Camaradas,
Para vosso conhecimento envio o seguinte texto e uma foto da capa do meu próximo livro, o nono.
Para vosso conhecimento envio o seguinte texto e uma foto da capa do meu próximo livro, o nono.
Foi apresentada
a obra em Beja a 10 de Dezembro e seguir-se-á Lisboa, Casa do Alentejo, de
entre outras iniciativas que já tenho programadas.
Uma ida ao
Porto não está fora dos meus planos, estando a programar-se esta eventual
possibilidade.
“UM RANGER NA GUERRA COLONIAL GUINÉ-BISSAU
1973/74
MEMÓRIAS DE GABU”
“UM RANGER NA GUERRA COLONIAL GUINÉ-BISSAU
1973/74 – MEMÓRIAS DE GABU” é o nono livro do meu pecúlio como
jornalista/escritor e o segundo como ex-combatente em solo guineense.
A temática, agora sustentada com novos
textos, sendo certo que alguns deles foram recuperados e trabalhados face ao
tema tratado da primeira edição – “GUINÉ-BISSAU AS MINHAS MEMÓRIAS
DE GABU” -, é mais um desafio à nossa existência como antigos militares lançados
à força para as frentes de combate.
Procurei, embora sinteticamente, ser o
mais abrangente possível, diligenciando trazer à estampa temáticas que mexem
irreversivelmente com a nossa comum presença num espaço que nos fora
substancialmente cruel.
As memórias da guerra não se apagam e cada
um de nós ainda hoje revive situações horripilantes pelas quais passou.
Reconheço que existem camaradas que recusam abordar vivências passadas que lhe
vão na alma. Respeito escrupulosamente essa forma de sentir.
Há camaradas que procuram olvidar
realidades que na generalidade todos ou quase todos conhecemos. Recusam o
confronto com cenas atrozes onde foram incontestáveis guerrilheiros numa luta
por vezes desigual. Fica, pois, a nossa plena aceitação.
Mas esta obra contempla, também, a
presunção deste vosso velho camarada que não se esconde num templo onde as
lamentações jamais deverão esbarrar num muro em que as lamúrias tendem em cair
no esquecimento.
A guerra Colonial não está assim tão
distante no tempo. É recente. Porém, raros têm sido os órgãos de decisão
governamental, e não só, a abordar o tema que mexeu com gerações e abalou
futuros que se perspetivavam risonhos.
Neste contexto, o livro aborda temáticas
exuberantes no que concerne a vicissitudes de que fomos alvos por terras da
Guiné e simultaneamente ao agitar gritos de revolta quando em causa se coloca o
nosso próprio estatuto como antigos combatentes.
Hoje, a guerra Colonial perdeu
visibilidade. Poucos são aqueles que dela falam em público, sobretudo em meios
de comunicação social nacional e que por ordem analógica das coisas se deixam
levar por tédios e brandos costumes. Poucos são, também, aqueles que se
debruçam sobre a inequívoca veracidade onde a morte, estropiados, ou os
stressados de guerra, de entre outras doutrinas que recaem sobre os climas dos
pós traumáticos, designadamente, são meras personagens de um país que
simplesmente os esqueceu.
O livro aborda também o tema dos
abandonados. Sim, os abandonados, aqueles que ingloriamente lutaram pela
Pátria, uma Pátria que não sendo aquele sumptuoso manto doutrinal que nos fora
“vendido” nos bancos da escola, foi também aquela na qual todos nós nos
envolvemos.
A guerra, essa desumana realidade, foi
propícia a inegáveis circunstâncias que desabaram para incertezas futuras. Da
guerra colonial sobram infalibilidades que há restos mortais de camaradas que
por lá ficaram literalmente abandonados.
Camaradas, vale a pena através da leitura
deste livro revermo-nos no tempo em que nós jovens fomos atiradas para as
frentes de combate como uma mera mercadoria chamada “carne para canhão”.
O livro tem o preço de capa 16 euros,
sendo o primeiro lançamento no dia 10 de dezembro de 2019, 21h30, na Biblioteca
José Saramago, em Beja.
Depois seguir-se-ão outros lançamentos.
Lisboa será, em princípio, o destino seguinte. Por mim estarei disponível em
deslocar-me por o País fora, levando na minha “mala de cartão” um rol de
experiências que são tão-só as tuas próprias experiências.
Camaradas, bebemos água da mesma fonte e
comemos do pão que o diabo amassou. Digamos, em uníssono, que somos gentes e
proclamamos simplesmente justiça, não obstante o universo de dificuldades até
agora deparadas.
Deixo aqui expresso que a obra “UM RANGER
NA GUERRA COLONIAL GUINÉ-BISSAU 1973/74 - MEMÓRIAS DE GABU” só foi possível vir
a público graças aos textos que amiudadamente transcrevo no nosso blogue – Luís
Graça & Camaradas da Guiné -. Este foi, para mim, uma rampa de lançamento
para investir no cosmos da escrita sobre outras temáticas entretanto não
abordadas, neste caso o da guerra.
Por fim, fica o meu profundo agradecimento
ao Luís Graça, o fazedor do prefácio, ao meu camarada ranger Magalhães Ribeiro
pela sua amável disponibilidade em me colocar os textos no blogue e a todos
vocês camaradas que fazem o favor em me aturarem nas minhas eloquentes
dissertações guerrilheiras, que também são as vossas, neste terreno de jogo
onde fomos meros figurantes no conflito na Guiné.
Um
abraço, camaradas
José Saúde
Fur Mil Op Esp/RANGER da CCS do BART 6523
Mini-guião de colecção particular: ©
Carlos Coutinho (2011). Direitos reservados.
___________
Nota de M.R.:
Vd. também os
postes:
9 DE
DEZEMBRO DE 2019 > Guiné 61/74 - P20434: Agenda
cultural (717): O escritor Mário Cláudio (pseudónimo literário do nosso
camarada Rui Barbot Costa) vai ser distinguido no dia 11 com o grau de Doutor
"Honoris Causa" pela Universidade do Porto. A cerimónia terá lugar no
Salão Nobre da Reitoria da Universidade, a partir das 15h00, e contará com a
presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa
1 DE
DEZEMBRO DE 2019 > Guiné 61/74 - P20404: Agenda cultural (716): lançamento
do novo livro do José Saúde, "Um ranger na guerra colonial": Beja,
Biblioteca Municipal, dia 10 de dezembro, 3ª feira, às 21h30
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