8ª edição do festival Rotas & Rituais > 2015 > "Levanta o Braço, Grita a tua Liberdade" > Cerca de 25 eventos, tudo ou quase tudo de entrada gratuita exceto dois concertos, o da banda moçambicana Ghorwane (28 de maio) e do grupo cabo-verdiano Os Tubarões (29 de maio) (Entrada: 8 euros)... Uma primeira seleção do editor LG.
Apresentação
Passados 40 anos, o que representa nos dias de hoje o colonialismo, a guerra, a libertação e a liberdade? Como se transmitem as memórias deste período para as gerações futuras? Como se constrói um futuro comum a partir deste passado?
Estas serão algumas das questões de fundo lançadas pela oitava edição do Rotas & Rituais, dedicada aos 40 Anos das independências de países africanos com os quais Portugal teve um relacionamento que provoca, até hoje, cruzamentos que enriquecem Lisboa e constituem uma das suas características distintivas.
Mais do que focar relações entre países, procurou-se privilegiar as pessoas, trazendo a rua para o Cinema São Jorge, através de debates com interlocutores e temas que habitualmente não têm este palco, enquadrados por diversos documentários que ajudam a compreender o pós-colonialismo. Nas paredes do São Jorge, os rostos dos Filhos do Vento lembram quem foi esquecido.
A rua, neste caso, é também literal. Reconhecendo a arte urbana enquanto palco privilegiado de intervenção social, lançamos um desafio, em parceria com a Galeria de Arte Urbana da Câmara Municipal de Lisboa, para apresentação de propostas de construção de um mural que revisite as independências à luz da actualidade.
E porque não há revoluções sem música, ela estará bem presente nesta edição do Rotas & Rituais. Numa altura de passagem de testemunho entre gerações, teremos dois concertos inéditos de grupos históricos: Os Tubarões de Cabo Verde e os Ghorwane de Moçambique, complementados pela reflexão contemporânea do angolano Nástio Mosquito e o seu convidado Moço Árabe. Contamos ainda com um Baile das Independências no foyer do Cinema São Jorge, ao som dos ritmos energéticos dos guineenses Djumbai Djazz.
Uma semana intensa que serve para a cidade olhar para ela própria.
O mote é dado pelo título de uma canção de Os Tubarões, escrita há quase 40 anos: Labanta Braço, Grita Bo Liberdade.
Conselho de Administração da EGEAC
Lisboa > Festival Rotas e Rituais > De 22 a 29 de maio de 2015 > Cinema São Jorge > Foyer, 1º andar > Exposição "Filhos do Vento", de Manuel Roberto.
Sinopse > No tempo da guerra colonial, havia quem lhes chamasse portugueses suaves, agora, há entre os ex-combatentes quem prefira filhos do vento. Mas os filhos de militares portugueses com mulheres africanas não conhecem esse nome poético.
Na Guiné-Bissau, foram apelidados de restos de tuga, em Angola, sobras do branco. Não tinham nascido, ou ainda eram crianças, quando os pais deixaram estes territórios. Hoje, andam na casa dos 40 ou 50 anos, mas quando falam do pai português que querem conhecer é como se voltassem a ser crianças, choram enquanto dizem que se sentem meia-pessoa, incompletos.
São filhos que os militares portugueses do tempo da guerra colonial deixaram para trás.
Estas imagens são de autoria do fotojornalista Manuel Roberto e fazem parte de duas reportagens inéditas divulgadas pelo jornal Público, de autoria de Catarina Gomes, com imagens-vídeo de Ricardo Rezende.
Em 2013, a equipa partiu para a Guiné-Bissau em busca de filhos deixados para trás, trabalho que foi distinguido com o Prémio Gazeta Multimédia, pelo Clube dos Jornalistas em 2014. Na sequência desta reportagem foi criada a Associação Filhos de Tuga que deixou no cemitério de Bissau uma coroa de flores ao pai desconhecido. Este ano, a mesma equipa foi até Angola em busca de mais filhos. Estas são imagens de algumas das histórias descobertas nestes países.
A exposição procura dar visibilidade a um tema tabu na sociedade portuguesa que tem estado arrumado numa gaveta há mais de 40 anos. Os ex-combatentes deixaram filhos em África. Eles existem, são muitos, e gostavam de conhecer os seus pais portugueses.
Uma parte da história de Portugal que tem de ser contada.
Catarina Gomes
Em 2013, a equipa partiu para a Guiné-Bissau em busca de filhos deixados para trás, trabalho que foi distinguido com o Prémio Gazeta Multimédia, pelo Clube dos Jornalistas em 2014. Na sequência desta reportagem foi criada a Associação Filhos de Tuga que deixou no cemitério de Bissau uma coroa de flores ao pai desconhecido. Este ano, a mesma equipa foi até Angola em busca de mais filhos. Estas são imagens de algumas das histórias descobertas nestes países.
A exposição procura dar visibilidade a um tema tabu na sociedade portuguesa que tem estado arrumado numa gaveta há mais de 40 anos. Os ex-combatentes deixaram filhos em África. Eles existem, são muitos, e gostavam de conhecer os seus pais portugueses.
Uma parte da história de Portugal que tem de ser contada.
Catarina Gomes
Fonte: Cortesia de Rotas e Rituais 2015
Documentário, Espanha e Guiné-Bissau, 2014, 63’
Legendas: Português e Inglês; M/12
Sala 3 , 23 de maio de 2015, 18h30
Sinopse < 33 nações, 33 culturas, 33 línguas e uma em comum: o crioulo.
O grupo musical Cobiana Jazz usava o crioulo por razões políticas e sociais e com o objectivo de mobilizar a sociedade a apoiar a luta pela liberdade.
Pela primeira vez, os guineenses ouviram uma música que dava voz às suas preocupações sociais e que usava uma língua que todos pudessem entender.
Em 1973, com a declaração da independência, deu-se início a um processo inacabado: fazer do crioulo a língua oficial da Guiné-Bissau. É com o mesmo objectivo que hoje a chamada nova geração de músicos luta em conjunto com outros movimentos culturais.
Sinopse < 33 nações, 33 culturas, 33 línguas e uma em comum: o crioulo.
O grupo musical Cobiana Jazz usava o crioulo por razões políticas e sociais e com o objectivo de mobilizar a sociedade a apoiar a luta pela liberdade.
Pela primeira vez, os guineenses ouviram uma música que dava voz às suas preocupações sociais e que usava uma língua que todos pudessem entender.
Em 1973, com a declaração da independência, deu-se início a um processo inacabado: fazer do crioulo a língua oficial da Guiné-Bissau. É com o mesmo objectivo que hoje a chamada nova geração de músicos luta em conjunto com outros movimentos culturais.
Fonte: Cortesia de Rotas e Rituiais 2015
Filme "My heart of darkness" | Staffan Julén, Marius Van NierkerkDocumentário, Suécia e Alemanha, 2010, 93’
Legendas: Português e Inglês; M/12
Filme "My heart of darkness" | Staffan Julén, Marius Van NierkerkDocumentário, Suécia e Alemanha, 2010, 93’
Legendas: Português e Inglês; M/12
Sala Manuel Oliveira, 22 de maio de 2015, 21h30
Sinose > Quatro veteranos de diferentes frentes de guerra juntam-se numa viagem de barco pela foz do Rio Kwando, nas profundezas do interior africano. Vinte anos depois, unidos pela assombração comum do trauma da guerra, mas também pela necessidade de entender, conciliar e perdoar, regressam aos campos de batalha, aos lugares onde, ainda jovens, lutaram uns contra os outros.
My Heart of Darkness juntam o co-director e escritor Marius, que lutou pela Força de Defesa Sul-Africana (SADF) com três membros da Guerra Civil de Angola: Patrick, que lutou pelo MPLA, Samuel, que serviu pela UNITA, e Mário, um indígena sul-africano, cuja filiação várias vezes se alterou. Quatro vidas diferentes, um só caminho que os vai mudar para sempre.
Sinose > Quatro veteranos de diferentes frentes de guerra juntam-se numa viagem de barco pela foz do Rio Kwando, nas profundezas do interior africano. Vinte anos depois, unidos pela assombração comum do trauma da guerra, mas também pela necessidade de entender, conciliar e perdoar, regressam aos campos de batalha, aos lugares onde, ainda jovens, lutaram uns contra os outros.
My Heart of Darkness juntam o co-director e escritor Marius, que lutou pela Força de Defesa Sul-Africana (SADF) com três membros da Guerra Civil de Angola: Patrick, que lutou pelo MPLA, Samuel, que serviu pela UNITA, e Mário, um indígena sul-africano, cuja filiação várias vezes se alterou. Quatro vidas diferentes, um só caminho que os vai mudar para sempre.
Sessão com presença do realizador
Fonte: Cortesia de Rotas e Rituais 2015
Música | Os Tubarões
Sala Manoel Oliveira´
29 de maio de 2015 21h30
Bilhete: 8€; M/12
Sinopse > Reconhecido grupo cabo-verdiano que marcou de forma indelével a cultura musical do país de origem, regressa aos palcos para, ao lado de nomes sonantes da música feita nos países de expressão portuguesa, celebrar os 40 anos de independência das ex-colónias.
Na ausência de influentes elementos que integraram a última configuração de Os Tubarões, Zeca Couto, Mário Bettencourt, Jorge Lima e Israel Silva, convidaram Albertino Évora (voz), Domingos Fernandes (saxofones), Diego Neves (teclados) e Jorge Martins (bateria), para juntos participarem neste que promete ser um concerto memorável.
Labanta Braço Grita Bo Liberdade, o mote do Rotas & Rituais, é um dos temas do primeiro álbum do grupo cabo-verdiano Os Tubarões, lançado em 1976. [Vd. aqui registo áudio no You Tube]
Fonte: Cortesia de Rotas & Rituais 2015
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Nota do editor:
Último poste da série > 17 de maio de 2015 > Guiné 63/74 - P14625: Agenda cultural (398): Exposição "World Press Photo 2015" > Até 24 de maio, no Museu da Eletricidade, Lisboa: "Por boas ou más razões, Portugal nunca aparece na World Press Photo. Infelizmente deixámos de ter grandes fotojornalistas. Por outro, deixámos de ser notícia desde o séc. XVI"... (Luís Graça)
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