segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

Guiné 63/74 - P10853: Série "A Guerra" actualmente a ser exibida na RTP1: os antigos combatentes, com problemas auditivos, não têm a possibilidade de recorrer ao teletexto de modo a verem o programa com o respetivo legendamento (Luís Paiva, ex-fur mil, 15º Pel Art, Guileje e Gadamael, 1972/73)

1. Mensagem do nosso camarada Luís Paiva (ex-Fur Mil Art 15.º Pel Art, Guileje eGadamael, 1972/73),


Data: 21 de Dezembro de 2012 12:50

Assunto: Série "A Guerra" actualmente a ser exibida na RTP1

Caros Luís Graça e Carlos Vinhal:

Como editores do blogue "Luís Graça & Camaradas da Guiné", venho pelo presente alertar-vos para uma situação que certamente terá sido já detectada por muitos dos ex-camaradas que passaram por terras de África (ex-colónias portugueses) como combatentes, mas que aínda não foi corrigida pela RTP1, embora eu próprio para ali tivesse enviado um email a tentar sensibilizar a produção para o que se me afigura ser uma anomalia.

Contràriamente ao que sucede com inúmeros programas (dos quais destacaria as telenovelas), a produção, por razões que me escapam, não teve o cuidado de providenciar para que relativamente aos episódios da série "A Guerra", actualmente em exibição, se pudesse recorrer ao teletexto para poderem ser visionadas, com o respectivo legendamento, pelos telespectadores que assim o desejassem.

Normalmente quando o programa é legendado, aparece essa indicação, com o respectivo número de página, num dos cantos superiores do écran, o que na aludida série não acontece, por - presume-se - os episódios que constituem a série não preverem isso tipo de situação, o que é lamentável.

Tendo em atenção as limitações de ordem auditiva com que muitos dos ex-militares se debatem, não só por problemas que têm a ver com a idade como aínda por muitos deles terem estado afectos a armas pesadas, (designadamente morteiros e artilharia) [, foto à direita,  o obus 14, Bedanda,  crédito fotográfico: Amaral Bernardo] teria sido louvável a atitude da produção no sentido de permitir que esses militares pudessem recorrer a essa possibilidade tecnológica da legendagem (via teletexto) para, opcionalmente, conseguirem ver os referidos episódios legendados. Nesse sentido, como acima afirmei, eu próprio alertei por email a RTP para que revisse essa situação com o objectivo de permitir essa opção aos episódios vindouros, o que creio não foi feito e admito não vá sequer ser feito nos episódios que aínda estão para ir para o ar.

Após alertada a produção para essa situação, parece-me uma grave lacuna e, a partir do momento do alerta, uma tremenda falta de respeito e consideração por esse grupo de ex-combatentes nos quais me incluo.

Julgo que como autores do blogue e com a força que tal situação vos dá, poderão, em nome de todos os ex-camaradas que se encontram nessas condições limitadas, junto da RTP tentar que esse constrangimento seja resolvido até porque penso que isso não obrigará certamente a excessivas alterações técnicas.

Melhores cumprimentos e antecipados agradecimentos pela intervenção que eventualmente possam ter neste processo.

Luís Paiva


2. Comentário de L.G.


Obrigado ao camarada Luís Paiva para nos alertar para este problema que é um real problema (e não uma  mera questão de lana caprina): haverá seguramente muitos antigos combatentes que acompanham o programa " A Guerra" , a sofrer de deficiências auditivas. Já dei conhecimento o mail do Luís Paiva para a Eva Verdu, da Direção de Meios de Produção, nestes termos "Cara amiga: Ficar-lhe-ia grato se reencaminhasse este mail de um bravo de Guileje e Gadamael, para a equipa de produção e realização do programa 'A Guerra'. Votos de festas felizes para si e demais colaboradores do programa. Luis Graça".

Oito episódios da nova e última série, "A Guerra", podem ser aqui visionados, na respetiva página da RTP.


1 comentário:

Luís Graça disse...

Luís, oportuníssima a tua observação e acutilante o teu protesto... Muitos de nós temos já défices auditivos, não só pela natural e artificial usura do tempo (e que usura!) mas também pelos nossos quase dois anos de Guiné!... Infelizmente não há nenhum rastreio de saúde feito aos combatentes da guerra colonial...

Bom Natal, Madalalena, V.N. Gaia, 24/12/2012