Caro Carlos
Mando uma relíquia do passado. Faz dela o que melhor entenderes.
Não foi como procurar uma agulha num palheiro, mas quase. Tentei no ano passado e a única informação que obtive, nos vários sítios por onde passei, foi que do HM 241 não existia nada.
Não podia acreditar que não houvessem em arquivo ORDENS DE SERVIÇO DO HM 241, o Hospital fez parte da guerra, tudo o que por lá se passou, todos os que lá passaram por serviço e os que dele, por infelicidade, necessitaram deviam constar nos Arquivos Militares.
Hoje vim a saber que sempre existia alguma coisa… muito pouco, pouquíssimo ou mesmo quase nada.
Só há ORDENS DE SERVIÇO de 1963 e 1964 (não todas) incompleto. ORDENS DE SERVIÇO de 1970, com muitos dias de meses em falta, precisava muito do ano de 68 e 69, mas não existia, achei esta relíquia do dia e mês em que regressei à Metrópole. Existem também algumas folhas do ano de 1974.
Como do meu tempo só existia a de 1970, foi só a que vi, pedindo fotocópia da que vos mando.
De 200 ou 300 folhas passadas por alto, tive muitas surpresas, estive lá 2 anos, passados quase como em família, sem nunca me ter apercebido que a Justiça Militar também era imposta.
Frutos do passado, surpresas do presente.
Um abraço
António Paiva
ORDEM DE SERVIÇO N.º 141 DE 18 DE JUNHO DE 1970 DO HM 241 DE BISSAU
Clicar nas imagens para as ampliar.
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Nota de CV:
(*) Vd. poste de 5 de Julho de 2011 > Guiné 63/74 - P8511: Histórias de um condutor do HM 241 (António Paiva) (13): Dizendo adeus ao Cristo Rei na Arnaldo Schultz em Bissau
9 comentários:
Amigo A. Paiva:
Interessante a tua apresentação de uma Ordem de Serviço do HM 241 neste poste.
Este hospital não foi de todo em todo para mim desconhecido, pois uma lesão no joelho levou-me lá em Julho ou Agosto de 1966. Foi tratado pelo Ortopedista Dr. Martins Ferreira e, já agora, que o Dr. Pardete fala dos médicos que passaram pelo referido hospital, que, entre muitos outros também havia por lá um Dr. Peixe, julgo que médico de clínica geral.
O cirurgião principal, julgo que era também o director do hospital, e do qual não me lembro o nome, era um baixinho e já muito calvo e de quem diziam que era um homem que salvou muitas vidas, inclusivé que chegou a massajar directamente o coração de um militar salvando-lhe assim a vida.
Recebe um abraço
Rui Silva
Caros Amigos e Camaradas
Caso não saibam, até parece que é verdade, estas folhinhas já têm 41 anos, encontram-se muito amareladas e com algumas letras quase sumidas,mas depois de tirar fotocópia e ter de as passar aqui pelo skaner, peresse-me ainda dar para ver tudo o que lá está.
Reparei numa falta nesta folha e não sei se alguem me poderá explicar.
O Alf. Mil. Méd. Victor de Sousa, estava no Hospital e embarcou, com todos os que viemos, no mesmo Casca de noz, CARVALHO ARAÚJO, porque não constará o nome dele na lista?
Por exemplo:
Na Ordem de Serviço de 02 de Abril de 7o. diz assim:
Dr. Maximino Cunha saiu do HM241 ontem dia 1 para o BCAÇ 2845 sua Unidade para aguardar regresso à Matropole T/T "NIASSA"
Na Ordem de Serviço de 18 de Maio de 1970, diz assim:
Dr Saavedra Machado saiu hoje ás 08H15 em voo TAP, com destino a Metrópole para passar á disponibilidade.
Só dou estes dois exemplos, para não ser muito.
Mas continuo na minha, como teria sido dada a saida do Dr. Victor de Sousa, que viajou no mesmo barco que eu?
Um abraço
António Paiva
Caro Rui Silva
Como Podes calcular, não foram médicos do meu tempo, eu fui em Junho de 68.
Quando lá cheguei, se a mémória não me trair no nome o no posto, O Director era Capitão e de Nome PINHEIRO, mas não dou certezas, foi por pouco tempo.
Quase todo o meu tempo foi o Dr. ANTÓNIO CAMPOS FELINO DE ALMEIDA.
O que assinou esta ordem de serviço, nem me lembro de o ter visto.
Um abraço
António Paiva
Caro camarigo António Paiva
Muito interessante este documento.
Pelo seu ineditismo e por constituir mais uma 'peça única' a valorizar este nosso espaço comum.
Abraço
Hélder S.
A divulgação deste tipo de documentação é importante, pois até nós nos vamos esquecendo que havia uma ordem de serviço diária, que devia ser lida por todos.
Mas houve uma coisa que me chocou - ainda que esteja certa em termos institucionais: "altas por falecimento". Fez-me impressão. É que, nas unidades normais, o falecimento, como a transferência, etc. era uma baixa ao efectivo.
Agora "alta por falecimento"?! Está bem que deixou de estar de baixa, mas também "não teve alta".
Foi a terminologia que encontraram, mas infeliz, diga-se de passagem.
Nos hospitais civis também é assim que funciona?
Um abraço,
Carlos Cordeiro
As O.S. (Ordens de Serviço) eram tiradas a "stencil"... Ou seja, não havia fotocopiadoras, nesse tempo... daí o recurso ao copiógrafo ou duplicador a "stencil", manual, de manivela... Obrigado, Paiva, pela "recuperação" e divulgação deste documento do HM 241... LG
Caros Amigos e Camaradas
Hoje desloquei-me ao mesmo local para mais uma vista de olhos pelas Ordens de Serviço do HM 241.
Deram-me a pasta de 1970, mas logo me informaram que não seriam tiradas fotocópias , a não ser se consta-se o meu nome.
Podia tomar apontamentos, mas creiam que era um trabalho longo e penoso para a minha vista.
Tambem não me podiam dar a minima informação sobre camaradas.
Resumi simplesmente:
Privacidade.
Terminei as minhas idas ás Ordens de Serviço.
Mas deixo aqui estas pequenas notas.
O Dr. PEDRO FERREIRA COUTINHO DE SOUSA REFOIOS, chegou á Guiné no dia 14 de Junho de 1970,tendo feito a viagem no Carvalho Araujo, o mesmo que me trousse de regresso no dia 17, apresentando-se nesse mesmo dia no HM 241, para ocupar a funçao de Director, substituindo assim o Dr. ANTÓNIO CAMPOS FELINO DE ALMEIDA.
Num quartel, todos andavam ao toque da Corneta ou seja do Corneteiro.
No Hospital,não.
Era a Toque de Sineta.
Normas para utilização do sinal acustico (TOQUE DE SINETA)
- ALARME ..........Séries de toques sucessivos.
- CESSAÇÃO DE ALARME ....3 + 3 + 3
- SENTIDO ...............1 + 1 + 1
- DESCANÇAR E Á VONTADE..2 + 2 + 2
- FORMATURAS ............4
- OFICIAL MÉDICO DIA ....2 + 2
- COMANDANTE DE FORMAÇÃO 3 + 3
- ENFERMEIRO CHEFE ......2 + 1
- " DIA ........1 + 1
- CABO DIA ..............1 + 2
- PIQUETE DIA ...........1
- CONDUTOR DIA ..........3
- COND. AMBULANCIA DIA ..3 + 1
- ELECTRICISTA ..........1 + 3
- ENCARREGADO CENTRAL....2 + 3
Quando o porteiro tinha de ser SINELEIRO.
A verdade é que a fotografia do Hospital, não tem a sineta pendurada. Será que o porteiro passou a andar com ela na mão?
Um abraço
António Paiva
Caro Carlos Cordeiro
Feito reparo ao teu comentário, tens toda a razão, nós lá tambem faziamos comentários de como é que se podia dar alta a um morto, mas enfim, proformas de outros tempos.
Vê bem como as coisas eram:
O Morto tinha ALTA por ter morrido.
O efectivo do Hospital, quando terminava a comissão era abatido.
ABATE ao EFECTIVO.
Um abraço
António Paiva
As Ordens de Serviço em Canjadude, assim como os relatórios de operações, no meu tempo, eram dactilografadas à máquina Remington ou Royal (não me recordo) em papel de seda intercaladas com papel quimico.
Imaginam como estão agora os arquivos?
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