terça-feira, 21 de julho de 2020

Guiné 61/74 - P21189: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (121): com a ajuda do José Martins (, o nosso "Sherlock Holmes"), o João Crisóstomo, a partir de Nova Iorque, acaba de reencontrar, mais de 50 anos depois, o seu camarada de Mafra, Lamego e Beja, Luís Filipe Galhardo Lopes Ponte, hoje ten cor ref


Imagem nº 1 > Lamego, CIOE, 1964, turma B


Imagem nº 2 > Lamego, CIOE, 1964, turma A

Lamego, CIOE > 1964 > Turmas A e B do curso de operações especiais: o João CRISÓSTOMO  pertencia à turma B (imagem nº 1); e o Luís Filipe GALHARDO Lopes  Ponte à turma A (imagem nº 2) 


Imagem nº 3

Excerto da carta, de 22/5/2020, do capelão militar do RI 3, Beja, padre João Diamantino, ao João Crisóstomo: (...) "Sei que portaste muito bem em Lamego, pelo Luís Filipe da Ponte que está aqui no RI 3" (...)


Fotos (e legendas): © João Crisóstomo (2020). Todos os direitos reservados [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]



1. Mensagem do nosso colaborador permanente José Martins [, ex-fur mil trms, CCAÇ 5, "Gatos Pretos", Canjadude, 1968/7o; tem mais de 410 referências no nosso blogue; vive em Odivelas; revisor oficial de contas reformado]

Date: segunda, 20/07/2020 à(s) 18:40
Subject: Mensagem ZULU: Em busca do "Luís Filipe"
Boa tarde

Tive o grato prazer de receber uma chamada do João [Crisóstomo], ontem à tarde.

Estivemos a falar o que foi extremamente agradável. 

Terminada a chamada coloquei o nome de Luís Filipe Galhardo Lopes  Ponte (*) e a pesquisa encaminhou-me para a Federação Portuguesa de  Automóveis e Karts. 

Foi piloto durante anos.

Enviei mensagem solicitando informação se se encontrava ainda ligado  àquela federação e que pedia que me contactasse. Hoje recebi indicação  do seu contacto.

Já lhe telefonei, mas não tem memória, pelo menos de imediato, do João  Crisóstomo. Esteve em Mafra e por lá ficou, continuando a tropa no  Quadro Especial de Oficiais. É tenente coronel reformado. 

O contacto do telemóvel é [...].

Espero que tenhas encontrado o homem.

Abraço, Zé Martins


2. Mensagem de João Crisóstomo [luso-americano, natural de Torres Vedras, conhecido ativista de causas que muito dizem aos portugueses: Foz Côa, Timor Leste, Aristides Sousa Mendes... Régulo da Tabanca da Diáspora Lusófona, foi alf mil, CCAÇ 1439 (Enxalé, Porto Gole e Missirá, 1965/67): vive desde 1975 em Nova Iorque],  dirigida ao Luís Filipe Galhardo Lopes Ponte, através do e-mail do seu filho Francisco Ponte:

Date: segunda, 20/07/2020 à(s) 20:50

Subject: Hello de Nova Iorque!....

 Meu Caro Luís Filipe,

Permito-me apelidar-te assim, baseado na nossa amizade de há cinquenta anos atrás: Mafra, Beja, Lamego…

Vejo que temos muito em comum, entre elas o de termos esquecido muitas coisas,  o que me sucede mais frequentemente do que eu desejaria… Neste caso porém parece que eu me lembro de mais coisas do que tu, pois nem o meu nome te lembravas já...

Mas eu nunca te esqueci, e muitas vezes me tenho dito: quero encontrar o Luís Filipe,  nunca mais esqueci o abraço (e lágrimas) que me deste (dentro do comboio) em Vila Franca de Xira, quando vinha eu do Porto para Lisboa. Tu,  ao veres-me , ficaste muito espantado e agarraste-te a mim num abraço que jamais esqueci … E que te tinham dito que eu tinha morrido na Guiné…

Bom, vamos com certeza falar mais, para já falamos pelo telefone e oxalá um dia o possamos fazer pessoalmente.

Estou neste momento um pouco apertado (tenho um encontro marcado) mas quero-te enviar aqui estão algumas fotos de que te falei (dentro do contexto duma mensagem que enviei, andando à tua procura…) 

Tu na foto do curso de  Lamego [, de operações especiais,]  estás na turma A, o 3º a contar da esquerda, na última fila, de apelido Galhardo…  A carta do P. Diamantino, que também anexo, menciona o teu nome Luís Filipe Ponte… 

Na outra foto eu estou na turma B, o 3º a contar da esquerda, na última fila...

Um grande abraço e até breve, que eu telefono-te brevemente outra vez!

João


PS - Por favor DIZ AO TEU FILHO PARA FAZER UM "REPLY" ( um simples "OK recebido" é suficiente!), para confirmar o endereço e eu ficar a saber que recebeste...

3. Mensagem do João Crisóstomo, enviada na mesma data e hora ao nosso editor:

Caro Luís Graca,

Depois do post 21079 fiquei a matutar como é que havia de consultar os Arquivos Militares mencionados pelo nosso colega José Martins. Queria dizer-lhe o meu muito, muito obrigado pelo interesse e trabalho de investigacão, mas preferia ( como sempre!) fazê-lo por telefone. Daí a minha chamada de hoje.

Sucede que ao procurar alguns documentos relacionados com a CCaç 1439, vim a descobrir também fotos, cartas, aerogramas, etc.,   que sabia ter guardado como recordações dos meus tempos da Guiné. 

 Mas,  "saído da tropa", levei estas recordações comigo para a Inglaterra, e depois andaram sempre comigo: Paris, Stuttgart, Rio de Janeiro , Nova Iorque … Todavia, com tantas mudanças e endereços,  eu pensava que se tinham já "extraviado".

Que grande satisfação ao reencontrar tanta coisa que já tinha dado por perdido!
Interrompo para te dizer que acabo de falar com o José Martins a quem pude dar pessoalmente o meu grande abraço de gratidão pela sua ajuda. Graças ao "teu/nosso" blogue e a indivíduos como ele,  conseguimos encontrar camaradas há muito tempo perdidos! (**)

Isto é melhor que o Facebook (que também tentei consultar, mas fiquei logo perdido sem chegar a parte nenhuma).

Bom, continuando: Uma das cartas que encontrei, escrita a 22 de Maio de 1965, foi-me enviada pelo P. João Diamantino, na altura capelão militar do RI 3, de Beja por onde passei e onde, saído de Mafra, "preparei" um pelotão. 

Nesta carta ele menciona o Luís Filipe da Ponte, que lhe tinha dado notícias minhas: tínhamos estado juntos e feito o "curso de Rangers" em Lamego; mas a minha memória de gato já não se lembrava disso. 

E encontrei então uma foto desse curso , onde vem um indivíduo ( na turma A, o 3º a contar da esquerda, na última fila) que até me parecia o Luís Filipe, mas o nome não condizia: era Galhardo..."Que semelhança", pensei eu. 

Mas há tanta gente parecida e já me têm sucedido situações até embaraçosas… Mas se ele fez o curso comigo … E  fui de novo à foto: reparei então que o nome "Galhardo" que identifica o indivíduo que "se parecia" com o Luís Filipe,   é um dos nomes do seu nome completo… 

Tem que ser ele!

Agora fico esperançado de ainda poder encontrar o meu camarada amigo que chorou de comoção por me "encontrar vivo", depois de lhe terem dito que eu tinha morrido na Guiné.

Ao meu "camarada salva-vidas" José Martins, peço mais um favor: mencionaste três arquivos; sabes em qual deles encontraste o Cap Luís Filipe Galhardo Lopes Ponte? 

E a quem quer que me possa ajudar … fico antecipadamente grato por qualquer dica ou ajuda em como encontrar/saber a sua morada, etc.,  etc.,  etc… Oxalá seja possível. 

A minha vida está cheia de momentos destes, de reencontros de amigos a quem a separação ocasionou a perda de contactos. E se o "perder" um amigo é sempre uma experiência traumática para mim, o reencontrá-los é sempre uma experiência exilariante.

Sei bem que isto é uma experiência que muitos de nós temos vivido e, sabe Deus, com quanta emoção também. Portanto sabem bem do que estou a falar.

A todos um grande abraço do

João Crisóstomo, Nova Iorque

_______________

Notas do editor:

(*) Vd. poste de:

10 de junho de 2020 > Guiné 61/74 - P21063: Tabanca da Diáspora Lusófona (11): Procuro, desde 1967, o Luís Filipe, que foi meu camarada, no COM, 1º turno de 1964, 3ª Companhia, 5º pelotão, EPI, Mafra... Encontrei-o na estação de caminho de ferro de Vila Franca de Xira, deu-me um grande abraço, julgava-me morto na Guiné, passámos um fim de semana no Algarve, tenho ideia que era alentejano, de boas famílias... Quem saberá o seu nome completo, e outros dados que me permitam ainda poder encontrá-lo ? (João Crisóstomo, Nova Iorque)

15 de junho de 2020 > Guiné 61/74 - P21079: Consultório militar do José Martins (51): Fontes arquivísticas para o João Crisóstomo, que vive em Nova Iorque, procurar o nome (e, eventualmente, o paradeiro) do Luís Filiipe, que foi soldado-cadete, do 1º turno de 1964, COM, EPI, Mafra: Escola Prática de Infantaria, Arquivo Geral do Exército, Arquivo Histórico-Militar, Liga dos Combatentes... Há três capitães milicianos com este nome, Luís Filipe Fernandes Tavares (BART 6524/74, Angola); Luís Filipe Rolim Oliveira (BCAV 8323/74, Angola); e Luís Filipe Galhardo Lopes Ponte (CART 3572, Moçambique)

Último poste da série > 27 de março de 2020 > Guiné 61/74 - P20780: O Mundo é Pequeno e a nossa Tabanca... é Grande (118): A COVID-19 não passará!... Felizes reencontros de 3 camaradas, que estão à distância de um clique... mas fisicamente separados e agora confinados... Falamos de: (i) José Joaquim Pestana, gravemente ferido em combate em 9/3/1970, no Xime, quando era fur mil da CART 2520, e que vive em Torre de Moncorvo, sua terra natal; (ii) José Nascimento (em Faro, a 671 km, de carro); e (iii) Paulo Salgado, amigo de infância e vizinho do Pestana, a 400 metros da sua porta...

10 comentários:

José Marcelino Martins disse...

Quando se consegue "levar a carta a Garcia" é uma felicidade.
Imagino, pelo telefonema que recebi pouco tempo depois do envio do mail com o contacto.
O João Crisóstomo exultava de alegria.
Fico feliz poe ele.
Abração!

Anónimo disse...

Pois é: "levar a carta a Garcia"...

Sobre o assunto em presença, entre as 19:57 e as 20:20 do pretérito 17Jun2020, em comentário informativo aos P21063 e P21079, publiquei:

- João Francisco Crisóstomo: em 14Set1964, soldado-cadete nº 1064/64 da EPI-Mafra, promovido a aspirante-a-oficial miliciano atirador de infantaria, colocado no RI3-Beja; em 24Jul1965, tendo sido transferido para o BII19-Funchal, promovido a alferes miliciano (contando antiguidade desde 01Nov1964); em 02Ago1965 embarcou no NTT 'Niassa' rumo ao estuário do Geba, integrado na CCac1439; em 20Set1966 agraciado com a Cruz de Guerra de 4ª classe (Op Avante 30Ago1965 Rio Burontoni / Xime); em 18Abr1967 embarcou no NTT 'Uige' rumo a Lisboa.

Procura...

- Luís Filipe Galhardo Lopes da Ponte: em 14Set1964, soldado-cadete nº 1052/64 da EPI-Mafra, promovido a aspirante-a-oficial miliciano de reconhecimento e informações de infantaria, colocado no RI3-Beja; em 25Jan1966 promovido a alferes miliciano (contando antiguidade desde 01Nov1964) e transferido para o RI1-Amadora; em 07Mai1967 mobilizado para servir na Região Militar de Angola; em 05Jul1967 embarcou em Lisboa no NTT 'Quanza' rumo ao porto de Luanda, integrado no BCac1919; em 01Dez1968 promovido a tenente miliciano (com antiguidade desde 01Dez1967); em 14Ago1969 embarcou no NTT 'Vera Cruz' de regresso a Lisboa; em 01Mai1970 promovido a tenente do quadro especial de oficiais da EPI-Mafra; em 11Jun1972, tendo sido mobilizado pelo GAG2-Funchal para servir na Região Militar de Moçambique, embarcou no AB1 com destino à BA10, como comandante da CArt3572; em 01Dez1973 graduado em capitão do QEO da EPI-Mafra; em 22Ago1974 regressou definitivamente a Lisboa; em 13Nov1974 colocado no DGA-Ajuda; em 26Nov1974 promovido a capitão do QEO; e em 25Mar1975 transferido para a Direcção da Arma de Infantaria.
Desde 1997, tem surgido em diversas provas do "Campeonato Nacional de Ralis".

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Pelos vistos e acontecidos, parece que até agora nunca ninguém tinha visto, nunca ninguém tinha lido aqueles comentários.
Ah ah ah ah !!!

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Obrigado por esta preciosa informação... Pena é o lapso: o comentário não vem assinado.

De qualquer modo, temos um precioso resumo do CV militar do camarada Luís Filipe Galhardo que o João tanto procurava, e com quem já falou e já prometeu um encontro "ao vivo", quando voltar a Portugal, o que deve poder acontecer no o próximo ano.

É um final feliz. Obrigado também ao autor deste comentário, não assinado. LG

Anónimo disse...


João Crisostomo (mensagem por e-mail)
segunda, 20/07/2929, 23:55


Caro Luís Graça,

Estas novas tecnologias por vezes não ajudam mesmo ; agora até um simples telefone, que foi sempre coisa fácil, virou problemático: novas “modernices", supostamente para benefício de rapidez, preço — e até para as pessoas se poderem ver ao mesmo tempo,--- acabam por complicar tudo: por vezes ,--- e isso tem-me sucedido muitas vezes--- estou a chamar de minha casa e do outro lado perguntam-me se estou viajando pois sou dado como estando a chamar de uma “cochichina” qualquer… ; outras vezes a comunicação perde-se; e outras vezes a qualidade é tão má que , como nos sucedeu há pouco, a única saída é tentar mais tarde… ora sucede que há coisas que só por telefone mesmo dá para contar como deve ser. Como foi o caso do “reencontro" do nosso camarada Luís Filipe. Mas uma vez que as tais novas tecnologias não nos permitiram ouvirmos-nos um ao outro como devia, sirvo-me do teclado… assim, se quiseres, até poderás partilhrar a história com os nossos camaradas. Mas a relevância ou não do caso para o blogue é critério teu.

Por mensagens anteriores contei-te como esta “batalha/investigação" para encontrar o Luís Filipe estava a correr. Depois que , graças ao nosso querido “Sherlock Homes “, mais conhecido como camarada josé Martins, comecei a fazer as combinações e a tirar conclusões que pareciam promissórias, recebi uma mensagem deste nosso camarada investigador que me deixou perplexo: depois do que me pareceu trabalho sério da sua parte, que muito agradeço, de investigações e esforços vários, tinha conseguido falar com o Luís Filipe, "mas (este) não tem memória, pelo menos de imediato, do João Crisóstomo."

Não pode ser, pensei eu… mas como já me tem sucedido tantas vezes eu ter trocado e esquecido gente… e casos houve em que outros também não me reconhecerem a mim como foi o caso dum colega de curso de Montariol , Varatojo e Leiria, o Luís Marques que agora vive no Algarve, que quando o encontrei em Nova Iorque também não me reconheceu!… apressei-me a telefonar para ver o que se passava.

E era verdade : para o meu caro amigo Luís Filipe nem o meu nome lhe vinha à memória já… mas passados minutos as nossas memórias começaram a fazer as ligações …. e depois era ele a lembrar-me pessoas e nomes que eu havia esquecido; e foi uma enxurrada de recordações dele e minhas, da minha e sua vida militar : acabou por ficar na tropa mais tempo que eu e foi parar à Madeira, e depois Angola e Moçambique… notícias de amigos e camaradas que já se foram… e tantas coisas que em momentos assim não deixam de ser mencionados senão mesmo revividos.

Acabamos por trocar endereços e promessas de nos reencontrarmos na primeira viagem a Portugal. Um encontro que espero com muita antecipação para lhe retribuir o abraço que me deu quando em 1968 me reencontrou vivo, depois de ter sido informado que eu "me tinha ficado na Guiné!

Lembro que foi numa busca semelhante, “procurando o Zagalo”, que tomei conhecimento deste blogue onde vim reencontrar tantos antigos camaradas que em outras circunstancias talvez nunca mais viesse a ver; e a fazer tantas novas amizades que agora muito enriquecem a minha vida…

Aos muitos e grandes benefícios que este blogue nos proporciona, este de ajudar e possibilitar reencontros destes é algo que só por si vale bem a pena a sua existência.

O meu obrigado ao Luís Graça , ao José Martins e a todos os que de alguma maneira se interessaram por esta busca, felizmente bem sucedida também.

Um abraço do
João Crisóstomo,
Nova Iorque

Anónimo disse...

John crisostomo
21 jul 2020 10:46


Caro Luís Graça,

São 03.45 AM, mas não te admires pois isto sucede-me frequentemente: como sabes já, durmo pouco; e gostava bem de poder dormir um pouco mais!; mas em vez de ficar na cama a contar carneirinhos, levanto-me e tento passar o meu tempo com coisas mais interessantes. Quando isso sucede, faço a minha rotina: primeiro vejo "se tenho correio” e logo tomo conta de algo que esteja pendente, se for o caso; e depois passo o resto do tempo esperando o nascer do sol entre o nosso blogue a as notícias recentes no “site “ da CNN.

Dada esta necessária explicação:

Obrigado pelo post onde relatas o meu ter reencontrado o Luís Filipe. Como adivinhou e disse bem o José Martins eu “exultava de alegria”. Como havia de ser de outra maneira?

Reparo porém num comentário de alguém (que, como notaste não se identificou, mas não deixa de merecer a minha gratidão pelo interesse pela informação dada) que se mostrou surpreso por ninguém ter visto o "comentário informativo aos P21063 e P21079,( que) publiquei".


Gostava de explicar a razão do meu lapso e poder responder a este nosso incógnito camarada , mas o fazê-lo pode parecer que estou a “botar postas de pescada” . E, se não me importo nada que as devidas e esclarecidas informações saiam a público, não tenho qualquer intenção de estúpida exibição: se há alguma coisa que não quero é dar a impressão de auto-promoção que é sempre ridículo e até só afasta as pessoas. É melhor estar calado e ser discreto, mesmo se isso implica a ‘luz debaixo de alqueire’ do que baboseiras ridículas. Por isso envio esta resposta por teu intermédio, com o pedido de que faças a devida "triagem”.Pode ser?

Vejo que o comentário/resposta ao meu pedido de informação sobre o Luis Filipe foi publicado na tarde do dia 17 de Junho. Ora o dia 17 de junho e seguintes foram dias “fora do vulgar" para mim e realmente durante alguns dias descurei consultar o nosso blogue; é que… foi nesse dia , logo de manhã, que o Papa Francisco começou a sua Audiência Geral invocando a figura de Aristides de Sousa Mendes e falando dele, no dizer de Neely Bruce. "tornou oficial para a posteridade’ o "Dia da Consciência”.

E os que ( sobretudo aqui nos USA) sabiam dos meus esforços ao longo de muitos anos pelo reconhecimento de Aristides de Sosa Mendes, especialmente os que fiz junto do Vaticano, não me deixaram tranquilo durante dias seguidos. E isso incluiu a cadeia de televisão do Vaticano, conforme podem ver neste video e segmento de notícias da “Rome Reports”:

https://www.romereports.com/en/2020/07/08/portuguese-diplomat-credited-with-largest-rescue-action-during-the-holocaus .

e a historiadora Margarida Ramalho escreveu longo artigo no “Expresso” de 18 de Junho, (Páginas 44 a 47) que me fizeram chegar há dois dias e de que copio a parte pertinente a este assunto:

"O Papa Francisco reconheceu o dia 17 de Junho —data em que o diplomata português começou a emitir vistos indiscriminadamente — como o Dia da Consciência, lembrando na sua audiência-geral o exemplo inspirador de Sousa Mendes. Este reconhecimento do Vaticano ficou a dever-se aos esforços contínuos de João Crisóstomo, um português residente em Nova Iorque , que desde há muito trabalha em prole de inúmeras causas humanitárias."

Espero que o meu/nosso camarada compreenda e me desculpe o não ter visto a preciosa informação que teve o cuidado de publicar. Vejo que ainda há pessoas que preferem fazer o bem, mas nem sequer querem deixar o nome…

Obrigado e bem hajas.
João Crisóstomo

Tabanca Grande Luís Graça disse...

João, sei como tu gostas de pegar no telemóvel e falar, à distância, com os teus amigos... Mas as tecnologias, e em especial o Whatsapp, nem sempre funcionam como a gente quer... Ontem, deu, em todo o caso, para perceber a tua alegria, comunicando-me que acabas de telefonar ao teu amigo, antigo soldado-cadete da Máfrica, e mais tarde teu camarada nos "rangers" em Lamego e aspirante miliciano em Beja...

Estão agora os dois a "tapar os buracos do puzzle da memória"...Todos temos experiências dessas, com brutais hiatos de memória de 50 ou mais anos...E é horrível quando a gente ainda se lembra da cara mas não do nome, ou nem de um coisa nem outra, de velhos condiscípulos pou amigos da infância, adolescência ou juventude...Meio século é uma eternidade para um ser humano... Oxalé continue a correr bem esse processo (, um pouco doloroso...) de recuperação das memórias comuns...

Um chicoração. Luís. Beijinhos para a Vilma.

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Já agora, João, nunca mais soubeste nada do capelão militar do RI 3, Beja, padre João Diamantino ? Será que ele foi ao Ultramar ? E, se sim, terá passado pelo TO da GUiné ?... Curiosidades... Vejo que ficaram amigos, depois de teres ido para a Madeira formar a tua CCaç 1439....

E, a propósito, sei que estás a organizar um dossiê sobre a tua madeirense CCAÇ 1439, mobilizando recursos e boas vontades várias. Bem hajas!... LG

Tabanca Grande Luís Graça disse...

João, conheces a nossa política editorial e a liberdade (total) de comentar os nossos postes, apenas com as seguintes restrições:

Os editores reservam-se, naturalmente, o direito de eliminar, "a posteriori", rápida e decididamente, todo e qualquer comentário que violar as normas legais (incluindo as do nosso servidor, Blogger/Google), bem como as nossas regras de bom senso e bom gosto que devem vigorar entre pessoas adultas e responsáveis, a começar pelos comentários ANÓNIMOS (por favor, põe sempre o teu nome e apelido por baixo), incluindo mensagens com:

(i) conteúdo racista, xenófobo, sexista, homofóbico, pornográfico, etc.;

(ii) carácter difamatório;

(iii) tom intimidatório ou provocatório;

(iv) acusações de natureza criminal;

(v) apelo à violência, física e/ou verbal;

(vi) linguagem inapropriada;

(vii) publicidade comercial ou propaganda claramente político-ideológica;

(viii) comunicações do foro privado, sem autorização de uma das partes.

... No caso do comentário a que te referes, de um leitor "anónimo", não o eliminámos por entender que a informação era relevante para ti e o leitor, certamente por lapso, não "assinou" o texto, como devia...

Em princípio, costumamos eliminar os comentários anónimos que, felizmente, são raros. Um abraço. Luís

Anónimo disse...

Entre 1961 e 1974, de tempos a tempos, para o CIOE-Lamego foram enviados inúmeros oficiais (fossem do quadro permanente, do quadro de complemento ou milicianos - designadamente aspirantes-a-oficial milicianos oriundos das respectivas Escolas Práticas das Armas) -, a fim de ali frequentar "estágios de contra-insurreição" (desde nível A1 até E4), estágios aqueles com duração média de três semanas; além de tais estágios, naquele CIOE também foram ministrados "cursos de instrutores e monitores de operações especiais", e os conhecidos "cursos de operações especiais" (por vezes erradamente designados "cursos de 'rangers'").
Não consta que algum dos acima mencionados oficiais, tenha averbada a frequência de algum "curso de operações especiais".

Anónimo disse...

João dos Santos Diamantino:
Natural do Freixial (Fundão).
Frequentou Humanidades e Filosofia no Seminário de Beja.
Em 1959 concluiu o curso teológico no Seminário Maior de Évora.
Após a ordenação sacerdotal, regressou ao Seminário de Beja onde foi prefeito, ecónomo e professor.
Posteriormente, exerceu acção pastoral nas pároquias de Santa Clara do Louredo, Trindade, Albernoa, Ervidel, Mina da Juliana e Santa Vitória.
Assistiu vários movimentos eclesiais, como por exempo Escuteiros Católicos, Cursos de Cristandade e Cruzados de Fátima.
Ingressado no serviço de assistência religiosa do Exército, na categoria de capelão militar titular, com o posto de tenente capelão, graduado, colocado no RI3-Beja; nunca prestou serviço na Guiné.
Em 25/7/1968, por ter sido nomeado para integrar o BArt2849, embarcou em Lisboa com destino à Região Militar de Angola (sector de Cabinda); dali regressou a Lisboa no dia 16/9/1970, ficando colocado na EPA-Vendas Novas.
Em 18/12/1972, já graduado em capitão, voltou a ser colocado numa unidade de reforço à Região Militar de Angola.
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Faleceu no dia 15/2/2011.
Paz à sua Alma.