Foto: © Luís Nascimento (2014). Todos os direitos reservados
1. Histórias da CCAÇ 2533 > Parte XIIV (Armando Mota, alf mil at inf, 1º pelotão):
Continuamos a publicar as "histórias da CCAÇ 2533", a partir do livro editado pelo ex-1º cabo quarteleiro, Joaquim Lessa, e impresso na Tipografia Lessa, na Maia (115 pp. + 30 pp, inumeradas, de fotografias).
Registe-se, como facto digno de nota, que esta publicação é uma obra coletiva, feita com a participação de diversos ex-militares da companhia (oficiais, sargentos e praças).
A brochura chegou-nos às mãos, em suporte digital, através do Luís Nascimento, que vive em Viseu, e que também nos facultou um exemplar em papel. Até ao momento, é o único representante da CCAÇ 2533, na nossa Tabanca Grande, apesar dos convites, públicos, que temos feito aos autores cujas histórias vamos publicando.
Temos autorização do editor e autores para dar a conhecer, a um público mais vasto de amigos e camaradas da Guiné, as aventuras e desventuras vividas pelo pessoal da CCAÇ 2533, companhia independente que esteve sediada em Canjambari e Farim, região do Oio, ao serviço do BCAÇ 2879, o batalhão dos Cobras (Farim, 1969/71).(*)
Desta vez vamos publicar mais 3 histórias, contados pelo ex-alf mil Armando Mota, do 1º pelotão: (i) a queda granada da bazuca (p. 63); (ii) samba em Lisboa (p. 64; e (iii) a caçada dos passarinhos (p. 68).
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Nota do editor:
Último poste da série > 30 de junho de 2014 > Guiné 63774 - P13348: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte XIII: (i) Está tudo bem com vocês ?, pergunta o gen Spínola; (ii) Indo de viatura a corta-mato, sem GPS, em socorro de camaradas que tinham tido contacto com o IN: e (iii) Uma saída com o pelotão de milícias (Armando Mota, alf mil at inf, 1º pelotão)
Último poste da série > 30 de junho de 2014 > Guiné 63774 - P13348: Histórias da CCAÇ 2533 (Canjambari e Farim, 1969/71) (Luís Nascimento / Joaquim Lessa): Parte XIII: (i) Está tudo bem com vocês ?, pergunta o gen Spínola; (ii) Indo de viatura a corta-mato, sem GPS, em socorro de camaradas que tinham tido contacto com o IN: e (iii) Uma saída com o pelotão de milícias (Armando Mota, alf mil at inf, 1º pelotão)
4 comentários:
Meu caro Armando Mota, sim, senhor, havia uma bazuca 6 cm ou 60 mm, mais usada pela nossa mílícia...
De repente, tive dúvidas sobre o calibre (37 mm, 60mm, 89 mm ?) e fui consultar o nosso especialista em armamento, o Luís Diás... Na minha, a CCAÇ 12, tínhmos o LGFog 3,7 cm e o LGFog 8,9 cm...
Eis o que o Luís Dias nlos diz:
(...) "O lança granadas foguete (LGF) é, como se sabe, uma arma essencialmente anti-carro, e será por esse facto que Portugal não terá procurado para a guerra que suportava nas colónias um LGF que se adaptasse às necessidades que as tropas sentiam naqueles específicos terrenos de ter uma arma deste tipo, mas mais manejável que as que estavam distribuídas. Os LGF (vulgarmente conhecidos como Bazukas, do inglês Bazooka) existiam em Portugal nos modelos de 6 cm M/955 e 8,9 cm M/952, foram largamente utilizados durante a guerra colonial, em especial o último modelo, embora, na maior parte das vezes, unicamente utilizando granadas anti-carro (Heat – High Explosive Anti Tank), de pouca eficácia anti-pessoal, compensando com o poder contundente do troar da sua explosão.
Para concorrer com os RPG do IN, os portugueses desenvolveram em Angola um lança “rockets” originalmente concebido para tiro ar-solo (utilizado nos aviões T-6), que foi também muito utilizado na Guiné, em especial pelas forças pára-quedistas, o SNEB de 37 mm, de origem francesa, bastante mais leve e manejável que a bazuca, a que alguns chamavam de “roquetim”, facilmente reconhecível pela manga do tubo furada.
No entanto, o LGF mais utilizado como arma de apoio dos grupos de combate foi o LGF 8,9 cm M20 e M20A1, de origem EUA, conhecidos pela “bazooka” e “Super bazooka”, respectivamente. Algumas unidades possuíam o LGF Instalaza 8,9 cm, de origem espanhola, muito semelhante à bazuca americana, mas que tinha uma protecção para o atirador." (...)
21 DE JANEIRO DE 2010
Guiné 63/74 – P5682: Armamento (1): Morteiros, Lança-Granadas, Granadas e Dilagrama (Luís Dias)
http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2010/01/guine-6374-p5682-armamento-morteiros.html
Quantas vítimas, do nosso lado, fizeram as malditas granadas de bazuka ? E de dilagrama ? Todos temos histórias para contar sobre acidentes e incidenters com estas bazucas e diligramas...
É triste saber que estávamos subequipados no TO da GUINÉ e o que o nosso exército não fez, aparentemente, um grande esforço para arranjar uma arma que pudesse rivalizar com os temíveis RPG 2 e 7, usados pelo PAIGC...
Desgraçadamente, conheci bem os seus efeitos nos corpos despedaçados de camaradas que empaparam com o seu sangue e as suas trintas o capim do Xime...
Respeitinho pela nossa língua milenar... A grafia correta de "bazuca" é "bazuca" e não "bazuka",,, LG
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ba·zu·ca
(inglês bazooka)
substantivo feminino
1. Arma portátil, em forma de tubo, que serve para lançar foguetes anticarro.
2. [Moçambique, Informal] Garrafa de cerveja de 550 ml.
"bazuca", in Dicionário Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-2013, http://www.priberam.pt/DLPO/bazuca [consultado em 07-07-2014].
Essa granada ou uma semelhante ao descer pela bazuca, quando um pelotão, que estava de reforço à companhia 2616, em Buba, em meados de 1971, se preparava para sair pro mato, junto à arrecadação de material, fez um morto, seis ou sete feridos graves e nove ou dez feridos ligeiros.De Bissau vieram helis e avionetas pra transportar os feridos e seis ou sete enfermeiras paraquedistas que coitadas ficaram horrorizadas com o que viram. Segundo ouvi falar seria a 1ª saída delas pois tinham vindo de Lisboa há poucos dias.
Os militares do quartel embora lamentando a má sorte dos camaradas, ficaram maravilhados com a visão de tantas jovens brancas pois a maioria há muitos meses que não via nenhuma.
A guerra é feita destes contrastes.
A energia vital de um homem no meio dos piores desastres procura-se alimentar de qualquer pormenor positivo e a graça e a beleza duma mulher dão tanto alento.
Um grande abraço a todos
Francisco Baptista
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