Guiné > Região de Tombali > Guileje > CCAÇ 3325 (Jan/Dez 1971) > Pessoal do Pel Art que guarnecia um das peças 11,4 cm ali existentes, no tempo em que a unidade de quadrícula era a CCAÇ 3325, comandada pelo Cap Jorge Parracho (reformou.se com o posto de coronel). . A CCAÇ 3325 foi subtituída pela CCAÇ 3477 (Nov 1971 / Dez 1972), "Os Gringos de Guileje", a que se seguiu a CCAV 8350 (Dez 1972/Mai 1973), "Os Piratas de Guileje". O 15º Pel Art, a que pertenceu o Luís Paiva, esteve em Guileje com estas duas últimas unidades de quadrícula.
Foto: © Jorge Parracho (2007). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
1. Mensagem de Luís Paiva (ex-Fur Mil Art, 15.º Pel Art, Guileje e Gadamael, 1972/73, ao tempo da CCAÇ 3477 e depois da CCAV 8350, tendo o aquartelamento de Guileje sido abandonado em 22/5/1973)
[É membro da nossa Tabanca Grande desde 30 der outubro de 2009] (*)
Data: quarta, 29/05/2019 à(s) 15:36
Assunto: Solicitação de esclarecimento
Data: quarta, 29/05/2019 à(s) 15:36
Assunto: Solicitação de esclarecimento
Caro Luís Graça:
Em 2009 iniciei no Blogue "Luís Graça & Camaradas da Guiné" a publicação de alguns "posts" (10, segundo julgo) relacionados com a minha comissão de serviço militar na Guiné, no período que decorreu entre 1972 e 1974, sendo que o último post colocado data já de há cerca de cinco anos.
O primeiro "post" relatava de uma forma sucinta os acontecimentos ocorridos a partir de Maio de 1973 em Guileje e Gadamael no tempo em que ali se encontrava a companhia CCAV 8350, conhecida pela denominação de "Os Piratas".
Em 2009 iniciei no Blogue "Luís Graça & Camaradas da Guiné" a publicação de alguns "posts" (10, segundo julgo) relacionados com a minha comissão de serviço militar na Guiné, no período que decorreu entre 1972 e 1974, sendo que o último post colocado data já de há cerca de cinco anos.
O primeiro "post" relatava de uma forma sucinta os acontecimentos ocorridos a partir de Maio de 1973 em Guileje e Gadamael no tempo em que ali se encontrava a companhia CCAV 8350, conhecida pela denominação de "Os Piratas".
Acontece que num recente almoço-convívio com a Companhia à qual estive ligado anteriormente CCAÇ 3477, conhecida pelos "Gringos de Guileje", tomei consciência de que em alguma(s) dessa(s) minhas intervenção(ões), ocorridas no referido blogue, teria involuntàriamente dado origem a equívocos que ali mesmo procurei desfazer mas que, pùblicamente, me comprometi a tomar a iniciativa de solicitar que fossem devidamente esclarecidos perante todos os leitores do blogue.(**)
Com efeito, se alguma vez dei a entender que a minha estadia em Guileje durante a permanência da CCAÇ 3477 foi relativamente tranquila, terei que, antes de mais, reiterar esta informação, mas acrescentando algo que poderá não ter ficado subentendido e que poderá ter gerado em alguns espíritos alguma confusão e até mesmo desconforto.
Antes de ser colocado em Guileje, eu tomei conhecimento que a zona era extremamente difícil sob o plano militar e que os Gringos que ali tiveram um período bastante difícil, tinham conseguido pacificar a região após várias incursões, e ganho respeito por parte do IN
O PAIGC temia a Companhia dos Gringos e, após várias incursões anteriores à minha chegada, tinham optado por reduzir ali a sua capacidade de ataque pelo que, quando cheguei, deparei com a zona já relativamente pacificada, sobretudo no que se refere a ataques ao aquartelamento, já que naturalmente no exterior a actividade militar e de prevenção da Companhia mantinha-se com saídas constantes e frequentes para o mato.
Deve pois ser salvaguardado o seguinte: eu desempenhava funções de artilheiro pelo que a minha actividade militar era apenas exercida dentro do aquartelamento, e aqui os ataques (após o período em que cheguei) eram reduzidos e aconteciam, tanto quanto a minha memória me permite recordar, numa média de cerca de um por mês.
Fora do aquartelamento -e durante esse período, de Maio a Dezembro de 1972- a situação era diferente mas não me posso pronunciar sobre ela porque eu não saía em missão para o mato.
E se me é permitido comparar com a situação que se iniciou em Maio de 1973, já após a saída da CCAÇ 3477 e durante a permanência da CCAV 8350, a diferença é flagrante porquanto a partir dessa data - e como referi na minha primeira intervenção - o grau e gravidade da situação militar alterou-se por completo dentro do aquartelamento. Dispenso-me de repetir o relato que fiz no Blogue há cerca de uma década sobre esses acontecimentos e que mantém plena actualidade.
Resumindo, e para que fique claro, apenas por interpretação anómala do que escrevi, se pode inferir que a permanência dos Gringos em Guileje foi pacífica porque o que efectivamente afirmei e reitero foi que a minha permanência com a aludida Companhia foi relativamente tranquila face ao que se passaria a seguir, concretamente a partir de Maio de 1973.
Com efeito, se alguma vez dei a entender que a minha estadia em Guileje durante a permanência da CCAÇ 3477 foi relativamente tranquila, terei que, antes de mais, reiterar esta informação, mas acrescentando algo que poderá não ter ficado subentendido e que poderá ter gerado em alguns espíritos alguma confusão e até mesmo desconforto.
Antes de ser colocado em Guileje, eu tomei conhecimento que a zona era extremamente difícil sob o plano militar e que os Gringos que ali tiveram um período bastante difícil, tinham conseguido pacificar a região após várias incursões, e ganho respeito por parte do IN
O PAIGC temia a Companhia dos Gringos e, após várias incursões anteriores à minha chegada, tinham optado por reduzir ali a sua capacidade de ataque pelo que, quando cheguei, deparei com a zona já relativamente pacificada, sobretudo no que se refere a ataques ao aquartelamento, já que naturalmente no exterior a actividade militar e de prevenção da Companhia mantinha-se com saídas constantes e frequentes para o mato.
Deve pois ser salvaguardado o seguinte: eu desempenhava funções de artilheiro pelo que a minha actividade militar era apenas exercida dentro do aquartelamento, e aqui os ataques (após o período em que cheguei) eram reduzidos e aconteciam, tanto quanto a minha memória me permite recordar, numa média de cerca de um por mês.
Fora do aquartelamento -e durante esse período, de Maio a Dezembro de 1972- a situação era diferente mas não me posso pronunciar sobre ela porque eu não saía em missão para o mato.
E se me é permitido comparar com a situação que se iniciou em Maio de 1973, já após a saída da CCAÇ 3477 e durante a permanência da CCAV 8350, a diferença é flagrante porquanto a partir dessa data - e como referi na minha primeira intervenção - o grau e gravidade da situação militar alterou-se por completo dentro do aquartelamento. Dispenso-me de repetir o relato que fiz no Blogue há cerca de uma década sobre esses acontecimentos e que mantém plena actualidade.
Resumindo, e para que fique claro, apenas por interpretação anómala do que escrevi, se pode inferir que a permanência dos Gringos em Guileje foi pacífica porque o que efectivamente afirmei e reitero foi que a minha permanência com a aludida Companhia foi relativamente tranquila face ao que se passaria a seguir, concretamente a partir de Maio de 1973.
E quando me refiro à minha permanência, refiro-me tão só ao espaço a que eu estava, como furriel de artilharia, confinado, mas também e sobretudo ao tempo em que ali estive com a referida Companhia. Porque, naturalmente, que não me posso pronunciar sobre o tempo anterior à minha chegada e em que aquela Companhia ali esteve na zona e que creio possa ter sido bastante difícil até se ter conseguido razoàvelmente pacificá-la.
Outra eventual interpretação do que escrevi será a partir deste esclarecimento abusiva.
Termino, afirmando que beneficiei na Companhia dos Gringos de grande camaradagem e de um óptimo ambiente de solidariedade que foi o que afinal me levou agora a procurar revê-los após um longo período de cerca de 47 anos.
Solicito que ao presente esclarecimento seja dado o devido destaque por forma a que todos os que leram alguma intervenção anterior minha possam ficar devidamente informados e tomem assim conhecimento que foi apenas uma acidental omissão sobre o tempo em que os Gringos estiveram em Guileje, mas que os meus comentários da altura se referem sobretudo a acontecimentos que tiveram lugar antes da minha chegada e -após a mesma- apenas no exterior do aquartelamento.
É porém voz corrente que presumível e supostamente (talvez antes de eu ser colocado em Guileje), os Gringos teriam capturado diverso armamento. Admito até que isso possa ter ocorrido durante a minha permanência, algo que já não consigo recordar! E reafirmo que a minha opinião tem sobretudo a ver com o teatro de operações dentro do aquartelamento.
Mantém-se o essencial do que escrevi nas intervenções no blogue, relativamente à descrição dos acontecimentos dramáticos que ocorreram em Guileje e Gadamael a partir de Maio de 1973 e já durante o período da Companhia CCAV 8350, conhecida pela denominação de "Os Piratas".
Saudações cordiais.
Luís Paiva
Outra eventual interpretação do que escrevi será a partir deste esclarecimento abusiva.
Termino, afirmando que beneficiei na Companhia dos Gringos de grande camaradagem e de um óptimo ambiente de solidariedade que foi o que afinal me levou agora a procurar revê-los após um longo período de cerca de 47 anos.
Solicito que ao presente esclarecimento seja dado o devido destaque por forma a que todos os que leram alguma intervenção anterior minha possam ficar devidamente informados e tomem assim conhecimento que foi apenas uma acidental omissão sobre o tempo em que os Gringos estiveram em Guileje, mas que os meus comentários da altura se referem sobretudo a acontecimentos que tiveram lugar antes da minha chegada e -após a mesma- apenas no exterior do aquartelamento.
É porém voz corrente que presumível e supostamente (talvez antes de eu ser colocado em Guileje), os Gringos teriam capturado diverso armamento. Admito até que isso possa ter ocorrido durante a minha permanência, algo que já não consigo recordar! E reafirmo que a minha opinião tem sobretudo a ver com o teatro de operações dentro do aquartelamento.
Mantém-se o essencial do que escrevi nas intervenções no blogue, relativamente à descrição dos acontecimentos dramáticos que ocorreram em Guileje e Gadamael a partir de Maio de 1973 e já durante o período da Companhia CCAV 8350, conhecida pela denominação de "Os Piratas".
Saudações cordiais.
Luís Paiva
Ex-Furriel de Artilharia do 15º Pelart
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Notas do editor:
(*) Vd. poste de 30 de outubro de 2009 > Guiné 63/74 - P5182: Tabanca Grande (183): Luís Paiva, ex-Fur Mil, Pel Art 15, Guileje e Gadamael (1972/73)
(**) Último poste da série > 28 de maio de 2019 > Guiné 61/74 - P19838: (In)citações (132): A cruz de guerra, coletiva, que ainda estou à espera de... receber, mais de meio século depois de um violentíssima emboscada em Darsalame, Baio, subsetor do Xime, em 1965 (João Crisóstomo, ex-alf mil inf, CCAÇ 1439, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67)
(**) Último poste da série > 28 de maio de 2019 > Guiné 61/74 - P19838: (In)citações (132): A cruz de guerra, coletiva, que ainda estou à espera de... receber, mais de meio século depois de um violentíssima emboscada em Darsalame, Baio, subsetor do Xime, em 1965 (João Crisóstomo, ex-alf mil inf, CCAÇ 1439, Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67)
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