Associação no Canadá pretende ‘tirar da solidão’ ex-combatentes da guerra colonial
Uma associação de ex-combatentes da guerra colonial no Canadá pretende "tirar da solidão os seus associados" e vai "criar um centro de dia", disse à agência Lusa uma fonte da instituição.
"O grande problema que está a afetar os nossos associados é a solidão que está a ser muito grande para determinados ex-combatentes e membros da nossa liga", lamentou Armando Branco, de 74 anos, o presidente da Associação do Ontário dos Ex-Combatentes do Ultramar - Núcleo de Toronto.
O dirigente está de partida para Portugal, onde até ao dia 15 de janeiro tem agendadas reuniões com responsáveis de organizações semelhantes.
Armando Branco justificou que os filhos "já não têm muito tempo para despender com os pais", que então "passam grande parte do tempo sozinhos em casa".
O objetivo da instituição criada há 18 anos é de "melhorar o fim de vida dos ex-combatentes", dando-lhes condições para que "tenham mais assistência e apoio social".
"Queremos aproveitar as associações portuguesas de Toronto que já dispõem de cozinha e de infraestruturas. Ao mesmo tempo estamos a ajudar a associação com a venda das refeições diárias, aqueles que estão lá presentes, e desta forma proporcionar convívio aos nossos membros", disse Armando Branco.
O centro de dia, numa parceria com a Casa das Beiras de Toronto, localizada no número 34 da Caledónia Road, deverá entrar em funcionamento no próximo ano, numa data a definir.~
Este ano o sindicato da construção, a Liuna Local 183, atribuiu à Associação do Ontário dos Ex-Combatentes do Ultramar uma viatura que vai ficar "operacional em 2020 para o transporte dos associados com mobilidade reduzida no acesso aos hospitais e médicos".
O dia de aniversário da associação, 4 de abril de 2020, é uma data ambiciosa para o dirigente, esperando que o número de associados atinja os mil com uma quota anual de 30 dólares canadianos (20 euros), uma verba que vai permitir a realização de diversas atividades.
Nesse sentido, o responsável apelou ainda ao governo português o apoio financeiro a "projetos que se dediquem ao bem-estar dos ex-combatentes".
Já na próxima primavera e verão está prevista a organização de uma excursão mensal a vários pontos do Ontário, destinada aos associados.
Calcula-se que existam no Ontário cerca de 20 mil ex-combatentes do Ultramar, segundo a associação.
__________________
__________________
Nota do editor:
Último poste da série > 21 de agosto de 2019 > Guiné 61/74 - P20081: Banco do Afecto contra a Solidão (23): o ex-soldado paraquedista nº 04341366, Álvaro Magalhães, eo seu processo kafkiano, que se arrasta desde o início dos anos 90, de reconhecimento de doença em serviço...Camaradas, quem pode ajudar ? (Jaime Silva, ex-alf mil paraquedista, BCP 21, Angola, 1970/72)
Sem comentários:
Enviar um comentário