sábado, 18 de julho de 2020

Guiné 61/74 - P21179: Da Suécia com saudade (77): Os Vikings, os capacetes... e os cornos (, que só aparecem em 1820 e que hoje são de plástico, "made in China") (José Belo)

José Belo
1. Mensagem de José Belo, régulo da Tabanca da Lapónia:



Date: terça, 14/07/2020 à(s) 09:58

Subject: Os Vikings...Os capacetes...Os cornos.


Caro Luís 

Estando o mundo,e não menos os Estados Unidos,a atravessar uma situação infelizmente sobre o controle de um daqueles políticos messiânicos que sempre surgem nestas ocasiões, será talvez a altura mais apropriada para esclarecer alguns leitores do blogue (sempre interessados nestas coisas civilizacionais!)quanto ao facto de os Vikings [, ou víquingues,]usarem,ou não,cornos nos seus capacetes de combate. 

Porquê misturar os States nesta Saga?

Simplesmente porque ,nos tempos mais modernos,terem sido as superproduções de Hollywood, e alguns autores de banda desenhada (também),  responsáveis pela mesma.

Sem entrarmos em profundas dialéticas quanto a costumes,necessidades,instintos sexuais dominantes da natureza humana, etc, etc, etc....e nos "etc" está sempre muito do dramático destas coisas...

Será óbvio que as prolongadas e regulares viagens destes heróis destemidos para locais sempre distantes, não só lhes traziam as riquezas e a muito cobiçada fama pessoal,como uma enorme possibilidade (estatística!) de usarem os famosos cornos, não sobre o capacete de combate mas.....por debaixo do mesmo!

Poucos,dos que profundamente se interessam por este particular da nossa cultura tão Ibérica ,terão dificuldades em compreender que as mitológicas mulheres escandinavas durante estas prolongadas e incertas viagens dos seus companheiros, não procurassem "fontes de calor". Gostei desta imagem digna de um Luciano de Castilho!

(E aqui há que relembrar os infindáveis, escuros e gelados Invernos locais que em tudo abonam em favor das virtudes femininas escandinavas.)

"Fontes de calor" certamente fáceis de encontrar entre alguns "chicos espertos" Vikings que sempre se desculpavam com a última gripe para não se ausentarem das quentes lareiras...oferecidas.

E para mais,porque andariam estes guerreiros a navegar de um lado para o outro com tão especiais capacetes, tão fáceis de serem arrancados pelos adversários nos combates corpo a corpo?

Para não referir o facto de serem recebidos com gargalhadas nos campos das batalhas na Península Ibérica,na sua tão única e original cultura sobre o assunto.

Mas facto é que os tais cornos não existiam nos capacetes vikings. Historiadores e arqueólogos estão hoje em total acordo quanto a isto.

Julga-se ter este mito surgido em 1820 com a publicação de uma coletânea de lendas Escandinavas por um artista sueco contratado para ilustrar as histórias.

Teria,erradamente, buscado fontes de inspiração nas roupas típicas de algumas tribos Celtas e Germânicas,entre as quais era comum o uso de peles e cornos de animais nas suas cerimónias ...religiosas.

Anos mais tarde este mito veio à generalizar-se quando, entre 1848 e 1874, o compositor alemão Richard Wagner escreveu uma série de quatro Óperas,  chamadas "O Anel dos Nibelungos " onde as personagens eram originárias da mitologia nórdica e apareciam em cena vestindo peles e usando elmos com cornos.

O resto? Hollywood,autores anglo-saxônicos  de bandas desenhadas,e as nossas imaginações.

A feliz imagens ficou estabelecida,para proveito das lojas de vendas de recordações turísticas em Estocolmo e Oslo, com os seus ridículo elmos de plástico barato adornados com cornos...made in China!

Um abraço do J.Belo

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Nota do editor:


4 comentários:

António J. P. Costa disse...

Tá bem, Camarada

Mas eu continuo a querer saber se os Vikings, com ou sem corno "made in China", eram ou não estudantes da Casa dos Estudantes do Império e se eram comparsas do Amílcar.

Ora investiga e diz qualquer coisa.
Um Ab. a 40º de temperatura
António J. P. Costa

JB disse...

Meu Caro Camarada Pereira da Costa

Creio compreender,e mais do que isso,atrevo- me a julgar sentir a mesma existencial angústia quanto à pergunta:
“Seriam,ou não,os Vikings membros de pleno direito da Casa dos Estudantes do Império criada em 1944 pelo Ministério das Colónias?”

Depois de extensivas ( e exaustivas) buscas documentais,tanto históricas como arqueológicas,indo mesmo ao ponto de ler no original(!) os textos (tão fáceis de acompanhar !)dos cronistas escandinavos dos anos 700/800,acabei por encontrar todas as raízes comprovadas(!) que me permitem responder cabalmente a perguntas como a apresentada,assim como às influências de Amílcar Cabral em todo o processo,assim como dos tocadores de tambores tradicionais da etnia Balanta-Brava.

Depois deste esforço épico fui obrigado a constatar que a extensão,tanto da documentação compilada como da parte jurídico argumentativa,se tornou impossível de apresentar em simples espaço de comentários.

Sou assim obrigado a apresentar ao Camarada o meu mui profundo pedido de desculpas pela involuntária demora na resposta.
Irei de imediato enviar o texto resultante desta tão importante pesquisa ao Excelentíssimo Senhor Editor deste blogue para com a sua reconhecida sabedoria editorial o analise .

Um abraço do J.Belo

António J. P. Costa disse...

Bom dia Camarada!

Eu sabia!
Aquele ar ruivo do Amílcar nunca me enganou. Fez-me sempre suspeitar de que tinha raízes profundas - ao nível do ADN - no povo viking.
Agora não tenho dúvidas: os estudantes africanos da CEI era originários da escandinava!...
Da próxima vez que se debaterem as origens da guerra entrarei com esta evidência que altera profundamente o nosso modo de ver.

O meu mais sincero obrigado aqui de Mem-Martins (região saloia, ao pé de Sintra)
Um Ab.
António J. P. Costa

Valdemar Silva disse...

Desculpem, meter-me onde não sou chamado, mas o assunto é tão ' a explicação é simples' que não aguentei sem dar uma pequena achega.
Amilcar Cabral nasceu em Bafatá, na Guiné, mas de uma família de cabo-verdianos e por isso nunca fiando haver nele muito de viking à mistura.
Segundo um estudo recente de uma bióloga portuguesa (?), a população de Cabo Verde "é provavelmente de entre os povos de raça negra os mais brancos do mundo" E esta?, estamos quase a lá chegar.
Mais uma achega. Os habitantes da ilha do Fogo são quase todos clarinhos, olhos azuis/verdes e cabelo loiro encaracolado. Há quem diga que é por causa de um francês ter por lá dado à costa no séc. XIX, mas são desculpas de quem nada percebe de vikings.
E prontos.

Ab. e saúde da boa
Valdemar Queiroz