Página do Facebook do João Pereira da Costa e blogue do BART 2857
1. Mensagem do novo membro da Tabanca Grande, n.º 736, João Pereira da Costa, através da caixa do correio do nosso n.º 2, Sousa de Castro (*)
Publico aqui, resenha histórica que o nosso amigo João Maria Pereira da Costa teve a gentileza de partilhar comigo no Facebook.Início da vida militar deste nosso amigo. Se calhar dá um bom poste!... Sousa de Castro
2. João Pereira da Costa, ex-fur mil Pel Rec Info / BART 2857 (Piche, 1968/70), fundador e administrador do blogue do BART 2857 (Piche, 1968/70):
Boa tarde caro S. Castro. Fui Furriel Miliciano. Soube antecipadamente a minha especialidade e
não entreguei as habilitações, embora pressionado pelo Tenente, comandante da minha Companhia de Instrução, amigo da família, que pretendia que fosse para Mafra para a especialidade. Claro seria
atirador. Mas a vida tem subtilezas que não dominamos. Irás no final do texto compreender.
Em Outubro de 1967, fui incorporado no serviço militar, na recruta nas Caldas da Rainha, porque me cortaram o «regime de espera» pois frequentava a faculdade e pretendia terminar o curso. Nessa altura
houve uma visita do Américo Tomás à Universidade de Coimbra. O pessoal comportou-se mal e, daí, todos tiveram a minha sorte.
atirador. Mas a vida tem subtilezas que não dominamos. Irás no final do texto compreender.
Em Outubro de 1967, fui incorporado no serviço militar, na recruta nas Caldas da Rainha, porque me cortaram o «regime de espera» pois frequentava a faculdade e pretendia terminar o curso. Nessa altura
houve uma visita do Américo Tomás à Universidade de Coimbra. O pessoal comportou-se mal e, daí, todos tiveram a minha sorte.
Estive de Janeiro a Março de 1968 em Tavira, na especialidade de Operações e Informações, integrada no Pelotão de Reconhecimento e Informação. Daqui passei por Penafiel, Abril de 1968, onde tomei conhecimento que estava mobilizado. Poucos dias passados deram-nos ordem para nos apresentarmos em Lamego, nas Operações Especiais, a mim e a mais dois quadros, do Pel Rec.Info. que tinham estado comigo em Tavira.
Igualmente foi o futuro alferes que viria a comandar o Pel Rec Info / Bart 2857.
Em Junho de 1968 terminado o curso fomos os 4 colocados no Porto no RI6, para dar aos recrutas a especialidade de Reconhecimento e Informação.
O tempo foi passando e continuávamos no Porto. Entretanto caíu da cadeira o doutor Salazar e os quartéis entraram de prevenção. Chamados ao comandante perguntamos que tipo de armamento daríamos aos recrutas e sem ou com munições. Estes ficaram com Mausers, julgo descarregadas e todos os quadros do RI6 com armas pesadas.
O Batalhão [, o BART 2857,] já tinha ido para Viana do Castelo para o IPO. O embarque estava previsto para 10 de Novembro de 1968. O tempo a aproximar-se e nós no Porto. Fomos ao comandante e lá nos deixou partir para Viana do Castelo. Aqui estivemos nem uma semana.
No dia 9 de Novembro embarcamos para Lisboa de comboio. Esperava-nos o "Uíge".para dia 10 partirmos para a Guiné. Desembarcamos e ficamos em Brá. Uma bela noite entramos numa LDG e partimos para Bambadinca [, via Xime,] donde de imediato em coluna partimos para Piche. Fizemos a viajem directa.
Enquanto estive em Piche, fui integrado no Gabinete de Operações e Informações, chefiado por um capitão. Planeávamos as operações e estudo das informações. Todas as semanas eram enviados plásticos com o desenho das Operações. Como a guerra piorava o gabinete foi completado por outro Capitão que só tratava das Informações e da reorganização dos aldeamentos, tanto de Piche como de outros destacamentos.
Fui várias vezes a Bissau `2.ª Repartição, sala onde estava a guerra toda com os mapas na parede. Uma das vezes fomos fazer queixa do 2.º Comandante, então o Comandante do Batalhão, que metia o bedelho e não percebendo nada de artilharia; um dia planificou os alvos em cima das nossas tropas. Claro que tivemos que corrigir.
Estava proibido de sair do quartel nem me integrar em colunas porque tinham medo que fosse apanhado pelos turras e os segredos estavam na minha cabeça. Mas ainda saí a um destacamento verificar do andamento das obras e da Mesquita.
A partir daqui entramos no comentário que publiquei.
Um abraço e bom trabalho.
Sempre ao dispor para informações.
Um abraço,
Pereira da Costa
_____________
Igualmente foi o futuro alferes que viria a comandar o Pel Rec Info / Bart 2857.
Em Junho de 1968 terminado o curso fomos os 4 colocados no Porto no RI6, para dar aos recrutas a especialidade de Reconhecimento e Informação.
O tempo foi passando e continuávamos no Porto. Entretanto caíu da cadeira o doutor Salazar e os quartéis entraram de prevenção. Chamados ao comandante perguntamos que tipo de armamento daríamos aos recrutas e sem ou com munições. Estes ficaram com Mausers, julgo descarregadas e todos os quadros do RI6 com armas pesadas.
O Batalhão [, o BART 2857,] já tinha ido para Viana do Castelo para o IPO. O embarque estava previsto para 10 de Novembro de 1968. O tempo a aproximar-se e nós no Porto. Fomos ao comandante e lá nos deixou partir para Viana do Castelo. Aqui estivemos nem uma semana.
No dia 9 de Novembro embarcamos para Lisboa de comboio. Esperava-nos o "Uíge".para dia 10 partirmos para a Guiné. Desembarcamos e ficamos em Brá. Uma bela noite entramos numa LDG e partimos para Bambadinca [, via Xime,] donde de imediato em coluna partimos para Piche. Fizemos a viajem directa.
Enquanto estive em Piche, fui integrado no Gabinete de Operações e Informações, chefiado por um capitão. Planeávamos as operações e estudo das informações. Todas as semanas eram enviados plásticos com o desenho das Operações. Como a guerra piorava o gabinete foi completado por outro Capitão que só tratava das Informações e da reorganização dos aldeamentos, tanto de Piche como de outros destacamentos.
Fui várias vezes a Bissau `2.ª Repartição, sala onde estava a guerra toda com os mapas na parede. Uma das vezes fomos fazer queixa do 2.º Comandante, então o Comandante do Batalhão, que metia o bedelho e não percebendo nada de artilharia; um dia planificou os alvos em cima das nossas tropas. Claro que tivemos que corrigir.
Estava proibido de sair do quartel nem me integrar em colunas porque tinham medo que fosse apanhado pelos turras e os segredos estavam na minha cabeça. Mas ainda saí a um destacamento verificar do andamento das obras e da Mesquita.
A partir daqui entramos no comentário que publiquei.
Um abraço e bom trabalho.
Sempre ao dispor para informações.
Um abraço,
Pereira da Costa
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Nota do editor:
Último poste da série > 16 de fevereiro de 2017 > Guiné 61/74 - P17053: Tabanca Grande (427): João Maria Pereira da Costa, ex-fur mil Pel Rec Info CCS / BART 2857, Piche, nov.1968- ago 1970
2 comentários:
Piche sector L4 no qual a minha CART 1742 pertençeu desde o início da comissão, terminou o serviço militar à Pátria em Buruntuma no ano de 1969 mês de Maio.
Não vim a tempo de, em devido tempo, saudar este 'aparecimento' do amigo João Pereira da Costa
Mas isso não me impede de o fazer agora, dizendo que se trata de uma boa decisão.
O João tem participação activa em várias acções do pessoal da Guiné, conhecia o 'nosso Blogue', teria algumas reticências em fazer uma publicitada adesão formal (embora, como costumamos dizer e escrever, a nossa Tabanca não tem portas nem janelas), mas em boa hora o fez.
É mais um "homem do leste". Piche foi o seu território. Não me cruzei com ele quando por lá estive 6 meses mas tive possibilidade de usufruir de algumas coisa que o seu Batalhão deixou para aquele onde estive.
E, caprichos do destino, tem como companheira uma pessoa que também tem raízes na minha aldeia, familiar de uma personagem que teve uma acção positiva na vida da mesma.
Realmente, a vida tem destas coisas!
Pois que sejas bem-vindo, amigo João e que contribuas, também por aqui, para que a memória dos tempos por nós vividos possa ficar à disposição de quem quiser e souber aproveitar.
Abraço.
Hélder Sousa
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