J.L. Mendes Gomes [ex-alf mil, CCAÇ 728, Cachil, Catió e Bissau, 1964/66; jurista, reformado; poeta, ativo]
Meu caro Luís
Como vão essas férias? Oxalá bem, com saúde, tu e os teus.
Luís: Vou dar-te uma novidade, com todo gosto e honra. Vai ser lançado o meu primeiro livro de poesia. Devo-o muito ao apoio dos meus amigos. Contigo à frente.
Será, em dia a marcar, depois de 14 de Outubro. Numa sala da Chiado Editora- que o editou. Chama-se "Baladas de Berlim", por terem sido escritas durante a minha estadia lá.
Dar-me- ás muito gosto e honra em estares presente, com os teus ( a Esposa) e quem entenderes trazer.
Um grande abraço
Joaquim
2. Enquanto aguardamos informações mais detalhadas sobre a data e o local do lançamento do livro (que serão publicadas em poste da série "Agenda Cultural", aqui ficam dois poemas recentes escrito em Pedra Maria... Mas há mais, no blogue de poesia que ele mantem desde 2008...
Baladas da madrugada...
No silêncio escasso
Desta terra frenética,
Num compasso breve de espera,
À beira da estrada,
Oiço tantas vozes passadas,
Sombras e luzes,
E festas,
Sorrisos e lágrimas,
De rostos sombrios,
Que sofreram
Horas amargas...
Nas casas com telhas,
Cobertas de musgo,
Que sobram dispersas,
Entre campos e montes,
Que já não são como eram.
Abundam ridentes,
Expostas ao sol,
Muitas janelas e portas cerradas
De casas modernas,
Perfeitamente afitadas.
Cheiram a novas,
Têm vida e alma ocultas.
Passam por mim rostos risonhos,
Com traços e linhas
Que me lembram alguém,
Sorriem para mim,
Não sei de quem são,
Mas são do meu tempo.
Que horas de sonho e saudade,
São estas que mexem comigo,
Foram e não voltam...
Ouvindo Hélène Grimaud, tocando Bach
Pedra Maria, 25 de Setembro de 2013, 7h12m
Princípios do tempo...
Como me sinto eu,
Ao deambular feliz,
Por estes caminhos verdes,
Pelas terras onde, há tanto, nasci.
Um reencontro que se sente, cá dentro,
Nos apanha o corpo e a alma.
Que cortejo imenso,
De lembranças de luz e de sombras,
Ao pensamento me vem...
A pé descalço,
A caminho da escola,
Verão e inverno.
Da catequese e adro da igreja,
Pedra Maria,Tanta brincadeira,
Onde não contava o tempo.
Lugar da Forca,
Pinheiros e matas sem fim,
Os tanques da rega dos campos
Faziam de praia,
Banhos furtivos,
Nas tardes de Agosto.
Vida do campo,
Em movimento e mudança.
Arados e noras,
Vindimas de mosto,
Eiras ao sol.
Lareiras de paz.
Com falta de tudo,
Menos de alegria,
Por graça de Deus...
Um milagre de sol...Só quem o viveu!...
Ouvindo André Rieu, em Deus Pai
Como me sinto eu,
Ao deambular feliz,
Por estes caminhos verdes,
Pelas terras onde, há tanto, nasci.
Um reencontro que se sente, cá dentro,
Nos apanha o corpo e a alma.
Que cortejo imenso,
De lembranças de luz e de sombras,
Ao pensamento me vem...
A pé descalço,
A caminho da escola,
Verão e inverno.
Da catequese e adro da igreja,
Pedra Maria,Tanta brincadeira,
Onde não contava o tempo.
Lugar da Forca,
Pinheiros e matas sem fim,
Os tanques da rega dos campos
Faziam de praia,
Banhos furtivos,
Nas tardes de Agosto.
Vida do campo,
Em movimento e mudança.
Arados e noras,
Vindimas de mosto,
Eiras ao sol.
Lareiras de paz.
Com falta de tudo,
Menos de alegria,
Por graça de Deus...
Um milagre de sol...Só quem o viveu!...
Ouvindo André Rieu, em Deus Pai
Pedra Maria. 26 de Setembro de 2013 7h12m
Joaquim Luis Mendes Gomes
_________________
Nota do editor:
Último poste da série > 14 de setembro de 2013 > Guiné 63/74 - P12038: Blogpoesia (354): Por cada bombeiro que morre... e outros poemas de setembro (J. L. Mendes Gomes)
2 comentários:
Joaquim Luís Fernandes
Caro Joaquim L.M.Gomes
Gostei muito destes poemas. Revelas-te na contemplação das realidades que te envolvem e no olhar interior que vislumbra, interroga e escuta a vida que contêm.
É bom vir a conhecer-te, o homem bom, o poeta sensível.
Obrigado.
Voei nas asas da tua poesia à minha infância, à minha aldeia natal, Porto do Carro, (extremo sul do concelho de Leiria) tão distante de Pedra Maria e com tanto em comum nas vivências com que nos moldaram o espírito e onde, as nossas raízes, ainda buscam e encontram sustento.
Parabéns antecipados pela edição do teu livro de poesia.
Aceita um abraço fraterno.
J:L.F.
Muito obrigado, amigo homólogo...escrevo para partilhar e recolher também do que possa nascer...
Um abraço
Joaquim Luís Mendes Gomes
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