segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Guiné 61/74 - P20434: Agenda cultural (717): O escritor Mário Cláudio (pseudónimo literário do nosso camarada Rui Barbot Costa) vai ser distinguido no dia 11 com o grau de Doutor "Honoris Causa" pela Universidade do Porto. A cerimónia terá lugar no Salão Nobre da Reitoria da Universidade, a partir das 15h00, e contará com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa


Mário Cláudio (*)

Foto: Gonçalo Rosa da Silva


Mário Cláudio - Doutor "Honoris Causa" 
pela Universidade do Porto (**)


1. Press release da Direção de Comunicação do Grupo Leya:

Exmos (as) Senhores (as)

Chamamos a vossa atenção para a seguinte informação:

O escritor Mário Cláudio vai ser distinguido esta quarta-feira, dia 11, com o grau de Doutor Honoris Causa – atribuído pela Universidade do Porto. 

A cerimónia, que terá lugar no Salão Nobre da Reitoria da Universidade, a partir das 15h00, contará com a presença do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

Este é, sem dúvida, um reconhecimento do valor e importância que tem para aquela cidade a obra de Mário Cláudio, uma vez que a mesma se centra, em grande parte, precisamente no Porto, onde o autor nasceu e ainda reside, mas também para o Norte de Portugal, uma vez que dali são evocadas personagens, episódios, ambientes e épocas – recolhidas através de rigorosa e aturada investigação histórica e bibliográfica – que estão na base da sua ficção.

Para os promotores desta importante distinção, Mário Cláudio “tem sabido captar com invulgar perspicácia a matriz social e cultural, económica e política da cidade do Porto, fazendo dele um dos escritores que mais tem trabalhado a condição de ser português”, pode ler-se na proposta de atribuição do referido doutoramento, na qual é também assinalado que o autor o faz “numa espécie de escrita de filigrana, plena de erudição e, simultaneamente, de fala popular”.

Com mais de 60 títulos publicados ao longo dos seus 50 anos de Vida Literária, efeméride que tem vindo a ser assinalada ao longo do ano que agora que se aproxima do fim, Mário Cláudio é autor de uma longa obra que se estende pelo conto, a novela, a crónica, o teatro, a escrita infanto-juvenil, o ensaio e, sobretudo, pelo romance.

Mas os argumentos para a concessão do título Doutor Honoris Causa a Mário Cláudio não se ficam apenas pela qualidade da sua obra literária. O documento aprovado por unanimidade no Conselho Científico da Faculdade de Letras da Universidade do Porto destaca ainda “a colaboração cívica que desenvolve muito frequentemente a partir da cidade onde nasceu e vive”, que faz de Mário Cláudio não apenas um reconhecido escritor, mas também “um intelectual cujo pensamento independente lhe confere uma voz diferenciada em prol do bem comum”.

Acontece isto numa altura em que se assinalam os 50 Anos de Vida Literária de Mário Cláudio e, nesse âmbito, está patente na Biblioteca Almeida Garrett, desde o passado dia 21 de Novembro, uma exposição bibliográfica e documental sobre a vida e obra do autor, que ali ficará patente até ao próximo dia 4 de Janeiro.

Mário Cláudio, ficcionista, poeta, dramaturgo e ensaísta, é formado em Direito pela Universidade de Coimbra, diplomado com o Curso de Bibliotecário-Arquivista, da Faculdade de Letras da mesma Universidade, e Master of Arts em Biblioteconomia e Ciências Documentais, pela Universidade de Londres.

É autor de uma vasta e multifacetada obra que abarca a ficção, a crónica, a poesia, a dramaturgia e o ensaio e se encontra traduzida em várias línguas. Foi galardoado com, entre outros, o Grande Prémio de Romance e Novela da Associação Portuguesa de Escritores-DGLAB (atribuído duas vezes), o Prémio PEN Clube, o Prémio Eça de Queiroz, o Prémio Vergílio Ferreira, o Prémio Fernando Namora e o Prémio Pessoa, sendo igualmente titular de várias condecorações nacionais e estrangeiras.

Para mais informações, por favor, contactar:
Rui Breda
Grupo Leya
Direcção de Comunicação
Rua Cidade Córdova, 2
2610-038 Alfragide
rbreda@leya.com
938 527 410
____________

Notas do editor

(*)  Vd. poste de 23 de junho de 2010 > Guiné 63/74 - P6630: Tabanca Grande (227): Rui Barbot / Mário Cláudio, ex-Alf Mil, Secção de Justiça do QG, Bissau (1968/70)

(...) Comentário de L.G.:

Mário, sê bem vindo à Tabanca Grande, a caserna virtual aonde se acolhem os camaradas (e os amigos) da Guiné... O tratamento romano é norma, entre homens que estiveram física e psicologicamente muito próximos uns dos outros no Teatro de Operações (TO) .

Não podemos ignorar que és mais famoso, pelos teus livros (e prémios), do que nós todos juntos. Isso não nos impede de nos sentirmos irmanados pelas circunstâncias da vida que nos levaram à Guiné, no longo período em que decorreu a a guerra do ultramar / guerra colonial / luta de libertação (1963/74) (conforme os 'óculos' do observador)...

Como fazemos gala de dizer (e de tentar praticar) os amigos e camaradas da Guiné têm como maior denominador comum a experiência de (ou a relação com) a guerra colonial, a guerra do ultramar ou a luta de libertação na Guiné, entre 1963 e 1974... Tudo o mais que nos possa separar (a idiossincrasia, a ideologia política, a religião, a nacionalidade, a origem social, a etnia, a cor da pele, as antigas patentes e armas, a orientação sexual, a riqueza, a fama, o proveito, etc.), é secundário. Direi secundaríssimo.

Sabemos que, pelos teus afazeres de escritor activo, produtivo e famoso, um dos maiores da língua portuguesa actualmente vivos, e potencialmente Nobelitável, não terás muito tempo para, com regularidade, escreveres no nosso (e doravante teu) blogue, e/ou compareceres nos nossos convívios períódicos (Tabanca Grande, anualmente, em Monte Real; Tabanca de Matosinhos, semanalmente, em Matosinhos; Tabanca do Centro, em Monte Real, trimestralmente, etc.). Mas fica a saber que será um grande prazer, para mim e para os restantes amigos e camaradas da Guiné, conhecer-te em pessoa, ao vivo, um dia destes. Somos calorosos, às vezes até demais, fervendo em pouca água com alguns ditos & escritos. Mas vamos regando, todos os dias, a nossa cultura da tolerância...

Já leste, de certo, os nossos "dez mandamentos" (disponíveis na coluna do lado esquerdo do nosso blogue), o último dos quais diz o seguinte: "(x) respeito pela propriedade intelectual, pelos direitos de autor... mas também pela língua (portuguesa) que nos serve de traço de união, a todos nós, lusófonos"...

Agradeço-te antecipadamente o envio do texto, soberbo (e julgo que inédito), "Para o Livro de Ouro do Capitão Garcez", que nos chegou, juntamente com as fotos, através do Carlos Nery... Oxalá o nosso blogue também te possa inspirar muitas outras e boas histórias relacionadas com este povo, fantástico e às vezes demasiado humilde, de soldados, marinheiros, poetas e aventureiros. de quem os altivos castelhanos diziam: "Portugueses, pocos, pero locos". (...)

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