quinta-feira, 6 de maio de 2021

Guiné 61/74 - P22176: Depois de Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74: No Espelho do Mundo (António Graça de Abreu) - Parte III: Chengdu, província de Sichuan, China, c. 2005. Aqui nasceu Deng Xiaoping (1904-1997), o sucessor de Mao Zedong (1893-1976)...Mas também o maior poeta chinês, Li Bai (séc. VIII)



Foto nº 1 > China >  Sichuan > Chengdu >  Base de Pesquisa de Reprodução do Panda Gigante de Chengdu
 


Foto nº 2 > China >  Sichuan > Chengdu  > A estátua de Mao Zedong


Fpotonº 3 > China > Sichuan > Chengdu > Centro histórico


Fotos (e legendas): © António Graça de Abreu (2021). Todos os direitos reservados.[Edição e legendagem complementar: Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. C
ontinuação da  série  "Depois de Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74: No Espelho do Mundo" (*), da autoria de António Graca de Abreu [, ex-alf mil, CAOP1, Canchungo, Mansoa e Cufar, 1972/74: escritor e docente universitário, epecialista em língua, literatura e história da China; natural do Porto, vive em Cascais; é autor de mais de 20 títulos, entre eles, "Diário da Guiné: Lama, Sangue e Água Pura" (Lisboa: Guerra & Paz Editores, 2007, 220 pp); viajante compulsivo com duas voltas em mundo, em cruzeiros, é casado com a médica chinesa Hai Yuan, natural de Xangai, e tem dois filhos dessa união, João e Pedro; membro da nossa Tabanca Grande desde 2007, tem mais de 270 referências no blogue]


Chengdu, província de Sichuan, 
China,c. 2005


A província tem o tamanho da França. Aqui veio nascer o pequeno Deng Xiaoping, que lançou às urtigas as excelsas virtudes do socialismo radical de Mao Zedong e pôs o império a prosperar, bafejado pelas brisas galopantes do capitalismo inteligente.

A este vastíssimo planalto entre mil montanhas, um dos celeiros da China, chegou há catorze séculos um rapaz, o maior poeta da China, de nome Li Bai, que por aqui espadeirou contra inimigos de ocasião, aqui amou pela primeira vez, aqui se fez homem, e fala de Chengdu, capital de Sichuan, como 锦城 Jincheng, a "cidade do Brocado" e de infindáveis prazeres. 

Até Bertoldt Brecht, que veio um dia à China, entendeu e escreveu sobre o teatro do mundo na sua A Boa Alma de Sichuan.

Nas estadas em Chengdu, no calor do Verão, caminhar pela cidade velha, com casas de dois sobrados de madeira e empenas trabalhadas, as gentes a comerem em mesas improvisadas, na rua, sentadas em cadeirões de bambu, bebericando chá, um cigarro ou um cachimbo na ponta dos lábios, jogando cartas, weiqi ou mahjong.

Avanço para a reserva florestal de Wulong, tenho os pandas à minha espera. Porque sou estrangeiro e pago mais uns yuans, sou autorizado a entrar sozinho no recinto dos pandas e a dar uma maçã a um deles. Faço uma festa na cabeça do pacífico e ternurento animal, e tiram-me o retrato.

[ Texto enviado em 28 de abril último ]

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Nota do editor:

(*) Postes anteriores da série:

2 comentários:

Anónimo disse...

Viva António Graça,ainda há alguém a falar o dialecto de Chengdu, ou são obrigados a falar mandarim?Os mais velhos em 1998/99 ainda usavam o dialecto, passados estes vinte vinte e um anos alguma coisa mudou?
Abraço
Carlos Gaspar

Anónimo disse...

Ah!Pelo menos o facto de ser estrangeiro e desde que se abra os cordões à bolsa continua na mesma como então.O que não pesava muito na nossa bolsa.
Carlos Gaspar