Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões. Capa da primeira edição, 1572 (Fonte: Wikipédia)
(Vede da natureza o desconcerto!)
Remisso, e sem cuidado algum, Fernando,
Que todo o Reino pôs em muito aperto:
Que, vindo o Castelhano devastando
As terras sem defesa, esteve perto
De destruir-se o Reino totalmente;
Que um fraco Rei faz fraca a forte gente."
Luís Vaz de Camões, Os Lusíadas, Canto III, estrofe 138 [Negritos nossos. LG]
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CAMOES, Luís de, 1524?-1580
Os Lusiadas / de Luis de Camões. - Lisboa : em casa de Antonio Gõçaluez,, 1572. - [2], 186 f. ; 4º (20 cm)
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CAMOES, Luís de, 1524?-1580
Os Lusiadas / de Luis de Camões. - Lisboa : em casa de Antonio Gõçaluez,, 1572. - [2], 186 f. ; 4º (20 cm)
http://purl.pt/1
http://purl.pt/1/cover.get
http://purl.pt/1/cover.get
- Edição princeps conhecida por edição "Ee", distingue-se pela sétima estância da primeira estrofe "E entre gente remota edificarão". - Assin.: [ ]//2, A-Y//8, Z//10. - Na portada cabeça do pelicano voltada para a esquerda do observador. - Folha branca com notas manuscritas PTBN: CAM. 2 P.; CAM. 3 P.. - Encadernação da época de pergaminho, com falta dos atilhos PTBN: CAM. 4 P.. - Pert. na f. [2]: «T. NORTON» PTBN: CAM. 2 P.. - Nota manuscrita na folha de guarda: «Pertencia a livraria de D. Francisco Manuel de Mello»; na p. de tít.: «Manoel Lopes Teixr.ª»; na última f.: «D. Jer.mo Correa da Costa» PTBN: CAM. 4 P.. - Exemplar restaurado PTBN: CAM. 2 P.. - Anselmo 697. - D. Manuel 136. - Simões 116
CDU 821.134.3-13"15" [Portugal. Biblioteca Nacional]
1. CCB - Centro Cultural de Belém, Lisboa, Sábado, 16 Mar 2013 - 10:00 às 00:00 (*)
TEATRO MERIDIONAL – ANTÓNIO FONSECA
OS LUSÍADAS, de Luís Vaz de Camões (**)
António Fonseca dirá os dez Cantos, num único dia. O público pode assistir ao espectáculo integral ou assistir a alguns Cantos. O Canto X será dito em partilha pelo António Fonseca e alguns participantes que trabalharão previamente com o actor na aproximação ao poema.
Horário:
Canto I > 10h00
Canto II > 11h00
Canto III > 12h00
Canto IV > 15h00
Canto V > 16H00
Canto VI > 17H00
Canto VII > 18H00
Canto VIII > 19H00
Canto IX > 22H00
Canto X > 23H00
Pequeno Auditório
M/12 anos
Preços 2€ cada canto. Descontos> 10 cantos 16€; 5 cantos avulso 8€. Não há lugares marcados
Sinopse:
(...) "Os Lusíadas são, para nós, portugueses, a maneira maior de contar um tempo, de diversas formas inscrito nos nossos cromossomas e na nossa memória, em que todos os conceitos da mundivisão foram completamente alterados, em que as paredes se romperam: um punhado de homens lança-se no espaço desconhecido, por razões que podemos imaginar: ambição, desespero, aventura, convicção, necessidade, inconsciência…
As mudanças, políticas, sociais e económicas que vivemos em catadupa exigem o reforço da nossa identidade individual e colectiva, das nossas âncoras. Actualizar aquelas motivações de viver, que são ainda, apesar de tudo, as nossas, através da arte maior da poesia de Camões" (...).
Concepção e interpretação > António Fonseca
Espaço cénico e figurinos > Marta Carreiras
Desenho de luz > José Álvaro Correia
Música original e sonoplastia > Fernando Mota
Fotografia > Susana Paiva
Assistência > Rosa Cardoso
Assistência de cenografia > Marco Fonseca
Montagem > Marco Fonseca e Nuno Figueira
Operação técnica > Nuno Figueira
Registo vídeo > Patrícia Poção
Produção executiva > Natália Alves
Direcção de produção > Maria Folque
Produção > Teatro Meridional
Direcção artística do Teatro Meridional > Miguel Seabra e Natália Luiza
2. Recortes de imprensa:
(i) Local.pt:
(...) "Os Lusíadas, obra maior da nossa Literatura e da Literatura Universal, tem, entre nós, vários defices: é semi-odiada quando somos alunos do ensino secundário; é apreciada sem ser conhecida quando crescemos; é uma vaga referência cultural ligada, pelo menos, à toponímia de alguns centros urbanos; e, para muito poucos de nós, portugueses e falantes do Português, é uma grande estória primordial de Ser Humano, uma síntese de algumas das ideias que moldaram e moldam a nossa vida e a nossa Cultura. Este projecto pretende ser uma proposta de actualização desta estória: no seu pensamento, nas suas referências históricas, no nosso imaginário colectivo, na sua arte maior de poesia. Não vou recitar os dez cantos de Os Lusíadas, vou dizê-los com o coração" [, António Fonseca].
(ii) RTP > Antena Um:
(ii) RTP > Antena Um:
(...) De fio a pavio, a obra maior de Luís Vaz de Camõe foi dita, hora a hora, no palco do grande auditório do Centro Cultural Vila Flor [, Guimarães 2012]. Um projeto do ator António Fonseca, que há alguns anos se embrenha pelas estrofes de "Os Lusíadas". É dito um canto por hora. O último, o Canto X, junto com várias famílias entusiastas de Guimarães. Em palco quase cem pessoas numa produção que foi apresentada a 9 de junho [de 2012]. A antena 1 assistiu a um dos ensaios. (...)
(iii) UCV.UC > Televisão Web da Universidade de Coimbra > You Tube > "Os Lusíadas - A Viagem", com António Fonseca (vídeo 3' 50'')
(iii) UCV.UC > Televisão Web da Universidade de Coimbra > You Tube > "Os Lusíadas - A Viagem", com António Fonseca (vídeo 3' 50'')
(iv) Público > Cinecartaz
(...) 8816 Versos
Notas do editor:
(*) Último poste da série > 9 de março de 2013 > Guiné 63/74 - P11218: Agenda cultural (255): Convite para o 5.º encontro da "Tertúlia Fim do Império”: Messe da Batalha/Porto, dia 14 de Março, pelas 16h00 (Manuel Barão da Cunha)
(**) Apontamentos sobre Os Lusíadas (Excertos)
Rota da primeira viagem de Vasco da Gama
Vasco da Gama partiu de Lisboa com três navios e um barco de mantimentos em Julho de 1497. Fez escala na Ilha de Santiago, em Cabo Verde, e daí navegou directamente para Sul, no que viria a ser a mais longa viagem por mar até então empreendida. Virou a sudoeste para evitar as calmarias do Golfo da Guiné, depois a sueste para alcançar novamente a Costa Africana. Passados 90 dias sem avistar terra, aportou à Baía de Sta. Helena, na África do Sul, em Novembro de 1497. Passou o Cabo da Boa Esperança com alguma dificuldade devido às tempestades. Depois de ultrapassar o limite das navegações de Bartolomeu Dias, a expedição iniciou as suas descobertas próprias: Natal, no dia 25 de Dezembro, o rio Zambeze um mês mais tarde, a Ilha de Moçambique em começos de Março. A frota atingiu Mombaça, o actual Quénia, depois Melinde, mais a norte, em Abril de 1498, onde puderam manter relações amigáveis com o rei local e obter um piloto árabe famoso (Ahmad Ibn Majid) que levou os barcos até à Índia. Empurrada pela monção de sudoeste, a frota estava à vista da Índia em 18 de Maio. O desembarque realizou-se quatro dias mais tarde.
Depois de três meses de negociações com alternativas de amizade e de hostilidade aberta, Vasco da Gama iniciou o caminho de regresso trazendo os navios carregados de especiarias e de outras mercadorias de preço. Largando a 29 de Agosto de 1498, chegou a Lisboa depois de grandes dificuldades e de ter perdido um navio, nos finais do Verão de 1499. (...)
(---) A forma
"Os Lusíadas" foi lido pela 1ª. vez a D. Sebastião e editado em 1572, após a necessária autorização e licença da Inquisição. O poema está dividido em 10 cantos e é constituído por 1102 estrofes [, 1102 x 8 = 8816 versos, 88 160 sílabas métricas]. O canto mais longo é o X com 156 estrofes. As estrofes ou estâncias são oitavas e cada verso é composto por 10 sílabas métricas (verso decassilábico ou heróico). As estrofes apresentam o seguinte esquema rimático invariável: a b a b a b c c, rima cruzada nos 6 primeiros versos e emparelhada nos dois últimos. (...)
Título original:
8816 Versos
De:
Sofia Marques
Classificação:
M/12
Outros dados:
POR, 2012, Cores
É dito que Camões terá demorado 20 anos a escrever os 8816 versos que compõem Os Lusíadas.
António Fonseca dedicou quatro anos da sua vida a torná-los seus. Neste filme, é documentado o ano que antecedeu a apresentação final da falação d' Os Lusíadas, a 9 de junho de 2012, no âmbito dos Festivais Gil Vicente em Guimarães, que deu os versos de Camões a ouvir e a dizer. Texto: Cineclube de Guimarães. (...)
_________________Notas do editor:
(*) Último poste da série > 9 de março de 2013 > Guiné 63/74 - P11218: Agenda cultural (255): Convite para o 5.º encontro da "Tertúlia Fim do Império”: Messe da Batalha/Porto, dia 14 de Março, pelas 16h00 (Manuel Barão da Cunha)
(**) Apontamentos sobre Os Lusíadas (Excertos)
Rota da primeira viagem de Vasco da Gama
Vasco da Gama partiu de Lisboa com três navios e um barco de mantimentos em Julho de 1497. Fez escala na Ilha de Santiago, em Cabo Verde, e daí navegou directamente para Sul, no que viria a ser a mais longa viagem por mar até então empreendida. Virou a sudoeste para evitar as calmarias do Golfo da Guiné, depois a sueste para alcançar novamente a Costa Africana. Passados 90 dias sem avistar terra, aportou à Baía de Sta. Helena, na África do Sul, em Novembro de 1497. Passou o Cabo da Boa Esperança com alguma dificuldade devido às tempestades. Depois de ultrapassar o limite das navegações de Bartolomeu Dias, a expedição iniciou as suas descobertas próprias: Natal, no dia 25 de Dezembro, o rio Zambeze um mês mais tarde, a Ilha de Moçambique em começos de Março. A frota atingiu Mombaça, o actual Quénia, depois Melinde, mais a norte, em Abril de 1498, onde puderam manter relações amigáveis com o rei local e obter um piloto árabe famoso (Ahmad Ibn Majid) que levou os barcos até à Índia. Empurrada pela monção de sudoeste, a frota estava à vista da Índia em 18 de Maio. O desembarque realizou-se quatro dias mais tarde.
Depois de três meses de negociações com alternativas de amizade e de hostilidade aberta, Vasco da Gama iniciou o caminho de regresso trazendo os navios carregados de especiarias e de outras mercadorias de preço. Largando a 29 de Agosto de 1498, chegou a Lisboa depois de grandes dificuldades e de ter perdido um navio, nos finais do Verão de 1499. (...)
(---) A forma
"Os Lusíadas" foi lido pela 1ª. vez a D. Sebastião e editado em 1572, após a necessária autorização e licença da Inquisição. O poema está dividido em 10 cantos e é constituído por 1102 estrofes [, 1102 x 8 = 8816 versos, 88 160 sílabas métricas]. O canto mais longo é o X com 156 estrofes. As estrofes ou estâncias são oitavas e cada verso é composto por 10 sílabas métricas (verso decassilábico ou heróico). As estrofes apresentam o seguinte esquema rimático invariável: a b a b a b c c, rima cruzada nos 6 primeiros versos e emparelhada nos dois últimos. (...)
7 comentários:
Amigos e camaradas:
Lá estarei amanhã, com o João Graça, das 10h à meia noite, no CCB... Já vi o filme da Sofia Marques, "8816 versos", e adorei... O António Fonseca é um ator maior, e um grande português!...
Francisco Henriques da Silva
10:18
Meu caro,
Obgdo pela sugestão, mas infelizmente, não posso, pois estou a 600 quilómetros de distância, na capital espanhola, onde reside a minha filha. Desejo que tudo corra pelo melhor.
Ab
Francisco Henriques da Silva
“Sabe que há muitos anos que os antigos
Reis nossos firmemente propuseram
De vencer os trabalhos e perigos,
Que sempre às grandes coisas se opuseram;
E, descobrindo os mares inimigos
Do quieto descanso, pretenderam
De saber que fim tinham, e onde estavam
As derradeiras praias que levavam.”
[Do Discurso de Vasco da Gama, Canto VIII, estrofe 70]
... Que atualidade!...Que programa para construir o Portugal futuro!...
“Ó que famintos beijos na floresta,
E que mimoso choro que soava!
Que afagos tão suaves, que ira honesta,
Que em risinhos alegres se tornava!
O que mais passam na manhã, e na sesta,
Que Vénus com prazeres inflamava,
Melhor é experimentá-lo que julgá-lo,
Mas julgue-o quem não pode experimentá-lo.”
[A Ilha dos Amores. Canto IX, estrofe 83]
... Digam lá quem é, na adolescência, no liceu, não ia logo direitinho ao canto IX, à Ilha dos Amores, para saborear estas estrofes eróticas do melhor da poesia universal!...
Conheci o António Fonseca quando entrou na peça de Anton Tchekov, o "Ivanov", levada à cena no Teatro Maria Matos, em março de 2010. A direcção musical era dos Melech Mechaya, banda da qual faz parte o nosso grã-tabanqueiro João Graça.
Mais recentemente, em 3 de Fevereiro de 2013, no Teatro Maria Matos, em Lisboa, foi estreada a curta-metragem "Ivanov - Shortcut".
O filme tem a realização de Joaquim Horta, Sérgio Graciano e Tiago Marques. O António Fonseca é um dos atores, todos eles grandes atores. A banda sonora foi composta e interpretada pela banda portuguesa Melech Mechaya. (Nesse dia, da estreia do filme, mo Teatro Maria Matos, os Melech Mechaya interpretaram ao vivo a banda sonora do filme).
Conheci o António Fonseca, pessoalmente, aquando da apresentação do filme "8816 versos", de Sofia Marques, no CCB, no 17 de fevereiro de 2013, às 18h00, no pequeno auditório. O filme faz o "making of" do espetáculo que o António Fonseca realizou, em junho passado, em Guimarães 2012... Espetáculo que tem 4 anos (dolorosos...) de preparação.
É uma ator e uma pessoa fascinantes!
Se antigamente abriamos os Lusíadas na página da Ilha dos amores, agora nos 70´s já é mais curioso conhecer as ideias do Velho do Restelo.
Vem na Wikipédia que a presidenta Roussef discursou que: "Se as admoestações do Velho do Restelo tivessem sido ouvidas, o Brasil não teria sido descoberto pelos navegadores portugueses".
Mas o velho do restelo, assim como as beldades da Ilha dos Amores era tudo imaginação do poeta.
E o poeta não sabia ainda a trabalheira que era desenhar no mapa um Brasil ou uma Guiné!
Se soubesse ia dar outros tantos cantos.
Diz o Luís Graça:
"... Digam lá quem é (que), na adolescência, no liceu, não ia logo direitinho ao Canto IX, à Ilha dos Amores, para saborear esta estrofes eróticas do melhor da poesia universal!!!"
Pois é Luís, eu não ia! No meu tempo de liceu "Os Lusíadas" adotado tinha esse episódio tão belamente erótico substituído por uma sucessão de pontinhos em vez de palavras. Que país de merda e de "chumbo"! Até os "Os Lusíadas" usados no ensino eram censurados pelo poder político e
religioso!!!
Um abração do
Manuel Joaquim
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