Arsénio Chaves Puim, ex-alf mil capelão, CCS/BART 2917 (maio 1970 / maio 1971) |
Tem 60 referências no nosso blogue. Conviveu, ele e outros militares da CCAÇ 12, com o Arsénio Puim durante cerca de 10 meses...
Está reformado da Petrogal, onde foi quadro superior. É casado, tem 2 filhos, 1 neto... Vive em Martinhal, Sagres,Vila do Bispo, barlavento algarvio.
ARSÉNIO PUIM – MAIS UM DE NÓS
Não sendo eu muito dado à convivência com as memórias do período da minha vida consumido em terras da Guiné, durante a guerra colonial, recordo, no entanto, com alguma facilidade a figura do nosso alferes capelão, o Arsénio Puim.
Desde logo pelas suas qualidades humanas, as quais faziam dele, aos nossos olhos, não a figura do Capelão Militar cuja missão era encomendar a Deus almas daqueles que iam tombando em combate mas antes, a de ser apenas mais um de nós na partilha dos momentos livres (não muitos) em que a sã confraternização não tinha restrições nem tabus de qualquer ordem, nem mesmo aqueles que eram ditados pela Disciplina Militar.
A média de idades dos milicianos, alferes ou furriéis, distanciavam-nos, nesses termos, alguns anitos do Arsénio. Contudo, ele soube sempre fazer por esbater esse potencial obstáculo e nunca a convivência entre nós foi minimamente afetada por tal facto.
Resumindo, o Arsénio Puim era mesmo mais um de nós.
Via o meu querido Luís Graça, peço ao filho Miguel Puim que aproveito para também saudar, que no próximo dia 8 de Maio dê, em meu nome, um Abraço muito forte a seu pai pela celebração do seu 84º Aniversário.
Saudações fraternas.
António Levezinho
( Ex-Furriel Miliciano da CCAÇ 12, Bambadina, 1969/71)
Foto (e legenda): © António Levezinho (2006). Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]
2. Versos do nosso editor Luís Graça, que noutra encarnação era o Henriques e foi amigo do único capelão, para mais açoriano de Santa Maria, que conheceu no TO da Guiné:
Para o único santo que conheci em Bambadinca
o nosso bom amigo e camarada Puim
Arsénio Puim, camarada, parabéns,
Por mais um aninho de vida, pá,
E oxalá, enxalé, inshallah!,
Seja a saúde o melhor dos teus bens.
Só nos serve p’ra sermos livres e felizes,
Enquanto andamos cá por esta terra,
Com lembranças de uma antiga guerra,
Em que do mal fomos maus aprendizes.
Ah!, já não és mais o bom ‘padre-capilon’,
Em Bambadinca, cova do lagarto,
E dos ‘cães grandes’ ficaste bem farto,
Nunca auguraram nada de bom.
Da Guiné, a todos nós, a ti e a mim,
E dos ‘cães grandes’ ficaste bem farto,
Nunca auguraram nada de bom.
Da Guiné, a todos nós, a ti e a mim,
Uma certa memória nos ficou,
Sítios onde Cristo nunca parou,
E outros qu’ amaste, meu santo Puim.
Nhabijões, Samba Silate, Mero ou Xime,
São geografias, são emoções,
Não há rancor nos nossos corações,
Sítios onde Cristo nunca parou,
E outros qu’ amaste, meu santo Puim.
Nhabijões, Samba Silate, Mero ou Xime,
São geografias, são emoções,
Não há rancor nos nossos corações,
Mesmo sabendo que toda a guerra é crime.
Enterraste os mortos, e dos vivos cuidaste,
Ajudaste-nos a fazer o luto,
Exorcizaste o mal absoluto,
Mas sabemos o preço que pagaste.
Têm um preço a justiça e a liberdade,
Que nem todos nós queremos pagar,
Teu bom exemplo é de recordar,
P’la camaradagem e amizade.
Luís Graça, na Lourinhã,
Enterraste os mortos, e dos vivos cuidaste,
Ajudaste-nos a fazer o luto,
Exorcizaste o mal absoluto,
Mas sabemos o preço que pagaste.
Têm um preço a justiça e a liberdade,
Que nem todos nós queremos pagar,
Teu bom exemplo é de recordar,
P’la camaradagem e amizade.
Luís Graça, na Lourinhã,
na ponta mais acidental do continente europeu,
(,aqui donde se ia a Nova Iorque a pé,
há 150 milhões de anos,)
e hoje confinado, na sequência da pandemia de COVID-19
(,aqui donde se ia a Nova Iorque a pé,
há 150 milhões de anos,)
e hoje confinado, na sequência da pandemia de COVID-19
(de que Deus nos livre!),
8/5/2020
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Nota do editor:
ÚLtimo poste da série > 8 de maio de 2020 > Guiné 61/74 - P20951: (In)citações (146): Homenagem ao ex-alf mil capelão, Arsénio Puim, CCS / BART 2917 (Bambadinca, 1970/72), no seu 84º aniversário - Parte I: "A coragem de um padre que não abdicou de o ser lá onde era o seu sítio: o altar" (Abílio Machado)
Nota do editor:
ÚLtimo poste da série > 8 de maio de 2020 > Guiné 61/74 - P20951: (In)citações (146): Homenagem ao ex-alf mil capelão, Arsénio Puim, CCS / BART 2917 (Bambadinca, 1970/72), no seu 84º aniversário - Parte I: "A coragem de um padre que não abdicou de o ser lá onde era o seu sítio: o altar" (Abílio Machado)
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