Convite do autor e da editora:
Dia 14 de junho, sexta-feira, às 20h00, no Espaço Chiado, Parque Eduardo Sétimo, Lisboa, 89ª Feira do Livro de Lisboa;
Sessão de autógrafos: José Ferreira da Silva, "Memórias Boas da Minha Guerra", vol III
O José Ferreira da Silva (ex-Fur Mil Op Esp da CART 1689/BART 1913, Fá, Catió, Cabedu, Gandembel e Canquelifá, 1967/69) é um dos "bandalhos" do Bando do Café Progresso (, de que o "chefe",o "bandalh-mor" , é o Jorge Teixeira). Tem mais de 120 referências no nosso blogue.
O editor do Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné escreveu o texto de síntese sobre o livro, que se reproduz abaixo.
Ficha técnica
Título: Memórias boas da minha guerra vol III
Autor: José Ferreira da Silva
Data de publicação: Abril de 2019
Editora: Chiado Books
Local: Lisboa
Número de páginas: 330
ISBN: 978-989-52-5458-3
Colecção: Bíos
Idioma: PT
Preço: 15,00 € (papel) | 3,00 € (ebook)
Sinopse
Quando um homem, nascido em 1943, no concelho da Feira, começa a trabalhar aos 10 anos, na indústria corticeira, para passar depois, na Guiné, na guerra colonial, “os dois anos mais importantes da sua vida”, entre 1967 e 1969, vivendo e trabalhando ainda em Angola até 1974, que memórias é que pode ter e escrever?
Boas e más... Este é o III volume das “Memórias Boas da Minha Guerra”, e que vem consagrar o José Ferreira como escritor de talento, dentro de uma fileira literária, a da caricatura, da sátira, do burlesco e do humor, que, na nossa língua, tem cultores que remontam às cantigas de escárnio e maldizer e ao Gil Vicente, passando pelo Bocage, o Camilo, o Eça de Queiroz, o Bordalo Pinheiro...
A história repete-se duas vezes: primeiro como tragédia, depois comédia... O autor pertence à geração da comissão liquidatária do império. Aqui não vamos encontrar os Gamas, os Cabrais, os Albuquerques..., os nossos “grandes” de Quinhentos... Mas tão apenas a “arraia miúda”, os “últimos soldados do império”, os “periquitos, maçaricos e checas”, os homens (e as mulheres) nascidos no Estado Novo, os “pequenitaites”, os “bandalhos”, os “badalhocos”, não os “heróis” (que, esses, são mais do que homens, menos que deuses). São os Zequitas, os Bolinhas, os Berguinhas, os Michéis, os Mohammed, os Necas, as Candidinhas, as Laidinhas, as Luisinhas, os Arturinhos, os Ruizinhos, os Heróis de Maiombe... , mas também os Zé Manéis dos Cabritos, os Silvas, os Ferreiras... Essa, sim, é a verdadeira humanidade que é a matéria-prima destas histórias, onde também há ideais de expiação, autossacrifício e santidade: “Não digas nada, porque prometemos segredo, mas ele [o alferes], durante uma emboscada lá no norte [, em Angola], em que nossos colegas foram mortos e esquartejados, prometeu casar com uma prostituta, no caso de se salvar.”
O José Ferreira tem o grande talento de saber pegar... no «material» com potencialidades humorísticas e construir com ele uma pequena grande história. Ele tem, como poucos, o sexto sentido do burlesco. Por burlesco, entenda-se «aquilo que incita ao riso por ser ridículo»... E foi o sentido do burlesco que, de certo modo, nos ajudou, a muitos de nós, a salvar a nossa sanidade mental no teatro de operações da Guiné... O problema é que poucos de nós têm o talento do José Ferreira de saber contar, por escrito, estas histórias pícaras sem cair... na pilhéria fácil, no mau gosto ou no «hard core»!
Sem ofensa para os combatentes que morreram ou que ficaram com marcas para o resto da vida, naquela maldita guerra, esta é também a geração do “sangue, suor e lágrimas... e barrigadas de riso!”... Ninguém como o José Ferreira para apanhar e contar uma boa história (muitas vezes hilariante), de guerra, ou a montante e a jusante da guerra... São histórias que também poderiam ser fábulas, “contos morais”, com “mu(o)ral ao fundo”, e em que, neste caso, os animais emprestariam a voz aos homens... Mas, não, o criador recusa-se a julgar as suas criaturas, a não ser pelo riso que provoca no leitor...
Luís Graça,
editor do blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (**)
__________
(*) Último poste da série > 28 de maio de 2019 > Guiné 61/74 - P19836: Agenda cultural (687): Exposição de pintura de Adão Cruz, na Sede da Ordem dos Médicos de Viana do Castelo, de 1 a 30 de Junho de 2019
Título: Memórias boas da minha guerra vol III
Autor: José Ferreira da Silva
Data de publicação: Abril de 2019
Editora: Chiado Books
Local: Lisboa
Número de páginas: 330
ISBN: 978-989-52-5458-3
Colecção: Bíos
Idioma: PT
Preço: 15,00 € (papel) | 3,00 € (ebook)
Sinopse
Quando um homem, nascido em 1943, no concelho da Feira, começa a trabalhar aos 10 anos, na indústria corticeira, para passar depois, na Guiné, na guerra colonial, “os dois anos mais importantes da sua vida”, entre 1967 e 1969, vivendo e trabalhando ainda em Angola até 1974, que memórias é que pode ter e escrever?
Boas e más... Este é o III volume das “Memórias Boas da Minha Guerra”, e que vem consagrar o José Ferreira como escritor de talento, dentro de uma fileira literária, a da caricatura, da sátira, do burlesco e do humor, que, na nossa língua, tem cultores que remontam às cantigas de escárnio e maldizer e ao Gil Vicente, passando pelo Bocage, o Camilo, o Eça de Queiroz, o Bordalo Pinheiro...
A história repete-se duas vezes: primeiro como tragédia, depois comédia... O autor pertence à geração da comissão liquidatária do império. Aqui não vamos encontrar os Gamas, os Cabrais, os Albuquerques..., os nossos “grandes” de Quinhentos... Mas tão apenas a “arraia miúda”, os “últimos soldados do império”, os “periquitos, maçaricos e checas”, os homens (e as mulheres) nascidos no Estado Novo, os “pequenitaites”, os “bandalhos”, os “badalhocos”, não os “heróis” (que, esses, são mais do que homens, menos que deuses). São os Zequitas, os Bolinhas, os Berguinhas, os Michéis, os Mohammed, os Necas, as Candidinhas, as Laidinhas, as Luisinhas, os Arturinhos, os Ruizinhos, os Heróis de Maiombe... , mas também os Zé Manéis dos Cabritos, os Silvas, os Ferreiras... Essa, sim, é a verdadeira humanidade que é a matéria-prima destas histórias, onde também há ideais de expiação, autossacrifício e santidade: “Não digas nada, porque prometemos segredo, mas ele [o alferes], durante uma emboscada lá no norte [, em Angola], em que nossos colegas foram mortos e esquartejados, prometeu casar com uma prostituta, no caso de se salvar.”
O José Ferreira tem o grande talento de saber pegar... no «material» com potencialidades humorísticas e construir com ele uma pequena grande história. Ele tem, como poucos, o sexto sentido do burlesco. Por burlesco, entenda-se «aquilo que incita ao riso por ser ridículo»... E foi o sentido do burlesco que, de certo modo, nos ajudou, a muitos de nós, a salvar a nossa sanidade mental no teatro de operações da Guiné... O problema é que poucos de nós têm o talento do José Ferreira de saber contar, por escrito, estas histórias pícaras sem cair... na pilhéria fácil, no mau gosto ou no «hard core»!
Sem ofensa para os combatentes que morreram ou que ficaram com marcas para o resto da vida, naquela maldita guerra, esta é também a geração do “sangue, suor e lágrimas... e barrigadas de riso!”... Ninguém como o José Ferreira para apanhar e contar uma boa história (muitas vezes hilariante), de guerra, ou a montante e a jusante da guerra... São histórias que também poderiam ser fábulas, “contos morais”, com “mu(o)ral ao fundo”, e em que, neste caso, os animais emprestariam a voz aos homens... Mas, não, o criador recusa-se a julgar as suas criaturas, a não ser pelo riso que provoca no leitor...
Luís Graça,
editor do blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné (**)
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Notas do editor:
7 comentários:
Parabéns, Zé, e obrigado pelo convite. Vou fazer todos os possíveis para ainda lá dar um salto. Esse fim de semana e toda a semana seguinte vou estar no Porto. O meu sobrinho, médico, vai fazer um casamento junino!... Já lhe fiz 50 quatras para os manjericos... Um alfabravo fraterno.
PS - Faço um apelo à malta da Tabanca Grande, da área da Grande Lisboa, para aparecer. Não é a melhor hora, nem o melhor dia. Mas os camaradas da Guiné estão habituados às "desoras"...
Olá Camarada
Desejo que vendas mais do que eu!
Vendi 4 livros apesar o "basqueiro" que fiz a chamar a atenção.
Chovia e estava frio e assim as condições objectivas não estavam bem reunidas...
Boa sorte e faz barulho. Provoca as pessoas, senão ninguém olha para nós.
Um Ab.
António J. P. Costa
Camaradas, já é um privilégio participar neste evento, com um total de 328 participantes, perfazendo 636 editoras e chancelas... São esperados mais de meio milhão de visitantes... O nosso Zé Ferreira não vai deixar os seus créditos por mãos alheias...E a gente vai fazer um forcinha... O Tó Zé não nos disse que ía estar na feira do livro, a vender a sua "guerra a petróleo"...
https://africa21digital.com/2019/05/23/lisboa-acolhe-89-a-edicao-da-feira-do-livro/
Ó PEREIRA DA COSTA!
O Zé Ferreira já vendeu MUITO, tanto do I como do II e, também agora, do III Vol. lá para as terras do Norte. Ainda no dia 25 do passado mês de Maio, no Porto, assisti ao espectáculo de ele acabar com a tinta de uma caneta a escrever as dedicatórias. Teve que pedir emprestada uma outra. Principalmente deste III.
O que ele quer, agora, como bom nortenho (que "odeia" Lisboa), é "vencer" em terra de mouros (para que conste).
Gostei muito de ler a palavra "basqueiro", bem lá de cima, pelo menos de Trás-os-montes.
ABRAÇO
Alberto Branquinho
Caros amigos
1º - Tenho que agradecer ao Luís Graça pelo apoio continuado que tem demonstrado a este humilde tabanqueiro que, um dia, ousou escrever “Memórias boas da guerra”.
2º - Obrigado camarada António P. Costa, pela dica sugerida. Claro que não terei a mesma atitude. Não quero acordar ninguém. Tomara a mim que me deixem em paz.
3º - O amigo Branquinho, como Homem do Norte, mesmo tendo adoptado Lisboa como sua Terra, sabe bem que essa de eu “odiar” Lisboa, é uma “acusação” vulgar entre patriotas da nossa diáspora.
É verdade que “odeio” a Lisboa dos que:
a) -Renegam a Independência de Portugal em 5 de Outubro de 1143. Desde 1147 que vai tempo mais que suficiente para reconhecerem a sua conquista.
b) - Centralizam todo o poder dos seus súbditos, mesmo dos mais patriotas.
c) - Se armam em Chicos-espertos que no poder, procuram assenhorar-se de tudo de bom que o alheio possa ter.
d) - Lá chegados do interior, viram a casaca, renegam a sua terra, sua identidade, seus princípios morais e juram submissão ao poder suprapartidário, em proveito da elite reinante na corte do Império. Alguns, para se integrarem, assumem-se como anti-provinciano, anti-Norte, anti-Porto, mesmo jurando “seu amor ao pobo do Puarto e seus arredores ou da cidade próxima da sua santa terrinha”. Cobardemente, mudam de amigos, de hábitos, de clube (para o do regime) e se for preciso, dizem-se gays, que até parece ser moda. Não temos nada contra os paneleiros. Os gostos são relativos e as apetências também. Eu, por exemplo: nem sou esquerdino nem direitista, mas chuto com os dois pés. Chuto mal, claro. Mas não tenho a apetência de me rebolar para o chão.
Adiante, que a carta já vai longa. Se aparecerem, ficarei muito grato. Se não aparecerem, não há problema, nem tenho que vos levar a mal.
Um grande abraço do
José Ferreira (Silva da Cart 1689)
Olá camaradas
Em particular para o Zé Ferreira (Silva da Cart 1689)...
Para informar que, salvo motivo de "força maior" lá estarei.
Inclusive espero mesmo que o livro até já esteja autografado e com dedicatória, conforme "encomenda" já feita há alguns tempos, quando ainda esperava que o "Silva" fosse a Monte Real. E espero também ser recebido de "braços abertos"....
Agora outras coisas... especialmente o comentário do bom do Zé!
Claro que reparei que o ódio a Lisboa foi sempre referido como "ódio", assim, entre aspas.
É claro que se trata de uma metáfora. Mas isso é para pessoas, como o Zé Ferreira, por exemplo, capazes de distinguir as "coisas". No entanto, o que está subjacente a esses "ódios" são conceitos e preconceitos que, de tanto martelados, vão inculcando em mentes menos fortes situações que vão transformando os "ódios" em ódios, assim, sem aspas.
Em política, ao nível das nações, dos governos, é um clássico arranjar "inimigos externos" como forma de esconder as suas (deles) incapacidades para fazer mais e melhor. E quanto mais "odioso e opressor" for esse "inimigo externo" melhor se dominam, condicionam e manipulam os seu "súbditos", por "transferência" de culpas.
Este "clássico da choraminguice, do kalimerismo" que as elites(?) do Porto tão bem têm conseguido fazer ao longo dos tempos tem dado os seus frutos pois vai passando de geração em geração esse tal "ódio", transformado em ódio.
De tal forma assim é que, até o "nosso Silva" faz disso eco, invertem as coisas e o "ódio a Lisboa" passa a ser o "ódio que Lisboa tem aos outros".
"Renegar a Independência de Portugal em 5 de Outubro de 1143"! Mas, por alma de quem? Onde é que isto tem sido "assunto"? Como se pode invocar uma coisa destas?
Claro que este ponto de vista assenta, isso sim, na visão bairrista de que tudo tem que ser visto, analisado, apreciado, a partir dos "nossos" conceitos.
"Centralizam todo o poder dos seus súbditos"! Seria interessante fazer um "estudo" sobre donde são os "centralizadores". É verdade que na "alegação d)" o "nosso Silva" reconhece que "lá chegados, vindos do interior", etc. e tal, modificam-se (e depois elenca um conjunto de maldades) mas não chega a extrair uma conclusão possível de que o alegado centralismo é materializado por pessoas "fora de Lisboa". Não seria preciso muito esforço, podia-se recorrer ao Camilo Castelo Branco e à sua obra "A Queda de um Anjo"...
"Armam-se em chicos-espertos que, no poder, procuram assenhorear-se de tudo de bom que o alheio possa ter". Até que concordo bastante com o que aqui o "nosso Silva" diz mas será bom sublinhar que esses que "chegados ao poder" e passam a fazer todo o mal enunciado, não são necessariamente "lisboetas", serão mais, muito mais, os "assimilados". Há até por aí bastante divulgado pelo Face um artigo, já não me lembro de quem, que refere o "deslumbramento" dos provincianos e falam de A. Vara, de J. Sócrates e etc.
Parece que tenho de parar aqui pois há muitos caracteres...
Continuação....
A alínea d) é toda ela "um mimo".
Tem tanta coisa para se poder "pegar", evidenciar as contradições, referir as mensagens subliminares lá contidas que prefiro não o fazer, sob pena do Zé Ferreira poder achar que eu o estaria a "oposicionar". Nada disso, apenas não o quero fazer, aqui e agora. Se for considerado útil ou com interesse, poderei fazê-lo directamente.
Para acabar, devo dizer que o texto/comentário tem graça. A graça que o Zé Ferreira imprime aos seus textos mas, para além da "graça", é minha opinião que são conceitos perigosos porque acabam por veicular o que de pior vai existindo no "convívio"(?) da sociedade portuguesa e que é, em larga medida, também responsável pelo atraso que se vai vivendo fruto dessa divisão artificial que se cria e alimenta de "nós, os bons" e os "outros" (os lisboetas) os "maus".
Aguardo o grande abraço.
Hélder Sousa
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