quarta-feira, 1 de julho de 2020

Guiné 61/74 - P21128: Efemérides (329): "17 de junho, o Dia da Consciência", o historial de uma causa em que o mundo (, o Vaticano incluído,) relembra o exemplo inspirador do diplomata português Aristides de Sousa Mendes (João Crisóstomo, Nova Iorque)




Carta de 5 de dezembro de 2018, do secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin,em resposta ao João Crisóstomo.




Carta de João Crisóstomo, para Sua Santidade o Papa Franscisco, com data de 3 de abril de 2019



Fotos (e legendas): © João Crisóstomo (2020) Todos os direitos reservados. [Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]




1. Mensagem do João Crisóstomo [, aqui na foto com o Secretário de Estado do Vaticano, cardeal  Pietro Parolin, em agosto de 2017]

Date: sábado, 27/06/2020 à(s) 17:56

Subject: Historial do 'Dia da consciência"


17 de Junho :  Historial do "Dia da Consciência"

por João Crisóstomo

 Conhecedores do meu envolvimento  neste assunto, alguns amigos têm-me sugerido, com insistência, que,  para esclarecimento dos interessados mas menos informados no nosso grande humanista Aristides de Sousa Mendes, eu faça um resumo, um historial,  de como se chegou a este feliz momento  de vermos o dia  17 de Junho  aceite  pelo papa Francisco como "Dia da Consciência"  e o reconhecimento deste  nosso herói pelo Vaticano. 

É isso que me proponho fazer, sem ridículas intenções de qualquer autopromoção, mas também sem pretensões de falsa modéstia.

Não vou  fazer um historial do  reconhecimento de Aristides de Sousa Mendes em geral, mas vou-me cingir ao que directa ou indirectamente está relacionado com o "Dia da Consciência".

 O acaso, se tal existe, levou a  que uma pessoa amiga em 1996 me falasse  de Aristides  como meio de melhor me envolver no assunto de Timor Leste. Vinte e um anos mais tarde seria o  meu envolvimento com Timor Leste  que me  ajudaria   no caso de Aristides de Sousa Mendes.  

Até esse  ano de 1996, Aristides de Sousa Mendes era para mim um herói desconhecido.  No momento, contudo, em que o conheci e me apercebi da sua grandeza, decidi fazer o possível para acabar com  este geral desconhecimento deste nosso grande humanista.

Já no ano 2000, na grande exposição,  "Visas for Life", nas Nações Unidas,  Aristides de Sousa Mendes foi o  diplomata de destaque neste evento e  o dia de abertura oficial foi propositadamente escolhido para coincidir com o dia do aniversário  da   sua morte. 

Acrescento que o filme documentário " Diplomats for the Damned",   do History Channel [. Canal História],  teve de ser refeito - e assim aconteceu - para incluir com o maior destaque o nosso herói que havia sido "esquecido". 

Nesta altura  vim a saber que, para honrar Aristides de Sousa Mendes, o 17 de Junho  tinha sido  o dia escolhido para  a  inauguração  de uma estátua e uma  praça com o seu nome em Bordéus,França.  

Fazia  sentido, pensei eu: foi esse o dia em que o cônsul Sousa Mendes mostrou o que era e que fez dele  o modelo  e a inspiração que iria a ser para todos os que viriam no futuro a ter dele conhecimento. A partir desse dia,  foi essa a data e essa a vertente  a que comecei a dar maior destaque nos vários eventos que ia promovendo para apresentar Aristides de Sousa Mendes.

 Entre estes  devo salientar os acontecimentos levados a efeito em 2004. Porque Aristides era católico e  explicou o  seu procedimento como  tendo sido motivado  pela sua consciência de cristão, tentei dar a vertente católica a estes acontecimentos. 

Juntei-me à International Raoul Wallenberg Foundation  (pois a Fundação Sousa Mendes US só viria a aparecer em 2010/11) e entre as muitas dezenas de acontecimentos nessa semana de Junho de 2004, 34 desses foram missas, celebradas na maioria pelos  prelados máximos   em 22 países mundo fora.

Esta  era também uma maneira mais eficiente de dar a conhecer o nosso herói, pelo elevado número directo de pessoas a ouvir falar dele, como pela cobertura mediática, como felizmente aconteceu.  

Em 2010 celebrávamos os 70º aniversários da capitulação da Fança na II Guerra Mundial e o desse  acto corajoso de salvamento de refugiados por Aristides de Sousa Mendes, cônsul de Portugal em Bordéus.  

De novo houve celebrações em vários países,  e da mesma maneira que tinha sido feito em 2004 - em que o Senhor Cardeal Don Renato Martino tinha presidido a uma missa solene na Basílica de Trastevere - eu pedi e teve lugar uma concelebração de quatro cardeais em Roma para lembrar  a acção do antigo cônsul de Portugal em Bordéus. 

Essas  missas eram pedidas sob o tema de agradecimento ao Senhor por nos ter dado o exemplo inspirador de Aristides de Sousa Mendes e  outros, especialmente o diplomata brasileiro Luis Martins de Sousa Dantas,  de coragem e humanismo  gémeos dos de Aristides Sousa Mendes.   

Esta concelebração em Roma  foi notícia  espalhada pelo mundo pela Agencia Zenith, e eu achei que era uma boa altura para  pedir ao Vaticano, na pessoa do Sr. Cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado, que declarasse  17 de Junho  como o "Dia da Consciência".  

Esta expressão "Dia da Consciência" - e não "Dia da Desobediência" ou "Dia de Acção de Graças" - foi escolhida e resultou duma conversa telefónica com Mariana Abrantes que ma sugeriu como mais  apropriada. E em boa hora o fez. A partir daí foi sempre como "Dia da Consciência" que  se ficou a chamar o dia 17 de Junho. No mesmo ano, no Canadá, o "Dia da Consciência" foi apresentado no Parlamento pelo  representante federal Mario Silva que  introduziu  uma resolução nesse sentido.

Entretanto, esta primeira carta/pedido ao Vaticano não teve qualquer resposta. A chegada do papa Francisco e do novo Secretário de Estado deu-me esperanças de que o meu pedido  tivesse melhor recepção e em 2014, depois de me ter aconselhado com Sua Eminência Cardeal Renato Martino, decidi tentar de novo, desta vez em carta  de 6 de Março endereçada  directamente  ao Papa Francisco.

Para surpresa minha  esta carta, mesmo registada,  perdeu-se  no correio. Explicaram-me   que tinha sido enviada por engano para a  Inglaterra… e por mais voltas, queixas  e insistências minhas, nunca foram capazes de a encontrar.  Decidi enviar outra carta e a esta também não recebi resposta, pelo que pedi então mais uma vez o auxílio de  Sua Eminência Cardeal Renato Martino que, em email de 11 de Abril de 2014, me instruiu para mandar a carta para ele e que ele garantia a entrega  da carta no seu destino.  

Quando chegou Junho, eu ainda não tinha qualquer resposta. Consegui o  número  de telefone de Monsenhor Peter Wells, assistente do Secretário de Estado,  a quem consegui chegar. Contactei-o por email a 2 e a 10 de Junho. Como nada resultava,  pedi ao Sr. Cardeal Renato Martino que lhe desse uma chamada telefónica: com certeza que ele daria mais importância a uma chamada dum Cardeal  do que todos os telefonemas  e emails meus…. Mas a resposta desejada sobre o 17 de Junho não chegou. Chegou, contudo,  a explicação de que a minha carta tinha chegado  atrasada demais para poder ser considerada.

Em Julho desse ano o Supreme Court of USA  [, o Supremo Tribunal dos EUA,] decidiu em favor de "direitos de consciência" dos indivíduos  e eu, satisfeito com essa decisão, aproveitei para contactar Monsenhor  Peter Wells e preparar o terreno para o ano  seguinte. A 7 de Julho perguntava se devia enviar a carta imediatamente. Que não, que devia esperar uns meses e enviar a carta apenas uns meses antes "just a few months before, lest it fell in the cracks". 

  A 17 de Janeiro 2015, enviei então nova carta  por  ocasião da celebração do 75º aniversário da ocupação da França  e do acto humanista do então cônsul de Portugal em Bordéus. Num email para Monsenhor Peter Wells informei-o que  a carta tinha já passado por Milão e "is currently in transit to the destination". 

A 23 de Fevereiro, Monsenhor Peter Wells informava-me que as minhas cartas tinham chegado ao escritório do Papa Francisco. Mas "Ele está em retiro e com certeza que me  darão a sua resposta quando voltar". Mas nada sucedeu. A 15 de Março  "lamentava" não ter notícias para me dar, mas que me daria conhecimento se houvesse alguma novidade.

No dia seguinte,  em  carta postal só  chegada no fim do mês,  deu conhecimento da sua chegada, mas que "devido à agenda litúrgica de Sua Santidade não era possível responder afirmativamente ao meu pedido". 

Foi nesta altura que tive conhecimento de que o Vaticano tinha tido um outro contacto relacionado com Aristides de Sousa Mendes: João Correa  recebeu uma carta acusando a recepção do seu livro "Sousa Mendes, le Consul de Bordeaux"  que o autor lhes tinha enviado. 

Em Julho de 2013 fui, turista,  a Roma  com a minha esposa e aproveitei para fazer algumas visitas. Uma das que eu tencionava fazer era a Monsenhor Peter Wells. Mas, entretangto, ele tinha sido nomeado Níncio na África do Sul  onde já se encontrava. Em 2018, foi um dos Núncios (junto com Don Celestino Migliore, em Moscovo), que participaram  nas celebracões de 17 de Junho desse ano. 

 Em Agosto de 2017, ao verificar que as crianças nas montanhas de Timor Leste precisavam de ajuda, resolvi enviar uma carta ao papa Francisco pedindo-lhe uma carta de apoio pois,  pensava eu, com uma carta sua de apoio a causa das crianças esquecidas  seria ouvida com mais atenção. 

Dias depois, recebi um telefonema do Vaticano, de que Sua Eminência Cardeal Pietro Parolin queria saber mais detalhes sobre esta minha carta e instruia-me a ir  falar com ele ao Vaticano. Sua Eminência  estava sobremaneira interessado no assunto de Timor, mas manifestou o seu interesse também sobre Aristides de Sousa Mendes de quem falei, argumentando  eu que o seu exemplo era inspirador e devia ser conhecido como meio de despertar as consciências no mundo confuso em que vivemos.  

No ano seguinte, numa carta em que o assunto de Timor era tema principal, Sua Eminência  não deixou de me informar ter celebrado a missa de 17 de Junho com a sua intenção.

 Esta foi uma oportunidade que eu  não podia  deixar de aproveitar. E, conhecedor, agora, que a sensibilidade do Papa Francisco era partilhada  de igual maneira pelo seu Secretário de Estado, em Janeiro de 2018 pedi a sua participação na celebração de 17 de Junho, que eu, como em anos anteriores,  tencionava coordenar em muitos países simultaneamente,  como uma ocasião para lembrar "everyone in the world  of the need to follow one's conscience".  

Para  que o Vaticano  compreendesse  o muito interesse do que eu  expunha, eu assinei esta carta não só em meu nome, como coordenador do projecto 'Dia da Consciência,  mas em nome de várias organizações, a quem contactei nesse sentido, nomeadamente IRWF, LAMETA, Sousa Mendes Foundation US, Observatório internacional de Direitos Humanos, Fundação Aristides de Sousa Mendes - Portugal, e o Comité de Homenagem a Aristides de Sousa Mendes em França. 

O facto de o mundo atravessar uma crise moral de grandes proporções como todos sabemos e sentimos  é  facto que  não podia ser esquecido como argumento. O mundo precisa realmente de algo que o faça despertar para evitar um cataclismo do qual dificilmente o mundo sobrevirá. 

A 3 de Abril de 2019, dia do aniversario da morte de Aristides, seguia nova carta  ao Papa Francisco em termos bem explícitos  e angustiantes: 

"Today's world seems to be getting out of control everywhere"… "I am coming to ask for your blessing and support … to awaken people's conscience and to call to action our duty to abide by it, to stop what seems  a run to madness... Reminding the world of the week of June 17 1940 and of Aristides de Sousa Mendes could be this catalyst... The world needs this … and the Catholic Church could be the one promoting and encouraging this "conscience awakening". 

[Tradução para português: "O mundo de hoje parece estar a ficar fora de controle em todos os lugares. (...) Venho pedir sua bênção e apoio ... para despertar a consciência das pessoas e chamar à ação o nosso dever de cumpri-la, para parar o que parece ser uma corrida para a loucura. .. Lembrar ao mundo a semana de 17 de junho de 1940 e o exemplo Aristides de Sousa Mendes podendo ser esse o catalisador ... O mundo precisa disso ... e a Igreja Católica pode ser ela a promover e incentivar esse 'despertar da consciência' "]

Numa carta posterior,  a 17 de Junho de 2019, para Sua Eminência Cardeal Pietro Parolin, continuei perseverante lembrando que "Dire situations...  demand equivalent/appropriate measures" e  pedia o favor de uma resposta para as minhas cartas.

Sua Eminencia não deixou de me ouvir. A 11 de Setembro  o seu assistente, em vésperas de partir para novo posto,  enviou-me uma mensagem  dando-me  a conhecimento  que o assunto das minhas cartas não estava esquecido: 

"Cardinal Parolin has asked me to reply on his behalf to your letters, sent over the course of the last months, to assure you that your proposal regarding the "Day of Conscience" is currently under study."

[Tradução para português: "O cardeal Parolin pediu-me para responder em seu nome às suas cartas, enviadas ao longo dos últimos meses, para lhe garantir que a sua proposta sobre o 0Dia da Consciência', está atualmente em estudo."]

  Eu tentava  alimentar este propósito para que o  assunto não  arrefecesse. A 4 de Fevereiro de 2020 o processo de " impeachment" de President Trump ofereceu-me uma oportunidade de lembrar a Sua Santidade e a Sua Eminência o quanto este assunto era relevante e oportuno: 

"Today was a remarkable and historical day: In the Senate of USA, during the trial of President Donald Trump, senator Mitt Romney  who in  previous elections was the Presidential candidate for the Republican Party, taking the floor invoked his  duty to Our Lord above all other considerations to  follow his conscience  and casted a courageous dissent  vote, instead of abiding by the dictates of his party..."  

[Tradução para português: "Hoje foi um dia memorável  e histórico: no Senado dos EUA, durante o julgamento do presidente Donald Trump, o senador Mitt Romney, que nas eleições anteriores [de 2012]  tinha sido o candidato presidencial pelo Partido Republicano, ao tomar a palavra invocou p seu dever, para com  Nosso Senhor acima de todos os outros considerações,  de seguir a sua consciência e deu um voto de dissidência corajoso, em vez de respeitar os ditames de seu partido ... "]

 Mais tarde, a 22 de Março,  recebia um outro email de Sua Eminência:

"Sorry for not giving any reply to your numerous letters, the last of which you sent at the beginning of last February,  about the Day of Conscience project" (...). Unfortunately, the project has not been studied yet by our Office,..  I hope to be able to send you a definite answer without further delays.  I apologize for this inconvenience and I rely on your understanding. May God bless you.  Have a good Sunday! Pietro Parolin".  

[Tradução para português: "Desculpe por não responder às suas numerosas cartas, a última das quais  enviada  início de fevereiro passado, sobre o projeto do Dia da Consciência" (...) Infelizmente, o projeto ainda não foi estudado pelo nosso gabinte...  Espero poder lhe enviar uma resposta definitiva sem mais demoras. Peço-lhe  desculpas por esse inconveniente e confio na sua compreensão. Que Deus o abençoe. Tenha um bom domingo! Pietro Parolin ".]

Finalmente, no dia 17 de Junho de 2020,  o Papa Francisco começava a sua Audiência Geral  lembrando  17 de Junho  como  o "Dia da Consciência" e o exemplo inspirador do diplomata português Aristides de Sousa Mendes. 

Foi muito gratificante  verificar que tudo valeu a  pena.  E mais ainda será  se em consequência e seguimento de tudo isto  houver  um esforço continuado e  perseverante para um despertar de consciências para os muitos problemas que afligem o mundo de hoje.  Se assim suceder,  esse  será o maior e melhor  legado de Aristides de Sousa Mendes para cada um de nós e para o mundo inteiro.

João Crisóstomo, Nova Iorque

3 comentários:

Tabanca Grande Luís Graça disse...

João, o Aristides de Sousa Mendes honra-nos a todos, enquanto seres humanos, independentemente da nacionalidade, da religião, da ideologia, do grupo étnico, etc.. Honra-nos e redime-nos das nossas misérias, fraquezas, tibiezas, cobardias...

Tu honras-nos por seres nosso camarada, membro da Tabanca Grande,  e seres um homem generoso, solidário, voluntarioso...

Já to tenho dito: nunca serias um bom diplomata, mas tens feito mais do que muitos deles, pela Pátria que te viu nascer.

És batalhador, persistente, mas impaciente (, pelo que não jogas xadrez, tanto quanto sei)... Vejo os diplomatas a trabalhar na sombra... Tu levas tudo à frente, se o Vaticano não vem até ti, tu vais até ao Vaticano...

Trocando por miúdos, tens a benção de Deus para as tuas/nossas boas causas...

Fico também feliz por ti e pela tua Vilma e por todos aqueles que são teus amigos do peito.

Chicoraçao. Luis, em Candoz.  

Henrique disse...

Caro Crisóstomo, sei bem que és um homem de causas e só desejo que tenhas força para continuar. Grande abraço, Henrique Matos

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Henrique, mas não ficava mal às gentes da nossa terra reconhecer o trabalho que o João e outros portugueses da diáspora (, incluindo os teus/nossos açorianos e madeirenses) fazem pelas boas causas lusitanas: no caso do João, as pinturas rupestres de Foz Coa, Timor Leste, Aristides Sousa Mendes... são apenas 3 das causas mais emblemáticas em que o nosso camarada (e amigo) andou metido...

Esse reconhecimento público já foi feito por vários países como o Canadá, Israel, EUA, Vaticano, Timor Lesre... não falando de organizações internacionais... Mas ainda não vi nada por nossos poderes públicos em Portugal... O João não ofusca ninguém nem tira o emprego a ninguém, muito menos aos nossos diplomatas...

Mas temos que reconhecer que ele é um bom "lobista", só que neste caso o seu "grupo de interesses" é a Nação Portuguesa, é a Lusofonia, é a Humanidade, são os nossos valores civilizacionais... O João não pede nada para si, mas aos seus amigos não fica mal trazê-lo, de vez em quando, para as luzes da ribalta... O reconhecimento dos outros reforça a nossa motivação. Luís