1. O nosso Camarada José Eduardo Oliveira* (JERO) (ex-Fur Mil da CCAÇ 675, Binta, 1964/66), enviou-nos em 14 de Dezembro de 2010 a seguinte mensagem:
Camarigos,
Como entramos na semana do NATAL votos de Boas Festas. Boa saúde para vós e para os vossos. Com calma e com algum dinheiro para gastos. Mais fornicados do que estamos será difícil. Mas se a amizade que une se mantiver forte teremos sempre alguma coisa a que nos agarrar.
Mando mais um texto dentro do "estilo" Blogando e Andando. Acho que no nosso blogue terá lugar uma "estória" que não seja só relativa a recordações de guerra. Afinal passaram trinta e tal anos... para uns e quarenta e tal anos para outros... Como é o meu caso.
Maneiras distraídas de viver a vida…
O Fernando foi um homem de valor. Trabalhou e subiu na vida graças aos seus méritos. E era bom em tudo que se metia.
O Fernando foi um homem de valor. Trabalhou e subiu na vida graças aos seus méritos. E era bom em tudo que se metia.
Tinha um sentido de humor muito especial e uma maneira um “bocado distraída” de viver a vida que “era mesmo”… só dele.
Conseguiu virar um Volkswagen (de cor verde alface) numa curva a caminho do seu local de trabalho e andou 100 metros – até à porta da Fábrica – de lado…
Sem sofrer uma beliscadura.
Quem se assustou mais foi o porteiro da Fábrica quando viu o carro aproximar-se em… apoio lateral!
Os responsáveis da Volkswagen diziam que este carro era impossível de capotar ou virar-se.
O Fernando conseguiu essa proeza!
Mas não se ficou por aí…
Na encosta de um vale lindíssimo, no sopé da Serra dos Candeeiros perto do local onde terá passado o exército de D. Afonso Henriques quando em 1147 (*), conquistou Santarém aos Mouros, havia (e ainda há) o Restaurante do Carrascal.
Os responsáveis da Volkswagen diziam que este carro era impossível de capotar ou virar-se.
O Fernando conseguiu essa proeza!
Mas não se ficou por aí…
Na encosta de um vale lindíssimo, no sopé da Serra dos Candeeiros perto do local onde terá passado o exército de D. Afonso Henriques quando em 1147 (*), conquistou Santarém aos Mouros, havia (e ainda há) o Restaurante do Carrascal.
O prato forte da casa era um prato de bacalhau.
Quando serviam o seu célebre “bacalhau à Maria Matos”o restaurante enchia até à porta.
E quase sempre havia que esperar um bom bocado para conquistar um lugar sentado frente a “um” Maria Matos…
O Fernando (primeiro nome do protagonista desta história Fernando da Cruz Santos) aguardava esfomeado que chegasse à mesa o “seu” bacalhau.
Em mesa próxima alguém insistia com o Fernando que ele conhecia diversas pessoas da sua família.
O Fernando ia dando o”troco” possível à conversa… sem muito entusiasmo.
Queria mesmo era comer o bacalhau “à Maria Matos”. E o vizinho da mesa insistia.
Queria mesmo era comer o bacalhau “à Maria Matos”. E o vizinho da mesa insistia.
- O senhor até conhece e minha mulher!
O Fernando conseguiu comer a primeira garfada e respondeu.
- Então o senhor é casado com…?
- Com a minha mulher!
- Ah pois!
E… finalmente, o Fernando conseguiu comer descansado.
O vizinho falador da mesa mais próxima ficou embatocado.
Com a sua maneira um “bocado distraída” de viver a vida o Fernando desarmava o mais “pintado”… e o mais chato.
Esta história verídica terá cerca de vinte anos.
Ainda esta manhã quando falava com um vizinho “chato”, que me tentava explicar quem era uma pessoa de quem eu não me lembrava… que era filha de “beltrano” e casada com “cicrano” eu me safei contando a história do Fernando.
Portanto o tipo era casado com… a mulher!!!
E escapei-me.
Não tem nada que enganar. Resulta sempre.
(*) - Em 1147, a moura renegada Zuleiman apresentou-se nos paços de Coimbra na presença de D. Pedro Afonso, irmão do primeiro rei de Portugal, surpreendendo o infante com a revelação que aquela seria a melhor altura para conquistar Santarém.
(*) - Em 1147, a moura renegada Zuleiman apresentou-se nos paços de Coimbra na presença de D. Pedro Afonso, irmão do primeiro rei de Portugal, surpreendendo o infante com a revelação que aquela seria a melhor altura para conquistar Santarém.
Zuleiman despeitada por ter sido abandonada por Muhamed, o alcaide de Santarém, queria vingar-se dando aos cristãos as informações que tinha sobre a defesa do castelo.
Entretanto, D. Afonso Henriques já tinha enviado o seu cavaleiro Mem Ramires a Santarém para estudar o inimigo e a astúcia e a cautela do cavaleiro foram fulcrais para a decisão do ataque.
Conta a lenda que foi na serra dos Albardos (ou dos Candeeiros) que o primeiro rei de Portugal fez a promessa de construir um mosteiro se Deus lhe desse a vitória.
Mem Ramires segurou a escada contra as muralhas por onde entraram os soldados e Santarém amanheceu cristã.
O mosteiro de Alcobaça foi construído em cumprimento de um voto do primeiro rei de Portugal.
Um grande abraço de Alcobaça do vosso irmão na guerra e na paz,
JERO
__________
Nota de M.R.:
Um grande abraço de Alcobaça do vosso irmão na guerra e na paz,
JERO
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Nota de M.R.:
Vd. último poste desta série em:
19 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7471: O Mural do Pai Natal da Tabanca Grande (2010) (9): Como vejo o Natal (José Corceiro)
19 de Dezembro de 2010 > Guiné 63/74 - P7471: O Mural do Pai Natal da Tabanca Grande (2010) (9): Como vejo o Natal (José Corceiro)
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