
Comboio da madrugada...
Tomei o comboio nocturno,
fiz-me ao mar da madrugada,
por vales ermos, encostas
e dobrando serras.
Rumei aos longínquos monfortes
do Oriente
donde o sol nascente vem casa manhã.
Fui em busca da sapiência.
Outras terras, outras cores.
Donde o longe é o ocidente atribulado.
Vou à Manchúria e ao Tibete.
Ao fundo, a China e o Indostão.
Que tamanho mar!...
O fim do mundo.
Ao alto, o céu.
O mesmo azul e outras estrelas.
A mesma paz.
E vou adiante.
Uma sementeira d’ilhas.
Perene naufrágio.
Outro hemistério.
O mistério sul.
Tão colado ao chão
Como se fora o norte.
Já estou cansado.
Quero voltar... Não sou de cá.
Berlim, 22 de Maio de 2016
8h25m
Jlmg
Joaquim Luís Mendes Gomes
____________
Nota do editor
Último poste da série de 18 de maio de 2016 Guiné 63/74 - P16105: Blogpoesia (448): Gadamael Porto, eu te amo, eu te odeio (Manuel Augusto Reis, ex-alf milç cav, CCAV 8350, Guileje,Gadamael, Cumeré, Quinhamel, Cumbijã e Colibuia, 1972/74)
Sem comentários:
Enviar um comentário