domingo, 24 de outubro de 2010

Guiné 63/74 - P7171: (Ex)citações (102): Sensatez e rigor no Nosso Blogue (Manuel Marinho / José Belo)

1. Caros Tertulianos, fazendo uma revisão à correspondência que se vai acumulando, encontrei e achei por bem dar a conhecer, embora a destempo, estes dois comentários dos nossos camaradas Manuel Marinho e José Belo, ainda a propósito do P7117 de autoria do nosso camarada José Manuel Matos Dinis:


2. Diz Manuel Marinho no comentário que publicou no Poste 7130* em 16 de Outubro de 2010:

Caros camaradas
Este meu comentário engloba todos os textos dos camaradas sobre este assunto.

No mínimo o tema não acrescenta nada ao comum dos ex-combatentes, é a minha modesta e sincera opinião.

O caso concreto destas opiniões que começa por um grupo de camaradas intitulados “Grupo do Cadaval”, camaradas esses que muito respeito pelos excelentes textos com que enriquecem este blogue.

Mas uma coisa é eu respeitar e enaltecer as vossas qualidades intelectuais e outra bem diferente é não tecer comentário acerca do que me preocupa neles, que pretensamente são para analisar e comentar o referido texto, a pedido do camarada que o escreveu.

Dou um exemplo simples.

Se eu estiver organizado num grupo de 10 camaradas, escrevo um texto peço-lhes de seguida para apreciarem o referido texto, eles concedem-me esse pedido e a seguir são publicados os 10 textos de apreciação no blogue.

Tenho algumas reservas nesta questão de “grupos” porque quer se queira ou não, acabam por arredar da discussão do tema a esmagadora maioria dos camaradas, que são membros colaboradores do blogue, até pela simples formulação.

Este assunto é lá com eles “Grupo do Cadaval”!

O tema e a forma como está escrito é no mínimo arriscado fazer considerações porque são um exercício de teorias, que pretendem levar-nos a ter na devida conta e medida o que é o rigor dos nossos escritos e a sensatez nas apreciações que fazemos das escritas e leituras.

Mas da forma como é exposto, parece-me que se pretende dar aulas de comportamento e isso na minha modesta opinião não fica bem.

Faço desde já um apelo, escolham outro assunto mais abrangente e até mais polémico e vamos formar mais saber e conhecimento, com o maior rigor possível e já agora com muita sensatez.

Um grande abraço para todos vós
Manuel Marinho


3. José Belo dirigiu-nos esta mensagem em 16 de Outubro de 2010:

Caros Camaradas e Amigos.
Em corridas de um lado para o outro do Atlântico, provocadas por um pretensioso regressar ao "trabalho" por parte de um Reformado em idade já Bíblica, procurei ao chegar a Estocolmo, actualizar as leituras (sempre interessantes) de algumas das trocas de opiniões no nosso blog.

A propósito do Poste 7117 do Camarada José Manuel Matos Dinis "Sensatez e rigor no Nosso Blogue", que provocou alguns interessantes comentários, fiquei com a ideia, talvez errada, de ter havido por parte de alguns, uma pequena mistura involuntária, entre "conhecimentos pessoais" (e portanto totalmente subjectivos), com os chamados "conhecimentos académicos".

É que, quanto a mim, estes últimos apesar de organizados, orientados, programados, e sempre dirigidos por alguém... para algo, acabam também por ser mais pessoalizados do que, talvez, seria de desejar.

As variadas capacidades intelectuais, somadas aos diferentes temperamentos individuais, levam sempre a diferentes observações das realidades envolventes, isto, somando-se a zonas menos conscientes de cada um. O resultado é uma diversificação na aparente rigidez dos conhecimentos "académico-programáticos"... para não referir os individuais.

Será sempre complicado falar-se de "sensatez" quando as nossas capacidades individuais de absorver sinais, e reagir aos mesmos, são de tal modo condicionadas por factores internos. Procura-se uma universalidade onde esta não é passível de existir.

O meu simpático, e tão amigo, papagaio pode, e certamente conhece, em profundo e absoluto detalhe, a gaiola em que nasceu, cresceu, e (como muitos de nós) sempre viveu. Terá, portanto, em relação a esta, uma sensatez e rigor aparentemente universal. Mas, para outros milhões de papagaios na selva, os parâmetros da tal sensatez e rigor adquiridos, e a adquirir serão... diferentes.

É claro que, neste tipo de comentários como o que acabo de escrever, não se deve esquecer o clássico - Ne sutor ultra crepidam - (sapateiro, não passes do chinelo!).

Um grande abraço Amigo do
J.Belo
Estocolmo 16/10/10
__________

Nota de CV:

(*) Vd. poste de 14 de Outubro de 2010 > Guiné 63/74 - P7130: (Ex)citações (101): Sensatez e rigor no Nosso Blogue (Vasco da Gama / José Brás)

8 comentários:

JOSE CASIMIRO CARVALHO disse...

comentário ao J Belo:
-simples, preciso, conciso...a do papagaio.
parabéns

J Carvalho

Anónimo disse...

Sou sincero, não consigo acompanhar todos os comentários e confesso que nem sempre nem todos me interessam. Desconhecia estes e reconheço-lhes qualidade, mas, também a subjectividade suficiente para interpretações diversas.

Esclarecimento a tempo e horas sem subjectividades, nunca pretendi nem pretendo, eu, pessoa singular, dar lições seja do que for a quem quer se seja. Participo de boa fé e de bom grado, como se diz, sempre que algum camarada me pede, concordando ou discordando dele, é tudo.

Quanto ao meu papagaio, que até nem é meu, desculpem mas é real, verdadeiro e objectivo, não político mesmo fazendo politica q.b.(subjectivo).

Será esta uma das razões que leva a dizer-se(subjectivo)quanto melhor conheço as pessoas mais gosto dos animais?

Um abraço,
BSardinha

Anónimo disse...

Meus Amigos,
São valiosos os vossos comentários, pois trazem novos elementos de reflexão ao tema. Procurarei comentar sinteticamente.
Destaco 3 frases do M.Marinho:
1 - "No mínimo o tema não acrescenta nada ao comum dos ex-combatentes";
2 - "...organizado num grupo de 10... a seguir são publicados 1o textos...";
3 - "...são um exercício de teorias que pretendem levar-nos a ter na devida conta e medida o que é o rigor dos nossos escritos e a sensatez nasapreciações..."
A primeira ideia acolhe resposta no final, quando me referir ao comentário do J.Belo.
Sobre a segunda: o blogue tem rubricas, ou secções temáticas, onde a participação é infindável, com diferentes abordagens, correspondendo a diferentes entendimentos sobre a mesma matéria. Nada de mais natural no comportamento humano. Tão natural, que uns, sendo mais expressivos que outros, chegam a fazer corrente de opinião, enquanto os restantes podem ou não interpretar o que se lhes apresenta, de forma condicionada, se limitados por conhecimentos, ou por feitio recatado; de forma contraditória, se apresentarem argumentos de sentido contrário, mas válidos, porque sedimentados em boa argumentação; de forma extensiva, se trouxerem novos contributos ao debate.
A terceira ideia corresponde ao estímulo de quem desencadeou a série. Mas não é imperativa, nem requer aconselhamento, basta ter como balizas o conjunto de regras que foi estabelecido no blogue.
Destaco agora 3 ideias do J.Belo para que não haja susceptibilidades (gostaram da graça?):
1 - ..."mistura involuntária entre"conhecimentos pessoais" (subjectivos), com os chamados "conhecimentos académicos";
2 - "procura-se uma universalidade onde esta não é passível de existir;
3 - Papagaio de gaiola, versus papagaios livres.
Em relação à primeira ideia, quero adiantar que não houve mistura nenhuma, pela simples razão de que o exercício foi meramente empírico. Nós temos cabeças, e às vezes dá-nos para pensar, com as nossas capacidades, sem complexos que nos inibam de transmitir os produtos pensados, apesar das limitações científicas, que não temos pela via do estudo sistematizado, mas escorados na sensibilidade e nas diferentes experiências de cada um, pois somos dos que adoptam, que também se aprende com a experiência.
Quanto à segunda ideia, a universalidade já existe, é o conjunto de atabancados. A sua harmonia, é que tem que se submeter às regras de conduta, à obrigação universal de respeito, à sensatez de evitar espingardar a um lado e ao outro.
Não devemos confundir isso com a robotização do pessoal. Todos temos experiências diferentes, assim como diferentes conhecimentos e níveis de apreensão ou explanação. É a essa participação de cada um que se pretende sensibilizar. Penso eu de que!
Por fim, a questão papagaia:
O papagaio da gaiola confrontado com os papagaios livres da selva, se vier a gozar da liberdade, terá que fazer um esforço de adaptação ao novo ambiente, não só pela busca de alimentos, que também implica exercício físico e alertas defensivos relativamente aos perigos envolventes, como, também, pela necessária capacidade de integração na colectividade de papagaios livres, onde terá que aprender a comunicar, e aprender as regras de conduta, sob pena de ser intgrado, ou regeitado.Assim, também em qualquer comunidade do mundo animal, humanos incluídos, se um individuo agir contra a normalidade do grupo, o grupo reage.
Em conclusão: o Grupo do Cadaval, sem apetites de liderança dentro da Tabanca, reflectiu sobre ela e reagiu a quem tem passado do chinelo. Primeiro, pelo debate entre si, depois, pela extensão de algumas ideias trocadas relativamente ao grupo maior, publicitando-as.
Fica para cada um, dar ou não importância ao que foi divulgado; contribuir, ou resistir passivamente àqueles textos, e não dar qualquer importância às nossas apreensões.
Abraços fraternos
JD

alma disse...

E quem não tem "sensatez" nem "rigor" como eu?È expulso?

Abraço.

alma disse...

Claro...


Jorge Cabral

Anónimo disse...

Há almas para tudo.
Eu não trato da secção de aparições, nem de expulsões, nem trato de nada. O nosso jurisprudente é que diz que sim.
JD

Anónimo disse...

Um jurisprudente faz sempre jeito,principalmente em questöes...papagaias.Mas,sinceramente,quanto a quem tem "passado do chinelo",espero que näo seja ele a...julgar. Um grande abraco.

alma disse...

Obrigado.Estou esclarecido.Vou a correr inscrever-me num Curso de
Sensatez(talvez nas Novas
Oportunidades..)

Abraço.

Jorge Cabral