domingo, 26 de janeiro de 2020

Guiné 61/74 - P20594: Agenda cultural (725): Odivelas, sábado, 8 de fevereiro de 2020: 5º Encontro Regional para uma Intervenção Integrada pelo Fim da Mutilação Genital Feminina (José Martins)



1. Informação que nos foi fornecida pelo nosso colaborador permanente, José Martins, que reside em Odivelas [ex-fur mil trms, CCAÇ 5, "Gatos Pretos", Canjadude, 1968/7o; tem mais de 400 referências no nosso blogue): 


Odivelas recebe o 5.º Encontro Regional para uma Intervenção Integrada pelo Fim da Mutilação Genital Feminina

Data: Dia 08 de fevereiro 

Local:  Auditório da Escola Braamcamp Freire.

3 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

MUTILAÇÃO GENITAL FEMININA
A Mutilação Genital Feminina (MGF) consiste na remoção parcial ou total da genitália externa da mulher, por razões não médicas e constitui uma grave violação dos direitos humanos. Esta prática ainda está presente em diversos países e culturas realizando-se geralmente quando as vítimas são ainda crianças ou jovens, por vontade da família e do grupo social onde vivem ou de onde são originárias (no caso das famílias migrantes).

A MGF pode ser realizada de diversas maneiras, com a remoção apenas do clítoris, o corte completo dos lábios vaginais e/ou o estreitamento do orifício vaginal, deixando apenas um espaço mínimo para a passagem da urina e do fluxo menstrual. Em regra a prática da MGF ocorre durante festividades culturais e é frequentemente efectuada com recurso a lâminas e outros instrumentos não esterilizados. Por este motivo e tendo conta a região sensível do corpo da mulher que é afetada, é comum que a prática do corte dos genitais cause às vítimas dores intensas, hemorragias, infecções, dificuldades na eliminação da urina, fezes e fluxo menstrual, complicações nos partos, dificuldades e dor nas relações sexuais, para além de severas consequências psicológicas.

São diversas as razões que motivam a persistência da MGF, podendo destacar-se razões sociais, estéticas (o órgão genital é considerado feio e impuro antes da mutilação), religiosas, sexuais (limita o desenvolvimento saudável da sexualidade da mulher) e económicas (as pessoas que executam este ritual auferem rendimentos que garantem o seu sustento).

Em Portugal a Mutilação Genital Feminina é crime autónomo desde 2015, conforme artigo 144º A do Código Penal, cuja pena aplicável é de prisão de dois a dez anos.

A legislação portuguesa permite a adopção de medidas que protejam as meninas ou mulheres que estejam em risco de serem levadas para outros países de forma a serem submetidas à prática da MGF.

Fonte: APAV - Apoio à Vítima


https://www.apav.pt/uavmd/index.php/pt/intervencao/mutilacao-genital-feminina

Tabanca Grande Luís Graça disse...

MULHERES
Portugal registou 63 casos de mutilação genital feminina em 2018
Jaha Dukureh, natural da Gâmbia, recebe o prémio Norte-Sul nesta sexta-feira. Os números de mutilação genital feminina têm vindo a baixar e a diferença “é enorme”, “nunca se viu nada como isto em África” — mas há ainda muitos casos.

Lusa 13 de Setembro de 2019, 9:27 actualizado a 13 de Setembro de 2019, 10:53

https://www.publico.pt/2019/09/13/sociedade/noticia/portugal-registou-63-casos-mutilacao-genital-feminina-2018-1886448

Tabanca Grande Luís Graça disse...

(...)

Portugal registou 63 casos de mutilação genital feminina em 2018, mas até meados de Agosto deste ano o número de registos ascendia já a 54 casos, de acordo com os dados do projecto Práticas Saudáveis, de prevenção e combate ao fenómeno, centrado nas estruturas de saúde nacionais.

Ainda assim, há que ter cautela na interpretação destes dados, já que estes registos não correspondem necessariamente a práticas de mutilação recentes ou feitas em Portugal. “Há uma maior capacidade do sistema de saúde de identificar, sinalizar e diagnosticar estes casos. São mulheres de todos os grupos etários, na esmagadora maioria e, como se tem vindo a registar, a identificação ou a prática foi realizada fora do país”, explicava à Lusa a secretária de Estado para a Cidadania e Igualdade, Rosa Monteiro, em Agosto. A identificação destes casos é importante a nível médico – já que é uma prática que deixa sequelas físicas e psíquicas para toda a vida – e há casos de mulheres mutiladas que não sabem a que tipo de mutilação foram submetidas. (...)



https://www.publico.pt/2019/09/13/sociedade/noticia/portugal-registou-63-casos-mutilacao-genital-feminina-2018-1886448