Foto nº 1
Foto nº 2
Foto nº 3
Fonte: Boletim Cultural da Guiné Portuguesa, vol II - Número Especial, [Comemorativo do V Centenário da Descoberta da Guiné], 1947, 542 pp. [Disponível "on line" aqui]
[O Boletim Cultural da Guiné Portuguesa, "órgão de Informação e Cultura da Colónia", foi criado em 21 de julho de 1945. pelo então governador Sarmento Rodrigues,
O Centro de Estudos da Guiné Portuguesa publicou durante 28 anos, entre 1946 e 1973, 110 números normais do Boletim e um número especial [, este, em outubro de 1947].
Esta publicação periódica é de excecional interesse para o conhecimento científico da presença histórica portuguesa na Guiné-Bissau, e portanto para a história do país antes da independência. Não tem paralelo em outras publicações nos outros territórios ultramarinos portugueses.
Esta publicação periódica é de excecional interesse para o conhecimento científico da presença histórica portuguesa na Guiné-Bissau, e portanto para a história do país antes da independência. Não tem paralelo em outras publicações nos outros territórios ultramarinos portugueses.
Esta colecção de obras foi digitalizada e incorporada na Memória de África Digital com autorização do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa (INEP) da Guiné-Bissau, entidade que sucede ao Centro de Estudos da Guiné Portuguesa e, portanto, a actual detentora dos direitos sobre esta publicação. lê-se no portal das Memórias de África e do Oriente .
"O Portal das Memórias de África e do Oriente é um projecto da Fundação Portugal-África desenvolvido e mantido pela Universidade de Aveiro e pelo Centro de Estudos sobre África e do Desenvolvimento desde 1997. É um instrumento fundamental e pioneiro na tentativa de potenciar a memória histórica dos laços que unem Portugal e a Lusofonia, sendo deste modo uma ponte com o nosso passado comum na construção de um identidade colectiva aos povos de todos esses países."
I. Mensagem do nosso amigo e grã-tabanqueiro Armando Tavares da Silva, autor de “A Presença Portuguesa na Guiné, História Política e Militar (1878-1926)” (Porto: Caminhos Romanos, 2016, 972 pp.)
Caro Luís Graça,
Alguns comentários – já com algum atraso – ao Post 17377 de 19 de Maio (*):
1. O primeiro é que é preciso cuidado com o que aparece escrito nos jornais, pois é vulgar encontrar-se erros, gralhas e imprecisões.
2. A última campanha de Canhabaque é de 1935-36, aparentemente motivada por os indígenas se recusarem à limpeza e abertura de estradas. Possivelmente foi escusada e resultado de falta de tacto e diplomacia…
3. Porto Gole estaria perto do ponto que Diogo Gomes atingiria em 1456 quando percorreu a parte navegável do Geba; daí para a frente os bancos de areia presentes na baixa-mar terão impedido a passagem aos navios. No Geba, Diogo Gomes observou bem o que era o macaréu!
4. Quanto aos “91 anos de penetração portuguesa” estamos em presença de outra gralha monumental! Em vez de 91 deveria estar escrito 491!
5. A ponte visitada por Sá Carneiro a 7 de Fevereiro, segundo a notícia, foi a “grande ponte do Corubal”, construída em 1937.
Uma outra ponte em cimento armado sobre o rio Mansoa fora inaugurada em Maio de 1923, pelo governador Vellez Caroço, ponte esta que tomaria o seu nome.
Nos planos deste governador esteve a construção de uma ponte sobre o Corubal, o que foi abandonado para que as verbas disponíveis permitissem terminar a construção da ponte sobre o Mansoa, e por estar a findar a época seca.
Em Junho de 1947 seriam iniciados trabalhos para substituir a antiga ponte Vellez Caroço, inutilizada nos seus pilares e tabuleiro. A ponte do Saltinho no Corubal, projectada para permitir a ligação do Norte com o Sul da colónia durante 7 meses no ano, foi iniciada em fins do mesmo ano de 1947.
6. Sobre queda de pontes, lembremo-nos do que sucedeu em 2001 em Entre-os-Rios!
7. A condecoração dos “grandes chefes, companheiros de Teixeira Pinto” terá ocorrido na véspera, 6 de Fevereiro, no Gabú (e não em Bambadinca). Foram condecorados com a medalha de prata de Dedicação e Mérito os régulos Madiu Embaló, Saliu Embaló, Demba Só e Malam Embaló. Dois cipaios foram também condecorados: Uri Jaló e Babá Galé.
Seguem em anexos 3 imagens relativas à recepção dispensada ao subsecretário de estado das colónias por chefes fulas, e a condecoração de um deles.
Anexo ainda uma carta da Guiné (de Teixeira da Mota) com o itinerário percorrido pelo governante, com indicação das obras na altura existente no território e, a sublinhado, as que ele iniciou ou as que estavam em construção.[A publicar, com maior detalhe, no próximo poste da série.]
6. Sobre queda de pontes, lembremo-nos do que sucedeu em 2001 em Entre-os-Rios!
7. A condecoração dos “grandes chefes, companheiros de Teixeira Pinto” terá ocorrido na véspera, 6 de Fevereiro, no Gabú (e não em Bambadinca). Foram condecorados com a medalha de prata de Dedicação e Mérito os régulos Madiu Embaló, Saliu Embaló, Demba Só e Malam Embaló. Dois cipaios foram também condecorados: Uri Jaló e Babá Galé.
Seguem em anexos 3 imagens relativas à recepção dispensada ao subsecretário de estado das colónias por chefes fulas, e a condecoração de um deles.
Anexo ainda uma carta da Guiné (de Teixeira da Mota) com o itinerário percorrido pelo governante, com indicação das obras na altura existente no território e, a sublinhado, as que ele iniciou ou as que estavam em construção.[A publicar, com maior detalhe, no próximo poste da série.]
Como estará tudo nesta altura?
PS - A fonte desta documentação é o número especial de Outubro de 1947 do "Boletim Cultural da Guiné Portuguesa" (BCGP).
As imagens foram tiradas de uma cópia pessoal do BCGP e digitalizadas por mim. Não as utilizei no meu livro.
A foto [nº 2] com os cavaleiros fulas está na p.359; a foto [nº 1] em que um régulo é condecorado está na p. 358; a foto [nº 3] em que o subsecretário de estado é levado em triunfo está na p.361. A carta da Guiné do Teixeira da Mota está entre as ps. 454 e 455.
O artigo do Boletim é do cmdte Avelino Teixeira da Mota (na altura 2ºtenente), dedicado colaborador de Sarmento Rodrigues. Já faleceu, e tanto quanto pude apurar, sem descendência. Tinha, pelo menos, um irmão, mas não creio que, não sendo descendente, tenha direitos sobre os trabalhos do irmão. Assim como não creio que o actual INEP disponha de idênticos direitos. Os guineenses devem simplesmente ter "tomado conta" das instalações e espólio. O Boletim terminara.
Penso que seria bonito publicar estes elementos como uma homenagem ao Teixeira da Mota. Os seus trabalhos são capitais no que respeita à Guiné.
Nota do editor:
Vd. poste de 19 de maio de 2017 > Guiné 61/74 - P17377: Historiografia da presença portuguesa em África (76): Subsecretário de Estado das Colónias em visita triunfal à Guiné, de 27/1 a 24/2/1947 - Parte V: De regresso, de Bafatá a Bissau, sexta-feira. 7 de fevereiro, com passagem por Fá (Mandinga), Bambadinca, Xitole e Porto Gole
Último poste da série > 1 de junho de 2017 > Guiné 61/74 - P17419: Historiografia da presença portuguesa em África (77): "Guiné, Alvorada do Império", 1952, um álbum de glórias do Governador Raimundo Serrão (Mário Beja Santos)
3 comentários:
Obrigado, Armando, pelo seu cuidado... e pela gentileza que nos fez disponibilizando-se 3 fotos do artigo do Teixeira da Mota.
O nosso blogue tem procurado honrar sempre a memória dos grandes portugueses, e o Teixeira da Mota é seguramente um deles tal como o Sarmento Rodrigues.
Como é que teriam ido parar a Bafatá, Gabu e até Contuboel aqueles automóveis sem estradas capazes de circulação auto?
O difícil que era em 1969 andar por picadas com viaturas militares, quanto mais
com carros daqueles em 1947.
Valdemar Queiroz
Olá Camaradas
Aplaudo a divulgação desta documentação antiga especialmente se acompanhada de fotos.
Das descrições feitas - certamente lisonjeiras e procurando dar uma ideia do que seria a vida da Guiné do tempo - e das imagens - que permitem uma leitura certeira da realidade - ficamos com uma ideia concreta de algo de que só ouvíamos falar no livros da escola.
O estudo sincero e imparcial destes documentos revela-se importante para a realidade que se seguiria e segue hoje.
Um Ab.
António J. P. Costa
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