O nosso blogue colaborou com a autora fornecendo ideias e contactos de camaradas nossos e de amigas nossas (mães, filhas, mulheres, namoradas, madrinhas de guerra de camaradas nossos) que a autora entrevistou. Sofia Branco é jornalista de profissão e presidente do Sindicato dos Jornalistas.
Sobre ela já aqui em tempos referimo-la como um exemplo, feminino, pioneiro, na abordagem da Mutilação Genital Feminina:
"A Sofia Branco tem-se destacado, nos últimos anos, como jornalista, competente, corajosa, lúcida e empenhada, na investigação e divulgação do problema da Mutilação Genital Feminina na Guiné-Bissau"...
Vd. poste de 15 de setembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3208: Pensamento do dia (16): E não se pode exterminá-la ?... A epidemia de cólera em Bissau (Sofia Branco,Público)
Sobre ela já aqui em tempos referimo-la como um exemplo, feminino, pioneiro, na abordagem da Mutilação Genital Feminina:
"A Sofia Branco tem-se destacado, nos últimos anos, como jornalista, competente, corajosa, lúcida e empenhada, na investigação e divulgação do problema da Mutilação Genital Feminina na Guiné-Bissau"...
Vd. poste de 15 de setembro de 2008 > Guiné 63/74 - P3208: Pensamento do dia (16): E não se pode exterminá-la ?... A epidemia de cólera em Bissau (Sofia Branco,Público)
Sobre ela escreveu também o Jorge Cabral:
(...) Creio que o impacto dos artigos da Sofia Branco, publicados no Jornal Público em 2002, se deve principalmente à informação de que a Mutilação Genital Feminina ocorreria em Portugal. Também pela Europa as preocupações aumentaram com a possibilidade da prática ser cá efectuada, dada a corrente migratória. Julgo, porém, que toda a Mutilação Genital Feminina é igualmente grave, devendo ser denunciada e combatida, independentemente do lugar onde seja efectuada. A universalidade dos Direitos Humanos impõe-nos que sintamos toda a sua violação, como violação dos nossos direitos. A mutilação de uma menina no Sudão constitui uma ofensa à minha condição de homem livre, até porque a minha liberdade só pode ser assumida em plenitude, num Mundo de Homens e Mulheres Livres. (...)
Vd. também:
25 de setembro de 2007 > Guiné 63/74 - P2131: Mutilação Genital Feminina: É crime, diz explicitamente o novo Código Penal (A. Marques Lopes / Luís Graça)
31 de janeiro de 2012 > Guiné 63/74 - P9426: (In)citações (38): Mutilação Genital Feminina: As Mães africanas não são malfeitoras! (Jorge Cabral)
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Nota do editor:
4 comentários:
Ainda sobre a Sofia Branco e o seu envolvimento com a problemática da Mutilação Genital Feminina, vd. aqui entrevista dada por ela à Amnista Internacional.
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Sofia Branco
Jornalista
Jornalista da agência Lusa desde 2009, trabalhou antes no
jornal Público, durante uma década. É professora convidada no
Mestrado em Estudos sobre as Mulheres, da Faculdade de
Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa.
Em 2002 realizou uma primeira reportagem sobre Mutilação
Genital Feminina e desde então investigou a temática e realizou
várias reportagens, primeiro em Portugal, depois na Guiné-
Bissau. Pode lê-las aqui. Por estes trabalhos recebeu vários
prémios. É ainda autora do livro Cicatrizes de Mulher.
http://www.amnistia-internacional.pt/files/Entrevista_SofiaBranco.pdf
Sobre o seu último livro "As mulheres e a guerra colonial", Sofia Branco, em entrevista à "Sábvado" (21 de fevereiro de 2015), disse o seguinte, entre outras coisas:
(...)
Sábado
21 Fevereiro 2015 • Joana Carvalho Fernandes
Durante dois anos, a jornalista Sofia Branco percorreu o País para ouvir histórias de 49 mulheres que viveram a guerra colonial – das que combateram, como as paraquedistas, às que ficaram na retaguarda, a rezar, a militar na resistência ou a escrever cartas de amor. O livro As Mulheres e a Guerra Colonial está à venda desde sexta-feira. (...)
(P) Conta a história de 49 mulheres, repartidas por 13 capítulos, um por cada ano de guerra. Como é que as escolheu?
(R) Perguntei-me o que eram elas naquele período – mães, irmãs, namoradas, filhas – e se tinham vivido a guerra como eles, em África, com eles, ou se tinham ficado aqui à espera. E quis fazer um retrato social abrangente.
(P) A guerra continua a estar muito presente na vida destas pessoas?
(R) Há um efeito social que permanece. Muitos ex-combatentes trouxeram a guerra para casa. E a família não é protegida. A última história do livro é a da filha de um ex-combatente, que conta que estavam à mesa sempre à espera do momento em que o pai explodiria. Ela conta que enquanto ele brincava com os filhos eles sabiam que ia chegar o momento em que ele os punha a fazer flexões. O psiquiatra Afonso Albuquerque, especialista em stresse pós-traumático, explicou-me o efeito disto ainda hoje: quando olhamos para as notícias de homens que mataram as mulheres vemos que eles têm 60, 70 anos. Ele diz que são todos ex-combatentes. Ainda hoje é um pesadelo fazer com que o Estado reconheça um doente de stresse pós-traumático. Falei com pessoas que passaram por 14 comissões de verificação. (...)
http://www.sabado.pt/vida/detalhe/13_perguntas_sobre_13_anos_de_guerra_colonial_no_feminino.html
Escrevi um dia neste blogue, sem certezas, mas conhecendo a força das mulheres, que quem fez o 25 de Abril não foram os capitães, mas sim as suas mulheres cansadas de ser viúvas, tão novas,e a ter que criar os filhos sem a ajuda e companhia dos pais pelas ausências prolongandas deles. Não sei se a Sofia Branco, ainda não li o livro,terá feito um estudo sobre isso mas talvez que se se fizesse um inquérito a esses casais, tantos anos a viver à distância, se chegasse a essa conclusão.
Francisco Baptista
Quando escrevi, no comentário anterior,"mas sim as suas mulheres cansadas de ser viúvas tão novas" devia ter escrito, essa era a minha intenção, "mas sim as suas mulheres nque semdo casadas, estavam cansadas de viver como viúvas, ainda tão novas"
As minhas desculpas.
Francisco Baptista
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