domingo, 19 de julho de 2020

Guiné 61/74 - P21185: Efemérides (330): Faz hoje 50 anos que regressou, do CTIG, o BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70) (Fernando Calado)


O documento de passagem à disponibildiade. Cortesia de Fernando Calado




Fernando Calado (2013). Foto de LG
1. Mensagem de Fernando Calado, ex-al mil trms, CCS/BBCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70)



Data - 19 jul 2020, 15:15


Assunto . Regresso da guerra na Guiné


Caro amigo,

Faz hoje 50 anos que a CCS e outras companhias do BCaç 2852 atracaram na Rocha de Conde de Óbidos,  a bordo do "iate" Carvalho Araújo.

Um grande abraço

Fernando Calado

____________

Nota do editor:


11 comentários:

Anónimo disse...

Esse 'post' contém imprecisões:
A CCS/BCac2852 e a CCac2404/BCac2852 iniciaram a torna-viagem no dia 16Jun1970, pelo que nunca poderiam ter chegado a Lisboa no dia 19Jul1970.
De facto, aquele documento não pode ser assignado ao dia em que a CCS/BCac2852 aportou ao cais fluvial da Rocha do Conde de Óbidos, apenas à data em que aquele oficial miliciano foi passado à situação de disponibilidade: 20Jul1970.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Fernando, é pena este comentário não vir assinado... Certamente, por lapso. Mas o comentarista é capaz de ter razão. Não tenho, de momento, acesso à história da unidade e outros elementos para poder confirmar ou corrigir a data que indicas (, que será a da tua passagem à disponibilidade, e não a do regresso a casa...). O "Carvalho Araújo" devia levar cinco dias na viagem de regresso a Lisboa, pelo que deverás ter chegado a 20 ou 21 de junho de 1970...

De qualquer modo, foi há 50 anos que regressaste a casa, vivo e inteiro. Um abraço,

lembrando os nossos melhores tempos de Bambadinca, em que estivemos juntos (eu, de 18 de julho a maio de 1970...).

LG

Valdemar Silva disse...

Todo o documento é muito interessante.
Parece que o mesmo, na parte dactilografada e com a chancela da assinatura do Comdt., já estava preenchido previamente e calhando de muitos outros militares.
No resto do preenchimento à mão, que pela caligrafia parece ser uma empreitada a quem estava a jeito, a barraca deve ter sido na informação àquela de 'o que eu escrevo aqui?'.
Mas o mais interessante é o impresso ter sido feito (tipografia) para durar 10 anos (196_). !!!
E, evidentemente, não se tratando do regresso de uns barris de vinho que foram expostos a viagens por mar, o regresso do BCac2852 da guerra da Guiné não foi nenhuma torna-viagem.

Valdemar Queiroz

Anónimo disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Valdemar Silva disse...

Assignado anónimo ou, pelo tique de rectificador habitual, nem tanto assim.
Regressar da guerra da Guiné não é apenas, simplesmente ou propriamente voltar de uma viagem por mar.
Percebeu a diferença.

Valdemar Queiroz

Anónimo disse...

Ao ver o post do Fernando,lembrei-me que no meu dossier Guiné,existe um documento semelhante,da passagem à disponibilidade,preenchido por mim, em que só a data de 6 Agosto de 1972, foi escrita por outrem, além da chancela do comandante do Depósito Geral de Adidos. Passava à disponibilidade no dia seguinte. Era com este documento provisório, que passávamos à "peluda"!

Caro Luis, quanto à duração da viagem de Lisboa - Bissau, no meu caso, em Agosto 70, o lendário "Carvalho Araújo" navegou 9 dias,com uma paragem de 12H00 em Cabo Verde.

José Carvalho

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Nove dias!... Foi obra. Eu levei 5 dias no "Niassa", para lá, e outros 5. no regresso, no "Uíge"... Um abração, José.

Valdemar Silva disse...

Parece que temos um anónimo, assim assignado, que pretende criar uma espécie de balcão, plateia e geral de seguidores/comentadores do nosso blogue.
Provavelmente, serão sintomas dum velho coronavirus com falta à vacina apropriada.
E prontos.

Valdemar Queiroz

CJ disse...

> Luis Henriques, sempre igual a si próprio.
Curiosíssimos os critérios editoriais, relativos à anunciada «inteira liberdade e responsabilidade (...) respeitar as boas regras de convívio que estão em vigor entre nós; não há moderação dos comentários;».
Visitado este sítio e comentários: permitem-se e incentivam-se tricas laterais ao assunto proposto com provocações e ofensas avulsas.
Ou seja, todos iguais mas uns mais que outros...
Isso e outras "coisas", dão ao blogue uma idoneidade e credibilidade... "do caraças"!

Anónimo disse...

O Fernando Calado telefonou-me da praia de Monte Gordo (que estava às moscas, está lá a passar uns dias com mais um casal amigo, ele e sua querida Rosa, cuja “Casa do Alentejo” está a sofrer com a crise…).

Ele faz questão de confirmar a chegada do velho “Carvalho Araújo” (já em fim de vida, ainda faria mais umas tantas viagens nesse ano…), em 19 de julho de 1970, com a malta do comando e CCS do BCAÇ 2852 (Bambadinca, 1968/70)…

Chegaram de manhã a Lisboa e ele foi logo direitinhp a Abrantes, ao RI 2, com mais um camarada, no carro do amigo, posto à disposição pelo pai… Chegaram lá, e trouxeram o papel de "passagem à disponibilidade", devidamente carimbadp, regressaram a Lisboa de tarde, com o carro na “mecha”, na velha estrada nacional Lisboa-Abrantes.

Ainda há dias, almoçou o Ismael Augusto, o alf mil do pelotão de manutenção da CCS (que, em 1970, ficou em Bissau, a chefiar a comissão liquidatária, só tendo regressado mais tarde, se não erro, em setembro) e ainda o José Carlos Lopes, ex-fur mil de reabastecimentos (. Os três são membros da nossa Tabanca Grande.)

Comemoraram juntos a efeméride, os 50 anos do regresso a Lisboa em 19 de julho de 1970. O Fernando Calado tem o "filme" do regresso no T/T Carvalho Araújo todo gravado na pinha… Por uma razão muito simples: ele foi nomeado, pelo capitão de bandeira, como o comandante das tropas embarcadas, por ser o oficial mais antigo de todos os oficias das forças embarcadas…. Aliás, não havia oficiais superiores nem capitães (o Spínola tinha decapitado o comando e a CCS do BCAC 2852…). Havia um tenente, mas não era operacional, era SGE, o nosso conhecido açoriano Manuel Antunes Pinheiro, o tenente Pinhiro, o chefe de secretaria do comando do BCAÇ 2852.

O Fernando Calado, no dia da partida do T/T Carvalho raújo, atarefado com as diligências e burocracias do embarque, nem sequer teve tempo de almoçar. O capitão do navio deu-lhe autorização para em meia hora ir ao “Pelicano”, ali ao lado, comer qualquer coisa: ainda se lembra do prato, um bife de gazela com batatas fritas.

Fizeram uma paragem no Funchal, e dois camaradas ficaram em terra a curtir uma “cardina”… Feita a contagem do pessoal embarcado, faltavam dois militares… Foram encontrados a dormitar numa esplanada…

Foi, pois, uma viagem com algumas peripécias: o Fernando Calado lembra-se ainda que teve de “acalmar” vários militares da CCS que vieram com “esquentamentos” [, blenorragias,], e alguns eram casados, um inclusive tinha-se casado por procuração… O que é que iriam dizer às castas esposas que os esperavam ?

Alguns, mais desesperados, batiam com os punhos na cabeça: “Porque é que eu não fiquei em Bissau?!”... O Fernando arranjou uma solução diplomática: quando chegassem a casa, os “entrapados” contavam a verdade, e ficavam à espera que a penicilina acabasse por surtir efeito… Em suma, não era caso para se atirarem ao mar…

Enfim, ele prometeu, no regresso a Lisboa, das miniférias no Algarve, passar ao papel estas e outras memórias dessa algo rocambolesca e pícara viagem que demorou cinco dias… Aqui fica um primeiro resumo (. feita pelo editor LG)

Anónimo disse...

O mencionado Ten SGE (serviço de material - ramo armamento e munições), Manuel Antunes Pinheiro, no dia 01Jul1970, regressado da Guiné, ficou colocado na Repartição de Sargentos e Praças da Direcção do Serviço de Pessoal do Ministério do Exército: assim, de modo algum poderia ter viajado no n/m 'Carvalho Araújo', arvorado em transporte de tropas, alegadamente chegado a Lisboa em 19Jul1970.
Por outro lado, note-se que as CCaç2754 e CArt2762, 27ªCCmds e PelFox2260 embarcaram em Lisboa às 12:00 de 11Jul1970 no NTT 'Carvalho Araújo' (com escala em Cabo Verde) e desembarcaram em Bissau no dia 20Jul1970: assim, de modo algum poderia aquele navio, arvorado em transporte de tropas, ter procedido a qualquer viagem com origem em Bissau e subsequente chegada a Lisboa na manhã de domingo 19Jul1970.
Relativamente à História da Unidade BCaç2852: está disponível para consulta pública, no acervo do Arquivo Histórico Militar sob a cota PT/AHM/2/4/110.