar" o charuto (?) ou cigarro (?) que o comissário político do PAIGC tem na boca, estava a falsificar um documento e, de alguma maneira, a história...

Acredito que a pose do homem te irrita. Mas mesmo assim a foto é ambígua: tem várias leituras possíveis... Onde tu vês
um comissário político arrogante e triunfalista, outro leitor pode ver um jovem estudante, vindo de Conacri ou de Moscovo, tímido, com pouco traquejo das coisas da guerra, com pouco ou nenhum contacto até então com as NT, e que será rapidamente retirado de cena (ou do palco), substituído pelos cabos de guerra, puros e duros...

Lê ou relê no final do poste o que o "ranger" José Gonçalves escreveu sobre esta "cena"... Ele poderá, de resto, dar mais alguns esclarecimentos para uma correcta leitura desta foto...

De qualquer modo, tu e eu estamos de acordo num ponto: não foram tempos fáceis para um cada um dos lados da "barricada", para a malta que teve de gerir este período de transição entre a guerra e a paz...

Nós, se não estávamos preparados para fazer "aquela" guerra, também fomos apanhados desprevenidos para fazer "aquela" paz...

Um Alfa Bravo. Luís

Anónimo disse...

Camaradas, tendo estado na Guiné de 1972 até finais de Agosto de 1974, vivi pois também o período do final da guerra, não tendo tido no entanto qualquer contacto com o P.A.I.G.C.,(tanto mais que nunca tiveram a iniciativa de nos visitar) a seguir ao 25 de Abril, tendo a minha Companhia sido retirada do mato em finais de Junho de 1974.

Este meu pequeno apontamento pretende apenas realçar a ironia do destino e dar-vos conta do arrepio que senti na "espinha" ao ler o último parágrafo do texto que reproduzo na íntegra:

" também tivemos problemas com as milícias porque se voltaram contra nós ( o que não é de admirar pois nós basicamente os abandonámos à sua sorte) e tivemos que ter protecção do P.A.I.G.C. quando nos retirámos de Gadamael."

Repito o que escrevi no nosso Blogue há uns meses quando manifestei a sorte que tive em não ter sido confrontado com a entrega do "meu" Cumbijã que os meus camaradas Tigres haviam construído à unha. Seria por demais doloroso...

Um abraço para todos os camaradas da nossa Tabanca Grande.

Vasco A. R. da Gama

Anónimo disse...

Caros camaradas.

Sobre o P3262

Esta frase “tínhamos decidido entre nós que avisaríamos e daríamos a uns e outros
3 dias antes de reiniciar as hostilidades”.

Em Maio já não havia actividade operacional, já tinha havido desistência da nossa parte consequência directa do 25 Abril.

É na minha opinião ingénuo dizer que se as coisas corressem mal no cessar-fogo nós poderíamos continuar a sair para o mato.

Nesta altura já estava tudo decidido a favor do PAIGC porque nós já nada fazíamos, porque nos mandaram ficar quietos dentro dos aquartelamentos.

À pergunta do Cmdt do aquartelamento se o dito comissário tinha vindo sozinho respondeu que não e cito mais uma vez o texto:

“O comissário então dirigiu-se para o mato e começou a falar em voz alta e começaram a aparecer soldados do PAIGC vindos da mata, armados até aos dentes”.

Em que é que ficamos?

Quanto à foto, fuma-se um charuto em alturas festivas, a não ser que este comissário dispensasse os vulgares cigarros.

Um abraço

Manuel Marinho

Anónimo disse...

Coitado do comissário político.
Aquilo era um cigarro russo constituído por uma cânula de cartão com um pseudo cigarro na ponta,com um cheiro e sabor horrorosos.
Na base deles que não era propriamente em kandiafara deram-me um arroz com carne de gazela que estava divinal, pelo menos para mim que da última vez que tinha comido carne foi de macaco.
UM GRANDE ABRAÇO A TODOS OS GADAMAELISTAS.
C. MARTINS

Anónimo disse...

Uns chamam-lhe charuto outros chamam-lhe aquilo que era; "Cigarro". Tudo neste mundo tem perspectivas diferentes dependente dos olhos de quem as vê. Quanto a mim e eu estava lá, o gesto do comissário politico em fumar o cigarro não foi para a pose, porque não houve pose, mas sim um passeio pela tabanca onde foram tiradas estas fotografias.Na realidade o comissário mostrava-se nervoso, e não triunfante, como alguém o descreve. A minha percepção foi de um homem humilde e receoso que veio a mandado de superiores para obter informações sobre a posição das forças armada portuguesas e em particular do COP5 em relação ao 25 de Abril. Quanto à engenuidade das minhas descrições sobe o reinício das hostilidades devo relembrar que as hostilidades ainda não tinham terminado por completo na altura da primeira visita e que ainda bombardeamos posicões inimigas que estavam a atacar o pessoal de Jemberem ou Mejo (já não me lembro bem).

Sabendo o que sei hoje talvez concorde que o reinício das hostilidades da nossa parte estava posto de lado, mas admito que da parte deles era muito provável, se as negociações dessem para o torto.

quanto ao que descrevi sobre o diálogo entre o cmdt Patricio e o comissário e este depois chamar os seus soldados que se reuniram na pista e posteriormente nos entregaram as armas, não entendo o comentario do António Matos. Podes ser mais claro ? Terei todo o prazer em responder-te com factos ou a minha mera opinião, que diga-se de passagem também a tenho.

Um cordial abraço

José Gonçalves

Anónimo disse...

EU DEVIA ERA ESTAR CALADO, MAS VISTO QUE ESTE BLOGUE É PARA DIZER-MOS A NOSSA OPINIÃO SOBRE O QUE SE ESCREVE, OLHA ZÉ GONÇALVES O ANTÓNIO DE MATOS COM ESTA AFIRMAÇÃO QUE NÃO TEM JEITO NEM TROMBEILHO É MUITO TRISTE QUE AINDA HOJE SE FAÇA AFIRMAÇÕES DESTAS DO PESSOAL DO PAIGC
POIS NÓS ERA-MOS UNS INTRUZOS E ELE SÓ ESTAVAM A DEFENDER O SEU PAÍS, NÓS É QUE NÃO DEVIA-MOS ESTAR LÁ, E FICO-ME POR AQUI, ISTO PARA NÃO OFENDER NINGUÉM.

UM ABRAÇO DO TAMANHO DA GUINÉ PARA TODA A TABANCA GRANDE

AMILCAR VENTURA EX-FURRIEL MILº MECÂNICO AUTO DA 1^CCAV/BCAV 832PIRADA-BAJOCUNDA-COPÁ 73/74

Anónimo disse...

Que ironia profunda,e näo menos trágica,neste:"Tivemos que ter a proteccäo do PAIGC quando nos retiramos". As nossas täo "escritas",e verdadeiramente sentidas,saudades dos camaradas africanos que a nosso lado(e muitas vezes...à nossa frente!)lutaram, seräo correspondidas? Alguns ,de entre eles,ficaram com uma boa compreensäo do termo:"Abandono Traicoeiro". Pôr em causa Abril? De modo algum.Mas políticas e ideais correctos näo poderäo nunca esconder criminoso desinteresse por parte de alguns que entäo ocuparam postos da máxima responsabilidade,com a agravante,de serem indivíduos bem dentro das realidades da Guiné.

Anónimo disse...

Caro José Gonçalves.

Sobre o diálogo entre o Cmdt e o comissário a que faço referência e não o
(António Matos), e que tu não entendeste, foi apenas e só para reforçar o facto de não haver já actividade operacional e de estar já tudo decidido.

Ou o aparecimento de um comissário do PAIGC no quartel e a presença de 2 pelotões do PAIGC na vossa pista de aviação armados até aos dentes sem que vocês os detectassem o que significava?

Não ponho em causa de forma nenhuma o teu relato, apenas reforço a ideia que pretendi transmitir de que já tínhamos “desistido” por cansaço, utilizo este termo por me parecer mais correcto (sou daqueles que pensam que não fomos vencidos pelo PAIGC) se calhar são manias mas que se há-de fazer?

As experiências foram diferenciadas em todos os aquartelamentos no relacionamento com o PAIGC.

É que eu também lá passei o 25 de Abril.

Um abraço

Manuel Marinho

Unknown disse...

Parece que as saudades bateram à porta de alguém, não foi J Gonçalves?

Caros Amigos, correndo o risco de estar a incorrer num erro de observação, depois de ter passado a foto em questão sobre o cigarro do comissário, sobre diversso software e em três pcs (monitores diferentes) concluí que o que o sujeito tem seguro na boca será eventualmente um pequeno papel em rolo, porque seu circulo não é uniforme no extremo das linhas paralelas, que estão demasiado afastadas em relção à escala da foto. Por outro lado o que quer que seja é demasiado branco em comparação ao geral dos tons da foto.
E ainda a mão direita leva ao, ou tira do, bolso da camissa, algo que não me parece (?)um maço de tabaco. Tambem se fosse dos "tais charutos", na foto estaria nos tons de um dos camuflados que contrastaria com o 'branco' da roupa do comissário na foto.
Não pretendo afirmar nada, não tenho conhecimentos para tal, só expor a minha apreciação, visto ter sido levantada a questão. Mas algo não está bem na imagem.
Não tem importância em si, mas logo serviu para fazer uma apreciação depreciativa dos cigarros russos e da postura do tal comissário.. Quem sabe (se for um cigarro) se não seria um outro qualquer americano, via Af do Sul,Senegal, ou Guine K ???.
Creio se bem compreendi, que a foto, foi recepcionada de terceiros, pelos editores do Blog,logo não lhes recai qualquer comprometimento. Não será assim ???
Como diz meu código palavra para coments: 'unbusc'

Um abraço para todos e boas mini-férias.

Carlos Filipe
ex ccs bcaç3872 Galomaro

Anónimo disse...

Talvez fosse interessante uma "revisitação" ao P2939, de 14/6/08.

Quanto ao cigarro do comissário político, se um camarada fumador me diz que "aquilo era um cigarro russo constituído por uma cânula de cartão com um pseudo cigarro na ponta, com um cheiro e sabor horrorosos" não tenho quaisquer razões para não acreditar, por muito que isso venha em desabono da qualidade dos cigarros russos ou soviéticos. Nos dias que correm, em que os fumadores são considerados autênticos marginais, talvez esses cigarros possam alargar o seu mercado como remédio eficaz para quem queira acabar com o vício - adquirido, já se sabe, a partir de umas fumaças num qualquer cigarro americano.
Carlos Cordeiro

Unknown disse...

Carlos Cordeiro, 13 linhas do seu coments, que podiam ser multiplicadas por X vezes
para não contra argumentar a minha opinião, ou tecer outra prespectiva da(s) questão exposta.
Limitou-se, por bem no seu entender, tecer um incongruente ponto de vista sem sustentação alguma, a não ser no diz que disse.

Assim sendo dou por finda a minha participação neste Post.
De seguida vou reler (eu disse reler) o Post sugerido, que creio que não irá alterar o que eu escrevi sobre as caracteristicas de pormenor de uma foto e de seguida a opinião sobre a consideração feita ao tipo do suposto cigarro.
Cada um, fuma e tambem bebe, entre outras coisas, do que gosta.
Sobre a 'marginalidade', abstenho-me de escrever, por respeito ao Blogue.

Abração para todos.
A vida é bela, os homens é que dão cabo dela.

Carlos Filipe
ex ccs bcaç3872 Galomaro

Anónimo disse...

Oh Camarada Carlos Filipe,infelizmente(para aminha saúde e carteira) fui e sou fumador.Essa de depreciar o cigarro russo e o comissário político é para rir,não é ? ou tinha de gostar do cigarro só porque era russo!
já agora quero dizer que fumo camel e detesto marlboro.
Um abraço
C.Martins

Anónimo disse...

Caros Camaradas e Amigos. Para bem de todos,e muito especialmente,para a paz de espíritode de alguns ,sempre incomodados na sua superior e täo séria intelectualidade;nem eu,nem as minhas renas nos vamos meter nesta täo rica discussäo de cigarros e charutos,pois a tal acontecer,com misturas de soviéticos,americanos e outros tipos de "beatas" a coisa tem o que se lhe diga.Só que,depois de ter sido a foto,criteriosamente observada,pelos especialistas lapöee,nos 20 graus negativos já instalados,( e sempre a contra-luz),tudo indica ser um cigarro Chinês.Aguardamos que os especialistas nesta cultura, existentes no blog, se pronunciem sobre este täo importante assunto relacionado com Gadamael e a guerra da Guiné em geral. PS/A ser desculpada a irreverência a este Lusitano täo afastado da "Coutada-Mater"...näo será antes uma REAL "JOINT" DE MARIJUANA que o caro camarada da guerrilha ostenta com orgulho saloio? Um grande abraco.

Anónimo disse...

Ok, amigos. Têm razão: há que ser sisudo.
A bem da Nação,
Carlos Cordeiro

Anónimo disse...

Camaradas, mas qual é a admiração do comissário do PAIGC ter 1 bigrupo escondido na mata?

Imaginem aparecer um bigrupo em peso, bem armado, à porta do aquartelamento.

O que é que poderia ter acontecido?

Certamente foi mais sensato apresentar-se sozinho, embora não soubesse bem o que o esperava.
Já agora, quantos de nós faríamos o mesmo?

Acabou por encontrar ali camaradas nossos fartos da guerra e de tudo o que ela signicava e desejosos de regressar âs sua terras, às suas vidas e às suas famílias.

Pelos vistos, tudo correu relativamente bem.

Mas agora pensem um pouco:
E, se em vez dos camaradas que lá estavam, encontrasse alguns dos camaradas que aqui comentaram?

Eventualmente seria recebido ao estalo e a pontapé e, quem sabe,
talvez engaiolado, na melhor das hipóteses.
Daí o bigrupo escondido. Percebem?

E, neste caso, o que é que poderia ter acontecido?

Quanto a mim, foi mesmo melhor nunca termos chegado a saber.

Ah! no 2º caso, e ainda a propósito do eventual prisioneiro:

-os mais radicais exigiriam que o comissário deixasse de fumar os execráveis cigarros russos imediatamente.
-os mais liberais contentar-se-iam em obrigá-lo a mudar de marca de tabaco, fazendo-o passar para: "Português Suave"...

Um abraço para todos
José Vermelho
Ex-Fur Milº
CCAÇ 3520 - Cacine
CCAÇ 6 - Bedanda
CIM - Bolama

Anónimo disse...

Caros Camaradas;
Att. José Gonçalves e C. Martins, porque se encontravam em Gadamael quando as fotografias foram obtidas, gostaria que, se ainda vierem a estes comentários, me confirmassem se o capitão que aparece na 1ª foto, ao lado direito do Comandate Patrício e na 2ª foto, ao lado esquerdo do Cap. Peixoto, se não é o Cap. Imaginário ?
Na 1ª foto, ao lado esquerdo do comandante Patrício, aparece o cabo fuzileiro Pedras, o de barbas e com avantajada envergadura.
NO Comentário do Zé Gonçalves, do dia 30 de Outubro, posso confirmar que as posições que bombardearam após a visita do Comissário, foram para auxiliar o pessoal que se encontrava em Jemberém, pois continuámos a embrulhar e bastante nos ajudaram, especialmente o C. Martins, com os seus 14.
Um Abraço a todos os Camaradas, do
Joaquim Sabido
Évora

Anónimo disse...

Para responder ao Sabido, eu não tenho a certeza absoluta do nome dele mas tenho quase 90% que de facto se tratava do capitão imaginário que era o oficial de informação do COP 5.

Sei que vivia em Lisboa e que até fui à casa dele para receber uma encomenda da mulher quando vim de férias.

Um abraço

José Gonçalves

Anónimo disse...

Camarada José Gonçalves:
Também estive em Gadamael, como Alf. Mil da CCAÇ 798,65/67.
Fiquei deliciado com uns textos que surgem no Poste 7187, por ti assinado. Um deles, subordinado ao título "Retirada de Gadamael sob a protecção do ... PAIGC".
Refletindo na retirada,verifiquei que faltavam alguns dados para a história de Gadamael, que poderias solucionar:- A data da retirada das NT de Gadamael; Quais as Companhias que fecharam as portas e definitivamente desceram o rio Cacine.
Também não consigo perceber a associação que aparece de Cufar a Gadamael nos textos relativos a 1974.
Cumprimentos e votos de um Bom Natal.
Manuel Vaz

Anónimo disse...

Caro Manuel Vaz

Eu não tenho bem em mente a data exata da retirada pois encontrava-me de férias em Portugal na altura, mas o dia 12 de Julho 1974 parece ser a data. O Carlos Martins pode confirmar esta data. A relação entre Cufar e Gadamael é a minha companhia que entregou ambos os aquartelamentos ao PAIGC.

As duas ùltimas companhias em Gadamael foram a CCAÇ 4152 (A minha) e a CCAV 8452 (do capitão Peixoto) e também o pelotão de artilharia do Carlos Martins.

José Gonçalves