Foto nº 1 > Guiné > Região de Tombali > Cabedu > CCAÇ 1427 (1965/67) > Vista aérea do aquartelamento e pista de aviação
Foto nº 2 > Guiné > Região de Tombali > Cabedu > CCAÇ 1427 (1965/67) > Parte do contingente da CCAÇ 1427 (1965/1967) onde se vê o camarada Manuel Janes “O Violas” no interior do círculo com uma das suas companheiras inseparáveis (a viola).
Crachá da CCAÇ 1427 (Cabedú, 1965/67) > "Saudade e orgulho dos caídos na luta"
Texto enviado, em 13/4/2017, pelo nosso colaborador permanente Jorge Araújo (ex-Fur Mil Op Esp, CART 3494/BART 3873, Xime Mansambo, 1971/74), residente em Almada
1. INTRODUÇÃO
O encontro/convívio de ex-combatentes no CTIGuiné realizado no passado dia 25 de março, no Monte da Caparica, Município de Almada, em que participaram camaradas de várias Unidades que aí cumpriram a sua missão em diferentes épocas e locais, permitiu partilhar memórias únicas pois só os próprios a sabem contar como ninguém.
O destaque dessa reunião vai, no entanto, para o camarada Manuel José Janes, também conhecido por 1.º Cabo “O Violas”, alcunha pela qual passou a ser conhecido desde o início pelos seus pares, tendo por companheiras inseparáveis: uma G3 e a sua viola.
Para recordar aquela que foi a sua apresentação, recupero alguns factos narrados no P17206 (*):
“Quando o almoço decorria com uma natural tranquilidade, eis que se aproxima de nós um indivíduo trauteando alguns versos do seu fadário vivido durante a Guerra do Ultramar, em estilo musical de fado.
"Era, nem mais nem menos, o proprietário do restaurante, também ele ex-combatente na Guiné, pertencente ao contingente da CCAÇ 1427, Unidade que esteve sediada em Cabedú, na região de Tombali, no Sul, nos anos de 1965/1967”.(*)
O Manuel José Janes, "O Violas"
2. O CAMARADA MANUEL JANES, “O VIOLAS”, 1.º CABO DA CCAÇ 1427 (CABEDU, 1965/67)
Procurando saber mais histórias da sua missão em Cabedú e da sua Unidade (CCAÇ 1427 - 1965/1967), para além das que nos contou durante aquele encontro, e obter uma foto desse tempo para lhe permitir sentar-se à sombra do fraterno poilão da nossa «Tabanca Grande» (**), encontrei-me com o camarada Manuel Janes na passada semana.
Procurando saber mais histórias da sua missão em Cabedú e da sua Unidade (CCAÇ 1427 - 1965/1967), para além das que nos contou durante aquele encontro, e obter uma foto desse tempo para lhe permitir sentar-se à sombra do fraterno poilão da nossa «Tabanca Grande» (**), encontrei-me com o camarada Manuel Janes na passada semana.
Durante a nossa cavaqueira de cerca de três horas, com uma ordem de trabalhos completamente arbitrária, mas sem descurarmos o tema base do nosso encontro – “memórias da Guiné” –, a determinada altura divulguei-lhe aquele que para ele seria um segredo: o de ter tido notícias do camarada Manuel Caldeira Coelho [fur mil trms da CCAÇ 1589 (Nova Lamego e Madina do Boé - 1966/1968)], conterrâneo de Reguengos de Monsaraz e seu grande amigo, que nos idos anos de 1964 haviam fundado um trio vocal.
Recebendo a notícia (segredo) com grande satisfação, fez questão de o contactar enviando-lhe uma mensagem SMS de agradecimento.
Na sequência da primeira narrativa [P17206], na qual faço referência ao nome e à pessoa do Manuel José Janes, “O Violas”, o camarada Manuel Coelho (a quem agradeci sensibilizado) respondeu-nos, através de correio interno, o seguinte:
“Caros editores, ao ler o poste 17206 do dia 4 [de março], de autoria do camarada Jorge Araújo, não podia deixar de dar uma 'achega' referente às capacidades do Manuel José Janes como cantor e autor.
Somos da mesma terra (Reguengos de Monsaraz) e fundámos um trio vocal em 1964 para nos divertirmos a actuar a nível regional. Temos uma gravação feita num gravador de bobinas emprestado, não sei se poderá ser incluído neste testemunho.
Com uma voz linda de se ouvir em qualquer apresentação, não quis o destino que seguisse carreira artística.
Fomos cada um para seu lado no serviço militar e entretanto a 2.ª Região Militar [Tomar] reuniu vários artistas amadores ou não, para espectáculos em vários locais designadamente na Guarda onde houve festa pela reabertura do quartel do BC 7.
Lá chamaram a ele e a mim e foi um êxito que nos fez repetir no Coliseu de Lisboa e a gravar este espectáculo na RTP, transmitido em 15/7/1965 e apresentado por Carlos Cruz.
Ocasionalmente encontrámo-nos em Bissau de férias. O que ele me contava de Cabedú e de Catió era tremendo, acho que alguém poderá convencê-lo a descrever essas histórias passadas com a CCAÇ 1427. Eu poderei contactá-lo para isso.
Resumindo: uma voz fabulosa, uma escrita em verso não aproveitada e um destino não como artista mas como industrial de hotelaria.
Perdeu a vida artística mas ganharam os amigos e clientes da sua casa que sempre o ouvem lá cantar e conviver" (Manuel Coelho).
Aqui chegado, e para concluir este apontamento, resta-me apresentar algumas (poucas) imagens de Cabedú [fotos acima], prometendo voltar logo que o camarada Manuel Janes localize o seu baú, uma vez que mudou de residência recentemente.
Daremos conta, ainda, da «Marcha de Cabedú», da CCAÇ 1427, com letra e música da sua autoria.
Comprometeu-se, finalmente, a dar-me conta da data do lançamento do seu livro de poesia que, segundo me confidenciou, está para breve.
Letra da «Marcha de Cabedú», da CCAÇ 1427
da autoria de Manuel José Janes, “O Violas”
"Comida típica alentejana, nomeadamente: migas de espargos com rojões, pézinhos de coentrada, sopa de cação, pataniscas de bacalhau com arroz de feijão...entre outros deliciosos pratos!!! Temos também pratos de caça, nomeadamente: arroz de pombo bravo, coelho à caçador e arroz de lebre! Por vezes tem que ser por encomenda."
Rua General Humberto Delgado 13B | Monte de Caparica, Almada 2825-016, Portugal
+351 21 295 0299.
Notas do editor:
(*) Vd. poste de 4 de abril de 2017 > Guiné 61/74 - P17206: Convívios (792): Encontros com e para a história - O caso do camarada Manuel José Janes - "O Violas" da CCAÇ 1427 (Jorge Araújo)
(**) Último poste da série > 12 de abril de 2017 > Guiné 61/74 - P17238: Tabanca Grande (434): Mário Magalhães, ex-2.º Sargento Miliciano da CCAV 252 (Bafatá, Bula, Mansabá e S. Domingos, 1961/63), 742.º Grã-Tabanqueiro
1 comentário:
Jorge, dá um valente "quebra.costelas" ao novo grã-tabanqueiro, Manuel José Janes. O seu lugar à sombra do nosso mítico, sagrado, fraterno, protetor poilão, é o 743....
Como mandam as regras, passamos doravante a tratarmo-nos por tu como camaradas de armas que fomos (e como camaradas que continuamos a ser).
Obngado, por o trazeres e apresentares à Tabanca Grande. Podes ler-lhe
as nossas 10 regras de convívio:
https://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2011/07/guine-6374-p8588-excitacoes-143.html
E, como ele é poeta e cantor, pode ser que se inspire também no nosso
"proverbiário":
https://blogueforanadaevaotres.blogspot.pt/2017/04/guine-6174-p17207-o-nosso-livro-de.html
Diz-lhe também, que tomei boa nota do restaurante dele, de há muito com elogiosas referências... Desejo-lhe muita saúde e bons negócios. (Tem, a patir de agora, a proteçõa dos nossos "bons irãs")...
Fico á espera de: (i) o livro de poesia; (ii) mais fotos; (iii) histórias de Cabedu e Catió...
Quanto a ti, acho que te posso "promover" a régulo da Tabanca de Almada, pela dinamização das atividades de comvívio aí na zona... Quando vires o presidente do município, o dr. Joaquim Estêvão Miguel Judas, dá-lhe um alfabravo meu, foi meu aluno do curso de especialização em Medicina do Trabalho, no século...passado, na Escola Nacional de Saúde Pública.
Fica bem. Oscar Bravo / Alfa Bravo, Luís
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