Guiné > Bafatá > 1968 > Guiné > Bafatá > 1968> Foto do ex-furriel mil radiomontador Jorge Tavares, CCS/ BCAÇ 2856 (Bafatá, 1968/70).
Reconstituição feita pelo ex-fur mil op esp Humberto Reis, da CCAÇ 12 (Contuboel e Bambadinca, 1969/71): esta é(era) rua principal (alcatroada, como todas as demais) da doce e tranquila Bafatá, com as suas casas de arquitectura tipicamente colonial; ao fundo era o mercado e cortava-se à direita, para a piscina; na primeira à direita, ficava o restaurante A Transmontana; dDo lado esquerdo, no início da foto, ficava a casa do Administrador e os CTT; a meio, a rua era cortada pela estrada que ligava a Geba.
Legenda do Amadu Bailo Jaló: Rua de Bafatá. Do lado direito, junto ao carro estacionado, era a casa do Chico Paulo, um comerciante europeu; a casa a seguir, pintada de branco, era de um libanês, Assad, one trabalhava o meu pai (in: Amadu Bailo Jaló - p. 17)
Foto: © Jorge Tavares (2005) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados
Guiné-Bissau > Região de Bafatá > Bafatá > 15 de Dezembro de 2009 > 17h543 > Um das nossas conhecidas ruas de Bafatá, já ao entardecer...Foto do João Graça, músico e médico, 40 anos depois do foto da mesma artéria tirada pelo Jorge Tavares.
Foto: © Jorge Tavares (2005) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados
Foto: © João Graça (2009) / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné. Todos os direitos reservados
Amadu Bailo Jaló (1940-2015):
(i) fula, nasceu em Bafatá, em 10 de novembro de 1940;
(ii) filho de Cherno Iaia Tata Jaló, nascido em 1895, e de Ana Condé, nascida em Boké, Guiné-Conacri, em 1904; o pai era empregado de balcão do comerciante libanês Assad, sendo natural de Fulamorie, também Guiné-Conacri:
(iii) os pais matricularam,-no na escola do Alcorão, que frequentou durante 3 anos; em 1948, fez a circuncisão (festa do fanado); dois meses depois, frequentava uma escola católica, dos missionários iatalianos de Bafatá; esteve lá dois anos e gostava de jogar futebol;
(iv) aos 14 anos, em 1954, o irmão mais velho levou-o para Boké, para casa de um tio, de onde era natural a mãe; viagem de nove dias, a pé, que o marcou na sua adolescência; o irmão levava uma série de carregadores com mercadorias (roupas) para vender em Boké; a distância hoje é de c. 150 km;
(iv) aos 14 anos, em 1954, o irmão mais velho levou-o para Boké, para casa de um tio, de onde era natural a mãe; viagem de nove dias, a pé, que o marcou na sua adolescência; o irmão levava uma série de carregadores com mercadorias (roupas) para vender em Boké; a distância hoje é de c. 150 km;
(v) um ano depois, em novembro de 1955, regressa a Bafatá, numa viagem longa, também a pé;
(vi) aos 16 anos conheceu, pela primeira vez, Bissau e um ano depois Bolama;
(vii) desde muito jovem quis ganhar dinheiro e ser independente; começou por organizar bailes e festas, juntamente com um primo, para a juventude de Bafatá, a quem cobrava as entradas; as meninas de então chamavam ao Amadu o Mari Velo;
(viii) enquanto não foi incorporado, foi trabalhando na construção civil, primeiro no Gabu, como capataz, um pouco mais tarde em Bafatá; estávamos em 1958;
(ix) nos princípios de janeiro do ano seguinte, regressou a Bafatá; como sabia ler e escrever, foi para a campanha da mancarra;
(x) aos 20 anos quis dar um salto, tornar-se verdadeiramente independente; conseguiu abrir uma banca para negociar no Mercado de Bafatá;
(xi) mas a incorporação estava à porta; recenseado pelo concelho de Bafatá, sob o nº 21 em 1962, foi alistado em 04Jan62, como voluntário, no Centro de Instrução Militar;
(xii) depois da recruta em Bolama, seguiu-se o CICA/BAC, em Bissau, depois Bedanda na 4ª CCaç, a 1ª CCaç em Farim;
(xiii) regressou à CCS/QG, depois os Comandos de 1964 a 1966, voltou à CCS/QG, depois o BCav 757, BCac 1877, BCav 1905 e BCac 2856, todos sediados em Bafatá;
(xiv) em meados de julho de 1969, é transferido para a 15ª CCmds, seguindo-se então a 1ª CCmds Africanos, o BCmds da Guiné e a CCaç 21 (base em Bambadinca) até ao 25 de Abril de 1974;
(xv) foi promovido a 1º cabo em 1 de janeiro de 1966 e louvado pelas atuações em operações no ano de 1966;
(xvi) novamente louvado em 1967, em Ordem de Serviço (OS) do BCaç 1877, de 30 de setembro de 1967, pelo seu comportamento em ações de combate durante o ano de 1967 (7 de janeiro /24 de setembro);
(xvii) foi graduado em furriel em 6 de fevereiro de 1970 e em 2º sargento em 7 de novembro de 1971, tendo sido louvado pelas ações em que participou durante o ano de 1972;
(xviii) condecorado com a Medalha de Cruz de Guerra de 3ª Classe em 1973;
(xix) foi novamente graduado em alferes em 28 de junho de 1973; pela sua atuação nas operações durante o ano de 1973 recebeu novo louvor;
(xx) passou à disponibilidade em 1 dce janeiro de 1975, devido à independência do território da Guiné:
(xxi) em 1986 veio para Lisboa (, depois se ter refugiado no Senegal, até onde se estabeleceu como comerciante):;
(xxii) morreu em 15 de fevereiro de 2015, em Lisboa, no hospital militar, com 74 anos.
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(xvi) novamente louvado em 1967, em Ordem de Serviço (OS) do BCaç 1877, de 30 de setembro de 1967, pelo seu comportamento em ações de combate durante o ano de 1967 (7 de janeiro /24 de setembro);
(xvii) foi graduado em furriel em 6 de fevereiro de 1970 e em 2º sargento em 7 de novembro de 1971, tendo sido louvado pelas ações em que participou durante o ano de 1972;
(xviii) condecorado com a Medalha de Cruz de Guerra de 3ª Classe em 1973;
(xix) foi novamente graduado em alferes em 28 de junho de 1973; pela sua atuação nas operações durante o ano de 1973 recebeu novo louvor;
(xx) passou à disponibilidade em 1 dce janeiro de 1975, devido à independência do território da Guiné:
(xxi) em 1986 veio para Lisboa (, depois se ter refugiado no Senegal, até onde se estabeleceu como comerciante):;
(xxii) morreu em 15 de fevereiro de 2015, em Lisboa, no hospital militar, com 74 anos.
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Nota do editor:
Último poste da série > 31 de dezembro de 2014 > Guiné 63/74 - P14102: Os Nossos Camaradas Guineenses (40): O alf cmd graduado Braima Baldé, da 1ª CCmds Africanos, natural de Bambadinca, e que depois da independência trabalhou para o PAIGC, pode ainda estar vivo... e ser o meu tio (Aladje Mustafá Baldé, estudante guineense no Brasil)
1 comentário:
Camaradas, quem seria este comerciante Assad ? Taklvez irmão de algum dos que são referidos em baixo...
Há, pelo menos, seis comerciantes libaneses em Bafatá, em 1956, de acordo com os anúncios de casas comerciais da Guiné, publicados em Turismo - Revista de Arte, Paisagem e Costumes Portugueses, jan/fev 1956, ano XVIII, 2ª série, nº 2:
(i) Jamil Heneni, com grandes plantações de arroz em Jabadá [e não Janbanda], na região de Quínara [, mais um imperdoável gralha!];
(ii) Toufic Mohamed [ou não seria Taufic ? Muitos dos anúncios vêm gralhados;: por ex, Bambadinga, em vez de Bambadinca, Bajicunda em vez de Bajocunda; o que quer dizer a toponímica da Guiné era "estranha" aos nossos jornalistas e tipógrafos...];
(iii) Rachid Said
(iv) Salim Hassan ElAwar e irmão (com sede em Bafatá e filial em Cacine, e não Canine, como aparece no anúncio: mais uma gralha tipográfica a juntar-se a muitas outras desta edição especial da revista de Turismo...); há um membro da família, presume-se, Mamud ElAwar, que era um conceituado comerciante de Bissau;
(v) Fouad Faur, com lojas também em Piche, Paunca, Bajocunda e Bambadinca.
Vd. poste de 22 DE JANEIRO DE 2015
Guiné 63/74 - P14173: Historiografia da presença portuguesa em África (49): Revista de Turismo, jan-fev 1956, número especial dedicado à então província portuguesa da Guiné: anúncios de casas comerciais - Parte IV (Mário Vasconcelos): Há, pelo menos, 6 comerciantes libaneses em Bafatá: Jamil Heneni, Toufic Mohamed, Rachid Said, Fouad Faur, Salim Hassan ElAwar e irmão
http://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2015/01/guine-6374-p14173-historiografia-da.html
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