segunda-feira, 14 de junho de 2021

Guiné 61/74 - P22280: (De)Caras (171): Manuel Maurício, fur mil, chefe da equipa do BENG 447, que fez a construção das instalações do aquartelamento de Dulombi, ao tempo da CCAÇ 2700 (1970/72)


Foto nº 1 > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Dulombi > CCAÇ 2700 (1970/72) >  "O pessoal nativo contratado para as obras. Nesta foto podem ver-se 22 elementos trabalhadores nativos, uns pedreiros e outros serventes. Ainda se visualizam 2 elementos brancos, talvez o soldado Franco e o 1º cabo Domingos Pires."
 


Foto nº 2 > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Dulombi > CCAÇ 2700 (1970/72)  >  Os serventes, recolhendo areia para um Unimog."

Foto nº 3 > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Dulombi > CCAÇ 2700 (1970/72) > Os pedreiros, rebocando as paredes de uma caserna, com a supervisão do Maurício. Em 1.º plano encontra-se o Vítor Rodrigues."



Foto nº 4 > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Dulombi > CCAÇ 2700 (1970/72) >  10 de dezembro de 1970 > "Em primeiro palno o furriel Maurício. Ao fundo, a construção do edifício dos Comandos. Os pedreiros já levantaram as paredes e os carpinteiros trabalham na construção do telhado"



Foto nº 5 > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Dulombi > CCAÇ 2700 (1970/72) > "Uma caserna em construção"... Não há guindaste, e os andaimes são improvisados...



Foto nº  6 > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Dulombi > CCAÇ 2700 (1970/72) > Construção da messe. O soldado Franco e o furriel Maurício.


Foto nº 7 > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Dulombi > CCAÇ 2700 (1970/72) > "O Maurício, agarrado ao 'aguadeiro' da obra,  e tendo a seu lao, de pé, o condutor Calado. Veem-se também blocos da obra e um aspecto da tabanca ao fundo”.


Foto nº 8 > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Dulombi > CCAÇ 2700 (1970/72) > "O Maurício sobre um abrigo,  vendo-se ao fundo a construção de uma caserna".... O teto era feito de troncos de cibe, assentes sobre bidões cheios de terra...


Foto nº 9 > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Dulombi > CCAÇ 2700 (1970/72) > "Acidente no trabalho: a equipa de enfermagem, constituída pelos enfermeiros Santos e Cunha, entram em acção. O condutor Rodrigues assiste ao tratamento. A vítma: o furrile Maurício".



Foto nº 10 > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Dulombi > CCAÇ 2700 (1970/72) >  Descascando batatas: da esquerda para a direita, cozinheiro Machado, "Bolinhas", cozinheiro Torre, cozinheiro Euclides, desconhecido, furriel Maurício, Terraço e Miguel Teixeira"



Foto nº 11 > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Dulombi > CCAÇ 2700 (1970/72) > "O Maurício colocando carta ou aerograma ma caixa do correio".


Foto nº 12 > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Dulombi > CCAÇ 2700 (1970/72) > "Maurício e Leandro"



Foto nº 13 > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Dulombi > CCAÇ 2700 (1970/72) > "Os furriéis Maurício e Barbosa em ameno passeio de jipe".



Foto nº 13 > Guiné > Zona leste > Região de Bafatá > Dulombi > CCAÇ 2700 (1970/72) >  29 de janeiro de 1971 > Local: instalações sanitárias... Em dia deanos , o Maurício, à esquerda com o comdutor Luís Maria; do lado direito, o Vieira e "Fafe" assistem...

Fotos (e legendas). © Manuel Maurício (2014). Todos os direitos reservados.[Edição e legendagem complementar: Fernando Barata / Blogue Luís Graça & Camaradas da Guiné]


1. O Fernando Barata, ex-alf mil inf,  CCAÇ 2700 (Dulombi, 1970/72), nosso grã.tabanqueiro da primeira hora, coimbrão, criou em 2007 (e tem mantido até hoje, sempre ativo e produtivo) o blogue CCAÇ 2700 - Dulombi (1970/72). Está associado ao nosso blogue, que acompanha diariamente.

Foto à esquerda: 2013, aos 65 anos. De seu nome completo, Fernando Manuel Madeira Mendes Barata, foi o comandante do 2.º Pelotão. Natural de Canas de Senhorim (concelho de Nelas, ainda...), vive em Coimbram, desde que passou à "peluda".  Trabalhou na Rank Xerox, Quintino Velho - Desp. Oficiais, Comissão de Coordenação da Região Centro. É licenciado pela Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra.  ]
  
 
É um caso extraordinário de dedicação, persistência e camaradagem. São raros os exemplos, na Net, de longevidade de páginas e blogues, nas redes sociais, dedicados a uma unidade ou subunidade que tenha passado pelo CTIG... Houve um "boom" de criação de blogues, a seguir ao aparecimento do nosso (em 2004)... Mas, passados uns tempos, o entusiasmo e a curiosidade vão definhando, a maior parte das vezes por falta de colaboração (em textos, fotos e outros documentos) do pessoal. 

Em 15 anos, o Fernando Barata (com o seu coeditor  Ricardo Lemos, ex-fur mil mec) publicou até 839  postes. No ano em curso, foram 35, Considerando osúltimos 14 anos dá  uma média anual de 57,4 postes (Mínimo, 37 em 2016: máximo, 136, em 2012). Em suma, são cerca de 5 postes por mês. Só é pena que o blogue não tem uma lista de descritores ou marcadores, de modo a facilitar a pesquisa.



Manuel S. Maurício, ex.fur mil, BENG 447 (1970/72).
Professor do ensino básico reformado. Vive na Ericeira, Mafra.
É da colheita de 1948,faz anos a 29 de janeiro, É um "dulombiano",
por adoção.
  
2. Há dias chamou-nos a atenção a história da construção do aquartelamento de Dulombi, ao tempo da CCAÇ 2700. Com a devida vénia aos editores e ao autor das fotos  (Manuel Maurício, ex-fur mil, BENG 447, Bissau  Dulombi, 1970/72), vamos reproduzir parte do poste P473, de 18 de agosto de 2013, editado pelo Fernando Barato (*), dado o seu interessante documental, mas também em homenagem aos nossos anónimos 'engenheiros' que fizeram o seu melhor para nos dar algum conforto e segurança nos nossos 'resorts turísticos'...


O Maurício chegou a Dulombi no dia 17 de Junho de 1970 com a missão de construir o aquartelamento de Dulombi, projectado com duas casernas, um edifício de comando, um depósito de géneros, um refeitório, uma messe, uma central eléctrica, quatro postos de sentinela mais conhecidos por torreões, assim como o saneamento básico,  incluindo fossa séptica com três compartimentos. 

Quando chegou a Dulombi já lá se encontrava o soldado Franco,  pertencente ao Batalhão de Engenharia, o BENG 447, o qual já tinha dado início às construções, visto que uma cópia do projecto do aquartelamento já se encontrava na nossa Companhia, a CCAÇ 2700.

O soldado Franco era um militar oriundo do Algarve e estava a cumprir a 2.ª Comissão devido a problemas disciplinares por ter tido um grave acidente com uma viatura do exército. Tendo sido condenado a prisão militar, esta foi substituída por uma segunda Comissão. Na altura deveria ter cerca de 27 anos e era pedreiro, como profissão militar.

 Chegado a Dulombi, o Maurício deu início efectivo a todo o projecto, recrutando pessoal nativo. Este pelotão de pessoal nativo era constituído por cerca de 20 a 40 indivíduos, dependendo das necessidades temporais. Havia duas classes de contratados: os serventes e os pedreiros

Os serventes tinham como missão retirar areia e cascalho das proximidades de Dulombi, fazer os blocos para a construção de edifícios e ajudar os pedreiros nas suas tarefas. Era um trabalho árduo e mal pago. Ganhavam cerca de 30 pesos por dia (equivalente a 27 escudos da metrópole, a preços de hoje, cerca de 8 euros).

Os pedreiros eram os operários melhor remunerados. Tinham como missão construir os edifícios erguendo as paredes, fazer o chão, executar a rebocagem com massa das casernas e outros edifícios, entre outras funções especializadas. Ganhavam entre 40 (=36 escudos) a 60 (=54 escudos) pesos por  dia (10,6 e 15,9 euros, respetivamente), conforme a sua experiência. Os valores mensais pagos aos nativos eram definidos pelo Maurício. 

De salientar que o Maurício dependia directa e hierarquicamente do Batalhão de Engenharia 447, através do alferes da Zona. O batalhão de Engenharia foi criado em 1 de Julho de 1964, como unidade da guarnição normal da Guiné, tendo integrado todos os elementos de engenharia existentes na Guiné, nomeadamente a Companhia de Engenharia 447, mobilizada no Regimento de Engenharia 1 (Pontinha – Lisboa), que era constituída por, além do Comando, 1 Pelotão de Equipamento Mecânico, 2 Pelotões de Sapadores e 1 Pelotão de Pontoneiros, sendo este pelotão que garantia a ligação fluvial por barco em diversos pontos. 

O BENG 447 destacou elementos para colaborar na execução e/ou reparação das estruturas de aquartelamentos (edifícios, electrificação, depósitos de água), construção de estradas e formação de pessoal local nas especialidades de pedreiro, carpinteiro, canalizador, electricista e operador de máquinas de terraplanagem. Foi extinto em 14 de Outubro de 1974 com a entrega das instalações e equipamento. 

O Manuel Maurício tinha como funções: 
  • Requisitar pessoal
  • Estipular vencimentos, que eram pagos através da secretaria de Dulombi
  • Coordenar todo o trabalho inerente às obras
  • Requisitar materiais e ferramentas
 O furriel Maurício era coadjuvado pelo 1.º cabo Domingos Manuel Pires que, além desta função, exercia as funções de carpinteiro. O Manuel Maurício desembarcou em Bissau no dia 14 de Junho de 1970, seguindo para Dulombi passados três dias. Permaneceu em Dulombi até finais de Outubro de 1971, regressando à base, o Batalhão de Engenharia, aquartelado em Bissau. Regressou à Metrópole no dia 12 de Julho de 1972. (**)

[ Seleção, revisão e fixação de texto, para efeitos de edição deste poste P22280:  LG]
_____________

Notas do editor:

(*) Vd. Blogue CCAÇ 2700 - Dulombi (1970/72) > 18 de agosto de 2013 >  P473: Relíquias fotográficas do Manuel Maurício

6 comentários:

Anónimo disse...

Luis foi mesmo na hora, aqui temos mais um nascido a 29 de Janeiro, o Manuel Mauricio do BENG 447, e Dulombiano por adopção.!!!
Já somos 3 nascidos a 29 de janeiro - 43, 47, 48. Falta de 44,45 e 46.
Ainda há dias enviei um link da CC2700 para um familiar do meu genro André. Ele é pai da mulher do irmão de Canelas.
Chama-se Victor Vera, era Ranger nesta Companhia, é do Geres, Transmontano e uma das pessoas que me está a motivar lançar as fotos da minha visita a Lamego, que acabarei hoje ou amanhã.
Ainda não o conheço, mas a filha deu-me o nome do local, e o nº da Companhia.
Parece que não gosta muito de falar desses tempos, mas não o conheço e vou mandar-lhe um link deste Poste.
Se alguém o conhece pode mandar aqui um comentário que eu faço lá chegar.

Afinal esteve bem perto do local onde eu próprio estive, zona de Bafatá, Nova Lamego, e estamos em Dulombi, um local aqui tão falado.

Agora o nosso amigo Mauricio pode dizer mais qualquer coisa, vamos ver se puxamos o Victor para o nosso Blogue.

Vamos falando,
Abraço virtual do
ex-Alferes Miliciano do SAM, Nova Lamego 1967/1968, e São Domingos 1968/1969.

Virgilio Teixeira



Anónimo disse...

Chama-se Victor Vera, era Ranger nesta Companhia,

correcção,

VICTOR VERAS

As minhas desculpas,

Virgilio Teixeira

Tabanca Grande Luís Graça disse...


Luís Graça:


Virgílio:

Aqui tens o teu/nosso homem...Recebi as tuas mensagens sobre o CIOE. Ab, Luís

______________

Do blogue do Fernando Barata (CCAÇ 2700 - Dulombi, 1970/72):


(...) "terça-feira, 3 de abril de 2012 P344:RELÍQUIAS FOTOGRÁFICAS DO VICTOR VERAS

Victor Barroso de Veras, ex-soldado atirador do 2.º pelotão, sob o comando do alferes Barata, mora em Covelo do Gerês, Montalegre. (Covelo do Gerês é uma freguesia do concelho de Montalegre, com 10,51 km² de área).

O Victor Veras encontra-se na situação de reformado desde 01-01-2012, tendo exercido a profissão de soldador de máquinas agrícolas, na Alemanha, onde esteve emigrado durante 38 anos. Tem 2 filhos.

Um abraço do Victor Veras para todos os Dulombianos."

http://dulombi.blogspot.com/2012/04/p344reliquias-fotograficas-do-victor.html

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Virgílio, o Fernando Barata é membro da Tabanca Grande desde 4 de fevereiro de 2007...É dos "velhinhos"!...

O Manuel Maurício, que faz anos como nós os dois a 29 de janeiro, esse, infelizmente não é ou ainda não é... Nem sequer tenho o endereço de email dele...embora seja meu vizinho, é aqui de aqui perto, Mafra, Ericeira... Vou pedir ao Fernando Barata o contacto.

Um albravo, Luís

https://blogueforanadaevaotres.blogspot.com/2007/02/guin-6374-p1494-tertlia-apresenta-se-o.html

Tabanca Grande Luís Graça disse...

Meu caro Fernando, senador da Tabanca Grande!

Como vais ? Espero que bem, e ainda rijo de saúde. De vez em quando vou dar uma espreitadela ao teu blogue, e é sempre uma agradável surpresa ver que continuas no teu posto (, com o Ricardo Lemos), a juntar a tua malta e a partilhar memórias e afetos... 840 postes em 15 anos é obra!... Dou-te os parabéns, publicamente, aqui.

Descobriu estas fotos do Maurício (que é meu vizinho aqui de Mafra, Ericeira, embora eu não o conheça, mas faz anos no mesmo dia que eu...). Selecionei e editei uma dúzia, e com elas e o teu texto quis ilustrar o processo de construção do aquartelamento de Dulombi, no teu tempo...

Não temos falado o suficiente, no nosso blogue, o da Tabanca Gradne, dos nossos camaradas do BENG 447... Em Bambadinca, no meu tempo (1969/71) também havia um delegado do BENG 447...Lembro-me do Leão Lopes, para mais grande artista plástico, natural de Cabo Verde.

Acho que havia um em todas as sedes de batalhão... Fizemos um grande reordenamento, em Nhabijões, com 300 casas. A engenharia estava por todo o lado, mas sempre discreta.

Se quiseres comentar ou escrever algo mais sobre a construção do quartel de Dulombim (ou os vossos reordenamentos) terei muito gosto em dar o devido destaque...

Um pequeno reparo: o teu blogue não tem descritores / marcadores, o que dificulta a pesquisa... Mas isso pode ser melhorado...

O nosso blogue tem mais de 5 mil descritores / marcadores... E, quando quisres, mando-te uma lista com todas as referências ao teu nome, à CCAÇ 2700 e a Dulombi...

Não me leves a mal que tenha ido recolher, em seara alheia, a tua, estas "preciosas relíquias", como tu the chamas, e eu concordo inteiramente contigo.

Os créditos são todos vossos. Reeditei as fotos, procurando melhorá-las... Diz da tua justiça...

Dá conhecimento ao Maurício e, com o acordo dele, manda-me o seu endereço de email.

Um alfabravo, Luís

Anónimo disse...


fernando barata
15 jun 2021 16:39
"Ganda" Luis

Tuas palavras encheram-nos a alma (já estive partilhando com o Lemos a tua mensagem).

Antes de mais, não metes a "foice em seara alheia" já que a Tabanca de Dulombi é de todos. Fico-te grato com o envio da lista de referências o que permitirá o enriquecimento do Blog.

Quanto ao BENG. Estou convicto que o seu representante estaria em locais onde estivessem a decorrer obras (aquartelamentos, pontes ou estradas). Só assim se justifica que em Dulombi, onde se encontrava uma Companhia, lá estivesse o Mauricio acolitado por um soldado no nosso caso o algarvio Franco.

O Mauricio não tem mail nem acede à Internet mas terá muito gosto em partilhar contigo a sua experiência enquanto esteve no BENG. Ele mora no Outeirinho, na Rua da Ribeira da Boa Fonte, nº...., telemov nº ,,,,

Os meus agradecimentos pelo teu Post.

Aceita um abraço do
Fernando Barata