Mansoa, 24 de Maio de 1973
Foi no tempo
em que o riso das crianças
era azul como o mar
que inventei no fundo dos teus olhos.
Foi no tempo
em que eras a princesa
habitando o meu castelo,
de pedra, vento e sol poente.
Foi no tempo
em que amanhecias luz dentro dos meus braços
nos meus lábios abertos à loucura.
Foi no tempo
em que eu colhia rosas na covas do teu rosto,
esvoaçávamos por pinhais, montes e rios,
e o teu corpo
povoava as searas onde o trigo cresce.
Foi no tempo
em que o teu ventre soluçava
em ondas rubras de alegria
e viajavas na fúria doce do meu sangue.
Hoje, a guerra,
uma lágrima quente enevoando os dias.
[ex-alf mil, CAOP1, Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74; poeta, escritor, tradutor]
Foi no tempo
em que eu colhia rosas na covas do teu rosto,
esvoaçávamos por pinhais, montes e rios,
e o teu corpo
povoava as searas onde o trigo cresce.
Foi no tempo
em que o teu ventre soluçava
em ondas rubras de alegria
e viajavas na fúria doce do meu sangue.
Hoje, a guerra,
uma lágrima quente enevoando os dias.
[ex-alf mil, CAOP1, Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74; poeta, escritor, tradutor]
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Nota do editor:
Último poste da série > 6 de outubro de 2013 > Guiné 63/74 - P12119: Blogpoesia (355): Dois poemas escritos em Pedra Maria, no regresso à terra natal... enquanto se aguarda a indicação da data e do local de lançamento do livro de poesia "Baladas de Berlim", com a chancela da Chiado Editora, 2013 (J.L. Mendes Gomes)
1 comentário:
Este aroma de pétalas
entorpecente e mágico
ao anichar-me a teu lado.
Este gosto a música
crescendo em minhas mãos,
ao dedilhar o teu corpo.
Esta sede de ter,
esta fome de ti
à solta no meu sangue.
China Jade poema de AGA
Um abraço
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