Cópia do cartão de beneficiário por doença profissional
1. Mensagem, enviada hoje às 2h45, do nosso amigo e camarada Mário Gaspar, ex-Fur Mil At Art, Minas e Armadilhas, CART 1659, Gadamael e Ganturé, 1967/68:
NOTA: De qualquer modo vai em Anexo o Cartão de Doenças Profissionais. Por exemplo – para quem não sabe – governos consideraram que um Combatente é e foi um Trabalhador no Serviço Militar. Enganaram-se decerto… E ninguém deu pelo engano...
Acabaram com o Jornal “Ridículos” e com “Parodiantes de Lisboa”.
E esta?
(*) Ultimo poste da série > 13 de dezembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20444: Banco do Afeto contra a Solidão (24): Calcula-se que só no Ontário, Canadá, existam mais de 20 mil ex-combatentes da guerra do ultramar, e muitos deles passam o tempo sozinhos em casa... (Agência Lusa / Jornal Açoriano Ocidental)
(**) Vd. poste de 11 de novembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17960: O poemário de Mário Vitorino Gaspar: Ler poesia faz bem ao cérebro e a minha proposta de leitura para hoje é... (2): "O Morteiro", paródia do poema "Lágrima", de Guerra Junqueiro (1888), da autor desconhecido, possivelmente alferes do CEP, que esteva na Flandres em 1917
Caras Amigas e Caros Amigos
Comandei uma Secção de Morteiros em Gadamael Porto, Sul da Guiné, bem perto da fronteira da Guiné Conacri. Fiquei Surdo e recebo 37 euros mensais, inicialmente pagos pela Caixa Nacional das Doenças Profissionais, mas devia ter esse direito como Deficiência de Guerra.
Foi simples: foram tantos as granadas saídas do morteiro que comandava, descuidei-me e encerrei a boca, e os tímpanos deram sinal.
Já passou… O poema [, que anexo, já aqui publciado em tempos, ] é de Guerra Junqueiro Ou melhor, "O Morteiro" é um paródia a "Lágrima" de Guerra Junqueiro, incluído no Relatório de combate de 9 a 12 de Abril de 1918 - Lembranças, caderno manuscrito por Raul Pereira de Araújo, alferes de Artilharia, sobrevivente da Batalha de La Lys. (**)
Comandei uma Secção de Morteiros em Gadamael Porto, Sul da Guiné, bem perto da fronteira da Guiné Conacri. Fiquei Surdo e recebo 37 euros mensais, inicialmente pagos pela Caixa Nacional das Doenças Profissionais, mas devia ter esse direito como Deficiência de Guerra.
Foi simples: foram tantos as granadas saídas do morteiro que comandava, descuidei-me e encerrei a boca, e os tímpanos deram sinal.
Já passou… O poema [, que anexo, já aqui publciado em tempos, ] é de Guerra Junqueiro Ou melhor, "O Morteiro" é um paródia a "Lágrima" de Guerra Junqueiro, incluído no Relatório de combate de 9 a 12 de Abril de 1918 - Lembranças, caderno manuscrito por Raul Pereira de Araújo, alferes de Artilharia, sobrevivente da Batalha de La Lys. (**)
NOTA: De qualquer modo vai em Anexo o Cartão de Doenças Profissionais. Por exemplo – para quem não sabe – governos consideraram que um Combatente é e foi um Trabalhador no Serviço Militar. Enganaram-se decerto… E ninguém deu pelo engano...
Acabaram com o Jornal “Ridículos” e com “Parodiantes de Lisboa”.
E esta?
_____________
Notas do editor:
(**) Vd. poste de 11 de novembro de 2017 > Guiné 61/74 - P17960: O poemário de Mário Vitorino Gaspar: Ler poesia faz bem ao cérebro e a minha proposta de leitura para hoje é... (2): "O Morteiro", paródia do poema "Lágrima", de Guerra Junqueiro (1888), da autor desconhecido, possivelmente alferes do CEP, que esteva na Flandres em 1917
(Mota, 2006, pp. 104-107)
Noite de frio intenso, uma trincha escavada,
Lúgubre, sepulcral, agoirenta... e mais nada,
Trincheira onde a morte apanha vis pancadas
Em banquetes de sangue arrancado em ciladas
Na trincha oposta, onde o boche reina e impera
Em rasgos e expansões de forte besta-fera.
Um oficial audaz, olho do batalhão,
Descobriu, dum morteiro grosso, a posição,
Maquinismo feroz que se cumpre o dever,
Ao perto e ao longe tudo faz estremecer. (...)
4 comentários:
Caro Mário, desculpa estar a fazer estas perguntas. Que secção de morteiros comandaste? Refiro-me ao calibre. Outra pergunta. Não és já deficiente das FA? Enquanto estiveste à frente da ADFA não trataste de provar a origem da tua surdez?
Por outro lado, a tua actividade profissional não implicou estar próximo de máquinas que ao longo dos anos contribuísse para a tua surdez?
Abraço
Carlos Vinhal
Samemos que o Mário foi lapidador de diamantes...e ai, sim, é capaz de ter contraído uma doença profissional por prolongada exposição ao ruído causado pelo trabalho... Tem de haver uma relação de causa - efeito, inequívoca entre o favor de risco profissional (neste caso
O ruído) e a doença (a surdez)... A doença é reconhecida por uma junta medica ... O processo é moroso, burocrático, complexo... Luís Graça
Caro amigo Luís Graça tens toda a razão o processo é moroso e borucrático. Primeiro tem que ser o médico do trabalho da empresa a fazer um relatório por ter acompahado o trabalhador e enviar para a segurança social, depois seguem-se as várias consultas e finalmente a da junta médica que confirma ou não o grau de perda e o atribui a % para ter direito a uma pensão que penso nunca será de 37€, mas sim para cima dos 200€ e com direito a proteses pagas pela segurança social, as proteses actualmente deixam muito a desejar, porque actuamente a segurança social fez um acordo de cavalheiros com uma empresa e escolhem eles as próteses, resultado se utente não protestar reclamar junto da segurança social acaba por trazer umas próteses descupem o termo mas daquelas que só aumentam o som tipo altifalante mas fielidade entre os sons graves e agúdos não têm nada, mas se o processo já por si é moroso em si, com estas situações piora muito mais. O sistema antigo era quanto a mim muito bom o utente levava três orçamentos de empresas diferentes e a segurança social escolhia um e pagava embora nós tivesse-mos que pagar primeiro, aqui estava também o calcanhar de aquilles porque nem todos os utentes tinham em carteira dinheiro para tal.
Retifico: desculpem e fidelidade e não descupem e fieldade como por lapso escrevi.
Enviar um comentário