sexta-feira, 30 de maio de 2014

Guiné 63/74 - P13212: (In)citações (65): Salvemos o elefante africano que 40 anos depois do fim guerra volta a percorrer o corredor de migração de Gandembel, Balana, Cumbijã e Colibuía na época das chuvas!

1. Mensagem do nosso amigo Nelson Herbert Lopes, jornalista da Voz da América (VOA)

De: Nelson Herbert

Data/hora: 29 mai 2014 15:40

Assunto - Elefantes


Quatro dácadas volvidas sobre o fim da guerra pela independência, "elefantes" repovoam mitica floresta de Cantanhez... no Sul da Guine Bissau !

Anexo foto recente (Abril 2014) do Instituto da Biodiversidade e das Áreas Protegidas (IBAP) da Guine Bissau !

Pepito ia adorar saber disso ! (*)



Imagem de um elefante, captado pelo IBAP - Instituto de Biodiversidade e das Áreas Protegidas, da Guiné-Bissau, no dia 1 de abril de 2014, às 17h53. Imagem enviada pelo Nelson Herbert Lopes, sem indicação de fonte. Em princípio, é uma foto automática, tirada por uma câmara especial, "Moultrie", usada para fotografar a vida selvagem... A temperatura ambiente era de 30º.. Estamos no fim da época seca (abril)... (LG)


2. Recortes de imprensa


(i) IBAP confirma presença de elefantes nas florestas da Guiné-Bissau

2014-05-27 13:33:20

Bissau – O Instituto de Biodiversidade e das Áreas Protegidas (IBAP) confirmou a existência, nas florestas da Guiné-Bissau, de animais de grande porte, concretamente na região de Quinara, sector de Buba.

Em comunicado de imprensa que a PNN consultou, esta instituição indicou que, em Fevereiro de 2014, a Direcção do Parque Natural das Lagoas de Cufada foi informada da presença de elefantes nas matas de Sintchã Paté [,entre o Quebo e Xitole], tendo uma equipa do IBAP deslocado-se ao local para confirmar estas informações, onde se observou a presença de elefantes a 6 de Fevereiro, pelas 18.30 horas.

De acordo com os habitantes da povoação de Sintchã Paté e de Samba Só, trata-se de uma pequena manada composta por três animais, dois adultos e uma cria, que se encontram bloqueados numa área restrita com condições favoráveis à sua sobrevivência, dotada de água e alimentos, pois o corredor de migração habitualmente utilizado foi bloqueado devido ao corte de madeira.

Na sequência da presença do primeiro grupo destes animais, a ocorrência foi novamente confirmada em Abril, pelos técnicos do IBAP através da instalação de câmaras de vigilância ultravioleta nas florestas, que conseguiu captar imagens de um casal de elefantes na lagoa de Caruai, Balana, Parque Nacional de Cantanhez.

O instituto informa ainda que esta manada de elefantes parece localizar-se numa zona muito limitada, com frequentes migrações entre a República da Guiné-Conacri e a Guiné-Bissau, em busca de água e alimentos. O elefante africano é o maior mamífero terrestre conhecido. Está classificado na Lista Vermelha da União Internacional para Conservação da Natureza na categoria de animais ameaçados de extinção e também consta no anexo I da Convenção sobre o Comércio Internacional de Espécies de Fauna e Flora Selvagens Ameaçadas. (...)

(c) PNN Portuguese News Network

[Excerto, reproduzido, com a devida vénia,  de Jornal Digital - Notícias em Tempo Real]


(ii) Alguns excertos da  nota informativa do IBAP que  foi reproduzida no sítio da IUCN - União Interncional para a Conservação da Natureza:




A época de migração destes elefantes para a Guiné-Bissau (regiões de Quínara e Tombali), em busca de água e alimento,  começa no início das chuvas, em maio e vai até novembro, altura em que voltam  à Guiné-Conacri, para a zona do Rio Kogum (Bouliagne) onde se supõe que se encontra o resto da população. (**)














____________


15 comentários:

Anónimo disse...

Camaradas e Amigos:
O apelo sobre o elefante africano fez-me reviver recordações sobre o Porto de Lamoi. Este local, para além dos vestígios de elefante, reunia uma singularidade muito especial em vários aspetos. Nunca falei dos vestígios que encontrei por ter dúvidas se não era disparate. Afinal, não. Vou pensar num Poste sobre as singularidades de Porto Lamoi. Manuel Vaz

Anónimo disse...

Fantástico!!!

Onde antes havia morte, hoje há vida!

Vasco Pires

Anónimo disse...

Boa notícia!!
Juro que nos tempos em que andei por Gandembel/Ponte Balana não vi matar nenhuma espécie de animal, até porque, ao primeiro tiro, havia logo "resposta".
Não deve ser indiferente à presença de elefantes na zona (para além dos alimentos) a existência da água doce do Rio Balana.
Alberto Branquinho

Anónimo disse...

Jorge Portojo
30 mai 2014 00:34

Caro Luís

Não é por nada, mas à hora mencionada na foto, ainda haveria aquela luz na mata da Guiné ? No Cantanhez ?

Ou tá tudo mudado ou tou deslocado no tempo.
~
Ou é conversa fiada...
Um abraço

Jorge/Portojo

Luís Graça disse...

Jorge: Também tenho dúvidas sobre a autenticidade da foto que o Nelson Herbert me mandou... Não a encontrei no sítio do IBAP... Mas pode ter sido tirada por máquina automática, daquelas que estão afixadas em sítios estratégicos... Não sei... Deswconfiei da data, 1 de abril... Mestas coisas, nucna fiando, é sempre bom usar dúvida metódica como
usaste... E eu agradeco-te. Mas há evid~encias de que os elefantes estão a regressar... No nosso tempo, apsear de tudo, haviam mais, apesar da guerra... BNºao sei o que é pior hoje, a motoserra ao serviço dos "vendadedores da pátria" em Bissau e dos seus clientes chineses...


Luis Graça

Anónimo disse...

Mário Gaspar

30 mai 2014 02:19

Caros Camaradas

Fiz inúmeras operações na zona do "corredor de Guilege", ou "corredor da morte", zona de Gandembel - aliás Gandembel surgiu no período que a Companhia de Artilharia 1659, a "ZORBA" estava em Gadamael Porto, que abastecia Gandembel.

Começam as Colunas de Reabastecimento a Guileje, a fim de reabastecer Gandembel. As forças da CART 1659, em colaboração com as da CCAÇ 1621, realizaram a Guileje, 12 colunas de reabastecimento de Abril a Junho de 1968. De salientar, as 11ª e 12ª em que houve contacto com o IN.
Sucede que desde o início da Comissão, até ao fim, nunca avistámos um elefante. Mas eles existiam, mas refugiavam-se decerto na ex Guiné Francesa (que era como lhe chamávamos). Vi muitas pegadas de elefantes, mas corpos de elefantes nunca. Julgo que eles eram contra a guerra.~

Que belo surgirem esses animais imponentes que não tive oportunidade de avistar em 22 meses de comissão. Vi poças das pegadas cheias de água na época das chuvas, fora disso eram as pegadas impressionantes que carimbavam os solos.

Um abraço

Mário Vitorino Gaspar
Ex Furriel Miliciano Atirador da Especialidade de Explosivos de Minas e Armadilhas com o nº 03163264

Anónimo disse...

José Teixeira

30 mai 2014 00:23


Luís. E logo nas terras por onde eu andei. O Pepito sabia que já tinham sido visto elefantes no Balana.

o Ano passado falámos em Iemberém sobre a desmatação que está a destruir o cantanhez e o risco de se perder a fauna, nomeadamente os elefantes e os chimpanzés. Era mais uma das apostas dele que possivelmente vão ficar pelo caminho.

Abraço

Zé Teixeira

Luís Graça disse...

Amigos e camaradas:

Não é todos os dias que nos chegam , da África Ocidental, em geral, e da "nossa" Guiné-Bissau, em particular, boas notícas, como esta, a passagem de elefantes em Sinchã Paté (vd. mapa do Xitole), já fora dos limiets do parque nacional da lagoa de Cufada (região de Quínara, setor de Buba).

Como todas as notícas, há o verso e o reverso. Há a notícia boa e a notícia má. A notícia boa é que há elefantes, mesmo que isolados, na Guiné-Bisssau, em busca de água e alimentos. Quarenta anos depois eles regressam, à GB, mesmo que seja de passagem, na época das chuvas...

A notícia má é a confirmação da desflortestação da GB, no sul, nas regiões de Quínara e de Tombali., bem como da presença e persistência da motosserra... agora ao serviço dos novos senhores da GB...

Daí a importância fundamental dos corredores transfronteiriços e das demais medidas (integradas) de proteção e conservação da natureza...

À partida, e sem reservas, tiro o chapéu e dou o mesu apoio aos dirigentes e técnicos do IBAP, um organismo da administração pública guineense que ainda funciona, e sobretudo ás populações locais pela sua sensibilidade ambiental... A coexistência de elefantes e de seres humanos não é fácil, sobretudo num contexto de luta, de ambos, pela apriação de recursos cada vez mais dramaticamentes escassos: água, alimentos, terra arável, espaço vital...

Mas é bonito ver o nosso antigo "corredor da morte" será agora um trilho de elefantes!... Oxála os elefantes ganhem esta guerra!

Luís Graça disse...

Zé:

Se não houver uma forte campanha internacional bem como o nosso apoio às populações e organizações ambientalistas locais, a Guiné-Bissau vai ficar como os seus vizinhos a norte, Senegal, etc. Ficar semidesértica, cada vez mais integrada na África subsariana...

A floresta é o ouro negro da Guiné-Bissau... MMuito melhor do que o petróleo e a droga...

Mas cada árvore abatida é uma machadada nas hipóteses de sobrevivência de elefantes, chimpanzés e outras espécies em perigo de extinção. E, em última análise, nas hipótes de futuro com esperança para os guineenses e para todos nós... Porque a terra é só uma e não pode ser apropriada por ninguém!...

Mas é preciso associar a população lcoal, como sempre ensinou o Pepito, às medidas de conservação e proteção da natureza.

Um abraço. Luis

Luís Graça disse...

Zé:

Se não houver uma forte campanha internacional bem como o nosso apoio às populações e organizações ambientalistas locais, a Guiné-Bissau vai ficar como os seus vizinhos a norte, Senegal, etc. Ficar semidesértica, cada vez mais integrada na África subsariana...

A floresta é o ouro negro da Guiné-Bissau... MMuito melhor do que o petróleo e a droga...

Mas cada árvore abatida é uma machadada nas hipóteses de sobrevivência de elefantes, chimpanzés e outras espécies em perigo de extinção. E, em última análise, nas hipótes de futuro com esperança para os guineenses e para todos nós... Porque a terra é só uma e não pode ser apropriada por ninguém!...

Mas é preciso associar a população lcoal, como sempre ensinou o Pepito, às medidas de conservação e proteção da natureza.

Um abraço. Luis

Luís Graça disse...

Jorge Portojo:

Se repares, em baixo, á direita, lês "Moultrie"... A foto foi tirada por uma câmara fotográfica "Moultrie", apropriada para fotografar a vida selvagem... Estavam 30 graus... E era 5 e tal da tarde... Agora, podemos especular sobre o sítio...

Luís Graça disse...

Não sobrevalorizo nem subestimo esta notíca. Não sou especialista em vida selvagen para poder analisar o significado e o alcance desta notícia que, noutros tempos, nems equer seria notícia, quando muito seria um "fait-divers". Na velha carta do Xitole, de 1955, feita pelos nossp0s grandes cartógrafos militares, a tabanca de Sinchã Paté fica(va) perto da margem direita do Rio Corubal,. tendo a norte o Xitole e a sul a velha "ponmte em ruínas" e, mais abaixo, Mampatá, Quebo, Chamarra...

De qualquer modo, já havia havia elefantes nesta zona. em 1974: cerca de 100 foram recenseados, na época... O facto de voltarem a serem avistados pela população de Sinchã Paté, e ter o IBAP atuado de pronto, são dois sinais encorajadores para os amigos da Guiné-Bissau e do seu povo... Po rum lado, revelam sensibilidade ambiental das populações locais, por outro, querem dizer o IBAP funciona, apesar de todas as dificuldades.... E vejo, com apreço, o nome de uma mulher, da famílía Regalla, de Galomaro/Dulombi, à frente do projeto de seguimento de espécies e habitats...

Luís Graça disse...

Parece haver dois corredores transfronteiriços por onde circualm elefantes e animais de grande porte:

(i) o antigo "corredor da morte" (que passa por Balana/Gandembel);

(ii) e, mais a leste, o corredor Corubal / Dulombi / Boé...

Quem sabe mais sobre este assunto que também nos apaixona ? Aqui onde houve guerra e morte, há agora vida e esperança...

Antº Rosinha disse...

Na Guiné-Bissau, vez por outra aparecem elefantes, petróleo,bauxite, ouro, diamantes...!

Um dia será mesmo, e ninguém vai acreditar.

É que já era discurso anti-colonial que as riquezas eram escondidas por Salazar.

Anónimo disse...

POIS
É bonito..só que se aumentarem as manadas de elefantes e começarem a destruir as plantações..como é que a população vai reagir..provavelmente matando elefantes.

Em 2006 passei por lá...ao longo da picada havia muita população em pequenas tabancas..rareando entre a ponte balana e mampatá.

Mesmo em África a fauna só pode ser conservada em reservas ou parques e é necessário não existir população..no caso da Guiné não vejo como..refiro-me obviamente aos animais de grande porte e predadores.

C.Martins