Carlos Filipe Gonçalves, hoje jornalista aposentado,
a viver na Praia, ilha de Santiago, Cabo Verde
1. Mensagem, com data de 16 do corrente, de Carlos Filipe Gonçalves, ex-.fur mil amanuense, QG/CTIG, Bissau, 1973/74, membro recentíssimo da Tabanca Grande, com o nº 790 (*)
Olá, Luis:
Como prometido, aqui vão algumas fotos do tempo da minha Comissão na Guiné . Foram todas tiradas logo no início da minha chegada entre Março e Maio de 1973, tinha comprado uma máquina fotográfica a um camarada durante a viagem no Uíge… De modo que logo que cheguei, andava entusiasmado com o “aparelhómetro”, tirava fotos por tudo e por nada… Mandava revelar naquela casa fotográfica aí perto do Hospital em Bissau, naquela rua que desembocava na estrada de Santa Luzia. A Foto Cardoso!... Pois é, o homem saiu de Bissau depois do 25 de Abril e instalou-se na Cidade da Praia, aqui em Cabo Verde e a Foto Cardoso está aqui, desde 1974…
Falando agora de recordações das Fotos que envio e que devem interessar aqueles que estiveram em Santa Luzia en 1973/74:
Fotnº 1
Foto nº 2
2 – Foto do Poilão que fica(va) na pequena rotunda da estrada que vem do QG e vai dar à Messe de Sargentos.
Foto nº 3
3 - Foto na zona dos quartos da Messe de Sargentos em Santa Luzia.
Fotos (e legendas): © Carlos Filipe Gonçalves (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Fotos (e legendas): © Carlos Filipe Gonçalves (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Finalmente, a ainda em relação ao camarada Abílio Magro (**), para comentar a foto em que ele aparece ao lado de uma piscina em construção: Como ele bem disse, os sargentos só podiam tomar banhos de piscina da Messe de Oficiais, às quintas de manhã e aos sábados à tarde.
Bem, o início de obras de uma piscina na Messe de Sargentos que é a que se vê na foto [º 1], foi muito acolhida! As obras começaram, o meu quarto é um daqueles cujas janelinhas se veem na foto atrás do camarada Abílio Magro.
Guiné > Bissau> QG/CTIG > Santa Luzia > c. 1974 > O Abílio Magro, "junto às obras da piscina de sargentos que estava a ser construída nas traseiras dos nossos quartos" (**)
Fotos (e legendas): © Abílio Magro (2013). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
Passei mal com aquelas obras, Caterpillar logo de manhã cedo, poeira em enorme quantidade… Infelizmente as obras daquela pisca dos Sargentos nunca foram terminadas, porque aconteceu o 25 de Abril, e poucos meses depois teve início a retirada militar da Guiné.
Como eu fiquei na Guiné até 1975… posso dizer o seguinte: Aquilo tudo ficou ao abandono, depois das chuvas de 1974, a piscina em obras ficou inundada! A piscina da Messe de Oficiais (entretanto Hotel 24 de Setembro) esteve aberta ao público em 1974/75, parece que funcionou ainda durante mais algum tempo… Quando visitei Bissau em 1987 a piscina estava toda escangalhada, inutilizada. Não sei se existirá actualmente…
Aquele abraço
Carlos Filipe Gonçalves
Jornalista Aposentado
Aquele abraço
Carlos Filipe Gonçalves
Jornalista Aposentado
e já agora ex-Furriel Miliciano n.º 800 048/71
que serviu na Guiné entre 1973/74.
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Notas do editor:
(*) Vd. poste de 14 de maio de 2019 > Guiné 61/74 - P19784 Tabanca Grande (479): Carlos Filipe Gonçalves, ex-fur mil amanuense, QG/ CTIG, Bissau, 1973/74... Radialista, jornalista e escritor, vive na Praia, Cabo Verde. Senta-se à sombra do nosso mágico poilão, sob o nº 790
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Notas do editor:
(*) Vd. poste de 14 de maio de 2019 > Guiné 61/74 - P19784 Tabanca Grande (479): Carlos Filipe Gonçalves, ex-fur mil amanuense, QG/ CTIG, Bissau, 1973/74... Radialista, jornalista e escritor, vive na Praia, Cabo Verde. Senta-se à sombra do nosso mágico poilão, sob o nº 790
Vd. também poste de 14 de maio de 2019 > Guiné 61/74 - P19783: O nosso blogue como fonte de informação e conhecimento (65): Pedido de autorização para citações a inserir no livro sobre a guerra colonial, de Carlos Filipe Gonçalves, jornalista, cabo-verdiano, que foi fur mil, na chefia da Intendência em Bissau, de março de 1973 a agosto de 1974
(**) Vd. poste de 27 de fevereiro de 2013 > Guiné 63/74 - P11164: Um Amanuense em terras de Kako Baldé (Abílio Magro) (6): Regresso a Bissau
6 comentários:
Carlos Filipe Gonçalves
22 mai 2019 18:53
Olá Luís:
Muito obrigado por partilhares no teu blog essas recordações. Estou a responder a quente… Mas, devo dizer-te que brevemente te enviarei pelo menos dois textos do livro para tua apreciação e comentários. Não imaginas a emoção que tenho experimentado, ao escrever as recordações da Guiné… Como que vivo uma segunda vez, vejo os locais, infelizmente, vou ao Google Earth e não consigo rever os locais, sobretudo Santa Luzia, está tudo mudado, construíram muito mais casas…
Aquele abraço
Carlos Filipe Gonçalves
Jornalista Aposentado
Carlos: é evidente que as "geografias emocionais" já não encaixam no Google Earth... A Guiné tinha meio milhão de habitantes, em 1961... Hoje a população mais que triplicou... Em 2008 mal reconheci Bissau... Nem sequer Bambadinca... Enfim.. Um alfbravo. Luis
Olá camarada Gonçalves!
Reconheci-te mal vi a tua foto e até fiquei com a ideia de que estiveste algum tempo a prestar serviço na CSJD, mas às tantas, estou baralhado porque já lá vão muitos anos, mas tenho quase a certeza que convivi bem de perto contigo e batemos alguns papos interessantes. Contudo julgo que "desapareceste" dali da messe de sargentos porque já não tinha ideia do teu nome e como chegaste à Guiné mais ou menos na alltura em que eu cheguei, era natural que, se por ali continuasses, teria convivido contigo até vir embora.
Será que nos conhecemos no RAL 4, em Leiria? Diz coisas, estou curioso. Estiveste sempre no QG? Por onde andaste? Lembro-me bem de ti. Batemos muitos papos.
Grande abraço!
Em tempo:
Estive a ver melhor a tua "história de vida militar" e já sei que prestaste serviço no Batalhão de Intendência do CTIG e que também passaste pelo QG/RML e que na Guiné "arrendaste" um quarto ali junto à messe de sargentos. Ora foi aí mesmo que eu "residi" enquanto "gramei" o "maravilhoso" clima tropical da Guiné, durante 18 infindáveis meses. Além disso, antes da mobilização, também prestei serviço, durante uns meses, no QG/RML. Portanto os bate-papos deram-se, provavelmente, em virtude dessa proximidade constante.
Já agora diz-me, p.f., se não eras tu a quem chamávamos Kalu?
Por outro lado, também tenho ideia de ter conhecido, antes da tropa, no café Guanabara, na zona da Carvalhosa/Boavista, na cidade do Porto.
Isto faz algum sentido, ou es estou com os neurónios todos baralhados?
Abraço
Olá Abílio:
Sim Sou o famoso Kalu, este é o meu nome em Cabo Verde, todos tem uma alcunha. Carlos = Kalu. Bem, pela tua história militar, claro que estivemos juntos em S. Luzia, no QG, eu sempre trabalhei na Chefia de Intendência, no primeiro andar do prédio da BINT. Lembro-me bem daquele Tribunal Militar aí em frente ao QG ao lado dos Serviços de Contabilidade. Agora, nunca estive no Porto, mas estive sim no QG na Região Militar de Lisboa em S. Sebastião da Pedreira. Claro que nos encontramos várias vezes na messe, e lembro-me bem do episódio de pânico na piscina e da Bomba no QG, naquele dia eu estava de serviço de Piquete, ia a caminho quando se deu a explosão, estava a pouco metros da porta de armas… corri para a tal vala ali na rua… Aquele abraço, Muita Saúde
Carlos Filipe Gonçalves
Olá Kalu, tudo bem contigo?
Ainda em relação à data da bomba no café Ronda, anda por aí grande confusão porque neste mesmo blogue existem cópias de documentos do PAIGC que confirmam que a bomba no QG/CTIG foi colocada em 22/02/1974.
Ora a bomba no café Ronda e nos autocarros da FAP foram uns meses antes.
Entretanto, como chegaste a colocar a hipótese de ter havido duas bombas, recordo que, mais tarde, ouvi falar num episódio ocorrido num pequeno "bar" (tabanca?) frequentado por algumas cabo-verdianas no pilão, ou perto dele, onde era habitual haver uns bailitos aos fim de semana. Segundo recordo (mal) tratava-se de um lugar onde cabiam 3 ou 4 pares de dança e onde, segundo constou, alguém, por uma questão de ciúmes, atirou 2 granadas. O "Bar" não tinha nome e o assunto não foi muito comentado, tanto por não ter causado muitas vítimas, como pelo facto de o local ser pouco conhecido.
Talvez tenha sido este episódio que levou algumas pessoas a associá-lo à bomba no café Ronda.
O certo é que o episódio do café Ronda não pode ter sido na data que dizem.
Abraço
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