1. Mensagem de José Augusto Miranda Ribeiro [, ex-fur mil da CART 566, Cabo Verde (Ilha do Sal, Outubro de 1963 a Julho de 1964) e Guiné (Olossato, Julho de 1964 a Outubro de 1965)]:
Data: 21 de setembro de 2015 às 23:51
Assunto: Sondagem: férias na metrópole
Vim de férias à "Metrópole" duas vezes.
1ª vez:
Data: 21 de setembro de 2015 às 23:51
Assunto: Sondagem: férias na metrópole
Vim de férias à "Metrópole" duas vezes.
1ª vez:
Tinha autorização pelo CTI de Cabo Verde para passar férias em Portugal.
Estive em Cabo Verde em 1963/64. Chegado à Guiné fui informado que essa autorização não era válida para a Guiné. Aceitei.
Dias depois veio ter comigo o ex-alferes Vitor (mais tarde falecido como capitão) que estava na mesma situação, a informar-me que podíamos ir de férias, porque a dita autorização do CTI de Cabo Verde, continuava a ser válida mesmo na Guiné.
Nesse dia, durante a manhã, como ainda estava em Bissau, preste a partir para o mato (interior), marquei uma chamada telefónica para minha casa em Coimbra. A minha namorada foi dormir em minha casa à espera da minha chamada telefónica. Como tudo se alterou com a informação do ex-alferes Vitor, fui aos correios anular a referida chamada.
Tratámos de tudo muito rapidamente e lá partimos. Tivemos uma paragem em Cabo Verde, Ilha do Sal, de onde tínhamos partido alguns dias antes. Quando desci, aquelas enormes escadas, estava a hospedeira de terra, minha conhecida, muito íntima, que todos tratavam por "chuvinha". É curioso que na Ilha do Sal não chovia. Era raro chover. Então porque lhe chamavam "chuvinha"? Porque ela era tão magra, tão magra, que se chovesse não se molhava, conseguia passar por entre as gotas da chuva.
Cheguei a minha casa eram cerca das 5 da manhã. Todos ficaram surpreendidos, em especial a minha namorada, hoje minha mulher.
O "Caravela" da TAP (Sud Aviation Caravelle VIR, aeroporto de Londres, Heathrow, 1966). Fonte: Cortesia de Wikipedia |
família, porque eram casados. A partida de Lisboa foi muito difícil. Entrámos no avião Caravela de 4 hélices. Tivemos de sair do avião muitas vezes porque o avião não estava em condições de voar. Isto entre a meia-noite e as 6 horas da manhã.
Por fim lá partimos. Cerca de uma hora de viagem, mais ou menos sobre as Canárias, vem uma hospedeira mandar apertar os cintos. O avião dava salto que nós quase que batíamos com a cabeça no tejadilho. Foi uma tempestade, informou no fim o comandante, e aquela turbulência era provocada pela baixa altitude a que tivemos de voar. Acordei os meus conhecidos companheiros de companhia, que não apertaram os cintos e disseram-me: "Ó meu furriel, se nós não morrermos aqui, vamos morrer na Guiné com um tiro nos cornos" e lá se viraram para o outro lado e continuaram a dormir.
2ª vez.
2ª vez.
Aproveitei mais umas férias em Portugal, e desta vez, porque tive um louvor em combate tive direito a mais 5 dias, portanto foram 35 dias de férias.
Os louvores não têm valor nenhum, mas neste caso até deu jeito e mais tarde, os meus filhos foram dispensados do pagamento de propinas, no ensino superior porque eu tive um louvor em combate. Esta lei já vem da 1ª Guerra Mundial. Quem me informou foi o meu antigo comandante de companhia. Eu apresentei cópias de documentos e fui isento de pagar as propinas dos filhos.
Depois regressei e dias depois estávamos em Morés, a operação que a nossa companhia, a CART 566, se honra ter realizado.
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Nota do editor:
Último poste da série > 26 de setembro de 2015 > Guiné 63/74 - P15159: O nosso querido mês de férias (3): 10 de março de 1970: eu a partir e o ministro do ultramar, Silva Cunha, a chegar, no mesmo Boeing 707, da TAP
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