Foto nº 1 > Catió > Alfaiates... uma profissão masculina!
Foto nº 2 > Catió > Luta desportiva de mulheres
Foto nº 3 > Catió > A minha lavadeira Fátima
Foto nº 4 > Catió > A lavadeira nalu do capitão.[ Os nalus eram uma minoria étnica que habitavam o Cantanhez. Eram grandes escutores, antes de se converteram ao islamismo, religião que proíbe a figuração humana e animal.]
Foto nº 5 >Mercado de Catió
Foto nº 6 > Catió > "A Fátima em pose artística"
Foto nº 7 > Catió > Estima, a mais bonita fula de Catió
Guiné > Região de Tombali > Catió > CCAÇ 617 (1964/66) >
Fotos (e legendas): © João Sacôto (2019). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
(i) ex-alf mil, CCAÇ 617 / BCAÇ 619 (Catió, Ilha do Como e Cachil, 1964/66);
(ii) trabalhou depois como Oficial de Circulação Aérea (OCA) na DGAC (Direção Geral de Aeronáutica Civil);
(iii) foi piloto e comandante na TAP, tendo-se reformado em 1998.
(v) andou no Liceu Camões em 1948 e antes no Liceu Gil Vicente; (vi) é natural de Lisboa; (vii) casado;
(viii) tem página no Facebook (a que aderiu em julho de 2009, sendo seguido por mais de 8 dezenas de pessoas);
2. Estas são mais algumas fotos que dispomos do seu álbum: neste caso, da população sobretudo feminina de Catió. E a propósito do "nu" de há mais de 50 anos na Guiné (que nós chamamos "nu etnográfico"), o autor já fez em tempos um elucidativo comentário, em 30/3/2019 (**)
(...) "Quando cheguei à Guiné, em 1964, já tinha tomado contacto, especialmente em alguns lugares no Algarve e em França, Nice e Biarritz, de mulheres em tronco nu nas praias "topless". Também já tinha visto imagens e fotografias de cenas affricanas em que as mulheres, principalmente as mais jovens ("bajudas"), em cenas rurais se apresentavam em tronco nu. Creio que, por isso, não fui especialmente surpreendido, o que não quer dizer que não tenha admirado a beleza de algumas bajudas, e que, com sua autorização e pose artística, fotografei. Vou mandar para o Luis duas dessas fotos que as publicará se achar oportuno." (...)
(...) "Quando cheguei à Guiné, em 1964, já tinha tomado contacto, especialmente em alguns lugares no Algarve e em França, Nice e Biarritz, de mulheres em tronco nu nas praias "topless". Também já tinha visto imagens e fotografias de cenas affricanas em que as mulheres, principalmente as mais jovens ("bajudas"), em cenas rurais se apresentavam em tronco nu. Creio que, por isso, não fui especialmente surpreendido, o que não quer dizer que não tenha admirado a beleza de algumas bajudas, e que, com sua autorização e pose artística, fotografei. Vou mandar para o Luis duas dessas fotos que as publicará se achar oportuno." (...)
(...) "À atenção de João Sacôto e Cherno Baldé: À margem do assunto deste Poste, faz-me uma confusão que não apareçam as mulheres, bajudas ou mulheres grandees, com as 'mamas ao léu', desculpem a expressão mas é assim para nos entendermos.
Nos locais e sitios por onde passei [, em 1967/69], a maioria das mulheres, em especial nas tabancas, andavam desnudadas, e não era eu que lhes tirava a roupa. Fiz tanta fotografia que já foi publicada, mas ainda há mais e são só para mim. Nunca abusei ou fiz disto um assunto sexual, era apenas a curiosidade de um jovem que não estava habituado a ver tanta mama de tanto feitio. Ou o Sacoto tem essas fotos guardadas? É pura curiosidade, nada mais.
Talvez andei por sitios de culturas diferentes, como os felupes que praticamente andavam nus, eles e elas, miudos e graudos!" (...)
Em resposta, o João Sacôto mandou-nos, para eventual publicação, duas fotos, nºs 6 e 7.
(**) Vd. poste de 28 de março de 2019 > Guiné 61/74 - P19628: Álbum fotográfico de João Sacôto, ex-alf mil, CCAÇ 617 / BCAÇ 619 (Catió, Ilha do Como, Cachil, 1964/66) e cmdt da TAP, reformado - Parte VII: Catió e arredores: contactos com a população civil
_____________
Notas do editor:
(*) Último poste da série > 3 de dezembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20412: Álbum fotográfico de João Sacôto, ex-alf mil, CCAÇ 617 / BCAÇ 619 (Catió, Ilha do Como, Cachil, 1964/66) e cmdt da TAP, reformado - Parte XI: Mais fotos, parte delas sem legendas...
Notas do editor:
(*) Último poste da série > 3 de dezembro de 2019 > Guiné 61/74 - P20412: Álbum fotográfico de João Sacôto, ex-alf mil, CCAÇ 617 / BCAÇ 619 (Catió, Ilha do Como, Cachil, 1964/66) e cmdt da TAP, reformado - Parte XI: Mais fotos, parte delas sem legendas...
(**) Vd. poste de 28 de março de 2019 > Guiné 61/74 - P19628: Álbum fotográfico de João Sacôto, ex-alf mil, CCAÇ 617 / BCAÇ 619 (Catió, Ilha do Como, Cachil, 1964/66) e cmdt da TAP, reformado - Parte VII: Catió e arredores: contactos com a população civil
7 comentários:
Mais de 50 anos passaram e estas fotos parecem ter sido tiradas ontem...
Muito bom trabalho, Caro João Sacôto!
V. Briote
Virgínio e João, quantos dos nossos mais afortunados, que tinham máquina fotográfica, não terão caixas e caixas de "slides" que um dia destes vão parar ao lixo, quando o autor deixar a Terra da Alegria... Os herdeiros, ao desfazerem-se das "coisas do morto",m dirão: Fotos ? Slides? Papéis ? Cartas » Aerogramas ? ... Da Guiné ?... Fora, para o lixo, que isto já não interessa a ninguém",,,
Publicar os "nossos álguns" da Guiné, sem fazer quaisqyuer "juizos de valor", é deixar, para a posteridade um património com valor documental, como este, do João Sacôto e do Virgínio Briote e de tantos outros camaradas (e amigos/as)...
Lembro alguns que me vêm à memória ou que têm este descritor no blogue: Domingos Robalo, Virgílio Teixeira, Abílio Duarte, Daniel Matosm Francisco Gamelas, João Graça, Jorge Pinto, José Claudino Silva, Rogério Cardoso, Rui Vieira Coelho, Santos Oliveira, Tomás Carneiro, José Teixeira, J. Casimiro Carvalho, Amaral Bernardo, João Martins, Amílcar Mendes, Id
álio Reis... e muitos, muitos mais. Cito apenas estes a título exemplificativo.
Bolas, seria imperdoável esquecer aqui dois dos meus camaradas da CCAÇ 12 (Contuhoel e Bamnbadinca, maio de 1969 / março de 1971), o Humberto Reis e o Arlindo T. Roda, com excelentes "slides", que já aqui publicámos... E o Humberto ofereceu-nos, digitalizados, os preciosos mapas / cartas da Guiné!...
Em Buruntuma fui destacado para a "Apsico" e a minha primeira acção foi arranjar um saco de 50 de arroz para a festa das "mulheres paridas", a pedido presencial da mulher (uma mulheraça fula!...) do régulo de Canquelifá nela residente (o Jorge Ferreira disse aqui que ele lhe pedira "viagra"), pela minha qualidade de superior hierárquico do seu filho José Bacar, soube pelo blogue que era o regulo actual, que correspondeu ao meu "deferimento" com a oferta de 3 laranjas. Trata-se de uma celebração entre "mulheres grandes" e "bajudas", com a participação da população - aquelas a regressar à conjugalidade, após dois anos de abstinência sexual, imposição da sua cultura de amamentar e se dedicar apenas ao nascituro e estas a fazer a iniciação a sua iniciação de "debutantes".
O PAIGC havia roubado o gado e queimado as tabancas circunvizinhas, as suas populações de mandingas e fulas preferiam juntar-se à tropa e não às suas "áreas libertadas" e Buruntuma abarrotava com cerca de 5 mil habitantes. Juntaram-se muitas dezenas de mulheres grandes e as bajudas, e algumas dançaram até à histeria.
Tive de reforçar o festim com outro saco de 50 kg de arroz - e lá se foi a minha dotação de vianda para um mês...
A mulher do régulo era evoluída, não praticava "topless" e veio com alguma damas de companhia pedir-me "apara-mamas" iguais aos das senhoras brancas, para manter a "mama firme". Na altura, o primeiro-sargento Honório pilotava as DO do correio, dizia-se que por castigo, trouxe-me um soutien em Bissau para a "régula", paguei-o com um par de frangos e comprei ao Adelino da Casa Pinheiro uma espécie de blusas sem mangas para as suas damas.
A mulher do régulo retribuiu com mais umas laranjas e as suas bajudas devolveram as blusas - eram iguais às de Buruntuma...
Abr.
Manuel Luís Lomba
Caro amigo Luis,
Os Nalus "nao eram", eles sao ainda um dos povos da sociedade guineense, habitantes das Peninsulas de Cubucaré (onde se situa a mata do Cantanhés) e Quitafine, situados nas duas margens do rio Cacine. Quitafine tendo a cidade de Cacine como sede do Sector de mesmo nome, na regiao de Tombali.
Os Nalus, como dizem, para melhor proteger a sua cultura e seus segredos de mato (estariam a esconder praticas de canibalismo como dizem as mas linguas?...), preferiram adoptar a lingua dos estrangeiros (os Sussos) que pouco a pouco invadiram o seu territorio, vindos do chao francés (Guiné-Conakri) juntamente com alguns grupos da etnia fula. Actualmente, a sua lingua esta em vias de desaparecer por falta de falantes. A maior parte da sua populaçao islamizou-se, mas ainda subsistem algumas aldeias que resistem e que continuam nas praticas antigas de adoraçao de Iras e outras praticas tradicionais no mato.
Com um abraço amigo,
Cherno Baldé
Fotos magnificas, João Sacoto,
Aqui está explicado algumas das razões porque se tiravam algumas fotos às bajudas de tronco nu - topless - eram situações novas para mim, nunca antes havia visto nas praias que eu frequentava então, mulheres em topless, coisa comum passados alguns anos, para não falar de nu total, e em conjunto...
Uma coisa já perguntei ao João, como tens fotografias, ou slides, a cores, se eu só consegui arranjar no final do 1º trimestre de 1968?
Assim é tudo mais belo, e cheias de arte de profissional de fotografia. Que inveja eu tenho!!!
A história de Manuel Luis Lomba, é muito interessante.
Nunca cheguei a ir a Buruntuma, nos 5 meses que estive em Nova Lamego, se lá tivesse ficado a comissão toda, eu teria percorrido pelo menos, as unidades dependentes do sector L1.
Abraços,
Virgilio Teixeira
Luis Lomba
5000 pessoas em Buruntuma foi obra, e equivaleria a 6 Batalhões de militares. Nem consigo calcular quantas pessoas dormiriam por morança.
Eu que 'bati' Piche e Canquelifá, não fazia ideia de haver tanta gente naquela zona.
ar
Ab. e saúde da boa
Valdemar Queiroz
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