sexta-feira, 2 de maio de 2014

Guiné 63/74 - P13084: Efemérides (151): Inauguração do Memorial aos Combatentes da Guerra do Ultramar - 1961-1974 do Concelho de Matosinhos (1) (Carlos Vinhal)

INAUGURAÇÃO DO MEMORIAL AOS COMBATENTES DA GUERRA DO ULTRAMAR - 1961-1974 DO CONCELHO DE MATOSINHOS

DIA 25 DE ABRIL DE 2014

1 - INAUGURAÇÃO E BÊNÇÃO DO MONUMENTO

Quando em 2 de Maio de 2007, numa iniciativa individual, escrevi uma carta ao Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, Dr. Guilherme Pinto, então no seu primeiro mandato, sensibilizando-o para a necessidade de o nosso Concelho, a exemplo de outros, prestar homenagem aos seus ex-combatentes da Guerra do Ultramar, estava longe de imaginar que em 2014 esta homenagem teria corpo.

No passado dia 25 de Abril, graças à perseverança de quatro ex-combatentes da Guiné, aos quais se foram juntando combatentes de outros TO's, e mais recentemente o recém-instalado Núcleo de Matosinhos da Liga dos Combatentes, que trabalharam de perto com o Dr. Guilherme Pinto e a sua equipa de Vereadores, engenheiros e arquitectos, foi inaugurado um Memorial em honra dos ex-combatentes da Guerra do Ultramar do Concelho de Matosinhos, que ficou localizado no gaveto da Rua Alfredo Cunha, uma das artérias de entrada e saída na cidade, com a Rua Augusto Gomes, muito próximo da Escola Secundária com o mesmo nome, do Quartel dos Bombeiros Voluntários de Leixões e da recém-inaugurada Rua dos Combatentes do Ultramar - 1961-1974.

Memorial aos Combatentes da Guerra do Ultramar 1961-1974, do Concelho de Matosinhos

Pormenor da base do Memorial
Fotos: © Abel Santos (2014)

O Memorial de traça muito simples é uma peça em chapa de aço cortén, com 2 metros de altura, 90 centímetros de largura e 23 de profundidade, gravada e recortada a laser. Na parte frontal da peça podemos apreciar uma gravação a negro da Península Ibérica e do Continente Africano, onde, recortado na chapa se encontram Portugal, ponto de partida dos combatentes e os três Teatros de Operações, Guiné, Angola e Moçambique. Pode-se ler a quem se destina a homenagem “Aos Combatentes do Ultramar 1961-1974” e ainda, a frase “Honrar os mortos e dignificar os vivos”. Entre a chapa frontal e traseira, foram colocados dois pontos de luz, sendo um vermelho e outro verde, que simbolizam a chama da Pátria, ou seja Portugal no Mundo. O Monumento é ainda constituído por um percurso, executado em lajetas de granito, desde o passeio atá à base do monumento. A última dessas lajetas, no encontro com a chapa de aço cortén, tem a inscrição de 70 cruzes que simbolizam os 70 combatentes matosinhenses que faleceram nos Teatros de Operações.

De notar que neste dia tivemos a honra de contar com a presença do Presidente da Direcção Central da Liga dos Combatentes, Ten-General Chito Rodrigues, que se deslocou a Matosinhos para o efeito, a tempo de ainda almoçar com os órgãos sociais do Núcleo de Matosinhos da Liga, no Centro de Apoio Social do Porto do Instituto de Acção Social das Forças Armadas.

O Ten-General Chito Rodrigues ladeado, à sua direita pelo Cor Barbosa Pinto e à sua esquerda pelo TCor Armando Costa.

Participantes no almoço. 

Foto de família dos participantes no almoço de recepção ao Ten-General Chito Rodrigues

Fotos: © Abel Santos (2014)

As cerimónias começaram às 15 horas sob uma chuva miudinha e persistente, que não constava do programa, e que obrigou a alterações de ordem logística.

Uma primeira parte da cerimónia, no terreno, com uma afluência de público bastante numerosa, não obstante o relativo frio e chuva, foi dedicada à inauguração e evocação religiosa do monumento, Homenagem aos Mortos com deposição de uma coroa de flores seguida de um minuto de silêncio.

A inauguração ficou a cargo do Presidente da Câmara de Matosinhos, Dr. Guilherme Pinto, e do Presidente da Direcção Central do Liga dos Combatentes, Ten-General Chito Rodrigues. Ao Pároco de Leça da Palmeira, Padre Francisco Andrade, coube a evocação religiosa e bênção.

Estiveram presentes: a Fanfarra do Regimento de Artilharia 5, um Pelotão do Polo Permanente do Regimento de Transmissões do Porto e os estandartes dos Núcleos da Liga dos Combatentes da Lixa, Penafiel e, como não podia deixar de ser, de Matosinhos.

Um aspecto da assistência momentos antes do início da cerimónia.

Força em Parada presta continência ao senhor Ten-General Chito Rodrigues

Momento da inauguração do Memorial

Momentos após a inauguração. Na foto: Ribeiro Agostinho, Presidente da Assembleia Geral do Núcleo de Matosinhos da LC; TCor Armando Costa, Presidente da Direcção do Núcleo de Matosinhos da LC; Palmira Macedo, Presidente da Assembleia Municipal;  Dr. Guilherme Pinto, Presidenta da Câmara Municipal de Matosinhos e Ten-General Chito Rodrigues, Presidente da Direcção Central da LC.

Momento em que o senhor Padre Francisco Andrade presidia à cerimónia religiosa.

Momento em que alguns familiares dos nossos camaradas caídos em campanha, depositam uma coroa de flores na base do Memorial.

Momento da Homenagem aos Mortos. Pelotão Permanente do Regimento de Transmissões do Porto em Apresentar Armas

Fanfarra do Regimento de Artilharia 5

O nosso muito obrigado aos Núcleos da LC da Lixa e de Penafiel que se fizeram representar pelos seus porta-guiões. À esquerda, lamentavelmente cortado, o Guião do Núcleo de Matosinhos.

Fotos: © Abel Santos (2014)

Se o tempo permitisse, o alinhamento do programa continuaria com a evocação dos nomes dos 70 militares do Concelho de Matosinhos caídos em combate, com a actuação do Grupo Coral do Núcleo de Matosinhos da LC, com a imposição de Medalhas Comemorativas das Campanhas a 23 ex-combatentes e com as alocuções do Presidente da Direcção do Núcleo de Matosinhos da LC, Presidente da Direcção Central da LC e Presidente da Câmara Municipal de Matosinhos, mas não havia condições.

Como se pode verificar, algumas fotos estão manchadas pelas gotas da água da chuva depositadas na objectiva da máquina fotográfica. O tempo não colaborava, e para grandes males, grandes remédios. Por sugestão do Dr. Guilherme Pinto, a sessão continuaria no Salão Nobre da Câmara Municipal de Matosinhos, que distava dali pouco mais de uma centena de metros.

(Continua)

Carlos Vinhal

3 comentários:

Anónimo disse...

Caro AMIGO Vinhal: que continues com forças. Este monumento, que decerto será local para todos os COMBATENTES visitarem com orgulho e sentida homenagem, é local onde irei com respeito não só pelos que perderam a vida, mas também por vocês, que continuam lutando para que não sejamos esquecidos. Um abraço do
Veríssimo Ferreira

Tony Borie disse...

Olá Carlos.
Bem hajam todos vocês, pois lembram os nossos companheiros e, com este monumento perpetuaram o nome dos combatentes para gerações futuras.
Um abraço e que essa força, que vem de onde ninguém sabe, pois só os combatentes, que viveram lá, dentro do conflito, a sentem verdadeiramente, nunca vos falte.
Tony Borie.

Hélder Valério disse...

Meu amigo Carlos V

A 'chave' da leitura deste 'post' é o primeiro parágrafo.

Mostra que quando se é perseverante, quando o empenho numa tarefa é forte e incisivo, o resultado pode ser positivo.

Tiveste uma iniciativa. Deste-lhe corpo. Houve a possibilidade de 'sensibilizar' os interlocutores.
A Obra fez-se.
Pode-se parafrasear o que conhecemos: "o Homem sonha, a Obra nasce".

Parabéns!
Abraço
Hélder S.