domingo, 28 de fevereiro de 2016

Guiné 63/74 - P15806: Atlanticando-me (Tony Borié) (8): Tunica, uma aldeia do Mississippi

Oitavo episódio da nova série "Atlanticando-me" do nosso camarada Tony Borié (ex-1.º Cabo Operador Cripto do CMD AGR 16, Mansoa, 1964/66).




Uma aldeia do Mississippi

O nosso destino era a cidade de Memphis no estado de Tennessee, era ver o lugar onde viveu um nosso ídolo de juventude, o Elvis Presley, sim o tal que cantava, passando mensagens na letra das suas canções, dançando e fazendo gestos um pouco ousados para a época, tocando uma viola. Quase todos, pelo menos os que andam pela nossa idade se lembram dele.


Viajávamos pelo estado do Mississippi, procurando seguir o mais junto possível ao rio que deu o nome ao estado, o célebre Rio Mississippi, onde numa estrada estadual, quase sempre em linha recta, numa distância de aproximadamente cem quilómetros, podemos atravessar uma centena de pontes, seguindo entre povoações quase desertas, pequenas quintas onde algumas manadas de vacas pastam, pequenos lagos ou terras pantanosas onde crescem árvores e outra vegetação, cujo habitat é a água, onde os “aligatores”, que são uns animais muito parecidos com os crocodilos, vivem num paraíso, naquele lodo coberto por uma vegetação aquática.


Mississippi, Mississippi, sempre gostámos do estado, pelo menos pela paisagem, onde qualquer povoação, sem muitos recursos de sobrevivência, procura sobressair do anonimato, fazendo de qualquer motivo ou facto passado nela uma referência para as pessoas pararem, verem, andarem pelas ruas, darem alguma vida ao pasmo em que normalmente vivem. Isto foi o que nos aconteceu ao cruzarmos a cidade de Tunica, que fica dentro do distrito com o mesmo nome, muito perto do rio Mississippi, onde até o início dos anos noventa do século passado era uma cidade rural, um dos lugares mais pobres nos Estados Unidos, onde a sua população diminuiu a partir dos anos setenta, por ser um bairro com alguma fama, particularmente desprovido de condições de vida, conhecido como "Sugar Ditch Alley", cujas palavras são um pouco difíceis de traduzir, pois não são o que nos parecem traduzidas à letra, este nome explica um pouco mais, não nos orgulha falar nele, era mais uma de tantas aldeias ao longo do Rio Mississippi, habitadas principalmente por afro-americanos que por ali viviam em contacto e alimentados pela natureza, próximos da civilização, mas de uma maneira ou de outra sem acesso à mesma, a nós, com muito respeito pelos seus habitantes de então, dizem-nos que era um esgoto a céu aberto que lá estava localizado.


Vamos em frente com a história, pois felizmente hoje tudo é diferente, a cidade melhorou muito a partir da data que já referimos, pois a sua proximidade ao Rio Mississippi trabalhou em seu favor, teve um desenvolvimento fora do normal, criando uma área de casinos e restaurantes de luxo nas suas proximidades, tendo um crescimento populacional, onde os principais casinos, que atraem visitantes não só do estado do Mississippi, mas também do estado de Tennessee, do Arkansas e outros estados do sul e, onde se emprega quase toda a população da cidade.


Agora falando um pouco de guerra, nesta cidade existe um parque dedicado aos combatentes das diversas guerras em que os Estados Unidos, de uma maneira ou de outra, estiveram envolvidos, não vamos traduzir qualquer legenda, vamos, pedindo desculpa pelo espaço roubado ao nosso blogue, publicar as fotos, pois aqui estes parques são frequentes, fazendo lembrar aos vindouros aqueles que morreram em combate, aqueles que perderam a vida, dando exemplo de coragem, defendendo um futuro, que eles, os vindouros, esperamos possam usufruir em paz.

Tony Borie, Fevereiro de 2016.
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Nota do editor

Último poste da série de 21 de fevereiro de 2016 Guiné 63/74 - P15775: Atlanticando-me (Tony Borié) (7): Talvez lá, como cá

2 comentários:

Luís Graça disse...

Obrigado, Toni, por te lembrares dos teus antigos camaradas ao viajares por terras do Tio Sam... Boa continuação da viagem!... LG

Antº Rosinha disse...

Ó Tony, se vires o Trump manda-o à trump, aqui a malta diz que ele vai perder, até o Tino de Rãs lhe ganhava, quanto mais a mulher do Clinton.

Boa disposição por aí e não desanimes, que aqui já há gente a querer desanimar do blog.

Cumprimentos.