1. Mensagem do nosso camarada Mário Beja Santos (ex-Alf Mil Inf, CMDT do Pel Caç Nat 52, Missirá e Bambadinca, 1968/70), com data de 4 de Janeiro de 2019:
Queridos amigos,
É no rescaldo das viagens, na verificação do que se fixou nos diferentes itinerários, que se constata que ao selecionar as imagens se corre o risco de deitar fora algo de impressivo, imagens que não entram na coesão que se procura dar a um determinado dia de visitas. E lamenta-se, porque se gostou muito de fixar este ou aquele detalhe, é assim que começa o relatório que ora se entrega. E temos depois um parque que não é exatamente um jardim zoológico, tem jardins assombrosos, goza-se uma atmosfera aprazível passeando entre o arvoredo ou ficando sentado a contemplar algumas das mais belas flores do mundo.
Foi este o passeio que se deu e que antecede um outro dia de encanto passado em Burford e Kelmscott Manor, a casa de verão de um dos mais geniais artistas de sempre, William Morris, o líder do movimento Arts and Crafts.
Um abraço do
Mário
No condado de Oxford, a pretexto de um casamento em Fairford (6)
Beja Santos
Em nome da pequenada, vai-se até Bradwell Grove, Burford, Condado de Oxford, é aqui que se situa o Parque da Vida Selvagem de Cotswold, criado em 1970, envolve uma bela mansão vitoriana, é um local com vestígios humanos vai para 4 mil anos. O proprietário de então, lançou-se na produção de fruta e legumes e seguiu-se uma insólita coleção de animais, de jardinagem e de parque de atrações para crianças e adultos, ao tempo em que viandante e companha aqui chegaram, cheio de gente, e ao que consta sempre cheio quando o tempo é ameno.
Antes porém, o viandante pede licença para mostrar, em jeito de rescaldo, imagens que lhe perduram dos dias anteriores, gosta o suficiente delas para as partilhar: o esplêndido vitral do Julgamento Final, da Igreja de Fairford, em dia de casório, pena foi que a luz tivesse um tanto baça, as cores são flamejantes, é certo que há cuidadoso restauro, é inacreditável como aqui chegaram vitrais medievais, com tal perfeição, se acaso a palavra génio é excessiva; esta estátua é do 3.º Conde de Pembroke, em pleno pátio da Bodleian Library, deu nome ao colégio que fundou, o Pembroke College e foi chanceler da universidade; algures em Oxford avistou-se uma velha caixa de correio, está a pedir uma certa manutenção, o madeirame está um tanto fanado, mas que beleza; e uma entrada de colégio, o viandante estava a deitar fora imagens, esta tocou-lhe muito, espera que o leitor goste.
E então vamos para o parque.
A coleção animal é prodigiosa, de zebras a pelicanos, de rinocerontes a lémures, o visitante encontra de tudo, a pequenada já está informada de que há um comboio, casa da passarada, casa dos répteis e anfíbios, há mesmo uma anaconda com peso impressionante, não faltam macacos e camelos. Faz parte do parque uma quinta pedagógica, não longe de um impressionante recinto de muita fauna aquática, com pelicanos e flamingos. Começa-se pelos pinguins, entre interjeições e gargalhadas, risadas de espanto, é um belo espaço, dá bem para ver que os pinguins não andam constrangidos, nadam, sacodem-se e passeiam em grupo.
Depois dos pinguins, o visitante tem uma área de aviários e várias espécies de papagaios, cegonhas e outras aves pernaltas, suricatas e um espaço com preguiças, pássaros e morcegos. Aqui se deixam algumas imagens.
O parque orgulha-se de oferecer jardins para todo o ano, espécies arbóreas vindas de todo o mundo, no cômputo geral 300 mil árvores, o visitante tem belíssimos cedros do Líbano, carvalhos e sequoias-gigantes. Mas, atenção, o que marca permanente presença nas estações quentes são as flores, túlipas, glicínias, bambus, é um colorido sempre harmonioso, apetece sentar e contemplar estes cuidados florais, bem singulares no que pode ser designado por jardim zoológico.
A pequenada insiste, todos já almoçaram uma boa sopa de batata e curgete, salada de galinha e depois gelado, é hora da viagem do comboio, mas antes passeia-se junto dos pequenos carnívoros e alguns mamíferos vistosos, caso dos mangustos e das suricatas, impossível deixar de fotografar um lémure de cauda anelada.
Uma boa meia hora à volta do parque, muitos dedos a apontar aves, mamíferos, arvoredo, grandes carnívoros, a paleta de cores dos jardins. Um dia magnífico, viandante e companha deitam contas à vida, ninguém fala no fim das férias, amanhã vão todos para Burford e Kelmscott Manor. É grande excitação. E regressam a casa, beber chá e uma boa fatia de bolo, em Buscott House, depois Faringdon, estão esfusiantes, não há nada como viajar assim.
(continua)
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Nota do editor
Último poste da série de 18 de maio de 2019 > Guiné 61/74 - P19799: Os nossos seres, saberes e lazeres (326): No condado de Oxford, a pretexto de um casamento em Fairford (5) (Mário Beja Santos)
Blogue coletivo, criado por Luís Graça. Objetivo: ajudar os antigos combatentes a reconstituir o "puzzle" da memória da guerra colonial/guerra do ultramar (e da Guiné, em particular). Iniciado em 2004, é a maior rede social na Net, em português, centrada na experiência pessoal de uma guerra. Como camaradas que são, tratam-se por tu, e gostam de dizer: "O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande". Coeditores: C. Vinhal, E. Magalhães Ribeiro, V. Briote, J. Araújo.
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