Luís Graça deixou um novo comentário na sua mensagem "Guiné 63/74 - P13200: (In)citações (64) Nunca é d...":
«O nosso querido Victor Condeço já não está, infelizmente, entre nós, para confirmar ou corrigir este parágrafo:
(...)"O início das hostilidades na zona, em 25 Junho 1962, com o afundamento da jangada de Bedanda, abatizes nas estradas e os cortes de fios telefónicos, a vila de Catió ficou isolada" (...)
O ataque a Tite, a 23 de Janeiro de 1963, é considerado o início "oficial" da guerra na Guiné... Mas há acontecimentos anteriores a ter em conta... Nunca tinha ouvido falar do afundamento da jangada de Bedanda... em 25/6/1962... Ou será 1963?»
2. Dando cumprimento ao exarado, no respectivo despacho, fiz as pesquisas necessárias para encontrar a resposta que tinha sido colocada.
Com “a sorte dos principiantes” encontrei o seguinte texto:
«Aliás, não foi por acaso que, na sequência dessa grande conferência de imprensa de Londres, no dia 25 de Junho de 1962, o PAI ataca a vila de Catió (destruição da jangada de Bedanda e cortes de fios telefónicos e estradas com abatizes), marcando-se por este acto, do lado do PAIGC, a passagem à Acção Directa, tal como se havia prometido em Londres, pois a luta armada só começaria no ano seguinte, com o ataque ao quartel de Tite, a 23 de Janeiro de 1963. (…)»
In Guerra colonial & guerra de libertação nacional : 1950-1974 : o caso da Guiné-Bissau / Leopoldo Amado ; pref. Peter Karibe Mendy. - Lisboa :Ministério dos Negócios Estrangeiros, Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento, Núcleo de Documentação, 2011 ([Lisboa] : Textype. - 422 pp. (**)
_____________
Notas do editor
(*) 13 de abril de 2014 > Guiné 63/74 - P12976: Consultório militar, de José Martins (2): Respondendo ao cadete aluno cav Pedro Marçal Lopes: Tipologia das Unidades Mobilizadas pela Arma de Cavalaria durante a Guerra de África (1961-1974)
(*) 13 de abril de 2014 > Guiné 63/74 - P12976: Consultório militar, de José Martins (2): Respondendo ao cadete aluno cav Pedro Marçal Lopes: Tipologia das Unidades Mobilizadas pela Arma de Cavalaria durante a Guerra de África (1961-1974)
2 comentários:
Zé, obrigado. Estive a consultar o Arquivo Amílcar Cabarl / Casa Comum, é há documentos que comprovam os planos do PAI (que antecedeu o PAIGC), de meados de 1952, para os seus militaentes começarem a empreender este tipo de "ação direta", nas regiões de Quínara e de Tombali...
Vd, aqui, documento de 13 pp, datilografadas:
Pasta: 07064.040.001
Título: Plano para o desenvolvimento da luta de libertação na Frente Sul
Assunto: Plano para o desenvolvimento da luta: isolamento da região sul, controlo político e militar pelo PAIGC. Intruções para a formação e acção dos grupos armados (1.ª e 2.ª fase). Áreas e itinerários dos grupos. Corubal, Saltinho, Boé, Xitole, Geba, Bambadinca, Bigene, Tite, S.João, Fulacunda, Empada, Buba, Catió, Como, Bedanda, Cacine.
Data: Setembro de 1962
http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=07064.040.001
Não se houve mortos nesta "ataque a Catió", em 25/6/1962... Em Empada sabemos que houve, em 1962, um assassínio de um muito conhecido e estimado comerciante caboverdiano, de nome Januário, na sequência da foi foi lançada uma ação punitiva das NT, que levou à morte do comandan te do PAI, Victorino Costa, irmão de Saturnino Costa, em data que ainda não consegui apurar (2º metade de 1962, possivelmente novembro).
É possível que tenha havido mortos (civis) neste ataque a Catió... Embora a guerrilha ainda estivesse mal armada nesta altura... Se sim, é possível que tenha sido nesta data que a nossa amiga Gilda Pinho Brandão perdeu o seu pai, Afonmso Pinho Brandão... Ela é filha de mãe fula e veio para Portygal aos 7 anos para uma família de acolhimento. Em 2007 tinha 44 anos, devendo portanto ter nascido em 1963. Nunca comheceu o pai.
Vd. poste de:
6 DE JUNHO DE 2007
Guiné 63/74 - P1819: De Catió a Lisboa, de menina a Mulher Grande ou uma história triste com final feliz (Gilda Pinho Brandão / Luís Graça)
http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2007/06/guin-6374-p1819-de-cati-lisboa-de.html
3 DE JUNHO DE 2007
Guiné 63/74 - P1811: Vim para Portugal aos 7 anos, em 1969, e não tenho uma fotografia de meu pai, A. Pinho Brandão (Gilda Pinho Brandão, 44 anos)
http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2007/06/guin-6374-p1811-em-busca-da-minha.html
Nãop sei se a Gilda Pinho Brandão (hoje Gilda Brás) já apurou a data em que morreu o pai Afonso. Ela tem tem a certidão de nasvimento: ele era de Arouca. Mas julgo que não tem a de óbito. Soube, pelo Pepito, as circunstâncias em que morreu;
(*) Vd. poste de 25 de Julho de 2007 > Guiné 63/74 - P1994: Tabanca Grande (29): Gilda Pinho Brandão: uma mulher feliz, que ganha uma nova família e um novo país
(...) Boa tarde, Amigo Luís,
Pois é, este fim-de-semana recebi a visita do nosso amigo Pepito, um ser humano extraordinário e um guineense orgulhoso, que fala do seu país e das suas gentes com uma paixão indescritível, por mim ficava o dia todo a ouvi-lo, pena não ter podido ficar mais tempo.
Relativamente aos meus familiares, falou-me no meu primo Carlos Pinho Brandão, que foi colega dele de curso [, de Agronomia,] das circunstâncias da morte do meu pai [, Afonso Pinho Brandão,] que foram um pouco dramáticas, pois segundo o Carlos contou ele era muito querido pela população, era um homem bastante sociável: ao fazer frente a uns balantas que se queriam apropriar da casa dele, acabou por ser morto, pois estava em inferioridade numérica. O Pepito também falou-me acerca dos fulas, etnia da minha família materna. A seguir ao encontro com os meus irmãos, este foi um dos momentos mais marcantes desde que comecei esta busca pelas minhas raízes (...).
Enviar um comentário